Edição digital
Assine já
PUB
Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
Sobre o autor
Inês de Matos
Artigos relacionados
Concorrência dá ‘luz verde’ à compra da Ritmos&Blues e Arena Atlântico pela Live Nation
Meeting Industry
Número de visitantes em Macau sobe 13,7% para mais de três milhões em outubro
Destinos
Pipadouro ganha prémio como melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial
Enoturismo
Mercado canadiano está em “franco crescimento nos Açores”, diz Berta Cabral
Destinos
Boost Portugal leva Spinach Tours para Espanha, Países Baíxos, EUA e América do Sul
Destinos
Filme promocional do Centro de Portugal premiado na Grécia
Destinos
Enoturismo no Centro de Portugal em análise
Enoturismo
ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais
Emprego e Formação
easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025
Aviação
Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores
Destinos

Apesar de não ser nova, a questão da sustentabilidade ganhou novo fôlego com a COVID-19. O coronavírus, que surgiu inicialmente na Ásia, espalhou-se por todo o planeta num par de meses, mostrando que, num mundo global, não há fronteiras que impeçam um vírus de se tornar numa pandemia.

Além da questão epidemiológica, a COVID-19 permitiu ainda perceber que, também ao nível da sustentabilidade, vivemos hoje num mundo global. Quem não se lembra das notícias sobre o impacto positivo que a paragem da atividade humana estava a ter no meio ambiente um pouco por todo o mundo? Os níveis de poluição do ar e água baixaram, a poluição sonora também foi reduzida e até os golfinhos voltaram a locais onde há muito não eram vistos.

PUB

Essa tomada de consciência de que o mundo é, atualmente, globalizado levou a que também no turismo se passasse cada vez mais a falar em sustentabilidade, sobretudo ambiental, até porque uma atividade ambientalmente sustentável também se torna mais sustentável a nível económico e, consequentemente, social.

PUB

Esta mudança de mentalidade é também visível por parte dos consumidores, que estão hoje mais alerta para a pegada ecológica das suas viagens. Um recente estudo do Expedia Group, realizado com base em 11 mil entrevistas a consumidores de viagens de 11 mercados – EUA, Canadá, México, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, China, Japão e Austrália – mostra justamente isso, já que dá conta que 90% dos inquiridos procuram opções sustentáveis quando viajam e mais de 38% estão dispostos a pagar mais para tornar a viagem sustentável.

Consciente desta nova realidade, o Turismo de Portugal lançou, em 2020, o programa Turismo + Sustentável para tornar Portugal no destino mais sustentável do mundo, aproveitando a oportunidade trazida pela pandemia para repensar o posicionamento do setor e acelerar a implementação de práticas de sustentabilidade nos destinos e também nas empresas ligadas a este setor, num trabalho que se espera que venha ainda a contar com o apoio da ‘bazuca europeia’, que conta com fundos para apoiar projetos de sustentabilidade e digitalização.

O Publituris foi saber juntos dos players das várias áreas do setor, como está o turismo preparado e a preparar-se para a sustentabilidade. Apenas o Turismo de Portugal, apesar da insistência do Publituris, não respondeu às questões colocadas até ao fecho desta edição.

Hotelaria
Apesar de não ser fácil medir a sua pegada ecológica, também a hotelaria tem vindo a despertar para a questão da sustentabilidade e do seu impacto ambiental até porque, como diz Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), esta é atualmente “uma questão de sobrevivência”. “A hotelaria percebe que, se não estiver neste mercado da sustentabilidade, vai desaparecer do mapa. Portanto, é uma questão de sobrevivência”, indica, considerando que o patamar de sustentabilidade em que se encontra atualmente o setor do alojamento turístico “é o da sensibilização, que é já universal”.

De acordo com a responsável, além de estar sensibilizada para esta questão, a hotelaria tem vindo também a dar passos no sentido de se tornar mais sustentável e muitas unidades têm vindo a abolir os plásticos de uso único, a optar por produtos regionais, assim como a utilizar detergentes menos poluentes. No entanto, segundo Cristina Siza Vieira, é preciso ter em conta que a hotelaria está “no fim da linha da grande produção de CO2”, uma vez que “é um consumidor de energia e a energia é o maior produtor de emissões de carbono”.

Mas Cristina Siza Vieira admite que a hotelaria pode fazer mais, ainda que, para poder dar o seu contributo, seja necessário saber exatamente qual é o seu impacto. “Não é possível gerir aquilo que não se consegue medir. Temos de conseguir medir e sei que, nessa parte, há muita vontade da hotelaria em caminhar nesse sentido, mas a dúvida é sobre qual o caminho e como é que podemos progredir nesse caminho”, defende, considerando que “é aqui que o próprio programa do Turismo de Portugal, que adota o modelo Green, no ESG Framework, pode ajudar”, uma vez que existem dúvidas sobre “as várias etapas desse caminho”, nomeadamente sobre o selo ou o framework que se deve escolher para medir a pegada ambiental.

Menos dúvidas parecem existir quanto à necessidade de apostar nos produtos regionais como forma de diferenciação, mas principalmente para reduzir a pegada ecológica. “Temos de marcar a diferenciação, apostar naquilo que é nosso e que faz de um hotel ou de um destino únicos”, acrescenta a presidente executiva da AHP.

Na opinião da responsável, o tipo de consumo dos hotéis também vai ditar o seu caminho rumo à sustentabilidade. “Vamos ter de repensar se vamos continuar a ter frutas exóticas no pequeno-almoço. Parece-me que vamos ter de comer outras coisas na nossa hotelaria, da mesma forma que há também cada vez mais hotéis sensibilizados para o consumo de atoalhados e lençóis produzidos em território nacional. Temos de apoiar a produção nacional, também por uma questão de pegada ecológica”, defende.

E aqui, acrescenta a responsável, entra ainda a questão da economia circular, de que o programa Hospes, o programa de responsabilidade social da AHP, que recolhe bens usados dos hotéis para os entregar a instituições de solidariedade social, é um bom exemplo. “No nosso programa Hospes, temos prevista a economia circular, ou seja, a reutilização e a reciclagem”, indica, revelando que esta iniciativa tem um impacto ao nível da sustentabilidade que é mais “fácil de medir”. “Por exemplo, em têxteis, entre 2016 e 2019, doámos 232 unidades. Sabendo que na produção de um bem têxtil se gasta X litros de água, conseguimos saber que foram poupados 669 milhões de litros de água”, explica, defendendo que este exemplo mostra porque é que a hotelaria deve insistir na sustentabilidade, uma vez que além de benefícios para o ambiente, é também possível gerar benefícios sociais e ajudar a comunidade.

A AHP conta ainda com o Gabinete de Apoio à Gestão e ao Investidor que tem “uma vertente forte de aconselhamento sobre quais são os sistemas e selos mais adequados”, uma vez que, explica a presidente executiva da associação, “um selo não é atribuído sem mais, é ajustado ao tipo de hotelaria. Não há um único selo, há vários para várias gamas de hotéis”.

Importante para medir a pegada ambiental será também a nova plataforma que vai nascer no âmbito do programa Turismo + Sustentável e que vai permitir “medir os consumos de água, eletricidade e gás na hotelaria”.

Mas é nos fundos da ‘bazuca europeia’ que reside a grande esperança, uma vez que será “daí que virão as verbas que permitirão à hotelaria, sobretudo do ponto de vista da transição energética, ser mais sustentável”. De acordo com a responsável, estas verbas são “fundamentais” para que a hotelaria possa mais um passo e investir na renovação dos sistemas de abastecimentos e reaproveitamento de águas residuais, intervenções que, segundo Cristina Siza Vieira, são ao nível do “hardware” e, por isso, mais dispendiosas. “A bazuca vai, com certeza, impulsionar a revisão das infraestruturas, o que vai permitir uma economia grande e o trilhar de um caminho para a sustentabilidade”, considera.

Golfe
Tal como a hotelaria, também o golfe português tem vindo a fazer o seu caminho no que diz respeito à sustentabilidade, com Luís Correia da Silva, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) a explicar ao Publituris que, mais do que uma questão de preocupação ambiental, o trabalho que o golfe tem vindo a fazer prende-se também com a sustentabilidade económico-financeira. “Aquilo que tem sido feito é numa preocupação de sustentabilidade ambiental, mas que tem, depois, outro tipo de vantagens porque a sustentabilidade ambiental no golfe tem muito a ver com a sustentabilidade económica e financeira da operação”, explica o responsável, considerando que, entre as indústrias produtivas, “o golfe é aquela que há mais tempo percebeu que o sucesso e eficiência da operação passa muito por aquilo que são os cuidados que tem de implementar nos campos”.

Por isso, acrescenta, a “performance ambiental nos campos de golfe é atualmente muito mais eficiente, muito mais cuidada do que acontece em outras operações semelhantes”.

De acordo com Luís Correia da Silva, a maioria dos campos de golfe nacionais tem vindo a investir em sistemas de rega e drenagem que permitem a utilização de menores quantidades de água e o reaproveitamento das águas pluviais, a exemplo dos lagos que, segundo o responsável, além de contribuírem para a “dificuldade de jogo, são também reservatórios que permitem reter a água da chuva e a água da drenagem”.

Além destes sistemas, os campos de golfe têm vindo também a apostar em novos tipos de relva com menor necessidade de água, como as relvas de períodos quentes, que permitem “que se poupe muita água, porque as relvas de períodos frios sofrem muito durante o verão e isso implica um consumo de água muito mais elevado”. “Muitos campos de golfe em Portugal, particularmente nas áreas verdes, têm optados pela substituição por novos tipos de relvas que são altamente eficientes no uso de água”, explica o responsável.

Importante é também o facto destes sistemas serem “praticamente à prova de perdas”, ao contrário do que acontece noutras atividades. “Nos campos de golfe, por norma, tudo está altamente definido, não há perdas e é possível reduzir o consumo ao mínimo”, refere.

A consciência ambiental dos campos de golfe tem também levado a que o “controlo de pragas e infestações” seja realizado, cada vez mais, “com recurso mínimo à utilização de produtos que são tidos como produtos com maior impacto ambiental”, o que tem levado mesmo à “certificação de muitos campos de golfe do ponto de vista ambiental e de qualidade”, o que é apreciado também pelos clientes e praticantes da modalidade.

E também no golfe começam a surgir veículos movidos a energia elétrica, com Luís Correia da Silva a dar como exemplo os buggies que já “são quase todos elétricos”, existindo até campos de golfe que, através do GPS, têm vindo a limitar a sua circulação a trajetos pré-definidos.

Apesar de estarem no bom caminho, os campos de golfe nacionais podem fazer ainda mais em prol da sustentabilidade ambiental, com Luís Correia da Silva a considerar que a ‘bazuca europeia’ será importante para a modernização da gestão e operação destes espaços, assim como para a sua manutenção. “Toda a grande operação de manutenção dos campos de golfe, como o corte das relvas, ainda hoje é feita por máquinas que utiliza, combustíveis fósseis, ao contrário do que acontece com os buggies que já utilizam energia elétrica”, indica o responsável, que espera que, com os apoios da ‘bazuca’, seja também possível digitalizar algumas das etapas da manutenção, de forma a reduzir o peso da componente humana. “Portanto, para o futuro, há aqui uma área que implica tecnologia, sustentabilidade, eficiência e a própria utilização de mão-de-obra – que cada vez é mais difícil de encontrar – por via da digitalização e que é previsível que, num prazo relativamente curto, possa dar origem a projetos que venham eventualmente a ser incluídos naquilo que são os apoios financeiros que possam ser gerados pela bazuca”, admite o responsável.

Aviação
Considerado um dos setores mais poluentes, a aviação foi responsável, em 2019, pela emissão de 915 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. No entanto, este é também um dos setores que mais tem vindo a lançar estudos e iniciativas com vista à sustentabilidade, seja através do investimento em combustíveis mais sustentáveis, de programas de compensação de carbono ou da aposta no desenvolvimento de aparelhos movidos a energia elétrica ou hidrogénio.

Ao Publituris, Paulo Geisler, presidente da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, lembra que “a indústria do transporte aéreo sempre se pautou pela inovação”, motivo pelo qual o tema da sustentabilidade já vinha a ser desenvolvido “muito antes da pandemia”. “Recorde-se, por exemplo, que as companhias aéreas europeias compensam as suas emissões de CO2 ao abrigo do CELE desde 2012. As companhias aéreas estão cientes de que viajar torna o mundo um lugar melhor. As pessoas apercebem-se das diferenças, mas que no fundo somos todos iguais. É por isso que as companhias aéreas usam os seus conhecimentos para tornar as viagens de avião CO2 neutras”, indica.

Além do CELE, Paulo Geisler refere também “a utilização de combustíveis sustentáveis e as elevadas reduções de consumo resultantes do forte investimento em investigação e desenvolvimento de novos equipamentos” como exemplos de investimentos que a aviação tem vindo a fazer para se tornar mais sustentável e atingir os “objetivos ambiciosos” que estão definidos e que visam “reduzir para metade as emissões líquidas de CO2 num futuro não muito longe”. “Muitas empresas juntaram-se à Iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SBTi) para alinhar a sua trajetória de redução de CO2 com o Acordo Climático de Paris das Nações Unidas. Com base em cálculos científicos, as emissões de CO2 serão continuamente reduzidas com a ajuda da renovação e otimização da frota e da melhoria da eficiência operacional”, indica.

Apesar de reconhecer que as metas da indústria são “ambiciosas”, Paulo Geisler mostra-se convencido que o transporte aéreo vai conseguir “alcançar” essas mesmas metas, até porque o sucesso das iniciativas já desenvolvidas permite ter essa confiança.

Mas a sustentabilidade no transporte aéreo não depende apenas dos operadores, indica Paulo Geisler, que lembra que, neste ponto, há também “projetos que podem ter importante relevância na área da sustentabilidade que dependem dos Estados”, a exemplo do ao Céu Único Europeu, onde o responsável considera que “já se poderia ter ido mais longe”.

O presidente da RENA lembra que, na indústria da aviação, a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo “está muito empenhada nas questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável da aviação” e indica que, em Portugal, a RENA tem vindo a “dinamizar e defender o interesse dos seus membros perante as entidades relevantes”, nomeadamente na sustentabilidade, através da sensibilização dos “agentes relevantes para a importância de se avançar com projetos que tragam reais vantagens de sustentabilidade”.

Os fundos europeus podem vir a ser importantes para alguns projetos, com Paulo Geisler a admitir “um papel mais relevante no campo da investigação e desenvolvimento”, ainda que a RENA não espere apoios expressivos para a aviação. “Não estimamos que os operadores aéreos recebam fortes apoios diretamente, até porque há um importante equilíbrio concorrencial que tem de ser mantido”, indica.

O responsável mostra-se, contudo, mais cético no que diz respeito à política de sustentabilidade que Portugal tem seguido, indicando que a RENA não tem “visto ações concretas do estado português” que permitam dizer que o país está, de facto, apostado em ser o destino turístico mais sustentável do mundo e, relativamente à aviação, a situação é até inversa. “Assistimos à criação de um imposto turístico sob vestes ambientais, a dita “taxa de carbono” que não tem qualquer vantagem ambiental e retira espaço à criação de uma verdadeira fiscalidade verde”, aponta, notando que se Portugal quer atrair turistas sob o mote da sustentabilidade, isso “dependerá das medidas concretas” que o país venha a criar.

Cruzeiros
A questão da sustentabilidade também tem estado presente na agenda dos cruzeiros desde há vários anos, lembra Marie-Caroline Laurent, diretora-geral para a Europa da CLIA – Associação Internacional de Companhias de Cruzeiro. Ao Publituris, a responsável indica que a indústria dos cruzeiros “já investiu milhões em novas embarcações com melhor desempenho ambiental e usando tecnologias de propulsão mais sustentáveis” e lembra que, mesmo com a pausa global nas operações motivada pela pandemia, “o compromisso da indústria em atingir as suas ambiciosas metas ambientais não vacilou”.

Segundo Marie-Caroline Laurent, na União Europeia, esta questão também tem ganho destaque, uma vez que “o Green Deal estabeleceu a ambição europeia de se tornar o primeiro continente neutro para o clima até 2050”, ambição que, diz a responsável, é acompanhada pela CLIA, que “anunciou um compromisso global de atingir carbono zero até 2050”.

Nos cruzeiros, a sustentabilidade depende, segundo a responsável, de três pilares de ação, o primeiro “envolve a redução da pegada de carbono dos navios no mar e no cais”, o que será conseguido com a renovação das frotas, pois, nos próximos cinco anos, mais de metade dos novos navios serão movidos a GNL, combustível menos poluente e com “benefícios imediatos na redução de emissões, incluindo até 20% menos emissões de GEE”.

Mas não será apenas ao nível do GNL que será possível reduzir a pegada destes navios, uma vez que, acrescenta a responsável, as companhias de cruzeiros “também estão a investir em opções de energia sustentável, como bateria ou energia eólica para embarcações de menor porte, hidrogénio e navios híbridos que dependem de energia de células de combustível”. “Temos uma frota mais moderna do que nunca e cada novo navio lançado é até 20% mais eficiente do que aquele que substitui”, realça Marie-Caroline Laurent.

Além do combustível, a responsável da CLIA para a Europa destaca também a mudança nos “serviços de hospitalidade a bordo” como o segundo pilar de ação, uma vez que as companhias têm vindo a investir na introdução de “sistemas avançados de tratamento de águas residuais, sistemas de gestão de água e esquemas de reciclagem”, o que permite “reaproveitar 100% dos resíduos gerados a bordo”. A estas mudanças, junta-se ainda a introdução de outras “inovações de eficiência energética”, que já estão presentes “em todos os lugares a bordo, como iluminação LED que utiliza 80% menos energia”.

Já o terceiro pilar indicado por Marie-Caroline Laurent tem a ver com a gestão do próprio destino, de forma a manter os benefícios que o turismo de cruzeiros gera para as comunidades e a experiência do cliente. “Sabemos que o turismo de cruzeiros traz benefícios económicos e sociais para as comunidades; em média, cada passageiro gasta 660 euros em cidades portuárias durante um cruzeiro típico de sete dias, e esse benefício não é único, pois 60% das pessoas que fizeram um cruzeiro referem que regressaram a um destino que visitaram pela primeira vez num navio de cruzeiro”, indica.

De acordo com a responsável, os cruzeiros têm “um histórico de parcerias com destinos para equilibrar as necessidades das comunidades e manter a experiência do visitante”, como acontece em Dubrovnik, na Croácia, ou em Palma de Maiorca, em Espanha, e a própria CLIA tem vindo a “trabalhar para identificar soluções à medida de cada destino”. “Ao agir de forma transparente e aberta, podemos continuar a construir confiança e a mostrar que a indústria de cruzeiros está a liderar o setor para construir um novo modelo responsável”, considera.

No caso de Portugal, Marie-Caroline Laurent mostra-se otimista, até porque o investimento anunciado para dotar o Porto de Lisboa da tecnologia ‘shore to ship’, que permite fornecer energia aos navios para que eles não tenham de ter os motores ligados quando estão no porto, é “muito encorajador”. “É importante perceber que os navios só se podem conectar à eletricidade em terra nos portos que investiram na infraestrutura necessária, e ainda são muito poucos os que oferecem essa capacidade para responder às necessidades dos navios de cruzeiro. É aqui que temos o prazer de assistir ao aumento de parcerias com portos e governos. É, por isso, muito encorajador ver que o porto de Lisboa está a avançar nos estudos sobre o potencial de capacidade de eletricidade em terra”, aponta.

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Artigos relacionados
Concorrência dá ‘luz verde’ à compra da Ritmos&Blues e Arena Atlântico pela Live Nation
Meeting Industry
Número de visitantes em Macau sobe 13,7% para mais de três milhões em outubro
Destinos
Pipadouro ganha prémio como melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial
Enoturismo
Mercado canadiano está em “franco crescimento nos Açores”, diz Berta Cabral
Destinos
Boost Portugal leva Spinach Tours para Espanha, Países Baíxos, EUA e América do Sul
Destinos
Filme promocional do Centro de Portugal premiado na Grécia
Destinos
Enoturismo no Centro de Portugal em análise
Enoturismo
ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais
Emprego e Formação
easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025
Aviação
Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores
Destinos
PUB

Foto: @Web Summit

Turismo

Ministro das Finanças admite que turismo é “muito importante” para Portugal, mas diz que é necessário “reduzir” a importância no PIB

O ministro das Finanças defendeu, durante uma intervenção no Web Summit, que é necessário “reduzir a importância” do turismo no PIB e nas exportações, aumentando por outro lado o peso da tecnologia e serviços de “alto valor acrescentado”.

Publituris

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, falava no Web Summit, numa entrevista sobre “o que se segue para a economia portuguesa”, onde ressalvou que “temos de aumentar o valor acrescentado nas exportações, não só nos bens, mas também serviços”.

O governante admitiu que o turismo é uma “atividade muito importante em Portugal, representando 20% do PIB”, mas defendeu que é necessário “reduzir essa importância e a única forma do país crescer com melhores salários, melhores serviços públicos é com inovação, serviços a vender alta tecnologia e com alto valor acrescentado”.

Assim, reiterou a necessidade de apostar mais na tecnologia, salientando que Portugal “tem um problema de localização geográfica, mas a tecnologia e serviços tecnológicos são um setor económico onde a localização é menos importante”.

“A transformação está a acontecer em Portugal, estamos a exportar mais do que há 15 anos, dantes era 30% do PIB, agora é 50%”, sublinhou o ministro.

Dentro dos serviços, “a tecnologia está a tornar-se impulsionador das nossas tecnologias e é isso que temos de seguir”, reiterou.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

COP29 inclui dia temático sobre alterações climáticas e turismo

O lugar do turismo na ação climática global será o centro das atenções a 20 de novembro na COP29 em Baku, Azerbaijão.

Publituris

Pela primeira vez, a Conferência sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas acolherá ministros do Turismo, colocando o setor no âmbito da Agenda de Ação da COP29 e proporcionando uma plataforma de diálogo de alto nível – por iniciativa e liderança conjunta da Agência Estatal de Turismo da República do Azerbaijão e do Turismo das Nações Unidas (ONU Turismo).

Este facto reflete o papel de liderança desempenhado pela ONU Turismo na mudança para uma abordagem baseada na ciência para orientar o setor na ação climática do turismo e baseia-se nos esforços da Declaração de Glasgow, que é implementada no âmbito do Programa de Turismo Sustentável “One Planet”. A colaboração dos Estados-Membros empenhados e das partes interessadas do setor do turismo, bem como o apoio prestado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, sigla em inglês), foram fundamentais para alcançar este marco histórico para o setor do turismo na COP29.

Agendada para 20 de novembro, a Primeira Reunião Ministerial sobre a Ação Climática no Turismo será seguida de três mesas redondas temáticas sobre medição e descarbonização, regeneração (adaptação) e financiamento e soluções inovadoras, com vista a uma agenda climática ousada para o turismo.

Turismo aumenta as suas ambições
A Presidência da COP29 irá liderar o lançamento da Declaração de Baku sobre o reforço da ação climática no turismo. A Declaração é um apelo à ação em resposta à necessidade de desenvolver mais “Contributos Determinados a Nível Nacional” para o Acordo de Paris, tal como solicitado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pelo secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, e pelo secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili. Em Baku, os representantes dos governos serão incentivados a subscrever a Declaração e a definir os seus planos para associar as políticas e os esforços no domínio do turismo aos objetivos nacionais em matéria de clima e à Agenda das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A Turismo da ONU e a Agência Estatal de Turismo do Azerbaijão lançarão para consulta pública um documento de posição sobre a exploração de oportunidades para integrar o turismo nos objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável, de uma forma determinada a nível nacional.

Impulsionar o envolvimento e a responsabilização
Duas das iniciativas de sustentabilidade emblemáticas da Turismo da ONU também estarão presentes neste dia temático, com as partes interessadas a serem instadas a agir.

A Iniciativa da Declaração de Glasgow sobre a Ação Climática no Turismo é um compromisso voluntário lançado na COP26, implementado no âmbito do Programa de Turismo Sustentável “One Planet” e reconhecido como uma iniciativa de Ação Climática Global pela UNFCCC. Na COP29, a Iniciativa da Declaração de Glasgow deverá receber um novo impulso para incluir mais signatários, concentrando-se especialmente no seu posicionamento como uma ferramenta para apoiar a implementação de políticas climáticas nacionais através da ação climática no turismo, estruturada em torno de cinco vias estratégicas: medição, descarbonização, regeneração/adaptação, colaboração e financiamento.

Também em Baku, o Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo (MST. Sigla em inglês), adotado pela Comissão de Estatística das Nações Unidas em fevereiro de 2024, será formalmente reconhecido como a ferramenta para medir os impactos da ação climática do setor. “O Quadro MST é um exemplo vivo de como ir além do PIB e incluir também dados ambientais, como as emissões de gases com efeito de estufa e a utilização de energia”, refere a organização da COP29.

Em reconhecimento deste facto, o MST será posicionado na sua capacidade de impulsionar a produção de dados mais fiáveis, de propriedade nacional e internacionalmente comparáveis sobre o impacto do turismo nas alterações climáticas, lançando as bases necessárias para o progresso na mitigação das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) relacionadas com o turismo e na eficiência energética.

 

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Portugal ultrapassará, em 2024, 27MM€ em receitas e SET aponta para crescimento de 9% em 2025

Na penúltima conferência do ciclo “Construir o Turismo do Futuro”, uma iniciativa nacional promovida pelo Turismo de Portugal, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo (SET), apontou para que Portugal atinja os 27 mil milhões de euros de receitas ainda este ano, meta anteriormente prevista para 2027.

Publituris

O Centro de Congressos de Aveiro acolheu a sexta conferência do ciclo “Construir o Turismo do Futuro”, uma iniciativa nacional promovida pelo Turismo de Portugal que percorrerá as sete regiões turísticas de Portugal para definir a “Estratégia Turismo 2035”, que sucede à anterior “Estratégia Turismo 2027”, e que tem por objetivo ser um referencial estratégico atualizado para enfrentar os desafios emergentes no setor do turismo, tanto a nível nacional como global.

Na sessão de abertura da Conferência, o secretário de Estado do Turismo (SET), Pedro Machado, que esteve acompanhado por Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, e José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, destacou o crescimento expressivo do turismo em Portugal, referindo que “à data de hoje sabemos que o país estima atingir, até ao final deste ano de 2024, qualquer coisa como 27 mil milhões de receitas [no turismo] – meta anteriormente prevista para 2027 – e a perspetiva para 2025 é de crescer na ordem dos 9%”.

“O Turismo é uma atividade que cresce em todo o mundo. Há cerca de 30 anos, o número de pessoas que viajavam era de 500 milhões de pessoas, atualmente são 3 mil milhões. Isto é uma oportunidade para o nosso país, embora seja também um desafio”, afirmou Pedro Machado. “Estamos aqui a receber contributos para estabelecermos uma estratégia que aproveite as oportunidades e diminua os riscos do crescimento turístico”, acrescentou.

O SET sublinhou ainda que a estratégia que está agora a ser construída não se esgota no ciclo de conferências e recordou os 10 principais ativos estratégicos do país: Clima e Luz; Natureza; História, Cultura e Identidade; Mar; Água; Gastronomia e Vinhos, Eventos Artístico-Culturais, Desportivos e de Negócios; Bem-Estar; Living; e um ativo transversal a todos os anteriores, que são as Pessoas.

Raul Almeida salientou a evolução do perfil turístico do país e da região, com um foco crescente nos destinos de interior e turismo de natureza. “Durante muito tempo, privilegiava-se o produto ‘Sol e Mar’. Hoje, promovem-se mais os destinos de interior, a natureza e o turismo cultural. Estamos a transformar a diversidade em oportunidade”.

Mas para levar os turistas a descobrirem o território, são necessárias melhores acessibilidades, lembrou: “É necessário um Plano de Mobilidade, que permita direcionar os fluxos turísticos que chegam aos aeroportos de Lisboa e Porto para todo o país. Para isso, precisamos de investimento na ferrovia, mas também na rodovia”.

Já Isabel Damasceno enfatizou a importância do turismo para a região Centro, destacando o papel estruturante do setor na coesão territorial. “O sucesso da região é fruto da organização e colaboração entre as várias entidades do turismo, como as Comunidades Intermunicipais, as empresas e a Turismo Centro de Portugal, que assume um papel central de agregador e fazedor na estratégia regional”, afirmou.

José Ribau Esteves, salientou que “o turismo é uma atividade que atravessa uma onda positiva e, no papel de cada um, temos conseguido somar. Esta conferência demonstra que o turismo é uma atividade aberta, que estimula o debate entre todos e em que o contributo de um pequeno parceiro é tão importante como o de uma grande cadeia empresarial”.

Por fim, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, apresentou as linhas-mestras da “Estratégia Turismo 2035”, destacando o peso crescente do setor na economia nacional, representando já 16,5% do PIB e 20% das exportações. Carlos Abade apresentou, também, 10 desafios prioritários para o futuro do setor que incluem, entre outros, o fortalecimento da relação entre turismo e as comunidades locais, o reforço das competências de gestão, o aproveitamento da tecnologia, e a promoção de um turismo responsável e inovador.

Recorde-se que o ciclo de conferências “Construir o Turismo do Futuro” teve início em Lisboa, a 3 de outubro, e termina em Faro, a 25 de novembro.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Faleceu Elidérico Viegas

Fundador e antigo presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), deixa-nos aos 74 anos.

Publituris

Morreu esta quinta-feira, 7 de novembro, aos 74 anos, Elidérico Viegas, fundador e antigo presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), bem como presidente da Assembleia Geral da Região de Turismo do Algarve.

Empresário, dirigente e fundador de várias associações empresariais, nacionais e regionais, Elidérico Viegas foi uma personalidade que esteve ligada ao Turismo desde 1966.

Ao longo da sua vida, dedicou-se ao desenvolvimento e à promoção da Turismo, contribuindo de forma decisiva para o crescimento e projeção do Algarve enquanto um dos destinos turísticos mais importantes de Portugal.

A toda a família e amigos, o jornal Publituris deixa sentidas condolências.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Abertas candidaturas à “Linha Apoio Turismo + Sustentável” com dotação de 50M€

Estão abertas as candidaturas à linha de apoio para promover a sustentabilidade do setor do turismo, no valor de 50 milhões de euros. A Linha de Apoio Turismo + Sustentável é financiada pelo Turismo de Portugal e gerida pelo Banco Português de Fomento.

Publituris

O Banco Português de Fomento (BPF) e o Turismo de Portugal anunciaram, esta quinta-feira, a abertura das candidaturas à nova Linha de Apoio Turismo + Sustentável. Com uma dotação de até 50 milhões de euros, cobertura de garantia mútua até 80% do valor do financiamento e com possibilidade de conversão em subvenção não reembolsável de até 30%, esta linha destina-se a apoiar empresas do setor do turismo na realização de investimentos que contribuam para a transição energética e para o alinhamento com as metas de neutralidade carbónica.

A Linha de Apoio Turismo + Sustentável, financiada pelo Turismo de Portugal e gerida pelo BPF, está disponível para Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME), Small Mid Cap, Mid Cap e Grandes Empresas que, entre outros requisitos, estejam localizadas em território nacional, desenvolvam atividade principal enquadrada nos CAE elegíveis e sejam empresas aderentes ao Programa Empresas Turismo 360º, que incentiva as empresas do setor a implementar uma agenda ESG (Environmental, Social, Governance).

De entre os investimentos elegíveis estão: Gestão da água; Gestão da energia; Gestão de resíduos, Mobilidade sustentável; Economia circular; e Biodiversidade.

Por outro lado, a linha prevê financiar até 750 mil .000 euros por empresa, com um prazo máximo de 15 anos, e até 48 meses de período de carência de capital, com garantia das Sociedades de Garantia Mútua de até 80%, e ainda possibilidade de conversão parcial do empréstimo em subvenção não reembolsável, até 20% do valor do financiamento contratado, na generalidade das localizações. No entanto, para operações enquadradas exclusivamente no plano de prevenção, monitorização e contingência para situações de seca na região do Algarve, a conversão em subvenção não reembolsável poderá alcançar os 30%.

O acesso à conversão (que representa a passagem a subvenção não reembolsável de parte do financiamento contratado), de acordo com nota de imprensa das duas entidades, estará condicionado à demonstração, por parte das empresas, diretamente junto do Turismo de Portugal, da realização do investimento previsto no pedido de financiamento e do cumprimento dos indicadores de desempenho estabelecidos, enquanto a verificação será realizada no ano seguinte ao ano de avaliação do projeto (esta avaliação será efetuada no primeiro exercício económico completo após a conclusão do projeto).

Refira-se que, após verificar o cumprimento das condições e avaliar a admissibilidade da conversão, o Turismo de Portugal envia ao BPF a informação necessária para efeitos de registo de apoios públicos, ficando a conversão sujeita à existência de plafond da própria empresa. Caso a empresa não disponha de plafond ao abrigo do regime comunitário de auxílios de mínimis, o BPF comunicará ao Turismo de Portugal a ausência de plafond ou o ajustamento do valor da conversão ao plafond disponível.

Compete depois ao Turismo de Portugal comunicar ao Banco Português de Fomento a decisão sobre a atribuição ou não da conversão. Quando atribuída, o Turismo de Portugal transfere, através do BPF, o montante correspondente. Os bancos comerciais utilizam esse valor para amortizar os empréstimos, desde que não haja incumprimento contratual.

As empresas interessadas devem consultar as Instituições de Crédito aderentes ou as Sociedades de Garantia Mútua e verificar todos os requisitos para candidatura no site do Banco Português de Fomento.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Destinos

“Portugal is Art” é a nova campanha internacional do Turismo de Portugal

Visualizada pela primeira vez durante o 49.º Congresso da APAVT, realizado em Huelva (Espanha), o Turismo de Portugal apresenta a nova campanha internacional “Portugal is Art”.

Publituris

“Portugal is Art” é a nova campanha internacional do Turismo de Portugal (TdP) tendo como marcados alvo o Reino Unido, Irlanda, Espanha, França, Alemanha, EUA, Brasil, Países Baixos e Bélgica.

A campanha, que arrancou esta segunda-feira, 28 de outubro, convida a descobrir “um território onde o quotidiano se eleva à condição artística e onde cada experiência revela uma dimensão cultural única”.

O investimento de um milhão de euros terá nas redes sociais, connected TV e digital out of home os principais canais de promoção.

Além do filme conceito, vão ser divulgadas seis versões mais curtas sobre diversos produtos turísticos: enoturismo, turismo literário, gastronomia, bem-estar, surf e festivais de música.

Em comunicado, o Turismo de Portugal refere que a campanha “Portugal is Art” “desafia a explorar um destino onde a cultura, a tradição e a contemporaneidade se fundem de forma singular. Em Portugal, a arte é vivida em toda a sua plenitude, com experiências que despertam os sentidos e a imaginação. Do vinho ao surf, da contemplação à celebração, cada momento no país é uma expressão de criatividade”.

Para Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, “convidar a visitar Portugal pela lente da arte é enriquecer a nossa proposta de valor enquanto destino turístico: para o viajante – oferecendo-lhe novas perspectivas e uma experiência turística diferenciada; para as empresas e profissionais – gerando negócio e empregos; para os residentes – através do desenvolvimento económico, social e sustentável do território.”

Na eterna discussão sobre “O que é arte”, o turismo responde que “Portugal é arte”. Assim, aparecem o enoturismo representando um diálogo entre o tempo e a criatividade, as técnicas artesanais, passadas de geração em geração, que continuam a dar vida a peças únicas, ao passo que as vinhas, cultivadas com uma espécie de respeito ritualístico, produzem vinhos que contam e perpetuam histórias através das castas e dos aromas. “Ambos ilustram como a tradição e a inovação coexistem em harmonia, permitindo que o passado inspire o presente com frescura e originalidade”, diz o Turismo de Portugal.

O mesmo se passa com a arquitetura e as celebrações culturais que demonstram como “a história se reinterpreta continuamente”. “Estruturas antigas e contemporâneas acolhem eventos e festivais que celebram a comunidade e a memória coletiva. Neste cruzamento de estilos e de épocas, a cultura floresce, criando espaços de encontro e de partilha”.

Já a arte moderna e a gastronomia são “manifestações de uma criatividade que encontra na tradição um ponto de partida para a inovação”, lê-se no comunicado do TdP. “Nas mãos de artistas e chefs, técnicas de outros tempos são reinventadas para criar obras e sabores que procuram surpreender. Este diálogo constante entre o passado e o presente celebra a autenticidade e abraça a vanguarda”.

No turismo, a cultura é “particularmente relevante por ser um ativo diferenciador, por representar a identidade do país e ser uma âncora de crescimento robusto que gera procura turística com valor”, conclui o Turismo de Portugal.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Destinos

Turismo indígena injecta 67 mil milhões de dólares na economia mundial, diz WTTC

Durante o último dia do Global Summit, o World Travel & Tourism Council (WTTC) lançou um relatório sobre turismo indígena, revelando que este contribuirá com 67 mil milhões de dólares para a economia global até 2034.

Victor Jorge

O turismo indígena está a emergir rapidamente como um motor económico fundamental, apontando o mais recente relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante o Global Summit, em Perth (Austrália), que este turismo cria emprego e valor económico em áreas remotas, além de promover e proteger as culturas, as línguas e as terras dos povos indígenas, assim como possibilita aos visitantes uma oportunidade única de conhecer e aprender sobre a história e a tradição indígenas.

Com o mercado global do turismo indígena a crescer a uma taxa de crescimento anual de 4,1% durante a próxima década, atingindo 67 mil milhões de dólares (cerca de 62 mil milhões de euros), “este setor está a capacitar as comunidades para assumirem o controlo do seu futuro económico”, diz o relatório.

Só no Canadá, o setor do turismo indígena apoia quase 2.000 empresas e mais de 39.000 empregos, contribuindo com 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de euros) para a economia em 2017.

Da mesma forma, na região de Guna Yala, no Panamá, o turismo é o principal motor económico, sustentando o povo Guna e a sua cultura, ao mesmo tempo que cria uma economia autossuficiente.

Este boom económico é alimentado pela crescente procura de experiências culturais autênticas em países como o Canadá, a Austrália e os Estados Unidos da América (EUA), entre outros.

Na Austrália, mais de 1,4 milhão de visitantes internacionais participaram em experiências de turismo indígena em 2019, marcando um crescimento anual de 6% desde 2010.

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, reconhece que o turismo indígena “não é apenas mostrar ricas tradições culturais, trata-se de capacitar as comunidades, criar empregos sustentáveis e garantir que os povos indígenas tenham o controle de suas próprias histórias e futuros económicos”.

O relatório demonstra o imenso potencial do turismo indígena para impulsionar o crescimento económico, especialmente em regiões remotas, preservando simultaneamente um património cultural de valor inestimável. “Como a procura global de experiências autênticas continua a aumentar, é crucial que apoiemos as empresas indígenas e asseguremos que têm acesso aos recursos e ao financiamento necessários para prosperar”, conclui a responsável do WTTC.

Preservar a cultura através do turismo
O relatório “Supporting Global Indigenous Tourism” mostra como o turismo indígena também desempenha um papel crucial na preservação do património cultural, das línguas e das práticas tradicionais.

O povo Sámi do norte da Europa (Lapónia), por exemplo, desenvolveu marcas de certificação como “Sámi Duodji” para proteger as suas ricas tradições, enquanto o inovador robot Kipi do Peru ajuda a preservar línguas em vias de extinção como a Kukama, falada por apenas 2.000 pessoas.

Ao incorporar elementos como estes no turismo, as comunidades indígenas podem salvaguardar as suas identidades culturais.

O turismo indígena permite, também, uma carreira sustentável, exemplificada pela Indigenous Tourism Association of Canada (ITAC) do Canadá, possibilitando às comunidades controlar o seu futuro através do turismo.

Entretanto, países como a Austrália e os EUA estão a incorporar cada vez mais experiências indígenas no marketing turístico nacional, assegurando uma representação autêntica.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
Turismo

Viagens de negócios atingem valor recorde de 1,5 biliões de dólares em 2024

Contas feitas e apresentadas no Global Summit do World Travel & Toursim Council (WTTC) indicam que as viagens de negócios deverão ultrapassar os níveis pré-pandémicos e atingir um recorde de 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,3 biliões de euros, em 2024.

Victor Jorge

De acordo com o relatório apresentado pelo World Travel & Toursim Council (WTTC) no Global Summit, realizado em Perth (Austrália), revela que as viagens de negócios deverão ultrapassar os níveis pré-pandémicos este ano, mais rapidamente do que o previsto anteriormente, atingindo um recorde de 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,3 biliões de euros).

“O aumento do trabalho remoto durante a pandemia teve um efeito desproporcionado nas viagens de negócios, em comparação com as viagens de lazer, com as plataformas virtuais a substituírem as reuniões presenciais”, realça o relatório do WTTC.

No ano passado, as viagens de lazer ficaram apenas 2,9% atrás do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios permaneceram 5,4% aquém do período pré-pandémico.

Na apresentação do relatório, diversos líderes empresariais voltaram a sublinhar a importância da interação das reuniões presenciais, prevendo-se que a atividade deverá exceder os níveis de 2019 em 6,2%

EUA e China regressam em força
De acordo com o “2024 Economic Impact Trends Report” do WTTC, os gastos com viagens de negócios nos EUA, que representaram 30% do total global em 2019, devem atingir 472 mil milhões de dólares (cerca de 430 mil milhões de euros) este ano, ficando, assim, 13,4% acima do recorde de 2019 do país.

Na China, o segundo maior mercado mundial de viagens de negócios, prevê-se que as a atividade das viagens de negócios cresça 13,1% acima de 2019, atingindo quase 211 mil milhões de dólares (cerca de 190 mil milhões de euros).

Os gastos com viagens de negócios na Alemanha, o terceiro maior, devem, por sua vez, atingir 87,5 mil milhões de dólares (perto dos 80 mil milhões de euros), pouco menos de 1% acima do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios no Reino Unido e na França devem injetar um recorde de 84,1 mil milhões de dólares e 42,1 mil milhões de dólares nas respetivas economias (cerca de 77 mil milhões de euros e 38 mil milhões de euros, pela mesma ordem).

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, salientou que, “após alguns anos difíceis, as viagens de negócios não só estão de volta ao bom caminho, como estão a recuperar muito mais rapidamente do que o previsto, o que realça a importância das viagens internacionais para as empresas em todo o mundo”.

“Muitas potências empresariais, como os EUA, a China e a Alemanha, deverão atingir números recorde este ano. Embora as reuniões virtuais tenham desempenhado um papel crucial durante a pandemia, mantendo as pessoas e as empresas ligadas, os nossos dados mostram que os negócios são melhores realizados de forma presencial e cara-a-cara.”

Paul Abbott, CEO da American Express Global Business, admitiu, por sua vez, que “as empresas de todo o mundo valorizam mais do que nunca as viagens e as relações presenciais, uma vez que a circulação de pessoas foi restringida durante a pandemia”.

“Sempre dissemos que as viagens eram uma força para o bem, impulsionando o progresso económico e social. Mas quando as viagens pararam, o PIB caiu a pique, o desemprego disparou, os problemas de saúde mental aumentaram e o mundo tornou-se um lugar menos tolerante. Atualmente, já não existem dúvidas quanto aos benefícios das viagens. Empresas de todo o mundo – muitas pela primeira vez – estão a investir em viagens de negócios para fazer crescer os seus negócios e criar culturas vencedoras”.

De acordo com o relatório, outros fatores também contribuíram para o ressurgimento das viagens de negócios. Como as economias de todo o mundo recuperaram desde a pandemia, com a contribuição do PIB global das viagens e do turismo a atingir níveis recorde, foi possível às empresas reafetar mais fundos às viagens de negócios.

O crescimento das viagens combinadas, em que os viajantes combinam viagens de negócios com férias pessoais também contribuiu para tornas as viagens de negócios mais atrativas.

Além disso, o setor MICE (reuniões, incentivos, conferências e eventos) também regressou em força, retomando os eventos presenciais após um longo período de cancelamentos e adiamentos.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
Turismo

O papel (cada vez mais relevante) da gastronomia nas viagens

A gastronomia assume cada vez mais um papel essencial na escolha de um destino. E as gerações mais novas são prova disso, escolhendo o destino em função do que vão comer.

Victor Jorge

81% dos viajantes afirmam que experimentar as comidas e cozinhas locais é o ponto alto da sua viagem e 47% da Geração Z e da Geração Y viajam cada vez mais para novos locais enquanto aprendem sobre a história e a cultura de um lugar.

No painel “What is the Vintage” no segundo dia do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024, a realizar em Perth (Austrália), a pergunta que se impôs foi: “Qual é o futuro da gastronomia e do enoturismo e de que forma estão a ajudar os viajantes a ligarem-se à cultura e ao local?”.

Dale Tilbrook, fundador da Dale Tilbrook Experiences, considera que, atualmente, “muitos dos turistas são conquistados pelo paladar. Ou seja, se oferecermos boa comida e vinho, metade do caminho para conquistar esses viajantes está feito”.

Na realidade, os quatro oradores participantes neste painel destacaram a importância cada vez maior da gastronomia e do enoturismo e da relação que os viajantes procuram com o que o destino oferece neste capítulo.

“Quando viajamos, gostamos de ver monumentos, museus, ir à praia, ver um bonito pôr do sol. Mas o viajante recordará de igual forma ou até valorizará mais o que come e bebe nesse destino”, admitiu Alexandra Burt, co-fundadora e proprietária da Voyager Estate, Margaret River. “Na realidade, é somente seguir a máxima: ‘somos aquilo que comemos’”. Para Burt, “não se trata somente de oferecer a boa gastronomia e vinhos no local, mas abrir uma porta para que as pessoas levem essas recordações e as repitam em sua casa, as mostrem aos seus amigos”.

Num país onde o vinho é um produto de primeira linha para o turismo, Tilbrook destacou este facto ao afirmar que, “não temos a mesma história da Europa, mas a novidade que os vinhos australianos trazem é algo que o viajante reconhece e valoriza”.

Destaque mereceu, também, o facto de este tipo de turista ser um viajantes “com um poder de compra mais elevado, o que faz com que deixa mais dinheiro no destino e interaja mais com as comunidades locais, uma vez que procura produtos diferenciados e que só conseguirá encontrar no destino”, frisou Alexandra Burt.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
Turismo

Competitividade do turismo significa experiências, mas cada vez mais personalizadas e inclusivas

O primeiro painel do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024 teve a competitividade do setor das viagens e turismo como foco. Se a conectividade é essencial, cada vez mais as experiências assumem o seu papel imprescindível. Contudo, estas devem ser cada vez mais personalizadas e oferecer algo único. O sucesso passa por antecipar o que o viajante procura.

Victor Jorge

Com as projeções a estimarem que o setor das viagens e do turismo valerão 16 biliões de dólares (cerca de 14,5 biliões de euros) – e 11,4% do PIB global – em 2034, a competitividade do turismo é mais importante do que nunca, especialmente nos mercados mais maduros.

Assim, uma das ideias que ficou do primeiro painel do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024, a realizar em Perth (Austrália), foi a de que os investimentos táticos serão fundamentais para a competitividade no panorama atual e futuro para aumentar a quota de mercado global.

Contudo, reconhecido foi, igualmente, que serão os mercados mais maduros a registar maiores dificuldades. Audrey Hendley, presidente da American Express Travel (AET), frisou que “à medida que o cliente muda, a oferta de produto terá de mudar e acompanhar as exigências desse mesmo cliente. Com isso, também, a promoção, comunicação e serviços terão de ser alterados”.

Neste campo, a responsável pela AET admitiu que a companhia está cada vez mais focada em oferecer viagens de experiências onde a aposta passa, por exemplo, por produtos desportivos, admitindo que “foi com surpresa que registamos o interesse cada vez maior pelo ténis ou Formula 1, principalmente nas gerações mais novas”.

Defensora que os produtos oferecidos terão de fazer com que “os clientes sintam uma relação connosco”, Hendley reconheceu que as viagens individuais estão a ter cada vez mais procura. “Não é só vender a viagem, é estar junto do cliente e não vê-lo como cliente, mas como membro”.

Ao referir-se aos viajantes/turistas, a presidente da AET frisou, também, que os padrões de gastos deixaram de ser locais. “Um viajante já não pode ser visto como sendo de um determinado local, de um mercado emissor específico. A tecnologia disponibilizada atualmente faz-nos olhar para um viajante como sendo global e é importante que se perceba que, hoje, um turista pode viajar para qualquer parte do mundo. Por isso, temos de nos antecipar às expectativas, exigências e necessidades desse viajante e conseguir oferecer-lhe algo inesperado”.

Por isso salientou que “o sucesso passa por estar à frente, antecipar a procura. Quem o conseguir fazer terá mais sucesso”, frisou Hendley.

Importante em todo este cenário está, naturalmente a conectividade, e num destino como Perth, cidade localizada na parte Ocidental da Austrália, esta assume uma relevância ainda maior, dada a distância. Jason Waters, CEO do Perth Airport, admite as dificuldades, ou melhor, “desafios” que um aeroporto como o de Perth tem. Contudo, reconhece que toda a experiência de viagem não começa no aeroporto ou mesmo no destino final. “A experiência positiva de uma viagem começa em casa, quando o viajante começa a fazer a sua busca, pretende reservar a sua viagem, faz o check-in e só depois entra o aeroporto. Naturalmente que uma má experiência em qualquer aeroporto pode impactar a viagem negativamente. Mas hoje temos toda a tecnologia disponível que permite ultrapassar todas estas questões. E aí sim, poderemos ter vantagem competitiva”.

Destacadas foram também, as respostas que têm de ser oferecidas a quem viaja e sofre de incapacidade invisíveis. “Facilitar as viagens a este tipo de viajantes não é mais uma alternativa, é uma obrigação e qualquer aeroporto ou companhia aérea pode e será penalizada por não ter todos estes aspetos em conta”. “Ser competitivo é ser inclusivo, em todos os aspetos”, concluiu Jason Waters.

No campo da sustentabilidade, tema que, após a pandemia assumiu uma relevância de primeira ordem, James Thornton, CEO da Intrepid Travel, começou por referir que, “basta recuar 10 anos e nem convidado era para este tipo de fóruns, quanto mais ser orador. Ora, atualmente, quem não tiver a sustentabilidade incluída no negócio, não terá qualquer sucesso”, admitiu.

Contudo, Thornton frisou que “a sustentabilidade é uma proposta de valor. Hoje a sustentabilidade não pode ser unicamente vista como viajar com menor pegada ambiental. A sustentabilidade de hoje e, principalmente, do futuro, passa por uma sustentabilidade ambiental, económica, mas fundamentalmente, local”.

Por isso, o CEO da Intrepid Travel destacou o combate que terá de ser feito ao “greenwashing”. “Temos de ter a certeza de que todos rumamos para o mesmo lado. De nada vale eu afirmar que tenho preocupações com a sustentabilidade, se depois o meu fornecedor, o hotel para onde envio os meus clientes ou a rent-a-car que disponibilizo não têm as mesmas preocupações e práticas que nós temos”.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.