“Plano ambicioso” para o turismo será apresentado pelo Governo ainda em maio
Reconhecendo que o turismo “não necessita de uma transformação estrutural, mas antes de uma aceleração”, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, revelou que “dentro de dias” será conhecido um plano ambicioso para o setor.
Victor Jorge
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No dia em que foi disponibilizada a Linha de Apoio à Economia COVID 19 – Médias e Grandes Empresas do Turismo, com uma dotação de 300 milhões de euros, o setor do turismo conhecerá, durante o mês de maio, um “plano ambicioso” para a retoma da atividade, plano esse que será apresentado pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira “dentro de dias”.
Esta foi a certeza deixada pela secretária de Estado do Turismo (SET), Rita Marques, durante o webinar da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), com o tema “Plano de Recuperação e Resiliência: E o Turismo?”, que teve como media partner o jornal Publituris.
Esta novidade deixada pela SET veio depois de Raúl Martins, vice-presidente da CTP, deixar fortes críticas à ausência do setor do turismo no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) apresentado, recentemente, por Portugal a Bruxelas, sendo o nosso país, de resto, o primeiro a ter apresentador o plano às instituições europeias.
Sabendo-se que o PRR não contém medidas específicas para o turismo, mas tem várias gavetas onde as empresas podem ir buscar fundos europeus, nomeadamente, para a formação profissional e transição digital e climática, Raúl Martins disse que “o Governo menosprezou a importância do turismo para a economia e o plano [Plano de Recuperação e Resiliência – PRR] não reflete qualquer estratégia para a atividade turística”.
O vice-presidente da CTP referiu ainda que, “se o PRR vai ser o instrumento principal de resposta às principais necessidades imediatas do país e pretende aumentar a sua competitividade, não conta com o seu principal aliado”, perguntando se o país está em condições de “prescindir da maior atividade económica exportadora e desperdiçar 8,7% do PIB nacional”.
Deixando a certeza de que as medidas de apoio do Governo “são sempre bem-vindas”, Raúl Martins frisou que estas “chegam tarde, muito tarde para muitas empresas e, em muitos casos, ficam aquém das suas reais necessidades”.
Por isso, concluiu o vice-presidente da CTP, o Governo “terá de fazer o que lhe compete para salvar um setor que tantas vezes salvou a economia nacional e que, certamente, voltará a ser importante na recuperação económica do país”.
Rita Marques começou por dizer que o PRR é um instrumento que visa as reformas e, portanto, de intervenções estruturais e, por isso, disse a SET, “o objetivo deste PRR é justamente acelerar de forma absolutamente decisiva e estrutural a transformação da economia portuguesa, de modo a proporcionar o tão desejado salto qualitativo”.
Falando num “pacote ambicioso de ações”, Rita Marques questionou se, de facto, o setor do turismo necessita desta transformação estrutural, respondendo ela própria com factos, fazendo referência ao Fórum Económico Mundial que classifica Portugal como o 12.º destino turístico mais competitivo do mundo e que “está muito acima do ranking que a própria economia portuguesa ocupa neste mesmo ranking”. Fez ainda referência a outros dados, da OCDE, que dizem que 1 euro gasto no turismo nacional gera 80 cêntimos de valor acrescentado na economia nacional.
Por isso, a secretária de Estado do Turismo questionou se o setor do turismo, “não precisará antes de uma aceleração de modo a garantir que, face a esta situação pandémica que vivemos, passa rapidamente retomar a rota de crescimento que estava a calcorrear”.
Reconhecendo que esta é, de facto, uma “oportunidade absolutamente irrepetível para transportar o turismo para outro patamar de desenvolvimento”, a secretária de Estado do Turismo deixou a certeza de que, “quando apresentarmos o nosso plano ambicioso iremos identificar não só os objetivos, mas também as fontes de financiamento a que recorreremos, chegando a uma soma de todas as necessidades de financiamento e que responderão as expectativas de todos os empresários e trabalhadores do sector”.
O plano em si e os valores em causa serão conhecidos e divulgados “nos próximos dias” pelo ministro da Economia, sendo certo que o “plano tem como objetivo claro a concretização de todas as metas que estavam estabelecidas no ET 2027 [Estratégia Turismo 2027]”, recordando que um dos objetivos era, precisamente, concretizar “27 mil milhões de euros de receitas turísticas, de forma sustentável”.