50 Ideias para o Turismo| Muitas regiões um só destino turístico
Por Antónia Correia, Diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia

Publituris
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A hegemonia das regiões é algo que aos diferentes níveis tem gerado modelos de desenvolvimento claramente distintos. Uma posição mais híbrida sugere um equilíbrio entre o poder das regiões e do país.
Em Portugal os fluxos turísticos são absorvidos fundamentalmente pelas regiões aeroportuárias. Estas absorvem 78% dos hóspedes e 86% das dormidas no país. Esta concentração do turismo nas regiões aeroportuárias persiste muito em função da sua localização. Se nas ilhas a capacidade de retenção é quase total, no continente é o Algarve que mais turistas retém. Por oposição, na região de Lisboa e Vale do Tejo, a capacidade de retenção é claramente inferior, situa-se na ordem dos 50% do total de passageiros desembarcados.
Ainda que pouco expressivo (18%) emerge timidamente um novo segmento – o turista multidestino, que numa só viagem pretende visitar todo o país. Este segmento apresenta maior potencial entre os asiáticos, russos, polacos e finlandeses, mas pode ser extensível aos outros mercados se a complementaridade for promovida e facilitada.
Este turista que ventila impactes por todo o país, mesmo pelas regiões onde não existem infraestruturas aeroportuárias, potencia um modelo de desenvolvimento que resolve dois problemas eminentes: o overtourism e a desertificação.
Ainda que a extensão territorial possa facilitar a potenciação deste segmento, a sua concretização é complexa, porque para tal é preciso promover uma unidade nacional que a hegemonia regional rejeita. Ainda que os atributos que mais contribuem para a satisfação dos turistas sejam transversais a todas as regiões, sugerindo que a imagem de Portugal é homogénea, persiste-se num modelo de diferenciação em que todos perdem. As especificidades regionais enriquecem a experiência dos que nos visitam, no entanto Portugal é um destino com uma imagem única, onde a complementaridade deve ser privilegiada num equilíbrio em que as diferenças regionais sobressaiam.
A diversidade existe, a vontade dos turistas visitarem várias regiões é latente, a extensão do território facilita, vale a pena perguntar o que falta para concretizar as sinergias regionais necessárias para resolver o fenómeno do overtourism e da desertificação que enfrentamos?
A solução é simples: promover a identidade turística do país e assegurar acessibilidades entre as várias regiões que continuam frágeis ou inexistentes, mudar a cultura de excessiva regionalização do turismo, porque se todos ganharmos o país também ganha.
*Por Antónia Correia, Diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia
No âmbito da celebração dos seus 50 anos, o Publituris convidou uma figura do setor a lançar uma “Ideia para o Turismo”