Aumento de operação da TAP no Porto fica aquém de 2019 e motiva críticas da autarquia
Apesar do aumento de 98% face ao ano passado anunciado pela TAP, a companhia aérea vai cortar sete rotas e 705 mil lugares em comparação com o período pré-pandemia, no que é visto pela autarquia do Porto como um “grande revés” para a região.
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A TAP vai aumentar em 98% o número de voos oferecidos à partida do Porto já este mês de abril, numa operação que, no entanto, representa menos sete rotas e 705 mil lugares face a igual período de 2019, o que leva o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, a acusar a transportadora de apenas servir Lisboa.
Num comunicado divulgado no sábado, 2 de abril, a TAP revelou que, já a partir deste mês, vai aumentar a oferta à partida do Aeroporto Sá Carneiro em 98%, depois de já no inverno passado ter procedido a um aumento de 122%, o que leva a companhia aérea a sublinhar que, “com a recuperação do tráfego aéreo, a TAP tem vindo a investir cada vez mais no aeroporto Francisco Sá Carneiro”.
De acordo com a informação divulgada, a TAP vai ser “a única companhia aérea a efetuar ligações transatlânticas a partir do Porto, transportando para o Norte do país passageiros do Brasil (Rio de Janeiro e S. Paulo) e dos Estados Unidos da América (Nova Iorque)”, disponibilizando duas ligações por semana para o Rio de Janeiro, três para São Paulo e duas para Nova Iorque.
Além destas rotas internacionais, a TAP voa também 14 vezes por semana para o Funchal, 14 vezes para Londres e 21 para Paris, disponibilizando ainda quatro voos semanais para Genebra e Luxemburgo, assim como três para Zurique e Ponta Delgada, além 70 ligações semanais a Lisboa.
No entanto, face ao período pré-pandemia, a operação da TAP vai contar com menos sete rotas e 705 mil lugares, num corte que Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, diz ser “um grande revés” para a região e uma “péssima” decisão.
Em declarações à Lusa, o autarca acusa o Governo de querer transformar a TAP numa “companhia regional” para servir o ‘hub’ e diz que a companhia aérea está a “abandonar mais uma vez” o aeroporto Francisco Sá Carneiro.
“Reajo com muita preocupação, isto é péssimo para a região, para a cidade, numa altura em que precisávamos que as companhias aéreas, e a TAP em particular, estivessem a atuar mais e a oferecer mais rotas a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro”, afirmou Rui Moreira.
O presidente da Câmara Municipal do Porto lembra que há muito tempo vem a alertar para o desinvestimento da TAP na região Norte, defendendo que esse desinvestimento também é culpa do Governo, cujo “único propósito”, diz Rui Moreira, “é transformar a TAP numa companhia regional para servir o ‘hub’ de Lisboa e Vale do Tejo”.
“A questão diferente é se todos os portugueses se sentem bem em pagar a fatura desta empresa que, de facto, só serve Lisboa e Vale do Tejo como se fosse uma empresa de transportes regionais”, declarou.
Rui Moreira lamentou também o apoio público que a TAP recebeu e que, na opinião do autarca, veio criar “uma distorção no mercado” porque se está a “subsidiar uma companhia que tenta atrair para Lisboa” rotas que de outra maneira viriam para o Porto.
“Há aqui um efeito de dupla indução, por um lado TAP não vem ao Porto, por outro lado está a subsidiar o transporte ao aeroporto de Lisboa, como é evidente, e estamos, portanto, a reduzir a competitividade do nosso aeroporto e a limitar também as companhias aéreas que gostariam de vir ao Porto e que poderiam vir, não fosse essa concorrência desleal”, alertou.
Rui Moreira considera ainda que, da forma como está a ser feito, o ‘hub’ Lisboa é “altamente prejudicial” à economia do Porto e Norte e diz esperar que as pessoas da região Norte percebam esta realidade e “também procurem através disso escolher alternativas”.