Enoturismo: 2020 vai ser o ano da afirmação de Portugal
Já em execução, o Plano de Ação para o Enoturismo 2019/2021 promete tornar Portugal numa referência mundial neste segmento, que vai contar com várias novidades já a partir do próximo ano.
Inês de Matos
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Já em execução, o Plano de Ação para o Enoturismo 2019/2021 promete tornar Portugal numa referência mundial neste segmento, que vai contar com várias novidades já a partir do próximo ano.
É um pequeno passo para o turismo nacional, mas é um grande passo para o enoturismo em Portugal”. Foi desta forma que Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, apresentou, em março, durante a última edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), o Plano de Ação para o Enoturismo 2019/2021, um programa que visa tornar Portugal numa referência mundial neste segmento, que é visto como uma prioridade para o desenvolvimento turístico nacional, conforme a Estratégia Turismo 2027 (ET 27).
Para isso, vão ser investidos, ao longo de três anos, cinco milhões de euros em ações de promoção e formação, referencial estratégico que, segundo o Turismo de Portugal, visa “potenciar o cross-selling entre ‘vinho’ e ‘turismo’, induzir boas práticas nos agentes do setor, contribuir para a estruturação e valorização de destinos e rotas de enoturismo, e valorizar os territórios vinhateiros”.
Ao Publituris, o Turismo de Portugal refere que, nestes primeiros meses depois do lançamento desta iniciativa, “foram já desenvolvidas ações de divulgação em mercados externos”, nomeadamente no Brasil e EUA, apontados como mercados estratégicos para este segmento, e “têm vindo a ser financiados, nas diferentes regiões, diversos projetos de enoturismo”, a exemplo da 5.ª Conferência Mundial de Enoturismo, promovida pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em parceria com o Turismo de Portugal, e que vai decorrer em Reguengos de Monsaraz, em 2020.
A adesão das empresas nacionais que se dedicam a este segmento também tem sido positiva e “está a corresponder às expectativas do Turismo de Portugal, o que comprova a aposta feita neste segmento”, com o instituto a dizer ao Publituris que “o Programa de Ação para o Enoturismo tem sido alvo de muito interesse pela generalidade do setor, evidenciando uma adesão e apoio significativos”, de tal forma que, desde que o programa foi lançado, “foram vários os contactos recebidos por parte de produtores, empresários e empreendedores, no sentido de apresentarem, presencialmente, os seus produtos, serviços e ideias de negócio”.
Muitos destes projetos, acrescenta o Turismo de Portugal, têm um caráter inovador, já que “têm uma forte base digital, permitindo acelerar o processo de digitalização da oferta enoturística, uma das lacunas do enoturismo português”.
Site e formação
Mas a maior parte das iniciativas previstas no Plano de Ação para o Enoturismo 2019/2021 está ainda parada, com o Turismo de Portugal a prever que arranque em 2020, ano que promete colocar o enoturismo português no mapa do turismo mundial, já que deverá marcar a chegada de várias novidades. É esse o caso da plataforma digital que vai passar a reunir a oferta nacional neste segmento, a https://portuguesewinetourism.com/, que se encontra ainda em construção e que pretende “agregar e projetar a oferta do enoturismo nacional, conferindo-lhe maior escala e notoriedade nos mercados interno e externo”. Esta plataforma, acrescenta o Turismo de Portugal, ao agregar e estruturar a “oferta de produtos/serviços de empresas na área do enoturismo que cumpram os requisitos de qualidade a definir em referencial de boas práticas, funcionará depois como âncora na vertente de promoção internacional”, o que deve acontecer a partir do primeiro semestre de 2020, data apontada pelo Turismo de Portugal para a entrada em pleno funcionamento desta plataforma.
Além da plataforma digital para reunir a oferta nacional, o Plano de Ação para o Enoturismo 2019/2021 prevê também o lançamento de um programa de formação especificamente direcionado para o enoturismo, o Enotur, que se vai dividir em quatro vertentes de aprendizagem – Curso Geral de Formação em Enoturismo, Formação Territorial Temática, Formação e Certificação em Escanção e Cross-Sector Partnerships – e cujas primeiras ações de formação arrancam também em 2020.
Benefícios e desafios
Como refere o Turismo de Portugal, por todo o território nacional existem 190 mil hectares de vinha, 31 Denominações de Origem Protegida, 14 Denominações de Indicação Geográfica e mais de 500 players privados neste segmento, motivos que, só por si, já explicariam a ambição de tornar Portugal numa referência mundial neste segmento. Mas o enoturismo assume uma importância ainda maior, já que, além de estar presente em todo o território nacional, funciona também como “uma marca da identidade dos destinos que importa preservar, destacar e valorizar, verificando-se uma crescente oferta de produtos, equipamentos e serviços associados, com capacidade de atrair turistas para zonas de menor densidade turística e em épocas baixas, que importa apoiar, promover e replicar”, refere o Turismo de Portugal, explicando que este Plano de Ação pretende, por isso, valorizar este segmento “estrategicamente, acrescentando-lhe valor numa lógica entre setores, contribuindo para a coesão da atividade turística em todo o país e ao longo de todo o ano”.
No entanto, como explica o Turismo de Portugal ao Publituris, apesar das vantagens que este segmento apresenta e dos benefícios que o plano de ação deverá trazer, existe ainda “um caminho a percorrer na valorização dos territórios vinhateiros como destinos de enoturismo, na qualificação da oferta, na capacitação dos agentes, na atuação em rede”, daí que este programa tenha também como objetivo dar resposta a alguns dos desafios identificados na ET27 para o turismo nacional, nomeadamente no que diz respeito ao “alargamento da atividade turística a todo o território e, consequentemente, promoção do turismo como fator de coesão social; turismo durante todo o ano garantindo a sustentabilidade da atividade turística; procurar os mercados que melhor respondem aos desafios de crescer em valor e que permitem alargar o turismo a todo ano e em todo o território; e crescer a um ritmo mais acelerado em receitas que em dormidas”, conclui o Turismo de Portugal.