“É impossível pensar o turismo sem inovação”
Conhecidos que foram os vencedores do Aceler@Tech in Portugal, o Publituris falou com o responsável pela Acredita Portugal, Fernando Fraga, para perceber a importância que este tipo de programas possui para o setor do turismo.
Victor Jorge
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Com a premissa de potenciar a inovação no turismo e atrair as melhores startups do e para o setor, a competitividade é crucial para manter o posicionamento de Portugal enquanto player mundial. Por isso, segundo Fernando Fraga, diretor de Inovação da Acredita Portugal, “os processos e respostas disponibilizados pelos intervenientes do turismo têm de se alinhar com este ‘novo’ destinatário.
Que importância possui o programa Aceler@Tech in Portugal para o setor do turismo?
Acreditamos que um programa como o Aceler@Tech tem uma enorme importância para o setor do turismo.
Este foi um dos setores que mais sofreu com o impacto da pandemia e que enfrenta agora a necessidade de se transformar. Esta adaptação será facilitada se existir um contacto com inovação externa; inovação que será fundamental para tornar os intervenientes e empresas no setor mais competitivos e capacitá-los para responder às novas necessidades do público.
Atualmente e devido à pandemia, é impossível pensar-se no turismo sem inovação?
Não é, de todo, possível pensar o turismo sem inovação.
O setor encontra-se a mudar de forma acelerada e o turista do século XXI já não é o turista do século passado. O seu perfil mudou e aquilo de que está à procura também se alterou. O turista atual quer, sobretudo, experiências e mostra preocupações adicionais com questões como a segurança e o impacto da sua viagem na comunidade local.
Os processos e respostas disponibilizados pelos intervenientes do turismo têm de se alinhar com este “novo” destinatário.
Quais os principais desafios que o setor do turismo em Portugal atravessa quando se fala de tecnologia e inovação?
São vários os desafios enfrentados pelo turismo. O principal será uma certa relutância ainda identificada para empreender algum nível de adaptação face a um cenário em mudança. Principalmente agora, numa altura em que a COVID-19 veio obrigar a alterar procedimentos, a falta de capacidade ou vontade para adotar soluções tecnológicas pode tornar-se uma clara desvantagem.
“O setor encontra-se a mudar de forma acelerada e o turista do século XXI já não é o turista do século passado. O seu perfil mudou e aquilo de que está à procura também se alterou”
E que relevância possui a captação destas inovações para o turismo em Portugal?
Têm origem em Portugal excelentes ideias para o turismo. O mundo, contudo, é grande e existem ideias lá fora que estão a revolucionar o setor. A captação empreendida no programa é um dos únicos meios ao dispor das empresas portuguesas para aceder de forma direta a ideias com expressão global.
Que empresas já se fixaram ou implementaram soluções no turismo nacional?
Existem alguns projetos a fechar processos de negociação para a sua fixação em Portugal ou a finalizar pilotos locais com empresas portuguesas. Os resultados deste processo devem ser visíveis já a partir de setembro.
A digitalização é, a par da sustentabilidade, um dos focos estratégicos para o futuro. É por aqui que o setor do turismo tem de enveredar para ser competitivo?
Este é, de facto, um dos focos, embora seja necessária a ressalva que nem tudo é passível de digitalização. Apesar de existirem várias áreas em que a digitalização fará todo o sentido – por exemplo, permitindo que Portugal alcance novos mercados –, existe uma componente do setor em que isso não é possível. As experiências e o contacto humano são difíceis de replicar digitalmente e existirá sempre uma dimensão desta atividade que acontecerá de forma presencial.
A digitalização vai potenciar o que já se faz no setor do turismo, mas não o vai substituir.