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Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

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Apesar de não ser nova, a questão da sustentabilidade ganhou novo fôlego com a COVID-19. O coronavírus, que surgiu inicialmente na Ásia, espalhou-se por todo o planeta num par de meses, mostrando que, num mundo global, não há fronteiras que impeçam um vírus de se tornar numa pandemia.

Além da questão epidemiológica, a COVID-19 permitiu ainda perceber que, também ao nível da sustentabilidade, vivemos hoje num mundo global. Quem não se lembra das notícias sobre o impacto positivo que a paragem da atividade humana estava a ter no meio ambiente um pouco por todo o mundo? Os níveis de poluição do ar e água baixaram, a poluição sonora também foi reduzida e até os golfinhos voltaram a locais onde há muito não eram vistos.

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Essa tomada de consciência de que o mundo é, atualmente, globalizado levou a que também no turismo se passasse cada vez mais a falar em sustentabilidade, sobretudo ambiental, até porque uma atividade ambientalmente sustentável também se torna mais sustentável a nível económico e, consequentemente, social.

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Esta mudança de mentalidade é também visível por parte dos consumidores, que estão hoje mais alerta para a pegada ecológica das suas viagens. Um recente estudo do Expedia Group, realizado com base em 11 mil entrevistas a consumidores de viagens de 11 mercados – EUA, Canadá, México, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, China, Japão e Austrália – mostra justamente isso, já que dá conta que 90% dos inquiridos procuram opções sustentáveis quando viajam e mais de 38% estão dispostos a pagar mais para tornar a viagem sustentável.

Consciente desta nova realidade, o Turismo de Portugal lançou, em 2020, o programa Turismo + Sustentável para tornar Portugal no destino mais sustentável do mundo, aproveitando a oportunidade trazida pela pandemia para repensar o posicionamento do setor e acelerar a implementação de práticas de sustentabilidade nos destinos e também nas empresas ligadas a este setor, num trabalho que se espera que venha ainda a contar com o apoio da ‘bazuca europeia’, que conta com fundos para apoiar projetos de sustentabilidade e digitalização.

O Publituris foi saber juntos dos players das várias áreas do setor, como está o turismo preparado e a preparar-se para a sustentabilidade. Apenas o Turismo de Portugal, apesar da insistência do Publituris, não respondeu às questões colocadas até ao fecho desta edição.

Hotelaria
Apesar de não ser fácil medir a sua pegada ecológica, também a hotelaria tem vindo a despertar para a questão da sustentabilidade e do seu impacto ambiental até porque, como diz Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), esta é atualmente “uma questão de sobrevivência”. “A hotelaria percebe que, se não estiver neste mercado da sustentabilidade, vai desaparecer do mapa. Portanto, é uma questão de sobrevivência”, indica, considerando que o patamar de sustentabilidade em que se encontra atualmente o setor do alojamento turístico “é o da sensibilização, que é já universal”.

De acordo com a responsável, além de estar sensibilizada para esta questão, a hotelaria tem vindo também a dar passos no sentido de se tornar mais sustentável e muitas unidades têm vindo a abolir os plásticos de uso único, a optar por produtos regionais, assim como a utilizar detergentes menos poluentes. No entanto, segundo Cristina Siza Vieira, é preciso ter em conta que a hotelaria está “no fim da linha da grande produção de CO2”, uma vez que “é um consumidor de energia e a energia é o maior produtor de emissões de carbono”.

Mas Cristina Siza Vieira admite que a hotelaria pode fazer mais, ainda que, para poder dar o seu contributo, seja necessário saber exatamente qual é o seu impacto. “Não é possível gerir aquilo que não se consegue medir. Temos de conseguir medir e sei que, nessa parte, há muita vontade da hotelaria em caminhar nesse sentido, mas a dúvida é sobre qual o caminho e como é que podemos progredir nesse caminho”, defende, considerando que “é aqui que o próprio programa do Turismo de Portugal, que adota o modelo Green, no ESG Framework, pode ajudar”, uma vez que existem dúvidas sobre “as várias etapas desse caminho”, nomeadamente sobre o selo ou o framework que se deve escolher para medir a pegada ambiental.

Menos dúvidas parecem existir quanto à necessidade de apostar nos produtos regionais como forma de diferenciação, mas principalmente para reduzir a pegada ecológica. “Temos de marcar a diferenciação, apostar naquilo que é nosso e que faz de um hotel ou de um destino únicos”, acrescenta a presidente executiva da AHP.

Na opinião da responsável, o tipo de consumo dos hotéis também vai ditar o seu caminho rumo à sustentabilidade. “Vamos ter de repensar se vamos continuar a ter frutas exóticas no pequeno-almoço. Parece-me que vamos ter de comer outras coisas na nossa hotelaria, da mesma forma que há também cada vez mais hotéis sensibilizados para o consumo de atoalhados e lençóis produzidos em território nacional. Temos de apoiar a produção nacional, também por uma questão de pegada ecológica”, defende.

E aqui, acrescenta a responsável, entra ainda a questão da economia circular, de que o programa Hospes, o programa de responsabilidade social da AHP, que recolhe bens usados dos hotéis para os entregar a instituições de solidariedade social, é um bom exemplo. “No nosso programa Hospes, temos prevista a economia circular, ou seja, a reutilização e a reciclagem”, indica, revelando que esta iniciativa tem um impacto ao nível da sustentabilidade que é mais “fácil de medir”. “Por exemplo, em têxteis, entre 2016 e 2019, doámos 232 unidades. Sabendo que na produção de um bem têxtil se gasta X litros de água, conseguimos saber que foram poupados 669 milhões de litros de água”, explica, defendendo que este exemplo mostra porque é que a hotelaria deve insistir na sustentabilidade, uma vez que além de benefícios para o ambiente, é também possível gerar benefícios sociais e ajudar a comunidade.

A AHP conta ainda com o Gabinete de Apoio à Gestão e ao Investidor que tem “uma vertente forte de aconselhamento sobre quais são os sistemas e selos mais adequados”, uma vez que, explica a presidente executiva da associação, “um selo não é atribuído sem mais, é ajustado ao tipo de hotelaria. Não há um único selo, há vários para várias gamas de hotéis”.

Importante para medir a pegada ambiental será também a nova plataforma que vai nascer no âmbito do programa Turismo + Sustentável e que vai permitir “medir os consumos de água, eletricidade e gás na hotelaria”.

Mas é nos fundos da ‘bazuca europeia’ que reside a grande esperança, uma vez que será “daí que virão as verbas que permitirão à hotelaria, sobretudo do ponto de vista da transição energética, ser mais sustentável”. De acordo com a responsável, estas verbas são “fundamentais” para que a hotelaria possa mais um passo e investir na renovação dos sistemas de abastecimentos e reaproveitamento de águas residuais, intervenções que, segundo Cristina Siza Vieira, são ao nível do “hardware” e, por isso, mais dispendiosas. “A bazuca vai, com certeza, impulsionar a revisão das infraestruturas, o que vai permitir uma economia grande e o trilhar de um caminho para a sustentabilidade”, considera.

Golfe
Tal como a hotelaria, também o golfe português tem vindo a fazer o seu caminho no que diz respeito à sustentabilidade, com Luís Correia da Silva, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) a explicar ao Publituris que, mais do que uma questão de preocupação ambiental, o trabalho que o golfe tem vindo a fazer prende-se também com a sustentabilidade económico-financeira. “Aquilo que tem sido feito é numa preocupação de sustentabilidade ambiental, mas que tem, depois, outro tipo de vantagens porque a sustentabilidade ambiental no golfe tem muito a ver com a sustentabilidade económica e financeira da operação”, explica o responsável, considerando que, entre as indústrias produtivas, “o golfe é aquela que há mais tempo percebeu que o sucesso e eficiência da operação passa muito por aquilo que são os cuidados que tem de implementar nos campos”.

Por isso, acrescenta, a “performance ambiental nos campos de golfe é atualmente muito mais eficiente, muito mais cuidada do que acontece em outras operações semelhantes”.

De acordo com Luís Correia da Silva, a maioria dos campos de golfe nacionais tem vindo a investir em sistemas de rega e drenagem que permitem a utilização de menores quantidades de água e o reaproveitamento das águas pluviais, a exemplo dos lagos que, segundo o responsável, além de contribuírem para a “dificuldade de jogo, são também reservatórios que permitem reter a água da chuva e a água da drenagem”.

Além destes sistemas, os campos de golfe têm vindo também a apostar em novos tipos de relva com menor necessidade de água, como as relvas de períodos quentes, que permitem “que se poupe muita água, porque as relvas de períodos frios sofrem muito durante o verão e isso implica um consumo de água muito mais elevado”. “Muitos campos de golfe em Portugal, particularmente nas áreas verdes, têm optados pela substituição por novos tipos de relvas que são altamente eficientes no uso de água”, explica o responsável.

Importante é também o facto destes sistemas serem “praticamente à prova de perdas”, ao contrário do que acontece noutras atividades. “Nos campos de golfe, por norma, tudo está altamente definido, não há perdas e é possível reduzir o consumo ao mínimo”, refere.

A consciência ambiental dos campos de golfe tem também levado a que o “controlo de pragas e infestações” seja realizado, cada vez mais, “com recurso mínimo à utilização de produtos que são tidos como produtos com maior impacto ambiental”, o que tem levado mesmo à “certificação de muitos campos de golfe do ponto de vista ambiental e de qualidade”, o que é apreciado também pelos clientes e praticantes da modalidade.

E também no golfe começam a surgir veículos movidos a energia elétrica, com Luís Correia da Silva a dar como exemplo os buggies que já “são quase todos elétricos”, existindo até campos de golfe que, através do GPS, têm vindo a limitar a sua circulação a trajetos pré-definidos.

Apesar de estarem no bom caminho, os campos de golfe nacionais podem fazer ainda mais em prol da sustentabilidade ambiental, com Luís Correia da Silva a considerar que a ‘bazuca europeia’ será importante para a modernização da gestão e operação destes espaços, assim como para a sua manutenção. “Toda a grande operação de manutenção dos campos de golfe, como o corte das relvas, ainda hoje é feita por máquinas que utiliza, combustíveis fósseis, ao contrário do que acontece com os buggies que já utilizam energia elétrica”, indica o responsável, que espera que, com os apoios da ‘bazuca’, seja também possível digitalizar algumas das etapas da manutenção, de forma a reduzir o peso da componente humana. “Portanto, para o futuro, há aqui uma área que implica tecnologia, sustentabilidade, eficiência e a própria utilização de mão-de-obra – que cada vez é mais difícil de encontrar – por via da digitalização e que é previsível que, num prazo relativamente curto, possa dar origem a projetos que venham eventualmente a ser incluídos naquilo que são os apoios financeiros que possam ser gerados pela bazuca”, admite o responsável.

Aviação
Considerado um dos setores mais poluentes, a aviação foi responsável, em 2019, pela emissão de 915 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. No entanto, este é também um dos setores que mais tem vindo a lançar estudos e iniciativas com vista à sustentabilidade, seja através do investimento em combustíveis mais sustentáveis, de programas de compensação de carbono ou da aposta no desenvolvimento de aparelhos movidos a energia elétrica ou hidrogénio.

Ao Publituris, Paulo Geisler, presidente da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, lembra que “a indústria do transporte aéreo sempre se pautou pela inovação”, motivo pelo qual o tema da sustentabilidade já vinha a ser desenvolvido “muito antes da pandemia”. “Recorde-se, por exemplo, que as companhias aéreas europeias compensam as suas emissões de CO2 ao abrigo do CELE desde 2012. As companhias aéreas estão cientes de que viajar torna o mundo um lugar melhor. As pessoas apercebem-se das diferenças, mas que no fundo somos todos iguais. É por isso que as companhias aéreas usam os seus conhecimentos para tornar as viagens de avião CO2 neutras”, indica.

Além do CELE, Paulo Geisler refere também “a utilização de combustíveis sustentáveis e as elevadas reduções de consumo resultantes do forte investimento em investigação e desenvolvimento de novos equipamentos” como exemplos de investimentos que a aviação tem vindo a fazer para se tornar mais sustentável e atingir os “objetivos ambiciosos” que estão definidos e que visam “reduzir para metade as emissões líquidas de CO2 num futuro não muito longe”. “Muitas empresas juntaram-se à Iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SBTi) para alinhar a sua trajetória de redução de CO2 com o Acordo Climático de Paris das Nações Unidas. Com base em cálculos científicos, as emissões de CO2 serão continuamente reduzidas com a ajuda da renovação e otimização da frota e da melhoria da eficiência operacional”, indica.

Apesar de reconhecer que as metas da indústria são “ambiciosas”, Paulo Geisler mostra-se convencido que o transporte aéreo vai conseguir “alcançar” essas mesmas metas, até porque o sucesso das iniciativas já desenvolvidas permite ter essa confiança.

Mas a sustentabilidade no transporte aéreo não depende apenas dos operadores, indica Paulo Geisler, que lembra que, neste ponto, há também “projetos que podem ter importante relevância na área da sustentabilidade que dependem dos Estados”, a exemplo do ao Céu Único Europeu, onde o responsável considera que “já se poderia ter ido mais longe”.

O presidente da RENA lembra que, na indústria da aviação, a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo “está muito empenhada nas questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável da aviação” e indica que, em Portugal, a RENA tem vindo a “dinamizar e defender o interesse dos seus membros perante as entidades relevantes”, nomeadamente na sustentabilidade, através da sensibilização dos “agentes relevantes para a importância de se avançar com projetos que tragam reais vantagens de sustentabilidade”.

Os fundos europeus podem vir a ser importantes para alguns projetos, com Paulo Geisler a admitir “um papel mais relevante no campo da investigação e desenvolvimento”, ainda que a RENA não espere apoios expressivos para a aviação. “Não estimamos que os operadores aéreos recebam fortes apoios diretamente, até porque há um importante equilíbrio concorrencial que tem de ser mantido”, indica.

O responsável mostra-se, contudo, mais cético no que diz respeito à política de sustentabilidade que Portugal tem seguido, indicando que a RENA não tem “visto ações concretas do estado português” que permitam dizer que o país está, de facto, apostado em ser o destino turístico mais sustentável do mundo e, relativamente à aviação, a situação é até inversa. “Assistimos à criação de um imposto turístico sob vestes ambientais, a dita “taxa de carbono” que não tem qualquer vantagem ambiental e retira espaço à criação de uma verdadeira fiscalidade verde”, aponta, notando que se Portugal quer atrair turistas sob o mote da sustentabilidade, isso “dependerá das medidas concretas” que o país venha a criar.

Cruzeiros
A questão da sustentabilidade também tem estado presente na agenda dos cruzeiros desde há vários anos, lembra Marie-Caroline Laurent, diretora-geral para a Europa da CLIA – Associação Internacional de Companhias de Cruzeiro. Ao Publituris, a responsável indica que a indústria dos cruzeiros “já investiu milhões em novas embarcações com melhor desempenho ambiental e usando tecnologias de propulsão mais sustentáveis” e lembra que, mesmo com a pausa global nas operações motivada pela pandemia, “o compromisso da indústria em atingir as suas ambiciosas metas ambientais não vacilou”.

Segundo Marie-Caroline Laurent, na União Europeia, esta questão também tem ganho destaque, uma vez que “o Green Deal estabeleceu a ambição europeia de se tornar o primeiro continente neutro para o clima até 2050”, ambição que, diz a responsável, é acompanhada pela CLIA, que “anunciou um compromisso global de atingir carbono zero até 2050”.

Nos cruzeiros, a sustentabilidade depende, segundo a responsável, de três pilares de ação, o primeiro “envolve a redução da pegada de carbono dos navios no mar e no cais”, o que será conseguido com a renovação das frotas, pois, nos próximos cinco anos, mais de metade dos novos navios serão movidos a GNL, combustível menos poluente e com “benefícios imediatos na redução de emissões, incluindo até 20% menos emissões de GEE”.

Mas não será apenas ao nível do GNL que será possível reduzir a pegada destes navios, uma vez que, acrescenta a responsável, as companhias de cruzeiros “também estão a investir em opções de energia sustentável, como bateria ou energia eólica para embarcações de menor porte, hidrogénio e navios híbridos que dependem de energia de células de combustível”. “Temos uma frota mais moderna do que nunca e cada novo navio lançado é até 20% mais eficiente do que aquele que substitui”, realça Marie-Caroline Laurent.

Além do combustível, a responsável da CLIA para a Europa destaca também a mudança nos “serviços de hospitalidade a bordo” como o segundo pilar de ação, uma vez que as companhias têm vindo a investir na introdução de “sistemas avançados de tratamento de águas residuais, sistemas de gestão de água e esquemas de reciclagem”, o que permite “reaproveitar 100% dos resíduos gerados a bordo”. A estas mudanças, junta-se ainda a introdução de outras “inovações de eficiência energética”, que já estão presentes “em todos os lugares a bordo, como iluminação LED que utiliza 80% menos energia”.

Já o terceiro pilar indicado por Marie-Caroline Laurent tem a ver com a gestão do próprio destino, de forma a manter os benefícios que o turismo de cruzeiros gera para as comunidades e a experiência do cliente. “Sabemos que o turismo de cruzeiros traz benefícios económicos e sociais para as comunidades; em média, cada passageiro gasta 660 euros em cidades portuárias durante um cruzeiro típico de sete dias, e esse benefício não é único, pois 60% das pessoas que fizeram um cruzeiro referem que regressaram a um destino que visitaram pela primeira vez num navio de cruzeiro”, indica.

De acordo com a responsável, os cruzeiros têm “um histórico de parcerias com destinos para equilibrar as necessidades das comunidades e manter a experiência do visitante”, como acontece em Dubrovnik, na Croácia, ou em Palma de Maiorca, em Espanha, e a própria CLIA tem vindo a “trabalhar para identificar soluções à medida de cada destino”. “Ao agir de forma transparente e aberta, podemos continuar a construir confiança e a mostrar que a indústria de cruzeiros está a liderar o setor para construir um novo modelo responsável”, considera.

No caso de Portugal, Marie-Caroline Laurent mostra-se otimista, até porque o investimento anunciado para dotar o Porto de Lisboa da tecnologia ‘shore to ship’, que permite fornecer energia aos navios para que eles não tenham de ter os motores ligados quando estão no porto, é “muito encorajador”. “É importante perceber que os navios só se podem conectar à eletricidade em terra nos portos que investiram na infraestrutura necessária, e ainda são muito poucos os que oferecem essa capacidade para responder às necessidades dos navios de cruzeiro. É aqui que temos o prazer de assistir ao aumento de parcerias com portos e governos. É, por isso, muito encorajador ver que o porto de Lisboa está a avançar nos estudos sobre o potencial de capacidade de eletricidade em terra”, aponta.

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Pedro Moita, pró-presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE)
Emprego e Formação

Turismo vai sofrer uma nova revolução e formação tem de a acompanhar

Pedro Moita, desde que o setor o conhece, é um formador nato na área do turismo, e apesar de ser um académico, sempre defendeu a formação para além da tradicional sala de aula, agregando vários projetos que podem trazer mais-valias aos futuros profissionais desta indústria, que acredita que vai sofrer uma nova revolução e que a formação tem, inevitavelmente, de a acompanhar.

O turismo vai sofrer uma nova revolução, defendeu, em entrevista ao Publituris, Pedro Moita, pró-presidente, coordenador da licenciatura em direção e gestão hoteleira e coordenador da área científica de ciências da informação e informática da ESHTE (Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril). Se no início deste século, as tecnologias revolucionaram a atividade, se a distribuição turística, os operadores, as agências de viagens, a gestão hoteleira se reinventaram, se as companhias aéreas intermediaram grande parte do seu negócio, também a formação em turismo tem de acompanhar essas transformações, tendo Pedro Moita apontado que fatores como a inteligência artificial, e o data science, que trazem um panorama completamente novo para a nossa sociedade, “também vão ter muitas implicações no turismo. Este setor sempre esteve na ribalta do IT, e agora, com a indústria 4.0, com esta ciência dos dados, com a inteligência artificial, também o turismo vai ser charneira de muitos projetos de IT”.

Remodelação das licenciaturas
Tendo esta visão, o docente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, instituição de ensino superior público, revelou ao Publituris que “já o ano passado submetemos à tutela uma proposta de remodelação das nossas licenciaturas, onde para além das componentes técnicas, juntar a componente prática aplicada, por isso temos os principais players do turismo connosco”.

Portanto “para além das atualizações normais de 10, 12 anos, que os planos de estudo já teriam, que já fazíamos nos conteúdos, e que agora repercutimos nas unidades curriculares, desde a gestão de comidas e bebidas, ao alojamento, à área de gestão de eventos, animação turística, à segurança alimentar, “colocámos este pormenor da indústria 4.0 e do data science, com grande destaque e relevo”.

Aí, quer nos mestrados, quer nas licenciaturas, a ESHTE está em processo de reformulação, já aprovado pelo Conselho Técnico-Científico da escola, e que aguarda agora a avaliação da Agência de Avaliação do Ensino Superior, no âmbito dos novos planos de estudo.

Em paralelo, “criámos há pouco tempo, eu e a minha equipa de IT da ESHTE, o Núcleo de Investigação Tecnológica em Turismo (NIT), e temos já várias candidaturas, uma aprovada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o nosso primeiro projeto aprovado em termos científicos e de investigação, que é na área de Data Science e Inteligência Artificial aplicada à formação”.

 

“Já o ano passado submetemos à tutela uma proposta de remodelação das nossas licenciaturas, onde para além das componentes técnicas, juntar a componente prática aplicada, por isso temos os principais players do turismo connosco”

Além disso “contactámos já as agências regionais de turismo para projetos, basicamente, com muita Inteligência Artificial, com apps, chatbots, e aqui temos duas visões, quer a do turista, para melhorar a sua experiência do turista, quer a visão para melhorar a distribuição, a promoção do destino, do equipamento e do produto”, avançou o formador.

Pedro Moita concorda que “todos os equipamentos turísticos vão ter de se adaptar a esta nova realidade, não são só os players de serviços, como as agências de viagens e a hotelaria em que, por exemplo, os revenue management já começam a ser híbridos, com agentes de inteligência artificial a auxiliar, também os restantes equipamentos e destinos vão sofrer remodelações profundas porque, a forma como se vão prestar as experiências aos turistas nos destinos, nos eventos, nos equipamentos, vai evoluir consideravelmente”.

Assim, avançou que “este pacote de dados que temos, de estarmos sempre conectados, este Big Data, esta transformação fácil que a IA faz em modelos preditivos, em modelos de análise, vai ter implicações muito fortes”.

Igualmente, na componente imersiva “também estamos a trabalhar em alguns projetos”, deu conta, para apontar que, com realidade virtual e com experiências imersivas “acreditamos que podemos explodir com projetos muito interessantes para a experiência do turista. Hoje em dia, podemos ter asas com as experiências imersivas, permitindo que os nossos equipamentos fiquem com muito mais valor acrescentado para a experiência do turista, que pode ser colocado no centro da mensagem, ou seja, aquilo que aquele equipamento pretenda”.

Sempre perto dos players
Voltando à formação propriamente dita, o pró-presidente da ESHTE destacou que “temos o nosso PRR a funcionar, com várias parcerias, em que vamos tentando também suprir necessidades do mercado, nas áreas de alimentos e bebidas, de eventos, da hotelaria, do turismo cultural, bem como uma nova pós-graduação nessa área, subsidiada pelo PRR”.

Daí que, Pedro Moita acredita que a formação turística tem de evoluir. “Não será bem uma mudança radical, mas tem de evoluir. Não haverá mutação, pelo menos a curto prazo, mas a inteligência artificial vai trazer implicações. O turismo evoluiu sempre muito e se nós, no ensino, não o fizermos, não chegamos lá”.

Observou que a nível médio, o Turismo de Portugal, nas suas escolas, tem feito um bom trabalho, tem preparado bem os seus profissionais para a atividade técnica, mais do serviço hoteleiro e da restauração, do que propriamente noutras áreas, mas tem também tocado nessas.

 

“A formação turística tem de evoluir. Não será bem uma mudança radical, mas tem de evoluir. Não haverá grande mutação, pelo menos a curto prazo, mas a inteligência artificial vai trazer implicações. O turismo evoluiu sempre muito e se nós, no ensino, não o fizermos, não chegamos lá”

A nível do ensino superior, referiu que “o nosso trabalho é um pouco mais complexo, porque os nossos docentes têm, não só de dominar a área técnica, como igualmente de saber gerir, saber aprender, saber evoluir, saber estudar, de resolver problemas, e nós procuramos muito isso. O nosso ensino procura muito isso, e temos de evoluir sem dúvida alguma, porque se não estivermos perto dos players, se não os formos ouvindo, se não fizermos parcerias, corremos o risco de os alunos saírem das faculdades para o mercado de e pensarem que agora é que vão aprender a atividade real, e que até então tinham estado num ginásio mental, que também é importante, mas não chega”, reconheceu, sublinhando que “a ideia é que saibam pensar, liderar, gerir equipas, que saibam pesquisar/investigar”. Portanto, “se a nossa formação fosse meramente softwares e componentes técnicas, estava obsoleta ao fim de poucos anos, e não valiam nada no mercado”.

Ainda em termos de ensino, “acho que vai haver uma forte revolução porque começam a aparecer também algumas ferramentas muito interessantes que vão permitir revolucionar o nosso modelo, mas também requer que o aluno do ensino superior mude um bocado a sua perspectiva, deixando apenas de chegar lá, ouvir o que temos para dar e estudar o que mandamos, sem se pré-preparar para a aula. Portanto, às vezes, se calhar, temos de começar a treiná-los também no secundário e a pré-prepará-los para este tipo de abordagens”.

Tornar a Escola interessante
Se o ensino evoluiu, a própria escola também o deve fazer, defendeu Pedro Moita, para apontar que “nós temos de agarrar nestas ferramentas e saber transformar-se para que própria escola seja interessante, e acho que estamos a fazê-lo, e estou a falar de Portugal inteiro. Em geral, as universidades portuguesas e os institutos politécnicos estão a conseguir ir acompanhando esta evolução”.

Sendo um formador há muito anos, o coordenador da licenciatura em direção e gestão hoteleira e coordenador da área científica de ciências da informação e informática da ESHTE consegue dar-nos, igualmente, a perspectiva do aluno, e porque escolhe um curso de turismo. “Há alguns que vêm porque já conhecem a realidade da profissão, aqueles cujos pais ou familiares têm negócios turísticos ou trabalham no turismo, esses já têm de facto esse gosto e procuram-nos nesse sentido. Há depois os outros que consideram o turismo “sexy”, atrativo e optam por este tipo de formação, mas existem ainda os que não sabem porque escolheram esta área. No entanto, de um modo geral reagem bem e temos muito poucas desistências por mudança de área, e quando chegam ao ciclo dos mestrados muitos deles optam por se especializar na área que gostaram mais”.

E a própria ESHTE mantem, no geral, uma estreita relação com os seus ex-alunos, embora muitos deles estejam lá fora, o que, no entanto, “não impede, hoje em dia, com as tecnologias, que façamos alguns contactos, disse Pedro Moita.

O docente ressalvou que os alunos que passaram por esta instituição de ensino superior “têm muita procura, completam a sua formação e depois voam, porque se calhar formamos bem, apesar de haver muita coisa a melhorar”, reconheceu, mas “acho que o produto é bom, daí terem muitas portas abertas no mercado de trabalho”. Do ponto de vista dos estágios, que são obrigatórios, também “os nossos alunos estagiam nas melhores instituições e, depois têm uma grande facilidade de evolução para as chefias intermédias e direção de cadeias hoteleiras no estrangeiro”.

 

“Temos o nosso PRR a funcionar, com várias parcerias, em que vamos tentando também suprir necessidades do mercado nas áreas de alimentos e bebidas, de eventos, da hotelaria, do turismo cultural, bem como uma nova pós-graduação nessa área, subsidiada pelo PRR”

 

Fuga de talentos… como colmatar!
Igualmente, como formador, como é que vê essa questão da escassez de mão de obra e de retenção de talentos. Como é que esta situação pode ser resolvida? O docente considera que “a imigração tem-nos ajudado, principalmente na restauração e hotelaria, mas precisamos de dar formação a essas pessoas, porque corremos o risco de perder a qualidade e excelência que caracteriza o destino Portugal”.

Adiantou que “não compete diretamente à ESHTE dar essa formação média, não é a nossa praia, uma vez que nós temos de dar as competências de um licenciado ou de um mestre, mas fazemo-la quando nos pedem, no âmbito dos projetos aplicados que já referi”.

Pedro Moita avança que essa formação aos migrantes não deve ser só técnica, mas do próprio português, bem como na área de atendimento e acolhimento, fatores que muitas vezes divergem dos nossos porque são culturas distintas.

“Em termos de ensino superior, a fuga de talentos é preocupante. As chefias intermédias e os diretores começam a ser bem valorizados, mas depois, eles próprios, também não implementam políticas corretas em relação aos seus subordinados, e isto não dá muita estabilidade a estes jovens que, como é óbvio, não saem das universidades diretamente para diretores gerais”, confidenciou, sem esquecer de mencionar que, por exemplo, “se formos ver os RevPars e os ADRs da hotelaria, têm subido de forma exponencial nos últimos anos, e as taxas de ocupação são boas, não se percebe muito bem que não se consiga conquistar estas pessoas”.

A ESHTS também tem tido um papel importante a nível internacional. O docente revela que “temos muitas parcerias, os nossos cursos são todos certificados pela ONU Turismo, bem como vários projetos com instituições de ensino superior estrangeiras, muitos alunos a fazer Erasmus no exterior ou a estagiarem lá fora em muitas unidades hoteleiras, ou seja, cerca de 20% dos nossos alunos fazem estágio internacional”.

Mas, continuou: “Onde ainda não estamos como queríamos é na captação de alunos internacionais, porque, neste momento, arranjar casa no Estoril ou em Cascais, é muito difícil, e daí termos vários candidatos que depois acabam por desistir, aliás, também alunos nacionais de outros pontos do país, pois muitos referem que não conseguem o alojamento, e a ESHTE não dispõe nas suas instalações”.

Refira-se que na base da criação do ESHTE, que foi no âmbito do Inftur e do Ministério da Economia, o Turismo de Portugal é o dono dessas instalações e isso “limitou-nos no nosso PRR. O nosso PRR só pode ser formativo, enquanto outras faculdades, como a Nova, conseguiram investir em alojamento para alunos, nós não porque não somos os donos”. Mesmo assim, “temos um projeto de novas instalações para sermos os proprietários”.

Na opinião de Pedro Moita, “o PRR foi um bom projeto de alojamento estudantil, e que abriu muitas hipóteses às faculdades, mas nós não nos podemos candidatar por aí, o que é pena porque somos a única instituição de ensino superior 100% dedicada a turismo e todos os nossos professores se preocupam por turismo, querem ser sempre um pouco especialistas, vão aos fóruns e investigam esta área, porque nós só temos cursos e formação para turismo, mas paralelamente não conseguimos responder a uma necessidade que temos, que é de construir alojamento próprio para os nossos alunos”, concluiu.

Sobre o autorCarolina Morgado

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Turismo

Grupo Pestana lidera como empresa mais responsável ESG no setor do turismo

O Merco publicou, recentemente, o ranking das 100 empresas mais responsáveis em matéria de ESG, em Portugal. Entre a centena de empresas no ranking, há três ligadas ao turismo: Pestana, Vila Galé e TAP.

Publituris

O Merco, monitor de referência em Portugal, Espanha e América Latina, publicou, recentemente, o ranking das 100 empresas mais responsáveis em matéria de ESG. Este ranking avalia as empresas que, em 2024, melhor cumpriram com os fatores ambientais, sociais e de governança corporativa, dando origem a uma lista geral e outras três específicas, para cada um dos pilares ESG (Ambiental, Social, Governança).

No setor do turismo, o Pestana Hotel Group (PHG) é o primeiro a aparecer na 15.ª posição, fruto de uma subida de seis posições face ao anterior ranking em que ocupava o 21.º lugar.

Mas há outros players do setor do turismo que aparecem neste ranking. Na 85.ª posição está o grupo Vila Galé e no 90.º lugar aparece a TAP.

Na elaboração do Merco Responsabilidade ESG Portugal 2024, participaram 258 executivos de grandes empresas, 28 especialistas em RSC, 47 analistas financeiros, 50 jornalistas de economia e sociedade, 30 membros do Governo, 37 responsáveis de ONG sociais e ambientais, 40 dirigentes sindicais, 38 líderes de associações de consumidores, 37 Social Media Managers e 800 cidadãos (Merco Sociedade).

No que diz respeito às subclassificações ESG (Ambiental, Social, Governança), no “E” de “Environment” – Ambiente, o grupo Pestana aparece em 13.º lugar, sendo o único a aparecer neste ranking de 50 empresas, surgindo novamente na 13.ª posição quando analisada a subclassificação “Social” e em 22.º no que toca à Governança”.

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Turismo

“É importante equilibrar os fluxos turísticos entre regiões e melhorar as infraestruturas de transporte”, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal 

Terminado 2024 e iniciado 2025, é tempo de fazer balanços e “tentar” prever o que será um novo ano. O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, afirma que, em 2024, “consolidámos a posição de Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos a nível internacional”. Para 2025, antevendo “mais um ano de crescimento no turismo”, os principais desafios para o setor do turismo, a nível global, estão centrados na “sustentabilidade ambiental”, enquanto a nível nacional incluem a “mobilidade e a coesão territorial”.

Victor Jorge

Na opinião do presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, 2024 foi um ano de consolidação da posição de Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos a nível internacional, embora reconheça que “há sempre mais a fazer”. Além da sustentabilidade ambiental, Carlos Abade aponta ainda a mobilidade e a coesão territorial como principais desafios para o ano que agora começa. Certo é que “Portugal está a posicionar-se como um destino de excelência” e que, em breve, se conhecerá a nova Estratégia 2035.

Que balanço faz do ano 2024 e o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano que terminou?
O setor do turismo, é um setor dinâmico, onde a melhoria contínua é essencial para manter a competitividade e responder às novas exigências dos mercados e dos visitantes.

Em 2024, o Turismo de Portugal reforçou o compromisso com áreas prioritárias, mas há sempre mais a fazer. A valorização da formação turística é um exemplo claro disso: temos de continuar a capacitar os nossos profissionais, proporcionando-lhes ferramentas para oferecer um serviço de excelência e adaptado às novas tendências. Formação, sempre mais e melhor, é fundamental para garantir que Portugal continua a liderar enquanto destino de referência.

A transição digital no setor do turismo também é uma prioridade que exige atenção constante. A integração de tecnologia na experiência do visitante, na gestão das operações e na promoção do destino é uma jornada em curso, que tem o potencial de nos posicionar ainda melhor no cenário global.

Por fim, a sustentabilidade ambiental é um compromisso que atravessa todas as nossas ações. É um processo contínuo, que exige trabalho contínuo para equilibrar o crescimento do setor com a preservação do nosso património natural e cultural. É uma jornada para os próximos anos, mas estamos determinados a fazer a diferença.

Portanto, o que faltou concretizar não é um ponto final, mas sim uma lembrança de que há sempre mais para melhorar e inovar, com os olhos postos num futuro cada vez mais sustentável e inclusivo, com o qual o Turismo de Portugal está comprometido.

O que destacaria neste ano de 2024 no setor do turismo em termos de posicionamento de Portugal a nível internacional?
Em 2024, consolidámos a posição de Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos a nível internacional, continuando a demonstrar a nossa capacidade de atrair visitantes de diferentes geografias. O foco do Turismo de Portugal esteve em diversificar tanto os produtos turísticos como os mercados emissores, reforçando a nossa oferta com experiências únicas como são os casos do Enoturismo, do turismo desportivo, do turismo literário e muitos outros.

Portugal foi ainda distinguido com importantes prémios internacionais, como o caso do Melhor destino de Golfe, Praia e Enoturismo do mundo. Estes prémios reconhecem a qualidade do nosso destino, a hospitalidade portuguesa e o compromisso com a sustentabilidade, reforçando o trabalho do Turismo de Portugal e reafirmando Portugal como uma referência no turismo global.

Como antevê o ano de 2025 em termos económicos e turísticos?
O ano de 2025 será mais um ano de crescimento no turismo, apesar dos desafios que seguramente vão existir, como existem todos anos.

Face às incertezas, os dados económicos apontam para que 2025 seja um ano de crescimento, o que também se refletirá no setor turístico.

Quais os principais desafios para o setor do turismo em 2025 a nível global e, particularmente, a nível nacional?
Os principais desafios para o setor do turismo em 2025, a nível global, estão centrados na sustentabilidade ambiental. As mudanças climáticas e a necessidade de reduzir o impacto ambiental do turismo são questões prementes que exigem ações coordenadas a nível global. A transição para práticas mais sustentáveis, tanto em termos de gestão de resíduos como de energias renováveis, será essencial para garantir que o crescimento do setor não prejudique o meio ambiente e as comunidades locais.

A nível nacional, os principais desafios incluem a mobilidade e a coesão territorial. Apesar de Portugal se destacar como destino turístico, é importante equilibrar os fluxos turísticos entre regiões e melhorar as infraestruturas de transporte. O objetivo é contribuir para que o crescimento do turismo possa beneficiar de forma equitativa todas as regiões, todos os territórios. Refiro estes aspetos porque foram alguns dos que foram discutidos nas sete sessões já promovidas pelo Turismo de Portugal e que reuniram contributos para a concretização da Estratégia do Turismo em Portugal para a próxima década, 2025-2035.

Que acontecimentos poderão impactar ou ter mais influência (positiva e/ou negativa) na performance do turismo em Portugal?
No contexto volátil em que nos inserimos, programas estratégicos que o Turismo de Portugal tem vindo a implementar assumem um papel essencial e que influenciam diretamente na indústria do turismo. O PET 360, por exemplo, promove a transição ecológica e digital no setor, apoiando empresas turísticas na redução de emissões e na adoção de práticas mais sustentáveis. Outro programa de destaque é o Revive, que requalifica património histórico, gerando novas experiências turísticas de qualidade e aumentando o valor cultural associado ao destino.

As diversas linhas de apoio ao turismo têm permitido incentivar projetos que fortalecem a coesão territorial e a diversificação da oferta, contribuindo para o desenvolvimento equilibrado de todas as regiões. Estas iniciativas ajudam a equilibrar os fluxos turísticos, promovendo regiões menos exploradas e garantindo que os benefícios do turismo se espalhem por todo o país.

Com uma estratégia clara e integrada, Portugal está a posicionar-se como um destino de excelência, bem como um exemplo de sustentabilidade e inovação no setor turístico global. Estes esforços são essenciais para enfrentar os desafios futuros e consolidar a reputação do país como um dos principais destinos mundiais.

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Turismo

Nova Edição: O que foi 2024 e o que será 2025

A primeira edição do jornal Publituris do ano faz um extenso balanço de 2024 e perspectiva 2025 com a colaboração de diversos profissionais do setor do turismo em Portugal. Além disso, viajámos até Huelva e Maria Valcarce, diretora da FITUR, fala sobre o que esperar da 45.ª edição da feira que realiza de 22 a 26 de janeiro, em Madrid.

Publituris

Embora ainda não sejam conhecidos os dados oficiais finais, as perspectivas apontam para que 2024 termine com os objetivos da “Estratégia 2027” alcançados e (mais) um ano de novos recordes.

Certo é que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao mês de novembro, colocam o turismo português com 29.733.143 hóspedes e 76.143.476 de dormidas. Ou seja, caso se alcancem, em dezembro de 2024, os números de igual mês de 2023, o turismo, em Portugal, terminará o ano com mais de 31 milhões de hóspedes e ultrapassar-se-á as 80 milhões de dormidas.

Assim, 2025 conhecerá uma nova definição da estratégia para o turismo em Portugal.

Os/As profissionais do setor ouvidos pelo Publituris para este “Balanço 2024 e Perspectivas 2025” apontam o bom ano que a atividade turística teve no nosso país, reconhecendo que os desafios permanecem, mantendo-se otimistas quanto ao ano que agora se inicia, apesar de alguns fatores externos que podem vir a impactar o turismo em Portugal.

Ouvidos foram Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal; Francisco Calheiros, presidente da CTP; Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT; Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP; António Marques Vidal, presidente da APECATE; Berta Cabral, secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores; José Santos, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo; André Gomes, presidente do Turismo do Algarve; Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo do Centro; Carla Salsinha, presidente do Turismo de Lisboa; Eduardo Jesus, secretário Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira; Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte; Jorge Costa, presidente do IPDT; Vasco Pinheiro, CEO da Go4Travel; Jon Arriaga, presidente da DITGéstion; Ricardo Teles, diretor Operacional da Bestravel; Paulo Mendes, diretor de Contratação e Produto do Grupo GEA; Luís Henriques, que respondeu ainda como diretor-geral da Airmet; Adriano Portugal, diretor-geral do Mercado das Viagens; Paulo Geisler, presidente da RENA; Nikos Mertzanidis, diretor para os Assuntos Governamentais e Europeus da CLIA; Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC; TAP Air Portugal; José Lopes, country manager da easyJet para Portugal; David Quito, country manager da Emirates em Portugal; Laurent Perrier, diretor-geral da Air France-KLM para Espanha e Portugal; Nicolas Henin, Chief Commercial Officer da Transavia France; Matteo Curcio, Vice-Presidente sénior para a região EMEAI da Delta Air Lines; Eduardo Cabrita, diretor-geral da MSC Cruzeiros Portugal; Francisco Teixeira, diretor-geral da Melair Cruzeiros; Jorge Serrano, diretor Comercial da Costa Cruzeiros para Espanha e Portugal; Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal; e Isabel Martinez, Head of Country em Portugal, Iberia Deputy Manager Director e Iberia Commercial Director da Europcar.

Ainda em 2024 e depois da realização do 49.º Congresso da APAVT, o jornal Publituris foi convidado para se juntar a uma famtrip pela província de Huelva que, por estar mesmo juntinha ao Algarve, passa muitas vezes despercebida. No entanto, tem muito para oferecer em termos turísticos. A viagem foi curta, durou apenas três dias, no entanto, tanto os agentes de viagens como os jornalistas que aceitaram o convite do Turismo da Província de Huelva, com o apoio da APAVT, ficaram surpreendidos com a diversidade das propostas.

Antes do arranque da 45.ª edição da FITUR, que se realiza de 22 a 26 de janeiro, em Madrid, o Publituris conversou com Maria Valcarce, diretora da Feira, que admitiu que “o setor do turismo está a passar por uma transformação e qualquer mudança é uma oportunidade para crescer e inovar”. Por isso, além de salientar que a feira “tem um papel fundamental na definição do futuro da indústria global de viagens e turismo”, o objetivo da FITUR é “dar algumas respostas”.

Além do “Check-in”, as opiniões desta edição pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Ricardo Bonacho (Faculdade de Ciências Sociais e Tecnologia da Universidade Europeia), Sílvia Dias (Savoy Signature) e João Ferreira da Silva (cleanup).

Leia a edição completa aqui.

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Turismo

E as 10 mais lidas de 2024 foram?

Terminado mais um ano, recordamos as 10 notícias mais lidas no site do Publituris em 2024.

Publituris

Muitas foram as notícias publicadas ao longo de 2024 em www.publituris.pt. Recordamos as 10 mais lidas.

1 – Conheça os vencedores dos Publituris Portugal Travel Awards 2024
No dia 4 de julho, o Publituris entregou os prémios aos 23 vencedores dos Portugal Travel Awards 2024.

Recorde os 23 vencedores da 19.ª edição:
Melhor Companhia de Aviação – TAP Air Portugal
Melhor Companhia de Aviação Lowcost – easyJet
Melhor Rent-a-Car – Europcar
Melhor Operador Turístico – Solférias
Melhor Rede de Agências de Viagens – Agência Abreu
Melhor Companhia de Cruzeiros – MSC Cruzeiros
Melhor Cadeia Hoteleira – Vila Galé Hotéis
Melhor Hotel Cinco Estrelas – Torel Avantagarde
Melhor Hotel Quatro Estrelas – Octant Hotels Furnas
Melhor Hotel Resort – Monchique Resort & Spa
Melhor Boutique Hotel – Pestana Fisherman
Melhor Hotel de Cidade – Montebelo Vista Alegre Lisboa Chiado Hotel
Melhor Hotel MICE – Meliá Ria Hotel & Spa
Melhor Hotel de Praia – EPIC Sana Algarve Hotel
Melhor Turismo Rural – Herdade da Matinha
Melhor Enoturismo – Torre de Palma Wine Hotel
Melhor Campo de Golfe – Oitavos Dunes – Cascais
Melhor Parque Temático e Diversões – Zoomarine
Melhor Empresa de Animação Turística – Picos de Aventura
Melhor Marina – Marina de Vilamoura
Melhor Destino Internacional – Dubai
Melhor Região de Turismo Nacional – Açores
Prémio “Belmiro Santos” – Raul Martins (*atribuído diretamente pela redação do Publituris)

A notícia completa está em: https://www.publituris.pt/2024/07/05/conheca-os-vencedores-dos-publituris-portugal-travel-awards-2024

2 – MSC Cruzeiros vai ter 19 cruzeiros com partida e chegada a Lisboa no verão 2025
A 5 de setembro de 2024 o Publituris dava conta que a MSC Cruzeiros iria disponibilizar 19 partidas e chegadas à capital portuguesa, entre final de abril e novembro de 2025, além de dois mini-cruzeiros entre Lisboa e Génova, a bordo do MSC Musica.

Recorde a notícia em: https://www.publituris.pt/2024/09/05/msc-cruzeiros-vai-ter-18-cruzeiros-com-partida-e-chegada-a-lisboa-no-verao-2025

3 – APAVT está fora da BTL 2025. “Não vejo como poderemos regressar”, afirma presidente da associação
Em julho, confirmava-se a não participação da Associação Portuguesa da Agências de Viagens e Turismo (APAVT) na Bolsa de Turismo de Lisboa – BTL 2025. Na altura, o presidente da associação, Pedro Costa Ferreira, salientava que “as condições financeiras que a BTL nos exigiu não permitem a continuidade da nossa presença”.

Na BTL 2024, o stand da APAVT foi o maior espaço privado, com uma área de 1.200 metros quadrados, contando com a presença de 80 expositores, incluindo nove operadores turísticos, 60 agências de viagens, duas empresas de rent-a-car, companhias aéreas e DMC.

Releia a notícia em: https://www.publituris.pt/2024/07/10/apavt-esta-fora-da-btl-2025

4 – Copenhaga está a oferecer recompensas aos turistas por atividades ecologicamente sustentáveis
Em julho, os turistas que visitaram Copenhaga tiveram a oportunidade de ganhar recompensas nas atrações da cidade, que iam de um almoço, um passeio de caiaque ou até mesmo uma entrada grátis num museu. Tudo o que precisavam de fazer era, por exemplo, andar de bicicleta em vez de carro, ajudar a manter a cidade limpa, trabalhar num jardim urbano ou comprometer-se com um comportamento sustentável.

A notícia completa está em: https://www.publituris.pt/2024/07/25/copenhaga-esta-a-oferecer-recompensas-aos-turistas-por-atividades-ecologicamente-sustentaveis

5 – Ryanair abre quarta base em Marrocos com rotas para Lisboa e Porto
A nova base da Ryanair em Tanger, Marrocos, da Ryanair foi notícia a 9 de julho. A quarta base da companhia aérea low cost naquele país do Norte de África, contaria com duas aeronaves baseadas e um total de 25 rotas, incluindo 13 novas ligações aéreas, uma das quais para Lisboa e outra para o Porto.

Recorde a notícia em: https://www.publituris.pt/2024/07/09/ryanair-abre-quarta-base-em-marrocos

6 – Portugal soma 19 prémios nos World Travel Awards
Depois de ter recebido os “World Golf Awards”, tendo Portugal sido eleito como “Melhor Destino de Golfe do Mundo”, o Funchal voltou a ser palco para a 31.ª edição dos “World Travel Awards”, de onde Portugal saiu com 19 prémios.

Os vencedores portugueses dos World Travel Awards 2024 foram:
World’s Leading Adventure Tourism Destination 2024: Açores
World’s Leading Adventure Tourist Attraction 2024: Passadiços do Paiva (Arouca UNESCO Global Geopark)
World’s Leading Airline to Africa 2024: TAP Air Portugal
World’s Leading Airline to South America 2024: TAP Air Portugal
World’s Leading Beach Destination 2024: Algarve
World’s Leading Boutique Hotel Operator 2024: Amazing Evolution
World’s Leading City Break Destination 2024: Lisboa
World’s Leading Classic Hotel 2024: Olissippo Lapa Palace Hotel
World’s Leading Emerging Tourism Destination 2024: Braga
World’s Leading Golf & Villa Resort 2024: Dunas Douradas Beach Club
World’s Leading Island Destination 2024: Madeira
World’s Leading Landmark Hotel 2024: Bairro Alto Hotel
World’s Leading Luxury Boutique Hotel 2024: The Reserve
World’s Leading Luxury Hotel 2024: Savoy Palace
World’s Leading Retreat 2024: Saccharum
World’s Leading Seaside Metropolitan Destination 2024: Porto
World’s Responsible Tourism Award 2024: Dark Sky Alqueva
World’s Leading Conservation Company 2024: Parques de Sintra – Monte da Lua

A notícia está em: https://www.publituris.pt/2024/11/25/portugal-soma-19-premios-nos-world-travel-awards

7 – McKinsey & Company indica as cinco principais tendências do setor turístico e hoteleiro
Em julho, o estudo “The state of tourism and hospitality 2024”, da McKinsey & Company, apontava cinco tendências chave que iriam a marcar o setor turístico e hoteleiro.

O aumento da procura por viagens, novos mercados de origem, o desejo de experiências únicas, o crescimento do turismo de luxo e a necessidade de adaptar os destinos turísticos para satisfazer as expectativas dos turistas marcavam as tendências do setor.

Recorde a notícia completa em: https://www.publituris.pt/2024/07/26/mckinsey-company-indica-as-cinco-principais-tendencias-do-setor-turistico-e-hoteleiro

8 – Emirates volta a recrutar em Portugal no arranque de 2024
Logo no início de 2024, a Emirates voltava a promover os seus “Open Days” em Portugal com ações de recrutamento de tripulantes de cabine em Lisboa, Faro, Porto, Coimbra e Braga.

A notícia está em: https://www.publituris.pt/2024/01/04/emirates-volta-a-recrutar-em-portugal-no-arranque-de-2024

9 – Ryanair não reabre base de Ponta Delgada no verão
A Ryanair aparece novamente neste Top 10 das notícias mais lidas, em 2024. Desta feita, Michael O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, afirmava, em conferência de imprensa em Lisboa, que devido à subida de 9% nas taxas aeroportuárias, a companhia aérea não iria reabrir a base de Ponta Delgada, Açores, no verão.

Questionado pelo Publituris, o responsável da Ryanair respondeu: “Os custos em Ponta Delgada cresceram 9%. Porque haveria de reabrir a base se tenho outros aeroportos na Europa com custos mais baixos?”.

Releia a notícia em: https://www.publituris.pt/2024/02/07/ryanair-nao-reabre-base-de-ponta-delgada-no-verao

10 – Pedro Machado é o novo secretário de Estado do Turismo
Após as eleições legislativas de 10 de março, que determinaram a vitória da AD (coligação entre o PSD e o CDS-PP), Pedro Machado assumia a Secretaria de Estado do Turismo do XXIV Governo de Portugal.

A notícia foi publicada a 4 de abril: https://www.publituris.pt/2024/04/04/pedro-machado-e-o-novo-secretario-de-estado-do-turismo

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Turismo

Estamos de regresso em 2025

Com a quadra festiva, também as equipas do jornal Publituris e da revista Publituris Hotelaria resolveram dar uma ajuda ao setor do turismo. Assim, regressamos em 2025.

Publituris

Com a quadra festiva, também as equipas do jornal Publituris e da revista Publituris Hotelaria resolveram dar uma ajuda ao setor do turismo e decidimos ir de férias.

Assim, de 23 de dezembro de 2024 a 2 de janeiro de 2025 não haverá atualização de ambos os websites nem newsletters.

Para recordar o que fizemos ao longo deste ano, relembre as capas do Publituris de 2024.

Desejamos a todos os nossos leitores/todas as nossas leitoras, parceiros, anunciantes, profissionais do turismo, um Feliz Natal e um Excelente Fim de Ano e que 2025 seja preenchido com magníficas viagens, bem como com ótimos negócios.

Voltamos em 2025. Até lá, fique bem e viaje!

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Turismo

Turismo de Portugal, AIMA e CTP querem ser referência internacional no acolhimento de imigrantes no turismo

Turismo de Portugal, AIMA e CTP apresentaram um programa que pretende preparar a comunidade imigrante para uma melhor integração no setor do turismo.

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Turismo de Portugal, Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apresentaram, no Centro Cultural de Belém, apresentaram um novo programa que pretende contribuir para a melhoria das condições de integração dos migrantes e beneficiários de proteção internacional e prepará-los para uma integração no setor do turismo, posicionando Portugal como uma referência internacional no acolhimento destes públicos.

Com um nome bastante comprido – “Programa de Formação e Integração de Migrantes e Beneficiários de Proteção Internacional no Setor do Turismo” – o novo projeto vai envolver mil formandos, durante quatro meses e será ministrado na Rede de Escolas de Hotelaria e Turismo do Turismo de Portugal, incluindo um mês de estágio em empresas parceiras, com as inscrições a iniciarem-se já esta quinta-feira, 19 de dezembro.

O programa representa um investimento do Turismo de Portugal de 2,5 milhões de euros e disponibiliza apoio personalizado aos formandos, bolsa de formação, subsídio de transporte e alimentação.

A formação visa desenvolver competências profissionais que habilitem a trabalhar em empresas do turismo, nomeadamente de hotelaria e restauração, através de metodologias de formação prática de learning by doing, incluindo formação nas áreas da comunicação, línguas e cultura portuguesa.

Este programa de inserção no mercado de trabalho vai ser desenvolvido em cooperação com as associações empresariais, de forma a assegurar a realização de estágios remunerados e/ou de contratos de 1.º emprego. Desta forma, a iniciativa visa também contribuir para a responsabilidade social das empresas do turismo e o desenvolvimento da multiculturalidade da força de trabalho reforçando o contributo do setor na construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva.

Carlos Abade, Presidente do Turismo de Portugal, destaca que “a formação contínua, proporcionada pela Rede de Escolas do Turismo de Portugal é, sem dúvida, um contributo significativo para a coesão social e para o fortalecimento de uma força de trabalho mais diversificada e igualmente qualificada, essencial para a sustentabilidade e competitividade do setor do turismo.”

Já Pedro Portugal Gaspar, presidente da AIMA, salienta, por outro lado, que “este Protocolo tem um duplo impacto na sociedade portuguesa, uma vez que promove a integração dos migrantes e de beneficiários de proteção internacional, capacitando-os para exercer atividade profissional no setor do turismo, e que potencia o desenvolvimento sustentado da economia nacional e a descentralização.”

Por fim, Francisco Calheiros, presidente da CTP, sublinha que a Confederação tem “defendido políticas de inclusão para os migrantes que procuram o nosso país para trabalhar e nelas estão naturalmente incluídas a formação e qualificação dos cidadãos. O turismo, setor estratégico da nossa economia com elevada necessidade de mão de obra, tem de apostar na capacitação destes migrantes, de forma a promover a sua integração plena e, simultaneamente, assegurar a oferta e a qualidade que têm permitido o crescimento sustentável da atividade turística.”

De referir que, para terem condições de se candidatar ao programa, os migrantes e beneficiários de proteção internacional têm de ter a sua situação regularizada, ser maior de idade e ter residência habitual em Portugal.

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Uma reflexão sobre o “Turismo em 50 Anos de Democracia”

Com a colaboração de 50 personalidades nacionais ligadas ao turismo, António Abrantes, ex-secretário-geral da Confederação do Turismo de Portugal e professor em cursos superiores de turismo, aborda o desenvolvimento do setor no último meio século, bem como os atores que mais contribuíram para esse feito.

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No ano em que se comemoram os primeiros 50 anos de Democracia, a editora PACTOR apresenta o livro “Turismo em 50 Anos de Democracia”, de António Abrantes, ex-secretário-geral da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e professor em cursos superiores de turismo, com o prefácio de António Barreto, cientista social, político e cronista português, e com selo da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 Abril.

Se o 25 de abril de 1974 trouxe a Liberdade para todos os portugueses, com ela a sociedade portuguesa abriu-se ao exterior, o que permitiu o desenvolvimento do Turismo enquanto atividade económica. Ao longo dos últimos 50 anos foram vários os sucessos e insucessos, foram vários os impactos, positivos e negativos.

É assim que surge esta obra, apresentando o percurso do setor do Turismo em Portugal, na sua dimensão macroeconómica, no desempenho dos seus principais ramos e na sua evolução, destacando a sua relevância para o desenvolvimento do país, sociedade e economia, e visão de futuro.

António Barreto escreve isso mesmo no prefácio onde se pode ler que “o Turismo foi certamente uma das atividades que mais contribuiu para a modernização da sociedade. A chegada de milhões de pessoas, que se deslocam agora em todo o país e não apenas nas zonas tradicionais do litoral, alterou em profundidade os hábitos e os costumes das populações. Os contactos internacionais com outras culturas aumentaram exponencialmente, com a qualidade ou a vantagem de serem relações diretas e pessoais.”

Com o contributo de mais de 50 personalidades portuguesas de renome associadas ao desenvolvimento do setor, como Licínio Cunha ex-secretário de Estado do Turismo nos IV, V, X e XI Governos Constitucionais, Carlos Abade, presidente do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, e Cláudia Monteiro de Aguiar, secretária de Estado das Pescas, cada uma delas partilha a sua reflexão pessoal sobre um tema específico.

Dirigido a profissionais, estudantes, investigadores e ao público em geral, este livro oferece uma visão abrangente sobre o impacto crescente do Turismo nas atividades da sociedade, na economia e na cultura. Ao mesmo tempo, explora como o setor depende da política, das autoridades e das comunidades locais.

“O Turismo é uma atividade com alma. No nosso país, por mais. Ela sente-se em todos os que a tocam. É relação entre pessoas que transportam intimamente sonhos de fraternidade, proporcionada por um território diversificado, por uma cultura que acolhe, uma organização institucional que estrutura, uma economia própria que desenvolve e uma sociedade que bem recebe”, escreve António Abrantes na obra que agora publica.

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Turismo

“Território Nacional” é o tema para o novo passaporte

O Governo vai lançar um concurso aberto aos cidadãos para a concretização da imagem do novo Passaporte Eletrónico Português (PEP) subordinado ao tem “Território Nacional”.

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O Governo anunciou, recentemente, o lançamento de um concurso aberto aos cidadãos para a criação da imagem do novo Passaporte Eletrónico Português (PEP), com o tema “Território Nacional”. O objetivo é dar destaque ao melhor do território português, celebrando os seus pontos geográficos de referência e promovendo “um símbolo que reflete a nossa identidade”.

O concurso envolverá a conceção do design do passaporte, da página biográfica e das páginas de visto centrais, e o vencedor receberá um prémio de 5.000 euros.

Tal como já tinha sido anunciado, o novo PEP terá uma validade de 10 anos, em vez dos atuais cinco, e deverá começar a ser entregue aos cidadãos no primeiro semestre de 2026.

“O Governo escolheu o tema visual ‘Território Nacional’ como o mote do novo Passaporte Eletrónico Português para os próximos dez anos. O objetivo é dar maior destaque ao melhor do território nacional, lembrando aos portugueses os pontos geográficos de referência do nosso país”, refere o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros.

Além da alteração na validade do PEP, também serão reforçados os “elementos de segurança que constam no atual passaporte”, indicando-se a utilização de tintas oticamente variáveis, tintas invisíveis, entre outros.

“O novo documento irá cumprir integralmente as recomendações da ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) quanto à conceção e produção de um documento de segurança eletrónico de viagem, designadamente ao nível dos materiais, da impressão de segurança, da utilização de técnicas de proteção anticópia e da segurança digital, acabamento e personalização”, assegura o Governo.

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Turismo da ONU lança desafio global de Inteligência Artificial

A ONU Turismo procura start-ups e scale-ups que estejam a revolucionar o setor do turismo através de soluções de ponta.

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O Desafio Global de Inteligência Artificial apoiará projetos que estejam a tirar partido das tecnologias digitais para melhorar o turismo, promover a sustentabilidade e impulsionar o crescimento económico. Os participantes são encorajados a abordar a transformação digital, a sustentabilidade, a inclusão e a governação digital em áreas-chave, incluindo branding e marketing; destinos inteligentes e tecnologias profundas; soluções educativas escaláveis; e eficiência nas operações. Através destas categorias, a iniciativa procura promover a inovação que aumenta a atratividade dos destinos, otimiza a gestão dos recursos e cria experiências turísticas inteligentes e com impacto.

A este respeito, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, afirma que “a inovação é um fator-chave para o futuro do turismo. Este desafio constitui uma oportunidade única para as mentes criativas contribuírem para o crescimento sustentável e inclusivo do sector do turismo. Estamos ansiosos por ver as soluções inovadoras que irão surgir desta iniciativa global.”

Este desafio é uma oportunidade única para as mentes criativas contribuírem para o crescimento sustentável e inclusivo do sector do turismo

A diretora-executiva do Turismo da ONU, Natalia Bayona, salienta ainda que “as estimativas apontam para que a IA acrescente 15,7 a 19,9 biliões de dólares à economia global até 2030, sendo que só a IA generativa acrescentará 2,6 a 4,4 biliões de dólares por ano. Este é um poder transformador – a IA é o futuro do turismo. O futuro do turismo está aqui, e é inteligente, eficiente e sustentável”.

O desafio conta com o apoio de grandes parceiros, incluindo; SPARK, o Hub de Inovação de Les Roches do grupo Sommet Education, bem como Unicoin, a criptomoeda oficial do Unicorn Hunters e Amadeus e seu Venture Capital para empresas de tecnologia.

Elegibilidade e processo de candidatura
O desafio está aberto a indivíduos, equipas e empresas de todo o mundo. Os candidatos devem apresentar uma proposta pormenorizada que descreva a sua solução inovadora, o seu potencial impacto no sector do turismo e um plano de implementação. As propostas serão avaliadas com base na criatividade, viabilidade e escalabilidade. Os candidatos podem candidatar-se até 31 de março de 2025. Os finalistas terão a oportunidade de apresentar as suas propostas no Dia de Demonstração do Turismo da ONU: o UN Tourism Tech Adventures, até ao final de 2025.

Os vencedores obterão apoio para desenvolver e implementar os seus projetos, recebendo orientação de especialistas do sector e líderes em inovação digital através de uma incubação de dois meses na esfera de inovação SPARK. Além disso, terão a oportunidade de apresentar os seus projetos em eventos e conferências internacionais de turismo, reforçando a sua visibilidade global, e terão acesso a uma vasta rede de profissionais do turismo e potenciais investidores.

Os participantes interessados no desafio podem encontrar mais informações, explorar benefícios adicionais e apresentar as suas candidaturas através do website oficial do desafio.

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