A New Way
A Agenda do NEW WAY que se quer legitimar em Portugal terá de ser capaz de ganhar estatuto de verdadeiro operador estratégico do desenvolvimento do país. Isso faz-se com convergência positiva e não por decreto.
Quando no início da pandemia, em março de 2020, lancei o meu livro manifesto THE NEW WAY – uma Agenda de Competência para uma Sociedade de Confiança, vivíamos um tempo de grande expectativa sobre o futuro. Quatro anos e meio depois, agora que estamos no outono vivemos tempos complexos e incertos e como sempre uma vez mais vai ser fundamental o imperativo estratégico da mudança para agendar uma base sustentada de competitividade para a nossa economia e a sociedade. A agenda de mudança deverá assentar na inovação e criatividade como fatores centrais de uma nova confiança, de uma ambição global, de uma capacidade de construir soluções para novos problemas. Uma Sociedade da Inteligência. Precisamos dessa atitude neste novo tempo e por isso impõe-se uma cultura de mudança. Precisamos de um NEW WAY para reforçar a nossa confiança estratégica numa sociedade de confiança baseada na competência.
Os conhecidos baixos índices de capital estratégico no nosso país e a ausência de mecanismos centrais de regulação positiva têm dificultado o processo de afirmação dos diferentes protagonistas deste NEW WAY. Independentemente da riqueza do ato de afirmação individual da criatividade, numa sociedade do conhecimento, importa de forma clara pôr em rede os diferentes atores e dimensioná-los à escala duma participação global imperativa nos nossos tempos. Apesar dos resultados de iniciativas diversas na área da política pública, vocacionadas para posicionar o território no competitivo campeonato da inovação e conhecimento, falta uma estratégia transversal.
A consolidação do novo papel do NEW WAY entre nós passa em grande medida pela efetiva responsabilidade nesse processo dos diferentes atores envolvidos, como é o caso do Estado e das empresas. No caso do Estado, no quadro do processo de reorganização em curso e de construção dum novo paradigma tendo como centro o cidadão-cliente, importa reganhar o sentido de confiança com a sociedade e dinamizar uma nova agenda de modernização estratégica centrada no valor público.
Cabe naturalmente às empresas um papel claramente mobilizador na afirmação deste NEW WAY em Portugal. Pelo seu papel central na criação de riqueza e na promoção de um processo permanente de reengenharia de inovação nos sistemas, processos e produtos, será sempre das empresas que deverá emergir o capital expectável da distinção operativa e estratégica dos que conseguirão ter resultados com valor alavancado na competitiva cadeia do mercado. Aqui a tónica tem mais do que nunca que ser pragmática, como demonstram as sucessivas ações externas realizadas recentemente.
A mensagem de mudança é mais do que nunca atual entre nós. A Agenda do NEW WAY que se quer legitimar em Portugal terá de ser capaz de ganhar estatuto de verdadeiro operador estratégico do desenvolvimento do país. Isso faz-se com convergência positiva e não por decreto. Importa por isso, mais do que nunca, estar atento e participar com o sentido da diferença. O laboratório que a nossa sociedade deve constituir neste NEW WAY deve saber mobilizar-nos a todos de forma desafiante e entusiasta.