2022 trouxe 70 milhões de euros em receitas para a Savoy Signature
Em conferência de imprensa o grupo deu conta dos valores registados em 2022 e dos três projetos em calha para este ano, reforçando a intenção de abrir uma unidade fora da Madeira, em Lisboa.
Carla Nunes
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A Savoy Signature, detentora dos hotéis Savoy Palace, Royal Savoy, Saccharum, NEXT, Calheta Beach e Madeira Gardens, arrecadou 70 milhões de euros em receitas em 2022.
O número foi avançado esta sexta-feira, 24 de fevereiro, em conferência de imprensa, na qual Ricardo Farinha, administrador comercial da Savoy Signature, apresentou os resultados de 2022 e os novos projetos do grupo.
Este foi também o momento para reforçar a intenção do grupo de “dar o salto” da Madeira e abrir uma unidade fora do arquipélago, com a cidade de Lisboa a ser apontada como a escolha mais “natural” para a implementação de um novo hotel.
“Queremos fazer crescer a Savoy Signature e sentimos que do ponto de vista estratégico não faz sentido continuar a crescer na Madeira. A razão principal tem a ver com a evolução natural da nossa coleção. Consideramos já ter dimensão suficiente para o mercado e que, a determinada altura, vamos começar a canibalizar a procura dentro da coleção. Ao reconhecer esta realidade, para não estagnarmos, a única oportunidade é sairmos da Madeira”, refere Ricardo Farinha.
O profissional admite que, “saindo da ilha da Madeira”, Porto Santo também constituiria uma “oportunidade” para abrir um hotel. No entanto, e “até para diversificar o risco dos nossos investimentos, a procura turística em Lisboa é diferente da procura turística na Madeira, portanto, é uma forma de também diversificarmos e reduzirmos o risco na expansão do nosso negócio”, refere.
Posto isto, Ricardo Farinha frisa que, por enquanto, “não têm previsão para uma abertura em Lisboa, mas temos uma convicção grande que este ano podemos anunciar uma aquisição, seja de um lote ou edifício”.
“Temos ainda todas as possibilidades em aberto – uma unidade de raiz ou, então, um hotel que já esteja em funcionamento e [no qual] reconheçamos potencial para imprimir a nossa assinatura e abrir como Savoy Palace em Lisboa. Seria este o nosso objetivo primordial e, eventualmente, levar outra das marcas que já criámos na Madeira para Lisboa e outras geografias”, afirma Ricardo Farinha.
Quando questionado se as condições para abrir uma nova unidade fora da Madeira melhoraram ou pioraram, o administrador comercial da Savoy Signature afirma que, “a nível da nossa vontade e de concretizar esse investimento, diria que as condições ‘melhoraram’ internamente”.
No entanto, o contexto externo de que estavam à espera, “sobretudo como consequência da pandemia e da guerra na Ucrânia – que teriam repercussões a nível da procura turística e que, de alguma forma, fariam desvalorizar alguns ativos, que estariam depois disponíveis para aquisição em jeito de oportunidade – não existiu”.
“O mercado não arrefeceu, continua a haver muita procura a nível imobiliário para hotéis em Lisboa e, portanto, a esse nível, sem querer dizer que está mais difícil, não está mais fácil do que estava em 2019”, admite Ricardo Farinha.
Os novos projetos da Savoy Signature
Além dos dois milhões de euros que a Savoy Signature pretende investir em ações comerciais – nomeadamente com a presença em feiras, em ações de marketing e na promoção junto de jornalistas e influenciadores – estão em vista três novos projetos.
O primeiro, por enquanto apelidado de “Project Star” por ainda não ter um nome definitivo, consiste na construção de um boutique hotel inserido no Savoy Palace, no Funchal. Este terá cerca de 40 quartos e estima-se que fique concluído no quarto trimestre deste ano, num valor de investimento de cerca de dois milhões de euros.
O segundo projeto passa pelo reposicionamento do hotel Saccharum, localizado na Calheta, na Madeira, para uma unidade de “sustainable luxury”, tornando a unidade num “hotel destino”. Para isso, e como já noticiado no número 201 da Publituris Hotelaria, será realizada uma intervenção nas infraestruturas do hotel, nomeadamente nas zonas comuns, piscina principal, em cinco junior suites e seis deluxe suites – cujas unidades de alojamento passarão a contar com uma piscina na varanda. Será também realizado um “reforço nos serviços premium do hotel”. Para este reposicionamento, o grupo vai investir dois milhões de euros.
Finalmente, a Savoy Signature vai despender 500 mil euros na reconversão de um dos bares do hotel Calheta Beach num restaurante.
Refira-se que a Savoy Signature emprega neste momento 1300 colaboradores, como apontado em conferência de imprensa, 12% dos quais são provenientes do estrangeiro. Desta percentagem, Ricardo Farinha indica que as parcerias do grupo com “escolas hoteleiras de São Tomé representam uma fatia interessante”.