“Estamos confiantes de que seremos capazes de retomar o voo diário já em setembro”
Apesar do impacto da COVID-19, que também levou a uma reestruturação e a mudanças várias, a LATAM Airlines já retomou a operação entre Lisboa e São Paulo, e conta regressar aos voos diários já em setembro, segundo Thibaud Morand, diretor-geral da LATAM Airlines para a Europa.
Inês de Matos
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Apesar do impacto da COVID-19, que também levou a uma reestruturação e a mudanças várias, a LATAM Airlines já retomou a operação entre Lisboa e São Paulo, e conta regressar aos voos diários já em setembro, segundo Thibaud Morand, diretor-geral da LATAM Airlines para a Europa.
Com a situação epidemiológica a melhorar devido à vacinação, também a procura por viagens aéreas começa a dar sinais de uma retoma gradual, embora “a um ritmo mais lento” do que o desejado, indica o responsável da LATAM Airlines em entrevista ao Publituris, revelando que, ainda assim, a companhia aérea conta juntar, em agosto, mais um voo por semana aos quatro que está atualmente a realizar entre a capital portuguesa e a cidade brasileira de São Paulo. Já o regresso aos voos diários está previsto para setembro, caso a situação sanitária permita.
Apesar da incerteza, que leva Thibaud Morand a ser cauteloso nas previsões e objetivos, o responsável não tem dúvidas que a LATAM Airlines tem sabido acompanhar as mudanças trazida pela pandemia e, por isso, acredita que a transportadora vai sair “mais forte e mais competitiva desta crise”.
O ano de 2020 foi terrível para a aviação. Como é que a LATAM Airlines viveu o ano passado e que mudanças ditou a pandemia na operação da companhia aérea, incluindo em Portugal?
A crise obrigou-nos a repensar completamente a nossa organização, a nossa forma de trabalhar e o nosso modo de operar, a fim de nos adaptarmos a este novo contexto. No final de maio de 2020, tomámos a decisão de apresentar a candidatura ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA a fim de reestruturar a empresa e, desta forma, voltar a funcionar de uma forma mais eficiente, a partir de uma base de custos mais competitiva. Estamos confiantes de que sairemos mais fortes e mais competitivos desta crise.
Quanto às operações, temos vindo gradualmente a recuperá-las de acordo com a situação sanitária dos territórios onde operamos, assegurando simultaneamente os mais elevados padrões de higiene e segurança de voo, que foram reconhecidos e premiados pela APEX e Skytrax. Portugal não foi exceção à regra, regressámos com operações em julho de 2020, mas com algumas interrupções devido ao encerramento das fronteiras. Estamos agora a operar quatro frequências, que vão aumentar para cinco em agosto, e esperamos chegar o mais depressa possível ao quadro pleno de frequências para voltar a operar o voo diário que operávamos entre Lisboa e São Paulo, antes da pandemia.
Que balanço é possível fazer dos voos de repatriamento realizados pela LATAM Airlines?
Foi muito importante para nós e ainda mais importante para os nossos passageiros poder operar alguns voos de repatriamento no final de março e início de abril. É uma operação muito mais complexa de programar, mas estamos muito orgulhosos por termos sido capazes de fornecer uma solução aos nossos passageiros que estavam à espera de uma forma rápida para regressar ao seu país.
Voos
Apesar da pandemia, a companhia aérea retomou os voos para Portugal em abril. Como tem corrido a operação desde a retoma dos voos e qual é, atualmente, a capacidade disponibilizada pela companhia aérea entre São Paulo e Lisboa ?
A operação está a recuperar gradualmente, com um aumento da procura mais lento do que o esperado. Temos atualmente quatro voos por semana, aos quais esperamos acrescentar uma nova frequência em agosto, se as condições sanitárias e governamentais o permitirem.
Quando deve a operação da LATAM entre Portugal e o Brasil retomar a normalidade que existia antes da pandemia e regressar a voos diários?
Estamos confiantes de que seremos capazes de retomar o voo diário que operámos antes da pandemia já a partir de setembro, assim as condições de saúde e a procura o permitam.
Antes da pandemia, a LATAM tinha admitido o interesse em abrir voos entre Lisboa e o Rio de Janeiro. Esta ideia continua a fazer sentido ou a pandemia veio alterar os planos de abrir uma segunda rota entre Portugal e o Brasil?
Estamos sempre atentos a novas oportunidades de rotas, e o Rio de Janeiro é, sem dúvida, um destino muito popular para Portugal. Mas, neste momento, a prioridade é claramente a de reconstruir as operações através do nosso hub em São Paulo, que liga destinos no interior do Brasil e com outras cidades na América.
Como está a procura para o verão e qual é a expetativa para esta época alta, atendendo ao avanço da vacinação contra a COVID-19, mas também ao surgimento de novas variantes, como a Delta, que está novamente a causar maior preocupação?
Assistimos a uma procura que recupera pouco a pouco, embora a um ritmo mais lento do que desejaríamos. Nos voos de longo curso ainda existem muitas restrições de viagem e diferenças nas situações de saúde entre países, o que torna muito difícil projetar a recuperação para o verão. Esperamos que o esforço nos processos de vacinação, tanto na Europa como na América do Sul, traga, de forma mais rápida, níveis de procura mais próximos do período pré-pandémico.
Retoma
Quando será possível que o mercado da aviação global, e especificamente o português, regressem aos números recorde que vinham a apresentar antes da pandemia?
Gostaria muito de ter essa resposta. Esperamos e desejamos que seja o mais depressa possível mas é ainda prematuro avançar com datas.
Qual é a expetativa da LATAM Airlines em relação à recuperação do mercado corporate, que é forte na rota Lisboa-São Paulo?
O segmento corporate será certamente o mais lento a recuperar, tanto por razões de eficácia e poupança de custos por parte das empresas, como pelas novas formas de trabalho que foram implementados durante a pandemia, embora neste momento os contratos e as relações comerciais necessitem do “face to face” que é muito importante nesta área. Penso que teremos de aguardar ainda alguns meses para ver os viajantes corporativos de volta aos nossos aviões, com os mesmos números do período pré-pandémico, mas não tenho qualquer dúvida de que estarão de volta.
A pandemia da COVID-19 provocou mudanças em todo o setor do turismo, incluindo no mercado da aviação. Na opinião da LATAM, que mudanças trazidas pela pandemia deverão manter-se mesmo depois de ultrapassada a COVID-19?
Penso que a digitalização dos processos, que confere uma maior autonomia ao passageiro, é algo que ficará e é extramente útil, tornado todo o processo mais “leve”. Também algo que ficará para o futuro é a confiança no operador, a segurança e os processos de higienização implementados durante a pandemia. Outra mudança que é fundamental para o futuro e que permanecerá é sem dúvida as práticas ambientais e a sustentabilidade ao nível do setor.
Sustentabilidade
Uma das mudanças que se tem destacado é a maior preocupação dos consumidores em relação à sustentabilidade. Atendendo à atenção que a LATAM tem vindo a dar a este tema, este poderá ser um fator de vantagem para a companhia aérea no futuro?
A LATAM é uma companhia aérea que tem uma história ao nível da gestão da sustentabilidade e por esta razão há vários anos que está no Top 3 das companhias mais sustentáveis no “índice de sustentabilidade Dow Jones”.
Apesar da estratégia da empresa, recentemente apresentada sob o nome “Um destino necessário”, ter como base a emergência climática, o grupo decidiu dar um passo em frente como ator relevante nesta matéria desenvolvemos ainda mais a política de sustentabilidade com objetivos concretos e mensuráveis entre hoje e 2050. Acreditamos que os clientes serão cada vez mais exigentes na seleção das companhias aéreas com as quais decidem viajar, tornando-se participantes ativos de um futuro melhor e mais sustentável e a LATAM espera conseguir sensibilizar e envolver os clientes nesta política essencial.
Na estratégia “Um destino necessário”, apresentamos e detalhamos compromissos muito importantes nesta área, tais como eliminar completamente os plásticos de utilização única até 2023, não gerar quaisquer resíduos para aterro até 2027, ou sermos neutros em carbono até 2050. É da nossa inteira responsabilidade limitar e mitigar o nosso impacto sobre o ambiente. Temos a vantagem de ser um embaixador de um continente com uma biodiversidade extraordinária, queremos contribuir para a sua preservação para que os nossos clientes continuem a desfrutar das maravilhas naturais que a América do Sul tem para oferecer.
Que outras vantagens competitivas oferece a LATAM Airlines face às restantes companhias aéreas que operam entre Portugal e o Brasil?
A nossa rede é inigualável na América do Sul. De Lisboa, através do nosso hub em São Paulo, levamos o viajante português a mais de 100 destinos, tornando-se muito mais fácil viajar por lazer ou negócios em qualquer local da América do Sul.
E não menos importante, a nossa genuína identidade sul-americana. Do calor do nosso serviço em terra e no ar, aos sabores da nossa cozinha a bordo, ao design das nossas cabines, embarcar num avião da LATAM é como sentir-se na América do Sul desde o primeiro momento.