“Estamos a mapear as necessidades nos vários instrumentos financeiros”, assegura SET
A SET aludiu ainda aos fundos que as regiões vão ter acesso e que podem apoiar o Turismo, recordando que “se houve setor que contribuiu para a dinâmica territorial em Portugal foi o Turismo”.
Raquel Relvas Neto
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A tão aguardada retoma do turismo em Portugal vai poder contar com os vários instrumentos financeiros que provêm da Europa, seja através do Plano de Recuperação e Resiliência, mas também através do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027.
Apesar de, no caso do PRR, o turismo não estar especificado no pacote de verbas que vão ser disponibilizadas nos próximos seis anos, as medidas financeiras que o setor turístico pode beneficiar “estão implementadas numa lógica transversal”, segundo explicou Jorge Nadais, da Deloitte, no webinar com o tema “O papel do PRR na recuperação do Turismo”, dinamizado pela consultora Deloitte no âmbito da iniciativa de webinars sectoriais Restart the Future. Segundo o responsável, a não presença explícita do Turismo no PRR é justificada pelo “impacto transversal” que o setor tem nas várias atividades económicas.
A concluir o webinar, que contou com a participação de Cristina Siza Vieira (AHP), Roberto Antunes (NEST) e Bernardo Côrrea de Barros (Turismo de Cascais), a secretária de Estado do Turismo aproveitou para explicar que antes de se olhar para os instrumentos financeiros importa delinear um plano de retoma para o turismo, que já se encontra definido. Segundo Rita Marques, o mesmo assenta numa “perspetiva muito ambiciosa”, mas foi desenhado tendo em conta necessidades dos ‘stakeholders’ do mercado turístico.
Assegurar a capitalização das empresas; requalificação e inovação da oferta turística; posicionamento competitivo do destino Portugal através do reforço da capacidade aérea; recuperação dos canais de distribuição internacionais; reforço da capacidade de promoção, comercialização e atração de eventos; mas também o reforço das qualificações dos trabalhadores do Turismo são os principais eixos que norteiam o plano de retoma do turismo em Portugal. “Esta nova agenda tem de assentar num mapa de navegação claro, tangível, que possa mobilizar toda a cadeia de valor do setor do turismo. Este trabalho está feito”, sublinhou.
Financiamento
Quanto ao financiamento deste plano de retoma, Rita Marques salientou que “o PRR é uma gaveta que temos que aceder, mas não será a única, temos o quadro financeiro plurianual especificamente no que toca ao investimento privado”. Neste sentido, a responsável avançou que o governo encontra-se a mapear “as várias prioridades, projetos nos vários instrumentos de financiamento sendo certo que não se esgota no PRR”. E dá como exemplo ações que são mais transversais, como o “investimento na educação, no que toca à qualificação das competências no nosso setor, investimentos em infraestruturas, transportes, o próprio plano de eficiência hídrica tão importante para determinados empreendimentos turísticos, designadamente no que toca ao golfe, o próprio investimento para a administração pública mais eficiente”. “Tudo isto encontrará resposta financeira no PRR e depois o papel mais específico relacionado com o financiamento às empresas que passa pelo quadro financeiro plurianual”, reforçou.
No que diz respeito ao Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, a SET esclareceu que “está a ser trabalhada a dimensão relativamente ao investimento privado, tornando possível uma política particularmente forte e atrativa nestes processos, incluindo a transição digital, a transição para um setor mais sustentável”, recordando que “todos estes desideratos, as nossas empresas vão ter naturalmente de agarrar sob pena de perderem competitividade”.
Dinâmica territorial
A SET aludiu ainda aos fundos a que as regiões vão ter acesso através, por exemplo das CCDR’s e das próprias autarquias, e lembrou que “se houve setor que contribuiu para a dinâmica territorial em Portugal foi o Turismo”.
Neste sentido, Rita Marques salientou que não se pode desperdiçar “mais esta gaveta”. “Os territórios têm um papel muito importante em ajustarem estes financiamentos que vão dispor para responder às necessidades e especificidades de cada região em particular, também no setor do turismo”, frisou.
Para a governante, não há dúvidas “em destacar o contributo que o turismo deu para dinamizar a situação sócio-económica dos nossos territórios”. Neste âmbito, a executiva espera agora que “do lado desses mesmos territórios” se possa “encontrar um mapeamento interessante para podermos continuar a trabalhar em conjunto acautelando as necessidades e especificidades de cada região e também do turismo”.