APECATE: “Não há nada pior para a retoma económica do que alimentar o pânico”
“Queremos ajudar a clarificar regras e ajudar um setor a voltar a trabalhar”, afirmou o presidente da associação, na abertura do IX Congresso da APECATE que decorre em Peniche.
Raquel Relvas Neto
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“Queremos ajudar a clarificar regras e ajudar um setor a voltar a trabalhar, que é isso que o setor sabe e quer fazer”. Foi com estas palavras que o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), António Marques Vidal, deu início ao IX Congresso da associação, que se realiza em Peniche sob o mote “Ganhar o futuro”.
“Queremos ultrapassar esta crise de saúde, mas sobretudo esta crise social e económica que se instalou no nosso país”, afirmou o responsável, na sessão de abertura que contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e do presidente anfitrião do Município de Peniche, Henrique Antunes.
O presidente da APECATE recordou o tema do último congresso da associação que se realizou em Faro, em que a discussão foi em torno do Ordenamento. “Um ano e uns tantos meses depois, parece que as coisas não avançaram, antes pelo contrário, recuaram muito mais e o tema de fundo continua a ser o ordenamento sustentável”.
Elogiando o primeiro sentimento de união que o país experienciou no início da pandemia, António Marques Vidal aponta que “mal a pressão aliviou, voltámos ao mesmo ‘ramram’. (…) Entrámos outra vez num momento de inconsistência e incoerência e isso é o que há de pior para um setor extremamente organizado, que planeia, que organiza e que cria conteúdos, quer seja nos congressos, nos eventos e na aminação turística”.
“Não podemos continuar a viver com regras pouco claras, que só têm por base um acontecimento, que depois não se mede a validade do seu impacto”. O responsável deu como exemplo a recente regra da realização de testes à COVID-19 para os eventos, em que desde o anúncio no Conselho de Ministros e a clarificação da regra feita pela Direção Geral de Saúde (DGS), os empresários do setor viveram “cinco dias de pânico”. “A quantidade de eventos e programas de animação turística cancelados foi enorme. E é isto que não pode acontecer”, advertiu, reforçando que “não podemos continuar a comunicar de uma forma descuidada e sem atenção ao detalhe”. Para o responsável, o anúncio destas medidas tem causado pânico no setor, que não sabe com que regras do jogo pode operar a sua atividade. “Perante a mesma regra, temos interpretações diferentes, temos situações de injustiça”, indicou. “Não há nada pior para a retoma económica do que alimentar o pânico”, alertou, apontando que a “crise é suficientemente grave” e o setor não necessita de se deparar com estas situações pouco claras.
O presidente da APECATE aproveitou ainda a presença da secretária de Estado do Turismo para deixar algumas críticas relativamente ao programa IVAucher, que deixou de fora o setor da animação turística e das agências de viagens. “É discriminação”, apontou, questionando o porquê de “sermos dos únicos setores do turismo taxado a 23% de IVA, mais uma vez estamos a ser colocados de lado”.
“Queremos um governo, um setor virado para o futuro”, afirmou ainda Marques Vidal, salientando o apoio que as empresas do setor precisam ao nível dos recursos humanos e das novas tecnologias, não sem antes apontar que, enquanto as empresas fazem avanços substanciais nas tecnologias, “o Estado continua atrasado”. “É urgente reformar, simplificar e virar para o futuro. O Estado está não está a funcionar em função do cidadão, mas sim em função de si mesmo”, sublinhou.
António Marques Vidal terminou realçando que os empresários do setor têm sido “uns heróis”. “Temos 13 tutelas, 308 municípios, 32 CIM’s e duas Regiões Autónomas a mandar em nós, os empresários deste setor são uns heróis”, afirmou.
O congresso, que decorre até esta terça-feira no Hotel MH Atlântico, em Peniche, vai servir para “partilhar soluções e projetos que nos façam dar a volta”, afiançou o responsável. Desafios da retoma”, “Direto ao assunto: sem reforma do Estado não há retoma da atividade económica”, “Regras para atividades e eventos seguros” e “Apoios à retoma” são os temas dos quatro painéis que integram o programa do evento corporativo teste da APECATE.