Tur(I´s)mo religioso, arte, como fator multiplicador!
Os investidores no turismo têm tudo para serem, sempre, melhores: competitividade; criatividade; arte e engenho, cultura e acima de tudo, demonstração de conhecimento, atualizado.
Amaro F. Correia
Docente Atlântico Business School. Doutorado em Ciências da Informação (Sistemas, Tecnologias)
A defesa da marca turística é inegociável quanto ao seu Posicionamento, à sua Diferenciação e à Marca, em si. Dissertar sobre os 3 I´s é uma obrigação da empresa neste século. A multiplicidade de canais de comunicação assim a obriga e quem não entender, arrisca perder.
Ao longo dos anos, o Marketing adaptou-se à evolução das empresas, das organizações e às pessoas, por isso significa o que quisermos, basta analisar mercados e a sua evolução. Mas não pensem que é fácil! Esta adaptabilidade permitiu a Kotler refletir, em estudos, e a manter o MkT “vivo” nas academias. Como exemplo de Marca, um dos exercícios práticos mais marcantes, nas escolas são as vivencias pessoais no arranque do ano. Não podia deixar de referir a importância das Jornadas Mundiais da Juventude não só na vertente humana, mas o incentivo que teve e terá no Turismo religioso, por cá. Dois conceitos que remetem para o Marketing religioso/património de “mãos dadas”, sempre. Cerca de 75% do património em Portugal é de origem religiosa sendo o mais evidente e conhecido o Santuário de Fátima, que em 2016, registava cerca de 5 milhões de visitantes, parte dos 60,6 milhões de turistas, que recebemos, no mesmo ano, segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE.
O Turismo Religioso sinalizava, em média, cerca de 3,3 milhões de visitantes estrangeiros. Entender a ordem de grandeza, segundo o estudo, apontava que 90% dos turistas passassem pelo Santuário e destes, por ordem de proximidade, os espanhóis em primeiro, os italianos, polacos, brasileiros, ucranianos e franceses os que mais o procuravam.
Outra curiosidade, com estimativa longínqua, o turismo religioso, em 2010, já valia cerca de 700 milhões de euros. Em 2017, segundo estudos académicos já representava cerca de 14% do total do turismo em Portugal. Se a estes dados, multiplicarmos esse efeito na economia, incluindo a hotelaria, a restauração, os transportes, o comércio, os eventos, as organizações e as empresas etc., etc. percebem que o turismo religioso também tem esse dom de multiplicar.
Analisando as estatísticas e os dados que o Turismo de Portugal apresenta, o país tem, tal e “qual Jesus Cristo” a possibilidade, no turismo, de fazer o milagre “da multiplicação dos pães e dos peixes”. Um país, com mais de 900 anos de história, ponto de união e cruzamento de várias religiões tem tudo para manter os fatores de competitividade, nesta área, fortes e sustentáveis. Falamos do Marketing no turismo, nas suas variáveis, que conduzem às Emoções e/ou Sentidos, bem como à importância, cada vez maior, para as empresas de turismo. Defendendo um novo paradigma, na atividade, analisando a evolução tecnológica dos últimos 10/15 anos e perspectivando (se for possível) o ano de 2037, vamos ter multiplicações inesgotáveis de turistas em Portugal.
Mas como será o turismo em 2050? Não é novidade, que nos últimos 10 anos a evolução tem sido brutal em todos os segmentos de multiplicações várias. Os investidores no turismo têm tudo para serem, sempre, melhores: competitividade; criatividade; arte e engenho, cultura e acima de tudo, demonstração de conhecimento, atualizado. E esta é a razão fulcral, analisada ao longo das várias vertentes que o turismo tem proporcionado: religião, lazer, cultura, arte, gastronomia, viagens na minha terra; hotelaria etc., etc..
Nas férias de 2023 juntei património/religião e arte, no melhor do turismo e inovei… cá dentro. Depois de uns dias, obrigatórios, no Algarve (Porches, no Barlavento) com vistas para a brisa do mar e de Benagil, no horizonte, em altitude, decidi passar a incluir no roteiro a passagem de caiaque à Gruta, do mesmo nome e a visita a vários motivos religiosos com arte. Não esqueci a satisfação que o lingueirão e mais uns grelhados dá, apropriados na altura, que se acomodam bem, nas refeições.
Para finalizar, aproveitei e realizei um sonho: a famosa N2 até Boticas, ao encontro do Nadir Afonso, muito bem representado no seu hotel familiar. Lindíssimo de ver e simplesmente, recomendável. Uns dias em Boticas de “mão dada com Nair Afonso” serviu para garantir a memória de alguém que promoveu a região e que nunca foi esquecido, por isso. Desta vez, a reflexão passa a incluir o que defendo, no que diz respeito aos sentidos, ao marketing e à importância da marca, no Turismo. Qualquer área do turismo precisa de manter a marca.
Qualquer negócio precisa de manter os 3 i´s ou seja: Integridade da Marca; Identidade da Marca e Imagem da Marca.