Opinião | Nuno Carvalho “INTERNET É A NOVA TV – E porque estão estamos a passar de espectadores a seguidores…”
Leia a opinião de Nuno Carvalho, da Click and Play.
Publituris
Enoturismo no Centro de Portugal em análise
ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais
easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025
Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores
Do “Green Washing” ao “Green Hushing”
Dicas práticas para elevar a experiência do hóspede
Porto Business School e NOVA IMS lançam novo programa executivo “Business Analytics in Tourism”
Travelplan já vende a Gâmbia a sua novidade verão 2025
Receitas turísticas sobem 8,9% em setembro e têm aumento superior a mil milhões de euros face à pré-pandemia
Atout France e Business France vão ser uma só a partir do próximo ano
Foi nos primeiros anos do século passado que se fizeram as primeiras experiências de visualização de imagens num écran, mas só depois de 1920 se conseguiu começar a transmitir via aérea o sinal de TV.
Daí para a frente é história…a TV moldou toda uma sociedade. Cada um de nós cresceu a ver televisão, primeiro os desenhos animados, depois as séries de heróis, o futebol, as telenovelas brasileiras, as séries de culto, os bons filme e também os maus.
A TV era dona e senhora do que o público devia ver, era um gigante, mas também manipulador, educador cultural.
Em Portugal até aos anos 90 estávamos reduzidos à RTP 1 e RTP 2, quer isto dizer que sabíamos todos as mesmas coisas, à mesma hora. Enfim um perfeito movimento sincronizado de injecção de conteúdos a toda uma nação.
E foi assim durante anos e anos. Pode ser difícil para alguns, mas a TV como a conhecemos está a morrer.
Quase que é moda hoje se dizer, “não tenho tempo para ver TV”. Mas o interessante é que não se consomem menos imagens audiovisuais, o media é que mudou. O vídeo na internet já não é uma coisa só para alguns, já não é só para os millennials, passou a ser o dia a dia de todos nós.
Levante a mão quem não viu nos últimos dias um vídeo no Youtube ou um daqueles que automaticamente arranca no Facebook ou no Instagram?
Está previsto que num curto espaço de tempo os posts de vídeo ultrapassem os posts de fotografia nas redes sociais.
E o Youtube? O gigante do vídeo da Google é por excelência a plataforma de vídeo mundial, é o segundo motor de busca depois do próprio Google.
Alguns números impressionantes do Youtube:
– O revenue no Youtube via Mobile duplica ano após ano
– Cada minuto que passa são carregados no Youtube 400 horas de vídeo
– 5 Biliões de vídeos são vistos diariamente
Hoje o Youtube serve de base para milhares de Vloggers se promoverem.
E é aqui que ocorre um fenómeno interessante, os Bloggers de viagens estão a tornar-se Video Bloggers (Vloggers) e é fácil perceber porquê, as suas câmaras de vídeo mostram uma realidade muito próxima do que sentiram e viveram…e além disso, são experiências reais, não são ficcionadas ou manipuladas como a TV sempre nos mostrou durante anos. Quem segue um Vlogger de viagens sabe que pode ter a mesma experiência, sabe que ele naquele sítio não tinha tudo preparado e alterado como se faz quando se recebe uma equipa de TV.
Um Vlogger de viagens ou de qualquer outro tema sabe uma coisa: só sendo verdadeiro e genuíno terá sucesso e conquistará seguidores. Porque eles mostram a realidade de um local, tanto o bom como o mau…e sabe uma coisa? o público adora o que é real!
É por isso que o turismo só tem a ganhar em apostar cada vez mais no vídeo online para promover a sua oferta. Mas nem todos os vídeos precisam de ser produções gigantes, podem ser pequenos vídeos, pequenas histórias, pequenas dicas…mas acima tudo vídeos verdadeiros e genuínos, é isso que o espectador, desculpem, seguidor quer ver.
Não estou a falar em fazer vídeos de má qualidade, aliás tecnicamente a qualidade é mais importante que nunca, enganem-se os que pensam que na internet a qualidade é inferior. Experimente ver um bom canal de Youtube numa TV com 70 polegadas com aplicação Youtube integrada e depois mude para um canal de cabo nacional…verá como é muito melhor a qualidade de imagem do canal Youtube versus um tradicional canal de TV cabo.
E hoje todos os novos aparelhos TV têm incluída a aplicação Youtube, quer isto dizer que a experiência vídeo online passa finalmente a poder estar no grande ecrã.
E quem ganha dinheiro com todo este novo cenário tão entusiasmante?
Ganham todos, mas pouco por enquanto. Especialmente num país de pequena escala como Portugal.
No entanto, cada vez mais se vêm empresas disponíveis a transferir os seus budgets de marketing para as multiplataformas vídeo da internet com campanhas (Youtube, Facebook e Instagram).
E também aqui as marcas portuguesas de Turismo podem sair a ganhar, à distancia de um click podem programar campanhas vídeo da sua oferta para vários países. E assim dar a conhecer o seu produto com eficácia ao seu público internacional, gerar clicks, converter em reservas, etc.
Pode programar uma campanha de vídeo apenas para público interessado em viagens…ou interessado em relógios de luxo que provavelmente também gosta de viajar. Simples, não é?!
Seria isto possível com a tradicional TV? Sim seria, mas teria de negociar com cada estação de cada país e teria de investir muito mais, porque iria estar a comunicar para público que não é o seu alvo e acima de tudo não teria medições de resultados tão precisas e rápidas.
Pense um pouco…nos últimos dias quanto tempo de vídeo visionou no seu telefone? E quanto tempo viu da tradicional TV? Muito provavelmente assistiu mais no mobile.
O impacto do vídeo online não é uma coisa do futuro, é uma realidade de hoje e cresce dia após dia…e com tantos turistas com smartphones na mão, esta é a altura certa para as marcas de turismo também estarem na mão deles.
*Por Nuno Carvalho | Click and Play
– Artigo publicado no Publituris de 9 de Junho –