“Sem grandes euforias”, Grupo Vila Galé cresce 13% em Portugal
O grupo português contabiliza um total de 173 milhões de euros em facturação em 2017 em Portugal e no Brasil. Este ano, está prevista a abertura de três hotéis. Gonçalo Rebelo de Almeida refere que o objectivo é abrir um a dois hotéis por ano.
Raquel Relvas Neto
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Em 2017, o grupo Vila Galé registou 106 milhões de euros em facturação nas suas 21 unidades hoteleiras em Portugal, um aumento de cerca de 13% comparativamente com o ano anterior. Em ocupação, o aumento foi de 2,4%, o que supõe cerca de 965 mil quartos ocupados.
Nas sete unidades Vila Galé no Brasil, as receitas somaram 265 milhões de reais em 2017, evidenciando uma subida de 2%. A uma taxa de câmbio de 1€ = 3,9R$, a operação neste país representa cerca de 40% do volume de negócios global do grupo. Os quatro resorts e os três hotéis de cidade tiveram 494 mil quartos ocupados, menos 2,8% do que em 2016.
No total das operações dos dois países, o grupo português contabilizou um total de 173 milhões de euros em facturação em 2017.
Num encontro com a imprensa, Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador dos Vila Galé, salientou que 2017 “correu relativamente bem, sem grandes euforias”, tendo sido “um dos melhores anos turísticos da nossa história”.
Com um crescimento superior em receitas comparativamente à ocupação, o responsável justifica que tal se deve a uma maior aposta na “diversificação dos canais de venda”.
Os mercados que mais se destacaram nas unidades portuguesas, além do mercado interno que continua o principal mercado dos hotéis Vila Galé com uma quota de 40%, destaque para o inglês, alemão e espanhol. O grupo hoteleiro verificou dois crescimentos expressivos: o Brasil que cresceu mais de 50%, num total de 28 mil brasileiros, quase a chegar ao mesmo número de hóspedes espanhóis nos hotéis Vila Galé que em 2017 foram 33 mil; e o americano. Gonçalo Rebelo de Almeida destaca que o mercado brasileiro é interessante porque “não se fixam apenas num ponto do país”, passando assim pelas várias unidades do grupo. Quanto ao mercado americano, o responsável salienta que teve também um crescimento de 50%, representando 12 a 13 mil hóspedes do grupo, com particular incidência nas unidades do Douro e Porto, mas também de Lisboa e Grande Lisboa.
2018
Em 2018, ano em que o grupo celebra o 30º aniversário da abertura do seu primeiro hotel, estão previstas a abertura de três hotéis: Vila Galé Sintra, Vila Galé Collection Braga e Vila Galé Touros.
O Vila Galé Sintra, com inauguração agendada para 25 de Abril de 2018, esta unidade vai apostar na área da saúde e bem-estar, pensado para famílias. Terá, por exemplo, um revival spa com várias valências médicas, opções de alimentação gourmet light e programas anti-envelhecimento, para deixar de fumar ou anti- stress. Representando um investimento de 25 milhões de euros, este projecto engloba um hotel apartamento de quatro estrelas e dez blocos de apartamentos turísticos. Terá 77 quartos duplos, 44 T0, 15 T1, 36 T2 e 12 T3, área de convenções, clube de crianças, piscina exterior de adultos e de crianças e dois campos de ténis.
Com um investimento de seis milhões de euros, o Vila Galé Collection Braga tem abertura prevista para 27 de Maio. Este hotel de quatro estrelas resultará da reabilitação do complexo do antigo hospital de São Marcos e terá 127 quartos, salão de convenções para mais de 300 pessoas, quatro salas de reuniões, dois restaurantes, bar, adega, biblioteca, piscinas exteriores para adultos e crianças, spa com piscina interior, ginásio e salas de massagens, jardim interior e estacionamento.
Em plena praia de Touros, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte, o Vila Galé Touros será o quinto resort da Vila Galé no Brasil, reforçando assim a sua posição de maior rede de resorts naquele país. Esta unidade de cinco estrelas, receberá os primeiros hóspedes em Setembro. Com um investimento de 150 milhões de reais, o resort terá 514 quartos, cinco restaurantes, spa Satsanga, clube Nep para as crianças, centro de convenções com 1.750 m2, centro náutico, campos desportivos e três piscinas exteriores, uma das quais com escorregas para crianças.
Com a entrada em funcionamento destas três unidades, este ano a Vila Galé criará pelo menos 100 postos de trabalho em Portugal e outros 450 no Brasil.
No que diz respeito à operação, Gonçalo Rebelo de Almeida perspectiva um aumento de 5% em receitas com “alguns ajustes em termos de preços e canais de distribuição”. “Não prevejo continuarmos a crescer a este ritmo [de 2017], dificilmente vai passar os dois dígitos”, salienta. No entanto, refere que, enquanto destino turístico “Portugal está consolidado”, advertindo para alguns sinais menos optimistas do mercado britânico.
O grupo tem mais dois projectos em carteira, já em desenvolvimento e ambos com abertura prevista para 2019. Um deles é o Vila Galé Elvas, que resultará da reabilitação do antigo convento de São Paulo, num investimento de cinco milhões de euros. O outro é o Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas, que será o primeiro hotel de montanha da cadeia e que aguarda um último parecer da Direcção Geral de Energia e Geologia.
A Vila Galé vai ainda aplicar cinco milhões de euros em renovações nas suas unidades em Portugal.
O administrador dos Vila Galé considera que ainda existe espaço para crescer em Portugal e que o objectivo passa por abrir uma a duas unidades por ano. “Não estamos parados”, refere, explicando que voltaram novamente a olhar para os Açores como futuro investimento.