Turiscópio| A despedida de 48 anos no Publituris e 63 anos a promover portos portugueses…
Leia o último Turiscópio por Humberto Ferreira.
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Passei 48 anos a escrever para o PUBLITURIS, de 1970 até 2018, dividindo o tempo com outros compromissos: entre 1975 e 1981 no semanário TEMPO, onde fui um dos fundadores, seguiu-se o vespertino A TARDE entre 1982 e 1986, onde fui chefe de redacção e director; e entre 1968 e 1998 como docente e coordenador dos cursos de guias-intérpretes de informação turística e gestores de empresas turísticas no ISLA – Instituto Superior de Línguas, Administração e Turismo; além de repartir com amigos outras funções como consultor de empresas aéreas e marítimas estrangeiras a funcionar em Lisboa, e em associações de empresas turísticas nacionais analisando a evolução do turismo em Portugal e no exterior, tendo visitado os mais importantes destinos em cinco continentes aproveitando sempre para promover os trunfos do nosso Turismo. Foram experiências úteis publicadas no PUBLITURIS.
Quero aqui destacar os artigos de Vítor Neto, que desempenhou bastante bem as funções de Secretário de Estado do Turismo no governo de António Guterres. Desde então, Vítor Neto tem acompanhado a evolução do sector, não apenas no Algarve, onde gere não apenas a empresa familiar mas integrando a direcção de uma associação regional de empresas fornecedoras de hotéis e restaurantes fortes fluxos turísticos estrangeiros e nacionais. Na edição de 4 de Janeiro Vítor Neto assinou o artigo: «TURISMO Atenção à cota de europeus»: 60% das dormidas em Portugal em 2018 originaram de cinco países. E na página 7 encontramos as nacionalidades que mais frequentaram a nossa oferta turística: Reino Unido, Alemanha, Espanha e Países Baixos, pelo que teremos de atrair outros mercados para eventos culturais, desportivos, artístico-musicais acrescentando hóspedes do Benelux, Escandinávia, Itália, Rússia e Irlanda, por meio de planos bem concebidos pelos nossos especialistas.
em sei que estamos no Inverno, mas temos visto na TV quantos turistas do Norte da Europa não têm tomado banhos de água atlântica e sol nas nossas praias, lembrando que o prémio das melhores praias da Europa concedido na recente gala dos World Travel Awards precisam de ter uma prova quanto à modernização das praias com melhoria nos desportos e serviços procurados por banhistas e desportistas. O que tem demorado a ser apresentado dando a ideia que os concessionários das praias pensam que basta a titularidade do prémio, certamente por não terem observado as praias em Itália e na Grécia entre outros países concorrentes. Vítor Neto e eu temos avisado, cumprindo a nossa missão. E como ninguém responde às minhas sugestões, chegou o dia de dizer adeus aos leitores do PUBLITURIS.
Anteriores promoções históricas
Mas então o que fiz em prol do turismo receptivo? Em 1974 combinei com o sócio principal do operador nova-iorquino ETSIA, uma operação de voos 747.com cerca de 4500 bancários americanos para os hotéis do Estoril.
Tenho tentado ao longo destes 48 anos, embora sem o devido êxito, lembrar aos empresários e dirigentes das nossas associações regionais que organizam grandiosos e frequentes eventos para atraírem mais comerciantes e industriais estrangeiros interessados nos múltiplos produtos e equipamentos de férias em Portugal, sabendo-se como os turistas não resistem às compras nas deslocações fora das suas fronteiras.
Ando há vastos anos a avisar que por exemplo o portal Visit Portugal mais as cidades e zonas turísticas como Sintra, Estoril, Cascais, Ribatejo, Alentejo, Porto e Douro, etc. Ora valha-nos o Dr. Vítor Neto para nos facultar as percentagens das nacionalidades.
Da minha parte não me cansei de avisar os leitores que o Turismo cresce consoante o interesse de várias populações estrangeiras entre as quais as que praticam mais vindas a países amigos como Portugal, consoante o interesse pelos eventos que promovem. Mas nem os portais Visit Portugal dão o devido realce a tais eventos bem gostosos e bem organizados. Aproveito hoje para lembrar o êxito português na Eurovisão em 2017 e 2018, assim como os concursos dos melhores vinhos e pratos, doces, frutas, e refrigerantes. Aqui fica mais este apontamento quantas vezes ignorado? Espero que não faltem colaboradores que transmitam aos leitores os cartazes das zonas ou vilas mais turísticas e mais premiadas.
Por fim agradeço aos leitores a escolha do Publituris para acompanharem os eventos do Turismo em Portugal e as novas tendências da procura externa e interna. Com os meus votos pessoais para o crescimento de turistas nas nossas fronteiras, começando pela reorganização da fronteira no Aeroporto Humberto Delgado, baptizado com o nome de quem tive o prazer de comunicar no serviço militar que me coube desempenhar no Ministério da Defesa. Ao despedir-me destes 48 anos de experiência no Publituris e em visitas aos cinco continentes, nos mais avançados navios e aviões, resta-me afirmar que foi com muito gosto que lidei com os gestores mais conhecedores da evolução do turismo mundial, nem sempre bem aproveitada entre nós. Creio que os meus sucessores consigam transmitir as linhas mestras dos eventos que no exterior atraem mais turistas. Portugal e os empresários do sector bem merecem.
*Por Humberto Ferreira.
Artigo publicado na edição 1384 do Publituris.