“Quanto mais estivermos presentes, mais perto estaremos do sucesso”
Depois de um 2018 difícil, a Madeira está a reforçar a presença internacional com diversas ações. O objetivo é contrariar os efeitos do Brexit e aumentar a visibilidade, segundo Roberto Santa Clara, diretor executivo da AP-Madeira.
Inês de Matos
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Depois de um 2018 difícil, a Madeira está a reforçar a presença internacional com diversas ações. O objetivo é contrariar os efeitos do Brexit e aumentar a visibilidade, segundo Roberto Santa Clara, diretor executivo da AP-Madeira.
Que balanço é possível fazer da atividade turística, em 2018, na Madeira e Porto Santo, e qual é a expectativa para 2019?
É do conhecimento público o abrandamento da performance do destino, nos últimos meses do ano transato, que fechou com um decréscimo de 1,2% e 0,8%, respetivamente, nos hóspedes e dormidas. O reaparecimento de destinos concorrentes com dinâmicas muito agressivas afetou a nossa performance e veio roubar alguns fluxos que haviam permitido resultados ímpares entre 2015 e 2017. De salientar que os investimentos realizados por estes destinos são impossíveis de acompanhar pela Madeira, em particular, quer pelo enquadramento legal vigente, quer por limitações de orçamento e burocracia ainda vigente em Portugal que limitam a nossa competitividade.
O ano de 2019 começa com a falência da Germania que nos retirou sete frequências semanais da Alemanha. O fenómeno da concentração ao nível de companhias aéreas não ajuda um destino com a nossa dimensão. Apesar das dificuldades com este dossier, foi muito importante viabilizar o voo da Alemanha para o Porto Santo, resultado de um enorme esforço dos vários parceiros envolvidos.
Face às dificuldades sentidas na Alemanha e Reino Unido, a minha expetativa é que o crescimento de alguns mercados, como o nacional, possa contribuir para equilibrar o ano de 2019.
Como olha a AP-Madeira para o futuro do turismo na região e quais os próximos desafios que se colocam ao destino?
Estamos a enfrentar uma fase diferente do ciclo, que obriga claramente a que exista um reconhecimento da importância do setor para a economia, uma visão integrada para o destino e, acima de tudo, vontade e compromisso de todos os players para que exista um trabalho conjunto e realizado em tempo adequado.
Gostaria, naturalmente, de ter mais recursos para podermos ter maior visibilidade nos mercados face à necessidade de ativar a procura, e que os esforços que estão a ser feitos ao nível de transporte aéreo, particularmente pela ANA – Aeroportos de Portugal, possam gerar resultados por forma a que a oferta e a procura possam funcionar em paralelo.
Promoção
O que é que está previsto, ao nível de ações para 2019, para promover a Madeira, nomeadamente a nível internacional?
Atendendo a que, no momento em que elaborámos o plano para 2019, já estávamos cientes de que este seria um ano particularmente desafiante, foi desenvolvida uma estratégia de concentração de investimento e uma forte aposta na venda. Desta forma, estamos mais perto da distribuição e a trabalhar de uma forma intensa com os operadores mais relevantes dos nossos principais mercados. Por outro lado, fizemos, logo no início do ano, um forte investimento em campanhas online, também nos nossos principais mercados, sendo que ao longo do ano vamos dar continuidade à nossa estratégia de comunicação em redes sociais, com maior enfoque no Youtube devido à crescente importância do vídeo. Ao nível de RP, temos atualmente sete agências a desenvolver ações em diversos mercados, o que nos permite ter uma presença crescente nos media e junto dos principais influencers.
Por fim, e não menos importante, iremos estar presentes em mais de 30 feiras e workshops até ao final do ano. Gostava ainda de destacar que estamos prestes a lançar uma nova campanha sobre o destino Porto Santo e ainda que, no mercado nacional, teremos um largo conjunto de ações sob o mote “Este é o ano para ir à Madeira”.
Que avaliação faz a AP-Madeira da campanha lançada recentemente para contrariar o efeito do Brexit? Será suficiente para compensar possíveis quebras?
Penso que se refere à candidatura que, em conjunto com o Algarve, apresentámos ao Turismo de Portugal. Essa campanha ainda não foi implementada, pois só esta semana foi aprovada. Estamos junto dos privados a tentar acelerar a sua implementação, tentando minimizar o atraso. Naturalmente que não será suficiente. Num ano em que é necessário fomentar ainda mais a procura e minimizar as quebras de transporte aéreo, quanto mais estivermos presentes nos mercados, mais perto estaremos do provável sucesso para o destino Madeira. A este propósito reitero o desafio para que o Turismo de Portugal recupere os Planos de Sazonalidade para que, em devido tempo, as regiões possam estar mais presentes nos mercados emissores e apoiar fortemente os vários players da distribuição num ano onde a celeridade de atuação é vital.
Oferta e eventos
Têm existido novidades na oferta turística da Madeira ou do Porto Santo que possam ser destacadas?
Sim, a Madeira passa a contar, em 2019, com três novos hotéis, o que se traduz num acréscimo do parque hoteleiro da região.
No Funchal, destacaria a abertura das Les Suites at The Cliff Bay que é o novo hotel de charme da PortoBay Hotels & Resorts. Composto por 23 suites de luxo, este hotel de cinco estrelas ficará situado junto ao emblemático hotel The Cliff Bay e vai oferecer uma proposta gastronómica sob a orientação do Chef Benoit Sinthon.
Também no Funchal, abrirá este verão o Savoy Palace, um hotel de cinco estrelas superior e que será membro da conceituada marca The Leading Hotels of the World, com o design de interiores da conhecida madeirense Nini Andrade Silva. O Savoy Palace junta-se às seis unidades hoteleiras na região que já ostentam a marca Savoy.
Fora do Funchal, destaco o Pestana Churchill Bay Ocean & Boutique Hotel que estará localizado na baía de Câmara de Lobos e que será certamente uma mais valia para esta localidade. O novo hotel do grupo Pestana, e primeiro no centro histórico de Câmara de Lobos, ocupa os antigos edifícios dos Paços do Concelho e da lota, na primeira linha do mar.
Ao nível de inovação de produto no destino, e pela informação que temos por parte do GRM, tenho elevadas expectativas de que, ao nível dos Jardins da Madeira e da Rota do Vinho, estes projetos possam vir a ser uma realidade já este ano.
O Porto Santo vai receber, pela primeira vez, o Festival Rota do Atum, em junho. Para a AP-Madeira, qual é a importância desta iniciativa?
Felicito naturalmente o facto da iniciativa privada, neste caso o Hotel Vila Baleira, criar produto/conteúdo para o Porto Santo e enfatizo a visão de fazer um evento abrangente que ocorre não só nesta unidade hoteleira, mas também em outros pontos da ilha. O facto de se realizar fora do pico do verão e ir ao encontro das expectativas do setor – que há muito reclamava mais um evento na ilha -, são naturalmente factos que registo com agrado. Por parte da AP Madeira, estamos naturalmente a colaborar na promoção do evento, em particular no mercado português.
Também em junho, a Madeira vai ser palco da gala europeia dos World Travel Awards (WTA). Qual é a expectativa regional para esta gala e que benefícios, nomeadamente ao nível da visibilidade do destino, pode este evento trazer?
Esta é uma excelente oportunidade para afirmar a qualidade do destino Madeira junto de importantes líderes de opinião do setor. O aumento da notoriedade do destino é, claramente, o objetivo da realização deste evento na Madeira.
Penso que será uma excelente forma de celebração dos vários prémios que a Madeira tem recebido. Estou certo que a forma única como o destino recebe os seus convidados, e o evento que estamos a preparar, vão afirmar mais ainda o nosso posicionamento no mercado.