“Tudo aquilo que são inovações, fomos nós que introduzimos”
Há 17 anos, que a SGS – Sociedade Mediadora de Seguros se tem especializado na área de seguros de viagens. Rogério Gabriel, director comercial da empresa, revela que actualmente os […]
Raquel Relvas Neto
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Há 17 anos, que a SGS – Sociedade Mediadora de Seguros se tem especializado na área de seguros de viagens. Rogério Gabriel, director comercial da empresa, revela que actualmente os agentes de viagens já estão mais sensibilizados para a necessidade dos seguros de viagens, mas ainda existe um longo caminho a fazer junto do consumidor final.
No ano de 2000, a SGS – Sociedade Mediadora de Seguros, Lda assina um protocolo com a APAVT – Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo, o qual lhe permite iniciar a sua especialização em seguros de viagens.
Rogério Gabriel, director comercial da empresa, explica que, naquela altura, “os agentes de viagens estavam muito desprotegidos”. “Começámos por trabalhar as reclamações que estavam no seio da APAVT”, explica, referindo que “observou-se que um dos grandes pontos de litígio com os clientes finais tinham a ver com a ausência da transferência de algumas garantias para o mercado segurador”. Protecção de bagagens e garantias de cancelamento antecipado eram protecções que não existiam. “Uma outra grande limitação que havia é que este tipo de apólices que vendemos hoje em dia, apólices abertas, em que os seguros funcionam por aplicações, só estavam disponíveis pelas seguradoras mediante um pré-pagamento que normalmente variava entre os 2500 euros e os três mil euros”, refere. Independentemente da agência de viagens consumir ou não esse montante, já estava pré-pago e não reveria o dinheiro se não o usufruísse na sua totalidade. Hoje, os agentes de viagens só pagam aquilo que consomem.
Com a resolução destes “constrangimentos operacionais”, a SGS angariou no primeiro ano 170 agências de viagens, sendo que em 2002 atingiu as 320. Actualmente, conta que ronda 430 agências de viagens, num universo de cerca de 800 agências, e cerca de 20 operadores turísticos portugueses.
O espírito progressista que pautou as soluções que a SGS começou a implementar no mercado no que aos seguros de viagens diz respeito, faz com que Rogério Gabriel afirme que “quando olhamos para a evolução dos seguros de viagens desde essa altura, tudo aquilo que são inovações, em grande escala, fomos nós que introduzimos no mercado”. Exemplos dessas inovações são a introdução do produto Portugal nos seguros de viagens; o alargamento da amplitude das garantias relacionadas com o cancelamento antecipado/ interrupção de viagem; motivos de força maior; entre outras.
“Temos tido a responsabilidade de liderar o processo de mudança no produto tentando sempre adequá-lo àquilo que são as necessidades dos clientes finais, mas sempre vendido através do canal operador turístico e agente de viagens”, complementa.
Novidades
E as novidades da SGS mantêm-se com o lançamento de novas soluções no início já do próximo ano, algumas das quais motivadas pela entrada em vigor a 1 de Julho de 2018 da Directiva 2015/2302 do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Novembro de 2015, relativa às viagens organizadas e aos serviços de viagens conexos.
“Esta nova directiva vem trazer para cima de quem organiza a viagem responsabilidades associadas a motivos de força maior, que hoje, quando existem problemas, recaem sobre quem efectivamente viaja e no futuro sobre quem organiza”, esclarece Rogério Gabriel, que considera que existe um “problema grave que tem a ver com a própria apreciação dos factores de risco associados à força maior”. Em Dezembro de 2016, a SGS lançou a garantia Perturbação de Viagem por Força Maior que é “uma garantia específica que temos associada ao seguro de viagem, isto porque temos de construir o produto incluindo esta garantia dentro do seguro de viagem”. Este produto garante o seguinte: “indemnizar quando existem prejuízos parciais ou indemnizar a totalidade da viagem quando o destino tiver totalmente prejudicado”, seja por epidemias, pandemias, zonas de guerra ou condições meteorológicas adversas.
No espaço de um ano de existência deste produto “fechou com 400 mil euros, com mais de 700 pessoas sinistradas”. O lançamento deste produto em Dezembro do ano passado e a consequente adesão por parte de vários operadores turísticos fez com que o Verão fosse “tranquilo para os clientes, no sentido em que eles foram ressarcidos quando tiveram problemas”. Na altura do Furacão Irma, os clientes da Sonhando que estavam em Cuba e que estavam protegidos por esta solução foram ressarcidos, não só sobre os alojamentos adicionais que tiveram de adquirir, mas também pelos dias não usufruídos, ao contrário de outros operadores na mesma zona geográfica que também foram afectados pelo Irma onde ninguém foi ressarcido pelos dias não usufruídos”.
Mas esta garantia aplica-se aos seguros de viagens de lazer, já não nas de corporate. “Estamos a trabalhar em soluções na área do corporate que permitam ter uma variância, porque não terão esta garantia integrada no seguro de viagem”, adianta o responsável.
A directiva estabelece que estará fora desta protecção se “tivermos uma contratação, anuidade de serviços entre a empresa e a agência de viagens. O que estamos a tentar implementar em Portugal e espero que a secretária de Estado, a APAVT e a DECO consigam ter consonância nesse entendimento é que tudo aquilo que seja facturado a uma empresa ficará fora das obrigações relacionadas com a força maior. Se isso acontecer teremos necessariamente de ter uma oferta para o lazer e outra para o corporate”.
Mas a SGS está já a desenvolver uma oferta para o corporate, que deverá ser comunicada no início de Janeiro para entrar em vigor em Fevereiro. “É um produto que está centralizado em algumas garantias, teremos um produto base muito similar ao que existe hoje em dia, mas depois teremos outras garantias, nomeadamente em termos de cancelamento, sobre a substituição de colaborador, garantias de impossibilidade de reunião em algumas circunstâncias, garantias relacionadas com o computador portátil porque são equipamentos que normalmente estão sempre presentes em quem trabalha e viaja.”
Também o Multiviagens All In vai sofrer algumas alterações, que passam sobretudo pelo aumento de capital que passará dos actuais 250 mil euros de despesas médicas para meio milhão de euros. “Esse produto é igual de agência para agência”, indica.
Também o produto de cancelamento e interrupção de viagem vai sofrer alterações. “Temos uma limitação actual do nosso produto, porque só garante 60 a 90 dias antes do início da viagem e vamos passar a garantir a totalidade do período antes do início da viagem desde o momento da reserva até à data de início”. Rogério Gabriel explica a importância desta mudança, porque “cada vez mais a tendência no mercado vai ser antecipar as vendas, portanto tínhamos que adequar o nosso produto de cancelamento antecipado por forma a conseguirmos responder sobre a totalidade da exposição do cliente final ao risco de não poder viajar numa determinada data. Isso vamos conseguir, estamos a ultimar as últimas alterações em princípio serão comunicadas até ao final de Dezembro e entrarão em vigor a partir de dia 1 de Fevereiro”.
Sensibilidade
No entanto, a protecção do cliente final em viagem está dependente da sensibilidade do seu agente de viagens e do próprio cliente. Rogério Gabriel considera que o grau de ‘awareness’ “é muito baixo” no nosso mercado. “Ele começa, não na agência de viagens, mas no cliente final e aqui temos uma dificuldade muito grande de percepção sobre a necessidade do seguro, porque o custo da saúde é barato em Portugal”. Este facto faz com que não haja tanta percepção do custo da saúde fora de Portugal, sobretudo em países de África, ou nos Estados Unidos da América, Brasil ou até no Dubai. E o responsável exemplifica: “Em Portugal, no sector privado uma apendicite vai custar-lhe entre 7 a 9 mil euros, se isso acontecer nos Estados Unidos da América vai custar-lhe entre 130 a 190 mil dólares”.
Porém, o responsável afiança que os agentes de viagens “estão mais sensibilizados e cada vez com mais frequência alertam os seus clientes para a necessidade de ter seguros adequados à viagem que os clientes vão fazer. Isso é um trabalho que tem vindo a ser feito ao longo de 17 anos de formação por nós junto das agências de viagens e depois o agente acaba por conseguir passar essa informação ao seu cliente”.