Centro de Portugal estima chegar aos 13 milhões de dormidas em 2030
Meta consta do novo Plano Regional de Desenvolvimento Turístico do Centro 2020-2030, que foi apresentado esta terça-feira, 3 de dezembro, em Lisboa
Inês de Matos
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A Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) estima chegar aos 13 milhões de dormidas em 2030 e perspetiva um crescimento de 5,7% ao ano para atingir essa meta, segundo os objetivos inscritos no novo Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030, apresentado esta terça-feira, 3 de dezembro, em Lisboa.
O novo plano Regional de Desenvolvimento Turístico do Centro traz uma visão a 10 anos e define metas concretas, entre as quais se encontra o aumento das dormidas dos atuais sete milhões para 13 milhões em 2030, mas também o aumento da estada média, que deverá chegar às 1,85 noites, crescendo 0,5% ao ano até 2030, da taxa de ocupação/cama até aos 37%, num aumento de 1,1% ao ano, e ainda do RevPar, que deverá estar nos 35 euros em 2030, com um crescimento anual de 3,1%.
“A projeção que fazemos é otimista mas conservadora”, considerou Pedro Machado, presidente da TCP, em declarações aos jornalistas após a apresentação do documento, revelando que, para estas projeções, foram tidos em conta os resultados dos últimos cinco anos, que foram muito positivos para a região, mas também os piores cinco anos.
“Não olhámos apenas para os últimos cinco anos, em que o Centro de Portugal cresce a 10%, 9% ou 8%. Não, fomos buscar a média dos últimos 10 anos, em que crescemos a 5%. E é com base nessa projeção realista que projetamos a ambição para 2030”, explicou o responsável, que destaca também o facto do novo plano trazer uma série de linhas estratégicas de ação, que partem dos cinco drivers identificados como prioritários para o desenvolvimento da região e que introduzem uma série de boas práticas na estratégia da entidade regional de turismo.
O novo Plano Regional de Desenvolvimento Turístico do Centro identificou como drivers os recursos humanos, destino-território, diferenciação, notoriedade-conetividade e investimento, que se materializam em oito linhas de ação que passam pela valorização e capacitação dos recursos humanos; pela sustentabilidade, alterações climáticas, mobilidade, coesão e valorização territorial; estruturação e qualificação de produtos, desenvolvimento e qualificação da oferta; marketing digital e relacional; internacionalização e dinamização comercial junto dos mercados externos; análise prospetiva, monitorização e inovação; e empreendedorismo.
Mas não é só ao nível da ação que o Plano Regional de Desenvolvimento Turístico do Centro traz novidades, já que existe também um novo produto turístico que passa a estar incluído na estratégia da entidade, o turismo espiritual, enquanto o enoturismo e o turismo ativo passam a ter maior destaque, à semelhança do que tem sido também a linha de ação seguida pelo Turismo de Portugal.
“Temos segmentos e produtos novos, como o turismo espiritual, que não estava, estava apenas o religioso e nós queremos reforçar a nossa predisposição enquanto destino para ter valências no domínio do turismo espiritual. E queremos reforçar aquilo que é o património, cultura, gastronomia e vinhos para irmos ao encontro desses novos dois alinhamentos que o Turismo de Portugal também já definiu, o enoturismo e o eco-turismo. Queremos reforçar isso e não estava no nosso plano anterior”, revelou Pedro Machado.
Reforçadas vão ser também as boas práticas ao nível da relação da região com o mar, com Pedro Machado a destacar “as estações náuticas, porque a região Centro é a que tem mais estações náuticas” em todo o país, num produto que já existia mas ao qual a entidade regional de turismo quer “dar novas utilizações e usos”.
O documento, cujas metas vão ser revistas em 2023, data em que termina o atual mandato da direção do TCP, serve também como um “documento de orientação estratégica do ponto de vista regional”, onde, explicou ainda Pedro Machado, as oito Comunidades Intermunicipais (CIM’s) que existem na região, e que passam a ter competência de promoção no mercado interno até 2021, poderão “beber” para construírem “as suas estratégias sub-regionais”.
“No modelo de governança, criámos as condições para que as oito CIM’s possam desenvolver os seus planos sub-regionais e terem um referencial estratégico construído pela Turismo Centro de Portugal”, explicou o responsável, considerando que “os planos sub-regionais das CIM’s estão para a marca Centro de Portugal como a marca Centro de Portugal está para a marca Turismo de Portugal”.
Presente na apresentação do documento esteve também Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, que enalteceu o “sentido de visão, missão, ambição e boa governança” do plano, considerando, no entanto, que este tipo de iniciativa só faz sentido se o trabalho for feito “de forma integrada” e que é necessário “alinhar os planos regionais com o nacional”, motivo pelo qual defende um “refrescar” da estratégia turística nacional até 2030.
“No final, todos estes mapas de navegação têm de nos levar a um sítio, a um porto comum, que permita que Portugal continue a ser distinguido como um país com a preocupação evidente de ser um destino sustentável”, afirmou, deixando o compromisso de trabalhar numa estratégia que “case o contexto nacional com o regional”.