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“É importante a TAP correr bem para a P2D ter sucesso em Portugal”

Depois de ter recebido um investimento de quatro milhões de dólares, Antonoaldo Neves, fundador e CEO da P2D Travel, vê Portugal – e os portugueses – como ponta(s) de lança para a expansão europeia da operação. 

Victor Jorge
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“É importante a TAP correr bem para a P2D ter sucesso em Portugal”

Depois de ter recebido um investimento de quatro milhões de dólares, Antonoaldo Neves, fundador e CEO da P2D Travel, vê Portugal – e os portugueses – como ponta(s) de lança para a expansão europeia da operação. 

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Depois da saída da TAP, em setembro de 2020, Antonoaldo Neves continuou a apostar no setor do turismo e das viagens. Contudo, noutra vertente. Apostou na tecnologia e está, hoje, no mercado com o que diz ser o “Shopify” das viagens. Em entrevista ao Publituris falou ainda de “velhos conhecidos”: TAP e aeroporto.

A P2D Travel iniciou atividade há relativamente pouco tempo e anunciou um investimento por parte da Point Brake Capital no valor de 4 milhões de dólares, investimento esse que, segundo a própria P2D Travel, acelerará o crescimento no Brasil e Portugal, abrindo portas para uma expansão mais internacional. Sem esse investimento por parte do fundo norte-americano essa expansão seria possível neste momento?
Sim, seria. Os sócios fundadores tinham capacidade para continuar com o crescimento da empresa, independentemente do investimento do fundo norte-americano. O que o fundo traz são duas coisas: permite acelerar a velocidade de crescimento, já que a questão não é geográfica, bem como uma maior rede de conexões global.

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Quer dizer que os mercados de expansão (Portugal, México e Brasil) previstos não mudam. O que muda é a velocidade dessa expansão?
Exatamente, mas aquilo que crescemos no Brasil também muda. A empresa na verdade, nasceu em Portugal e no Brasil ao mesmo tempo. O que fizemos em Portugal foi esperar um pouco pelo lançamento oficial, porque não tínhamos ainda os hotéis europeus na nossa rede.

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A nível geográfico, iremos para o México, onde iremos lançar oficialmente a operação de venda com a nossa rede de parceiros em janeiro de 2022.

Basta um smartphone
Explique-nos o que é, efetivamente, a P2D Travel e no que se distingue da oferta existente?
A P2D Travel é uma empresa que veio para fazer uma aposta num mercado que ainda não é organizado. Se olhar para os últimos 15 anos, o mercado da venda de viagens viveu uma transformação muito grande, passando de agências físicas para o universo do portal, do marketplace.

Foram criados o Momondo, Expedia, Booking, entre outros, que continuam a ter muito sucesso.

Nós, contudo, acreditamos que, assim como as lojas físicas não deixarão de existir, assim como os portais e marketplaces não vão deixar de existir, nos próximos 10 a 15 anos vai surgir um novo fenómeno da venda de viagens nas redes sociais.

O que nós organizámos, e não existe ninguém a fazer isto atualmente no mundo, e pesquisei muito, é uma plataforma tecnológica para qualquer pessoa que queira vender viagens nas redes sociais possa fazê-lo de forma simples.

A pandemia veio demonstrar que o setor precisa deste push tecnológico ou digital

Portanto, trata-se de proporcionar a venda de viagens nas redes sociais?
Sim, a P2D é uma plataforma tecnológica que possibilita às pessoas que possuam um smartphone vender viagens nas redes sociais. Estamos a pegar em milhares de pessoas que possuem um smartphone, dando-lhe a possibilidade de vender viagens.

A P2D oferece uma plataforma através da qual o parceiro pode vender viagens aos seus contactos, não é a P2D que lhe dá uma carteira de clientes. É o nosso parceiro que tem de explorar a sua própria rede de contactos, ele é que tem de fazer o trabalho de promoção. Nós, P2D disponibilizamos a ferramenta tecnológica para ele fazer isso.

Por isso, sim a P2D Travel é uma plataforma tecnológica para venda de viagens nas redes sociais.

Quando anunciaram o investimento, dizem que criaram a “Shopify” do turismo.
Sim, esse é um grande exemplo. Inspiramo-nos na Uber, mas a meio caminho percebemos que eramos muito mais parecidos com o “Shopify”.

Admitem, também, que foram mais além que o “Shopify”. O que é esse “ir mais além”?
Fomos mais além, especialmente, em dois elementos. Em primeiro lugar, no “Shopify”, precisa de ter um produto. O “Shopify” não lhe dá o produto. Na P2D o negócio já está lá, os produtos já estão lá para serem vendidos. Outro aspeto, é que o marketing na P2D é diferente. Temos uma agência de marketing online dentro da nossa plataforma que permite, de uma forma autónoma, aos nossos parceiros fazerem promoção.

Portugal como ponta de lança europeu
Mas o que é que a P2D traz ou poderá trazer ao mercado português? O seu conhecimento do mercado português foi fundamental para considerar Portugal como um mercado de expansão ou se, estando no Brasil, também teria de estar em Portugal?
A P2D começou em Portugal e Brasil. No início, a visão era começar por Portugal como plataforma para a Europa.

Precisávamos de uma plataforma para fazer crescer, como se diz no Brasil, a fatia do bolo. Não estamos cá para roubar quota de mercado a ninguém. Estamos cá para poder ter mais pessoas a promover e distribuir o turismo. Não dá para lançar uma empresa na Europa para comprar quota de mercado. Isso seria gastar muito dinheiro, construir uma marca, seria muito dispendioso.

Por isso, pensámos em aproveitar as redes existentes para construir verdadeiras redes de redes e vender na Europa inteira. O protagonismo de Portugal nesta empresa é muito grande, já que se trata da porta de entrada para a Europa. Esta é a visão para Portugal, tal como é a visão para o México como porta de entrada para o mercado dos EUA.

Por isso, Portugal não surge como ligação ao Brasil, mas sim como protagonista na Europa.

Referiu que Portugal é a porta de entrada para a Europa. Então já tem outros mercados em vista?
Pensamos que possa ser algo como Itália, França ou Espanha. Mas existe outra abordagem que queremos estudar e que passa por poder utilizar os portugueses que vivem nesses países como embaixadores. Aproveitar os portugueses que vivem em Genebra, Luxemburgo, Paris, Londres para serem os pontas de lança nesses mercados. Falam a língua local, conhecem os hábitos, estão integrados nas comunidades locais.

Temos a possibilidade de dois modelos: entrar diretamente nos mercados ou entrar, utilizando esses pontas de lança de Portugal nesses mercados. Não está decidido, mas será um deles.

E que resposta espera do mercado português?
O mercado português é muito bom para este tipo de plataforma, porque é um mercado onde os portugueses se “viram” como se diz no Brasil, ou seja, os portugueses são muito empreendedores, têm duas ou três atividade e estão sempre à procura de fazer algo mais.

Neste momento, já temos mais de 160 afiliados/parceiros em Portugal. É um número muito bom, proporcionalmente, é maior que o número que temos no Brasil.

Nós fizemos o lançamento oficial, no Brasil, em maio deste ano e em Portugal no mês de agosto. Por isso, para o tamanho do país e para o pouco tempo que temos, é muito.

E globalmente?
Globalmente, contamos com mais de 1.500 afiliados/parceiros.

A P2D Travel tem operação física em Portugal? Quantas pessoas têm cá? Esse número vai aumentar?
Sim, temos operação em Portugal, estamos com seis pessoas a tempo integral. A nossa central de atendimento está em Portugal, em Cascais. Estamos ainda num sistema híbrido, mas estamos a recrutar para a nossa operação em Portugal.

A base do negócio
O formato que assumem é de “social e-commerce para distribuição e vendas de viagens”. Este tipo de plataforma poderá estar mais virada para as gerações mais novas, mais tecnológicas?
Não, isso também me surpreendeu. Temos pessoas de todo o tipo e idades, estamos a atrair pessoas de diversos perfis. A principal ferramenta para venda na plataforma é o Whatsapp. Independentemente do seu grau tecnológico, praticamente todos sabem utilizar o Whatsapp. Os miúdos usam mais o Instagram, a minha geração usa mais o Facebook, mas todos usam o Whatsapp.

Agora, a forma de vender, naturalmente, que é diferente. Uma vez que utilizamos tecnologia ‘omnichannel’, temos os canais adequados. E por incrível que pareça, há gente a vender por telefone e quando digo por telefone, é mesmo pelos aparelhos antigos.

Tivemos o cuidado de desenvolver uma plataforma suficientemente flexível através da qual a nossa intenção não é dizer às pessoas como devem vender. São as próprias pessoas que criam e adaptam a sua forma de venda.

Acredito no poder das redes sociais e que cada pessoa possa construir uma carteira de clientes, 100, 200, 500 ou até mesmo 1.000 clientes, e venda da forma que entender.

A P2D Travel tem é de dar a melhor plataforma possível para que o nosso parceiro possa vender da melhor forma possível. E há gente que vai ter sucesso, tal como vai haver gente que não vai ter sucesso.

A única coisa que não podemos fazer é colocar barreiras artificiais para a entrada de novos parceiros.

E qual o custo de ser parceiro da P2D Travel?
Não tem custo. Zero.

Então como é que a P2D Travel ganha dinheiro?
A P2D Travel divide as comissões com os seus parceiros. As comissões que temos das companhias aéreas, dos hotéis, etc., dividimos ao meio. Daí termos muito volume para pagar os custos fixos. Agora, se o meu parceiro for muito bom e vender mais caro, esse valor adicional fica para ele.

Se o meu parceiro for bom e vender mais caro, a P2D Travel não tem problema com isso. Hoje 35% dos nossos parceiros vendem mais caro do que os outros que vendem ao preço que recomendamos vender.

E o que faz alguém comprar mais caro?

Simples, há gente “tola” como eu, que gasta cinco horas na Internet para conseguir comprar um bilhete 10 euros mais barato. Contudo, existem pessoas mais inteligentes, com a minha mulher, que me diz “não vale a pena”, assumindo que o tempo, essas cinco horas, valem mais do que esses 10 euros.

Então compro a uma pessoa em quem confio, apesar de ser mais caro, mas que me faz poupar tempo.

Na P2D Travel acreditamos que as relações de confiança e a tecnologia transformam as viagens. Ora, se confio naquela pessoa e mesmo que esteja a cobrar mais 5 ou 10 euros, não há problema, já que sei o que estou a comprar e por quanto estou a comprar.

Se, porventura, essa pessoa me estiver a enganar, não lhe compro mais.

E o pagamento é feito a quem, ao parceiro ou à P2D?
A P2D é quem faz todo o processo de cobrança e emissão de fatura para o cliente. Recebemos o pagamento, pagamos aos fornecedores (companhias aéreas ou hotéis) e pagamos ao nosso parceiro, a 15 de cada mês, o valor referente ao mês anterior.

É tudo muito descomplicado, transparente, porque se não for simples e claro, não conseguimos ter uma rede grande e esse é o nosso objetivo.

E numa situação inesperada, a quem é que o cliente, o comprador se pode dirigir ou queixar? Aos parceiros da P2D ou à própria P2D Travel?
Nós temos uma central de atendimento e fazemo-lo em nome do parceiro. Porque, no fundo, o responsável final é sempre a P2D Travel. Se há uma fraude de um bilhete, o parceiro não tem prejuízo. A P2D tem prejuízo. Se existe um problema num hotel às 2 da manhã, o cliente apareceu e há overbooking, é a P2D Travel que resolve.

Porque é a P2D que faz toda a negociação prévia, certo?
Exatamente. O parceiro vende. A negociação é feita por nós. É por isso é que somos tão atrativos para os parceiros, para quem tem experiência e não tem experiência. A nossa mensagem é, não tenha medo, porque estará sempre alguém da P2D Travel para resolver qualquer problema que possa surgir.

Fazer crescer o mercado
É reconhecido que as agências de viagens estão a atravessar tempos muito difíceis. É por esta oferta digital que as dificuldades podem ser ultrapassadas?
Penso que sim. O nosso objetivo é, mais do que concorrer com as agências tradicionais, fazer crescer o mercado.

Agora existe um “exército” de pessoas que antes não promovia viagens. Agora estão a fazê-lo. Desta forma, o setor, como um todo, vai ganhar.

Claro que existe concorrência e isso é normal neste processo, mas também sabemos que as agências tradicionais vão sobreviver e haverá sempre espaço para elas. O que queremos mesmo, é que o setor cresça. Acreditamos que com a diminuição das viagens de negócios, as viagens de lazer vão crescer muito. As pessoas vão ter mais oportunidades de viajar, porque há grande vontade para tal e porque os trabalhos vão ser mais flexíveis, permitindo às pessoas viajar mais.

O que vai acontecer é que a tarifa média vai cair. As pessoas, sendo possível trabalhar a partir de qualquer local, vão voar e viajar mais. Não é por acaso que as companhias aéreas estão a direcionar os seus esforços para o lazer.

Sinto-o otimista?
Sim, estou muito otimista. Se for ver o turismo dentro dos países, a situação não está muito mal. O problema está no turismo internacional. A P2D Travel surgiu durante a pandemia precisamente para aproveitar esse “momentum” que vem aí.

Esta componente digital coloca a P2D Travel em vantagem?
Sim, sem dúvida. A pandemia veio demonstrar que o setor precisa deste ‘push’ tecnológico ou digital. Se pensar bem, o setor do turismo e viagens ainda não aproveitou a grande transformação que aconteceu nas redes sociais nos últimos cinco ou seis anos.

Contudo, aproveitámos muito bem a digitalização que aconteceu há 15 anos. O setor registou um desenvolvimento muito forte nos últimos 10 anos à conta da tecnologia. Mas agora está na hora de inovar de novo.

O setor do turismo e viagens ainda não aproveitou a grande transformação que aconteceu nas redes sociais nos últimos cinco ou seis anos

Mas há 15 anos a oportunidade que surgiu foi a Internet. Atualmente, não basta estar online.
Tem toda a razão. Aproveitou-se a Internet como modelo e realizaram-se atualizações ao longo dos anos, sem haver uma transformação efetiva dos processos para esta nova era digital que é muito diferente de ter um simples site.

Afirmando-se otimista, o que é que, em sua opinião, é preciso acontecer para que esta retoma ocorra o mais rapidamente possível?
O turismo dentro dos países, com os diversos protocolos, vacinas e outras questões de saúde pública, já está encaminhado.

Lembro-me que em junho ou julho de 2020 ninguém sabia se e quando teríamos vacina. Acho que é um milagre o que o ser humano conseguiu fazer em tão pouco tempo. Claro que não está livre de problemas e controvérsias, mas, de facto, o ser humano mostrou ser capaz de enfrentar uma pandemia global de forma positiva, apesar de todos os desafios.

Mas como referiu, o maior problema está nas viagens internacionais, nomeadamente, de longo curso?
Sim e aí acho que é a política que está a atrapalhar. Por exemplo, acho que a política seguida por Portugal é das melhores e que mais sentido fazem.

Por exemplo, há tempos tive de viajar de Portugal para os EUA. Tive de fazer quarentena no México que estava numa situação pior que Portugal. Não faz sentido. Isso mostra a incapacidade política e a falta de uniformização de regras e normas. Afinal, os políticos são pagos para correr riscos.

Penso que o próximo desafio passa por eliminar essas barreiras artificiais que estão a ser criadas em torno das viagens internacionais.

Mas também é uma questão de confiança de quem viaja ou não?
Sim, certamente. Até porque sem essa confiança não vai haver viagens. As pessoas ficam com medo de ficar presas e não poder regressar, caso algo aconteça ou um país possa fechar.

A P2D conta com mais de 1.500 parceiros a nível global. Existe algum limite para o número de parceiros?
Nós desenvolvemos a plataforma na ‘cloud’. Atualmente, temos a escalabilidade da Amazon Web Services (AWS). Por isso, não há limites.

A P2D Travel nasceu com a aspiração de ser grande. Não nascemos no computador de alguém que fez um site ou uma aplicação. A P2D Travel nasce a partir de um trabalho estruturado, muito pensado. Quando começámos a desenvolver o código e a plataforma em setembro de 2020, fizemo-lo para ter muita escala, para crescer.

Mas quando fala em escala, em crescimento, tudo isso está apontado para Portugal, Brasil, novos mercados como México e EUA ou para outros mercados que ainda irão surgir?
Hoje o nosso maior número de parceiros está no Brasil. Acredito que, até ao final do ano de 2021, iremos ter 3.000 parceiros a nível global. Estamos a receber 20 a 30 parceiros diariamente. E isto sem gastar dinheiro em marketing.

Portugal pode chegar aos 300 parceiros, mas não estabelecemos metas muito rígidas.

O que mais importa agora é o processo de capacitação das pessoas e da robustez da solução e não tanto a quantidade.

Já temos um bom número de parceiros, mas é uma plataforma que poderá vir a ter 10, 20 ou 50 mil parceiros.

Quais são os próximos passos da P2D Travel para se dar a conhecer ao mercado e futuros parceiros?
Falando especificamente de Portugal, primeiro vamos torcer pela TAP. É muito importante termos uma TAP a correr bem para que a P2D tenha sucesso em Portugal.

Tenho confiança que as coisas vão retomar, que a TAP vai conseguir aproveitar as oportunidades. Tendo isso, já temos a base para podermos crescer em Portugal.

O nosso foco atual, em Portugal, passa por colocar na plataforma todos os hotéis da Europa que ainda não temos. Só temos os hotéis de Portugal. Vamos ter hotéis de mais cinco países na Europa. Depois, o segundo esforço passa por capacitar os nossos parceiros.

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“É crucial que gestão autárquica mantenha aposta na melhoria contínua do turismo”, diz estudo do IPDT

Ser um pelouro da vereação, ter maior orçamento municipal, apostar na comunicação e capacitação humana, posicionar-se como referência na sustentabilidade, são as prioridades apontadas para o papel do turismo na gestão autárquica.

Victor Jorge

O setor do turismo assumiu, nos últimos 10 anos, um crescimento que trouxe mais-valias significativas para Portugal, sendo prova disso o papel que desempenhou na retoma económica, pós crise financeira de 2008 e que, no contexto pré-pandemia, contribuiu para o PIB nacional com cerca de 15%, em 2019 (INE, Conta Satélite do Turismo), e onde cerca 21% dos portugueses estavam empregados (direta e indiretamente).

Sendo indiscutível a importância que o turismo assume na ótica do desenvolvimento territorial, o IPDT – Turismo e Consultoria analisou o impacto que o setor teve nas políticas autárquicas no mandato 2017/2021 e identificou algumas das apostas a considerar para o horizonte pós-eleitoral 2021/2025.

No estudo, o IPDT considera que “os municípios desempenham um papel fundamental no campo do turismo” e que é através “da sua visão e das suas políticas que os destinos – mesmo aqueles com menor população – podem alcançar um papel central e de destaque na oferta turística nacional”. Por este motivo, admite o António Jorge Costa, presidente do IPDT, “é crucial que a gestão autárquica possa manter a aposta na melhoria contínua do setor do turismo, priorizando investimentos-chave que potenciem os recursos existentes e qualifiquem a experiência dos visitantes, tornando-a única”.

Assim, as prioridades apontadas pelo IPDT no e-book “10 prioridades para o turismo no mandato 2021/2025”, o instituto começa por considerar que a uma das principais apostas dos municípios deverá estar na “comunicação e promoção”, sobretudo na digital, mas que deverá ser “combinado com as ações offline”. De acordo com os inquiridos é essencial que este processo de comunicação e promoção possa ser devidamente integrado com as políticas de atuação que se encontram a ser implementadas pelo Turismo de Portugal, pelas Entidades Regionais/Associações Regionais e pelas Comunidades Intermunicipais.

A segunda prioridade dos municípios deve ser o “planeamento estratégico” e a implementação das medidas previstas. O planeamento, diz o estudo, permite “indicar o rumo estratégico” que o destino deve assumir para potenciar, ao máximo, os seus recursos turísticos, pelo que a sua execução reveste-se como “um mecanismo essencial para todos os municípios”. Segundo os inquiridos, deve haver uma aposta maior na implementação das medidas previstas no planeamento, visto ser nesta fase que, normalmente, se verificam as maiores lacunas (várias ideias/projetos não saem do papel por incapacidade interna dos municípios para as colocar em prática).

“Capacitar os profissionais de turismo” é, igualmente, chave para elevar o padrão de qualidade da experiência turística nos destinos. A “formação dos recursos humanos” em áreas base (ex: línguas, atendimento) é “crucial para garantir esse objetivo”. Em simultâneo, é muito importante promover formações em áreas emergentes que possam melhorar o desempenho das empresas (ex: marketing digital, revenue management, big data, blockchain, etc.).

Os municípios devem, também, apostar na “estruturação de novos produtos turísticos” e/ou na “atualização do portfólio atual”, considerando-se “crucial” que a oferta turística dos destinos “acompanhe as principais tendências do mercado” e que possa potenciar os recursos existentes.

As iniciativas de valorização de produtos locais (ex: gastronomia, artesanato) devem ser outra das prioridades de intervenção dos municípios, considerando o estudo que “os turistas procuram, cada vez mais, atividades relacionadas com estes elementos”.

Atrair investimento, organizar eventos, qualificar as infraestruturas de visita, fomentar a inovação das empresas ou priorizar a participação dos municípios em projetos e redes internacionais que permitam aumentar a notoriedade dos destinos, em segmentos específicos e que possam trazer mais valias, são as restantes prioridades apontadas pelo estudo do IPDT.

Assim, para 2021-2025, o estudo conclui que “o turismo deve ser pelouro de uma vereação”, e que o orçamento municipal dos destinos deve dedicar uma “maior fatia de investimento” que permita implementar “novas soluções e tornar os territórios mais atrativos”. Comunicação, estratégia e capacitação de recursos humanos devem ser as principais áreas de aposta que os executivos devem considerar para o mandato dos próximos quatro anos, considerando, ainda que, “sobretudo, a comunicação deve ser vista como um elemento-chave para o sucesso dos destinos”.

Finalmente, os inquiridos revelaram um desejo de que os seus destinos tenham, em 2025, recuperado totalmente do impacto da COVID e se posicionem como “referências ao nível do turismo sustentável”, encontrando um equilíbrio entre o crescimento turístico e as necessidades das comunidades locais.

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Grupo Hotusa fecha 2021 com 21 hotéis em Portugal

O grupo Hotusa encerrará o exercício de 2021 com 21 hotéis no nosso país. As próximas aberturas, previstas para outubro, acontecerão no Parque das Nações, em Lisboa.

Victor Jorge

O grupo Hotusa irá terminar o ano de 2021 com 21 hotéis em Portugal, contribuindo para isso, as duas aberturas que estão previstas acontecer até ao final do mês de outubro, adiantou Amancio Lopez Seijas, presidente do grupo Hotusa, no encontro com a imprensa, salientando que se trata “somente de resolver os habituais processos burocráticos” para a abertura.

Os dois novos hotéis da Eurostars Hotel Company, cadeia de hotéis do grupo Hotusa, ficam lado a lado, com o Eurostars Universal Lisboa de 5* e o Ikonik Lisboa 3* a serem, respetivamente, a 20.ª e 21.ª unidade hoteleira do grupo em Portugal, ficando os dois hotéis em regime de propriedade e localizados no Parque das Nações, em Lisboa.

Com 108 quartos, o Eurostars Universal Lisboa 5*, 108 quartos, é conceptualmente um hotel inspirado pela rosa dos ventos simbolizada por um pátio interior. No interior do hotel, a homenagem é prestada, em cada um dos andares, à história e tradição de Lisboa, através da cerâmica, escultura, arquitetura, fado e literatura, marcas que, segundo Amancio Lopez Seijas, presidente do grupo Hotusa, “são a história universal que Lisboa oferece ao mundo”.

Amancio Lopez Seijas, presidente do grupo Hotusa

De resto, o legado histórica da cidade sobressai nas referências a peças de grande valor cultural, recolhidas na própria cidade, enaltecendo o trabalho dos artesãos locais.

A escultura é outro dos traços distintivos com que o Eurostars Universal Lisboa presenteia os futuros hóspedes, com algumas paredes a exibirem esculturas em bronze de figuras nacionais, ao lado da arquitetura que merece um capítulo à parte, com destaque para alguns monumentos.

A nostalgia está presente com o fado, enquanto a literatura tem em autores como Eça de Queiroz, Saramago, Pessoa ou Camões os maiores destaques.

Já no Ikonik de 3*, que se interliga com Eurostars Universal Lisboa através do pátio e do espaço dedicado às salas de reuniões, estamos perante um hotel moderno e funcional, expressando, assim, um design mais vanguardista e com uma dinâmica que irá ao encontro de um público mais jovem.

Este é o primeiro hotel “Ikonik” em Portugal, tratando-se de uma marca que representa “uma nova forma de conceber hotéis”, admitindo o presidente do grupo Hotusa no encontro com a imprensa, que o hotel tem como inspiração temática o “verdadeiro reflexo da capital jovem, moderna e funcional que é Lisboa”.

Com 230 quartos, o Ikonik Lisboa 3* diferencia-se ainda pelos espaços para a realização de reuniões profissionais, bem como celebrações privadas e eventos sociais, contribuindo para tal os mais de 650 m2 de espaço disponível. Juntando aos mais de 200 m2 do Eurostars Universal Lisboa 5*, as duas unidades do grupo possuem quase 900 m2 de espaço.

Para finalizar, Amancio Lopez Seijas salientou a “boa experiência” do grupo em Portugal, admitindo que encara o futuro com “positivismo”, depois de todo o setor do turismo e viagens ter “paralisado”.

No final, Lopez Seijas afirmou ainda que “o turismo do futuro fugirá da massificação”, concluindo ainda esperar “um futuro expectavelmente positivo para Portugal e Espanha”.

Recorde-se que em entrevista recente, o presidente do grupo Hotusa admitiu que, em 2022, os resultados possam aproximar-se de 2019 e ultrapassá-los mesmo, já em 2023.

De referir que Portugal é, depois de Espanha, o mercado com maior implantação da área hoteleira do grupo Hotusa.

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