Reportagem: Washington – A cidade mais cool dos EUA
Desde o Verão de 2016, que Lisboa conta com uma ligação directa para a capital norte-americana, operada pela companhia aérea United. Este ano, o Publituris foi conhecer ‘in loco’ o destino e dá-lhe um vasto leque de razões para ir visitar a cidade onde se decide o Mundo.
Raquel Relvas Neto
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Desde o Verão de 2016, que Lisboa conta com uma ligação directa para a capital norte-americana, operada pela companhia aérea United. Este ano, o Publituris foi conhecer ‘in loco’ o destino e dá-lhe um vasto leque de razões para ir visitar a cidade onde se decide o Mundo.
Para muitos, as viagens de sonho são habitualmente para destinos exóticos, com as suas praias paradisíacas, o calor e toda a envolvência tropical. Para mim, conhecer Washington liderava a lista das minhas viagens de sonho. Pisar os mesmos passeios e palcos que Abraham Lincoln, Marthin Luther King Jr., Barack Obama ou passear nos mesmos jardins que Jacqueline Kennedy, ou, de forma ficcionada, ver ao vivo os locais que servem de cenários às personagens de Olivia Pope ou Claire Underwood era um objectivo a concretizar. E assim foi. Estar na cidade onde se decide o Mundo, ou parte dele, é deveras um momento marcante. Não, o momento alto da viagem não é ver de perto a Casa Branca. Posso dizer que esse é o momento menor de toda uma estadia na cidade mais ‘cool’ dos Estados Unidos da América. Longe dos formalismos a que nos habituaram os filmes e séries que tiveram Washington como palco, esta cidade tem muito mais para oferecer e para o turista experienciar do que ver apenas a Casa Branca.
Pela cidade
Optar por um hotel no centro da cidade é a escolha certa para estar perto dos principais monumentos que, claro, não podem escapar à visita. Fica a sugestão do JW Marriott Washington, no Penn Quarter, a apenas dois quarteirões da Casa Branca e em plena Pennsylvania Avenue, onde ao fundo se avista o incontornável Capitólio. A melhor maneira de se ficar a conhecer Washington, e a mais prática, é de bicicleta. Com um ‘tour’ organizado com a Bike and Roll ou alugando uma bicicleta – Capital Bikeshare – nos vários pontos possíveis espalhados um pouco por toda a cidade. A visita começa pelo castelo Smithsoniam que serve actualmente de sede à Fundação Smithsoniam. James Smithson era um cientista britânico que deixou todo o seu espólio e colecção privada ao governo dos Estados Unidos com o propósito de aumentar e fomentar o conhecimento. Hoje, a fundação com mais de 170 anos conta com 17 museus, um zoo nacional e nove centros de pesquisa.
O Museu Nacional da História Americana, o Museu Nacional do Ar e do Espaço, Museu Nacional de História Natural ou o mais recente Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, aberto em Setembro de 2016, são alguns dos museus a não perder. A vantagem destes museus é que são de acesso gratuito, bem como a maior parte dos monumentos em Washington.
Localizado junto ao jardim onde se avista de um lado o memorial de Abraham Lincoln e do outro o Capitólio, os museus servem de ponto de partida para o ponto alto do passeio: o Capitólio.
O Capitólio é imagem de marca de Washington. O seu imponente edifício que se avista de quase todo o lado de Washington conta com uma envolvência que convida a momentos de lazer junto ao lago nas suas traseiras ou a simplesmente desfrutar os jardins redondantes. O Capitólio é um dos pontos de passagem de quem pratica jogging, assim como o imponente edifício do Tribunal Supremo, o mais alto tribunal federal dos Estados Unidos. Nesta área encontra-se também a Livraria do Congresso, trata-se da biblioteca nacional dos Estados Unidos e a instituição cultural mais antiga daquele país. Uma visita imperdível. Descendo pelo National Mall, parque que serve de local para festivais e eventos como as tomadas de posse dos presidentes dos EUA, pára-se no Washington Monument, um obelisco localizado no Constitution Gardens, que foi construído como um memorial a George Washington e do seu topo pode-se avistar toda a cidade de Washington. Contudo, está temporariamente encerrado a visitas até à Primavera de 2019 para se poder melhorar o elevador que leva até ao seu topo. Seguem-se os memoriais à II Grande Guerra, Veteranos do Vietname e o emblemático Abraham Lincolm Memorial. Este é o sítio que mais turistas atrai na cidade, daí ser mais tranquilo visitá-lo logo de manhã ou à noite. Aliás, não se pode deixar de revisitar alguns destes locais durante a noite. Além de se poder desfrutar mais tranquilamente dos memoriais, deslumbra-se ainda uma nova perspectiva sobre estes sítios emblemáticos. Um deles é, exactamente, o memorial de Abraham Lincolm. Outro é o memorial à Guerra das Coreias também no Constitutions Gardens. As 19 estátuas de aço de soldados que o compõem são impressionantes durante a noite. Chegam a ser arrepiantes. Em qualquer ponto do memorial que se esteja, há sempre um dos soldados que nos olha directamente com os seus olhos cheios de terror e ao mesmo tempo vazios de esperança. É um momento tocante. Junto ao lago de Tidal Basin, lago artificial junto ao canal de Washington onde muitas embarcações marítimo turísticas passeiam, e ao rio Potomac, encontram-se mais memoriais cuja visita é inevitável.
O mais recente é o memorial em honra de Martin Luther King Jr., inaugurado em Outubro de 2011, ambos situados na 1964 Independence Avenue, S.W., assinalando o ano em que a declaração para os Direitos Civis foi tornada lei. A frase “Out of a mountain of despair, a stone of hope” recebe os visitantes ao memorial. Do outro lado do lago Tidal Basin, onde se pode desfrutar de bons momentos a andar de gaivota ou simplesmente a apreciar a paisagem, sobretudo na Primavera com as cerejeiras em flor, avista-se o Jefferson Memorial. Outra paragem obrigatória. Atravessando a ponte Arlington Memorial, do outro lado do rio Potomac, pode-se visitar também o cemitério nacional de Arlington. A imagem das infindáveis placas de mármore brancas perdem-se de vista. Nele pode-se visitar o memorial Challenger Space Shutle e o túmulo do presidente John F. Kennedy.
Casa Branca
É claro que ir a Washington sem ir ver a Casa Branca é como ir a Roma e não ver o Papa. Se as expectativas são de entrar na Casa Branca, é melhor baixá-las. Os cidadãos estrangeiros que queiram fazer uma visita têm de fazer o pedido junto da embaixada do seu país em Washington D.C três meses antes da viagem até 21 dias antes. As visitas são gratuitas, mas estão sujeitas ao horário da Casa Branca e podem ser canceladas à última hora. No exterior, fora do gradeamento, está claro, as visitas são permitidas, tanto da parte da frente do edifício como nas traseiras do mesmo, fora do elevado perímetro de segurança. Por vezes, em algumas situações e por questões de segurança, a polícia encerra a via em frente à própria Casa Branca, não permitindo que ninguém ali permaneça. No entanto, existe uma vista priveligiada para a Casa Branca. Trata-se do terraço do W Hotel, onde além de se desfrutar de uma bebida, tem-se uma vista panorâmica para o The Elipse e para o Monumento Washington. Pode-se ter a sorte de se ver a movimentação na Casa Branca ou o Marine One a aterrar em pleno jardim.
Um pouco mais fora do centro, encontra-se a também emblemática Universidade de Georgetown, a mais antiga instituição católica e jesuíta de ensino superior nos Estados Unidos com o seu imponente edifício. Um pouco mais longe, concretamente a 26 quilómetros de DC, fica a célebre casa de George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos da América, em Mount Vermon. O acesso à casa tem um custo de 18 dólares para adultos e 9 dólares para crianças. De metro pode-se ir mais longe. As cidades de Maryland, para provar o tradicional caranguejo azul, ou Virginia, zona particularmente vinícola, estão acessíveis de metro, bem como Alexandria e Silver Spring. Aquando nos EUA, pode-se sempre optar por combinar as cidades de Washington e Nova Iorque, partindo ou do Ronald Reagon Washington National Airport, ou de comboio saindo da Union Station.
Novidades
Washington é uma cidade em constante ebulição e a ganhar cada vez mais um lugar de destaque nos principais destinos norte-americanos. Para acompanhar a sede de novidades pelos turistas que o visitam, o destino tem apresentando novas atracções, porque, julgam eles, já não têm razões de sobra para atrair turistas.
Comecemos pelo novo Newseum. É um museu dedicado ao jornalismo e, especialmente, à liberdade de imprensa e de expressão. Para os defensores da democracia, esta é uma visita necessária. Da história do jornalismo no mundo e nos EUA, em concreto, à violação da liberdade de imprensa, aos momentos marcantes da História do mundo aos próprios atentados contra jornalistas, o Newseum desperta a consciência de cada um para a realidade de hoje. O museu conta com exposições permanentes e temporárias. A galeria de fotografias galardoadas pelo prémio Pulitzer é apenas uma das muitas que são avassaladoras. O poder da fotografia tem ali o seu lugar merecido. Existe também uma galeria dedicada ao 11 de Setembro e a todos os eventos cruéis que se viveram naquele dia. Aqui estão retratados os desafios extraordinários que os jornalistas enfrentaram quando contavam a história ao mundo.
A propósito, no próximo ano, o International Spy Museum vai abrir portas numa nova localização, na L’Enfant Plaza. Mas actualmente pode ainda visitar a maior colecção de artefactos de espionagem internacional e a sua história na sua actual morada na baixa de Washington. A par do novo International Spy Museum estão ainda em desenvolvimento o Capitol Crossing, o District Wharf e o Museu da Bíblia, num investimento de cerca de 11 mil milhões de euros. Também em desenvolvimento estão cerca de quatro mil quartos de hotel em 18 novas unidades hoteleiras. Washington é sobretudo uma cidade para se desfrutar. Quatro dias é o mínimo de estadia aconselhável, pois além dos emblemáticos monumentos, Washington tem muito para oferecer. Comer um gelado das típicas carrinhas de gelado junto a um qualquer jardim espalhado pela cidade, como por exemplo no National Gallery of Art Sculpture Garden junto ao National Mall, onde pode apreciar as diversas esculturas e instalações ali presentes, é uma das sugestões. Aqui aprecia-se especialmente a qualidade de vida que os residentes de Washington têm. Desde as várias actividades de lazer que podem desfrutar, a toda a envolvência histórica e cultural com que contam diariamente, sempre num ambiente descontraído. Esta é uma cidade especialmente tranquila e segura para se andar a passear sozinho ou acompanhado.
Vida nocturna
A descontracção faz parte do dia-a-dia de Washington, mas não apenas de dia, também à noite. São vários os lugares ‘trendy’ onde se pode passar um bom bocado nos bairros ecléticos da cidade. Assistir a música ao vivo no Howard Theatre ou dar um pé de dança na Town Danceboutique são algumas das sugestões, podendo-se, posteriormente, terminar a noite no Ben’s Chili Bowl com os seus hotdog’s de chili e batidos. No entanto, se se preferir algo que não vá pela noite dentro e que esteja mais ligado ao desporto, nada como assistir a um jogo de basebol no estádio dos Washington Nationals. É sempre uma experiência memorável.
*A Jornalista viajou a convite da U.S. Travel Association com o apoio da United.