50 ideias para o Turismo | Coesão territorial: Hub Turístico vs Robin Hood
Leia a sugestão de Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa e director geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL).
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Passar de uma estratégia Robin Hood para uma estratégia Hub Turístico, como contributo do Turismo para o desenvolvimento do País e para a coesão territorial, é o que proponho à reflexão.
Conhecemos e comungamos os objetivos nacionais de um maior equilíbrio e coesão territoriais.
O Turismo é importante, embora não resolva todos os problemas e seja mais importante para umas regiões do que para outras.
Mas é errada a estratégia Robin Hood (tirar aos ricos para dar aos pobres), que visa desviar Turismo das regiões mais fortes para as mais fracas.
A promoção nacional (parcerias com companhias de aviação e operadores, regulamento de apoio a congressos, equipa MI do TdP, etc) tem tentado isso. No debate sobre o “excesso de Turismo” nota-se a ausência de alguns, e há quem pareça simpatizar com a ideia do “turismo a mais”, talvez na ilusão de assim desviar fluxos.
Esta estratégia está votada ao fracasso porque não se pode determinar política ou administrativamente a vontade dos consumidores.
Mas, além disso, é perigosa porque, se as regiões maiores quebrarem, o resultado nacional será negativo e não poderá continuar a proclamar-se “o melhor ano turístico de sempre”.
Por isso, coloco à reflexão uma alternativa para se atingirem os objetivos comuns: uma estratégia de Hub Turístico.
Isto significa apostar, simultaneamente, na atração de fluxos turísticos pelas marcas mais fortes – Lisboa, Porto e Algarve – e na redistribuição de parte deles pelas restantes regiões.
É a estratégia interna da Região de Lisboa desde 2014. Os números (alojamento em 2017) mostram que todos os Municípios cresceram, e que Sintra e Setúbal subiram percentualmente mais. Ao mesmo tempo, a Região ganhou quota no conjunto nacional.
Esta dinâmica está a ter efeitos estruturantes, nomeadamente investimentos. Sintra, antes apenas um destino de visita, passou a ser o terceiro destino em dormidas, e Setúbal está a “dar o salto”, no contexto do destino Arrábida.
É esta estratégia de Hub, que já funciona no contexto de uma região, que pode ser aplicada no conjunto nacional.
Esta mesma ideia foi desenvolvida há 13 anos, num estudo feito pela Deloitte para a Associação Turismo de Lisboa:
Talvez esta proposta tenha sido avançada antes do tempo e, por isso, não teve seguimento.
Pode ser agora oportuno revisitá-la, à luz da realidade atual.
Por Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa e director geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
*No âmbito da celebração do seus 50 anos, o Publituris convida uma figura do sector a lançar uma “Ideia para o Turismo”.