“Balanço positivo” não impede encerramento do Centro de Promoção Turística de Macau
Ao fim de 16 anos, Macau decidiu encerrar o Centro de Promoção e Informação Turística de Lisboa. Ao Publituris, Paula Machado, coordenadora do centro, faz um “balanço positivo” do trabalho desenvolvido, que permitiu aumentar a “notoriedade e a curiosidade dos portugueses por Macau”.

Inês de Matos
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Ao fim de 16 anos, Macau decidiu encerrar o Centro de Promoção e Informação Turística de Lisboa. Ao Publituris, Paula Machado, coordenadora do centro, faz um “balanço positivo” do trabalho desenvolvido, que permitiu aumentar a “notoriedade e a curiosidade dos portugueses por Macau”.
Anunciado em meados de junho, por Maria Helena de Senna Fernandes, diretora dos Serviços de Turismo de Macau, o encerramento do Centro de Promoção e Informação Turística de Lisboa, que abriu em 2005, apanhou o setor turístico português de surpresa, que se habituou a ver no Turismo de Macau um parceiro e um player ativo na promoção deste território asiático, com o qual Portugal tem relações históricas.
Na informação avançada à Lusa, Maria Helena de Senna Fernandes explicava que o Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa era um projeto do Governo de Macau “cuja intenção original foi estabelecida para o curto prazo, mas que foi prolongada por muito anos”, e que chega agora ao fim devido à racionalização de quadros e a uma simplificação administrativa decidida pelo Governo da RAEM – Região Administrativa Especial de Macau, que conta também, em Lisboa, com a Delegação Económica e Comercial de Macau, na dependência da qual poderá agora ficar a representação turística.
Em declarações ao Publituris, Paula Machado, que coordenava a representação desde 2018, confirma o encerramento do Centro de Promoção e Informação Turística de Lisboa já este mês de junho, assim como da livraria macaense, que funcionava nas mesmas instalações, mas diz não saber as razões concretas que ditaram o seu encerramento e remete mais informações para as autoridades macaenses. “Não temos nenhuma indicação do que está previsto”, afirma, quando questionada sobre o futuro da representação turística, que abrangia os mercados português e espanhol.
Em cima da mesa poderá estar a passagem da representação para a delegação de Londres, onde Macau mantém uma representação turística que funciona, segundo Maria Helena de Senna Fernandes, como “uma delegação para promover turismo, mas não [é] um órgão do Governo da RAEM como o Centro de Promoção em Portugal”, sendo também possível que venha a ser criada uma nova empresa fora da dependência do Governo macaense ou ainda que seja a própria Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa a assumir as funções turísticas, uma vez que, como confirma Paula Machado, esta delegação também tem “competências no âmbito da promoção turística”.
Legado
Apesar do encerramento, Paula Machado não tem dúvidas de que o legado do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa merece um “balanço positivo”, uma vez que foi desenvolvido “um enorme trabalho ao nível da implementação de ações de promoção turística”. “Com essa promoção, passámos a ter maior visibilidade no mercado, começámos a fazer mais parcerias e conseguimos aumentar a curiosidade por Macau entre os portugueses”, congratula-se a responsável, citando, nomeadamente, as ações desenvolvidas em 2019, a propósito dos 20 anos da RAEM e dos 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China, que duraram “uma semana inteira” e que incluíram um espetáculo de video-maping no Terreiro do Paço sobre a evolução de Macau, uma participação interativa na BTL e várias ações de rua com danças típicas macaenses e exposições em Lisboa e Porto.
“Em 2019, fizemos um mega trabalho de promoção, nunca tinha sido feita uma ação de promoção tão grande porque a ideia era comemorar os 20 anos da RAEM”, destaca a coordenadora do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa, revelando que, se não tivesse sido a pandemia da COVID-19, Macau teria mantido o ritmo das ações de promoção em 2020, uma vez que existiam já várias parcerias estabelecidas e vários projetos na calha. “2019 foi um ano muito positivo e tínhamos um calendário gigante de ações para 2020. Se não fosse a pandemia, esta promoção teria continuado, tínhamos o calendário completamente preenchido até junho. E havia projetos novos”, indica Paula Machado, que não deixa de desconfiar que a pandemia da COVID-19 possa ter sido decisiva para o encerramento do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa.
Parcerias com a Abreu e com a Solférias, assim como a participação no Festival da Máscara Ibérica ou no Rock In Rio, que na edição de 2020 devia ter dedicado a Rock Street à Ásia, colocando Macau em destaque, numa participação em que o destino seria acompanhado por uma agência de viagens ou operador turístico para vender viagens durante o festival, são alguns dos projetos que, segundo Paula Machado, ficam por concretizar com o encerramento da representação turística de Lisboa. “Tínhamos projeto, estratégia e tudo o que era necessário para continuarmos a ter sucesso e a aumentar a curiosidade por Macau”, lamenta a responsável.