Companhias aéreas melhoram resultados e animam perspetivas
De acordo com o relatório do BIG relativo ao segundo trimestre de 2021, as companhias aéreas estão a melhorar as previsões, depois de apresentarem resultados acima do estimado.
Inês de Matos
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Apesar das perdas reportadas durante os primeiros dois trimestres de 2021, as companhias aéreas parecem ter agora melhores perspetivas para o resto do ano e também para 2022, de acordo com o BIG – Banco de Investimento Global, que divulgou esta segunda-feira, 26 de julho, o relatório relativo ao segundo trimestre de 2021.
Segundo o relatório do BIG, que analisa os resultados apresentados pelas companhias aéreas europeias low cost easyJet e Ryanair, assim como das norte-americanas Southwest Airlines, United Airlines e Americana Airlines, apesar das perdas, no segundo trimestre as companhias aéreas já conseguiram apresentar indicadores positivos, o que permite previsões mais otimistas para os próximos meses.
No caso da easyJet, que reportou perdas antes de impostos de 318 milhões de libras no segundo trimestre, o resultado foi até melhor que o estimado, já que as perspetivas apontavam para uma descida de 398 milhões de libras, enquanto o load factor se situou nos 66,4%, também bastante acima dos 38,2% previstos. Já as vendas ascenderam a 213 milhões, acima dos 206 milhões estimados, enquanto os passageiros transportados foram três milhões, o dobro dos 1,5 milhões previstos.
Os resultados do segundo trimestre de 2021 não levam. no entanto, a easyJet a rever as previsões para o próximo trimestre, com o BIG a realçar que “a empresa considera que os resultados do 3ºT vão ser em linha com o esperado”, ainda que se esperem melhorias nos três meses seguintes, com a easyJet a estimar que “no 4ºT a capacidade já esteja perto dos 60% do mesmo período de 2019”.
No caso da Ryanair, foram reportadas vendas de 370 milhões de euros no segundo trimestre, numa performance também melhor que o estimado e que apontava para os 364 milhões de euros, enquanto o número de passageiros transportados chegou aos 8,1 milhões, igualmente acima dos 6,2 milhões esperados, ainda que a companhia tivesse registado perdas de 273 milhões no primeiro trimestre.
Com a incerteza que ainda existe, a Ryanair prefere, no entanto, não avançar grandes previsões, alegando que é “impossível providenciar um outlook preciso para o ano fiscal de 2022”, ainda que estima que os lucros se situem “entre uma pequena perda e o breakeven”, enquanto o número de passageiros deverá ficar entre os 90 e os 100 milhões.
Nos EUA, a Southwest Airlines divulgou, este fim-de-semana, vendas acima das estimativas dos analistas, num montante que chegou aos quatro mil milhões de dólares, face aos 3,9 mil milhões esperados, com as vendas com passageiros a subir para 3,6 mil milhões, tal como estava previsto. Já o load factor foi de 83%, acima dos 80% previstos, ainda que as perdas por ação ajustadas tenham sido de 0,35 dólares, quando se previa que fossem de 0,26, e que, por dia, a companhia tenha consumiu (cash burn), em média, um milhão de dólares.
No entanto, a procura está a subir, o que, aliado à redução dos custos implementada, leva a que a Southwest Airlines tenha “esperança” de
ser novamente rentável já nos próximos trimestre de 2021, uma vez que, destaca o relatório do BIG, “junho foi o primeiro mês desde o início da pandemia que a empresa conseguiu gerar lucros”.
Na United Airlines, os resultados trimestrais reportaram uma perda por ação ajustada maior do que se perspetivava pelos analistas, chegando aos 3,91 dólares, quando se previa que caíssem 3,84 dólares, ainda que o lucro operacional tenha sido “capaz de bater as
expectativas”, chegando aos 5,47 mil milhões de dólares, quando a estimativa era de 5,35 mil milhões. Já o load factor apresentou-se nos
72%, “relativamente em linha com as expectativas”, ainda que a perda da companhia aérea tenha sido superior à prevista pelos analistas, o que, diz o BIG, “resultou numa queda de 2,2% da sua ação no aftermarket”.
Na American Airlines, as vendas trimestrais chegaram aos 7,5 mil milhões de dólares, o que, aponta o BIG, está “em linha com o esperado”, assim como acontece com as perdas por ação ajustadas, que pouco variaram face às previsões, ficando nos -1,69 dólares, quando a previsão apontava para -1,72 dólares.
As perspetivas da American Airlines também parecem estar a melhorar e, para o próximo trimestre, “a empresa antecipa uma
capacidade “apenas” inferior em 15-20% face aos níveis de 2019”, segundo o relatório do BIG, que indica ainda que, recentemente, a empresa revelou também que pretende reduzir a dívida em 15 mil milhões de dólares até 2025, quando as estimativas anteriores apontava para apenas oito a 10 mil milhões de dólares.