Turiscópio| Ano novo com oferta renovada para turistas externos e internos
Turiscópio por Humberto Ferreira.
Humberto Ferreira
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Sobre o turiscópio de 15 de Dezembro intitulado ‘Apreciar, organizar e promover as rotas de afectos turísticos’, recebi o seguinte comentário amigável: Então agora até os afectos do Presidente da República servem para atrair turistas?
Não foi com esse fim que pensei na rota portuguesa dos afectos, mas no facto de haver portugueses a praticar a hospitalidade semelhante à que o Presidente usa, no seu estilo próprio de contacto com as populações que visita com regularidade. Por outro lado, não noto nas campanhas turísticas a devida distinção do factor voluntarismo. na recepção de turistas pelos habitantes de cada localidade.
E num ano marcado por tragédias com fogos florestais e ondas indomáveis nas melhores e mais belas praias europeias, ainda não vi o governo debater e aprovar um programa de replaneamento florestal, que não permita a construção de habitações e fábricas em zonas florestais, e outro marcando as praias com sinalização e vigilância adequadas para a segurança de quem usa as praias. Além disso não basta ganharmos o título de melhores praias europeias, é preciso prepará-las como as mais seguras na Europa. O que não queremos é títulos de 500 mortes nas estradas, dezenas nas praias, e centenas em incêndios. Cabe às autarquias criar programas de incentivos para os habitantes de cada praia, pinhal ou zonas florestais e desportivas se unirem aos organizadores e concessionários de animação local, em zonas usadas para ralis e provas motorizadas, ou provas pedonais e desportos aéreos, visando ganhar títulos internacionais com maior segurança.
RENOVAR PORTUGAL – Hoje chamo a atenção: ainda não dei conta de um plano para reflorestar as zonas ardidas, mas, sim, que o governo está a repetir o erro de reconstruir as habitações destruídas pelo fogo junto das árvores que podem rebentar e crescer. Ora se o próprio Estado não conseguiu poupar a jóia do Pinhal de Leiria nem fogos estivais nas áreas florestais dos parques naturais e até no Parque Nacional de Peneda Gerês, porque teimam os governantes em permitir a reconstrução de habitações em zonas florestais sem vigilância e sem núcleos comunitários que cumpram a proibição de queimadas? E o afastamento de oficinas e fábricas, algumas com produtos altamente combustíveis, das zonas que devem ser altamente protegidas?
O exemplo do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ao deslocar-se junto das populações para tomar conhecimento dos seus problemas, também é incentivo para levar a cabo um planeamento rural e litoral mais defensivo e mais organizado e lucrativo, com áreas especializadas consoante as características naturais de cada município, e criando em simultâneo novos destinos com atracções turísticas, culturais, desportivas, e económicas. Mas, por favor, não construam mais habitações, oficinas, fábricas, nem estâncias de madeira junto de zonas com predominância de árvores.
OBRIGADO TV – Tenho visto os canais de TV aos fins de semana transmitir as festas tradicionais de vários municípios rurais, dando-nos a conhecer o entusiasmo das populações locais pela divulgação dos seus produtos, do seu artesanato, da sua música, e das suas paisagens com características invulgares. Um verdadeiro serviço público que a organização turística estabelecida não faz. Além disso vi novelas sobre o Douro e Porto, sobre Setúbal as suas praias e porto, sobre os Açores, sobre a Madeira, sobre o Algarve, e sobre Aveiro e Costa Nova, além de Lisboa, que merecem ser premiadas.
É verdade que a TV e a imprensa generalista abusam do espaço concedido ao futebol, acompanhando cada jogador no dia-a-dia, mas também ainda não vi nem académicos nem governantes distinguirem a relevância da TV à promoção dos nosso mais belos destinos regionais. Todos os países focam as suas capitais ou cidades principais (como os casos de Nova Iorque e Rio de Janeiro), mas Portugal tem que destacar 308 municípios com características de turismo receptivo, sejam monumentos, museus, praias, recintos desportivos, pistas, recintos, feiras, festas, eventos e diversos festivais, em cada cidade, vila, ou aldeia visitada por crescentes milhares de turistas estrangeiros e nacionais.
DIVERSIDADE – Precisa ser enquadrada nos costumes de cada zona. Em 15 de Dezembro passado mencionei os crescentes prémios internacionais conquistados em 2017, como o de melhor destino turístico mundial, além do crescente número de hotéis e hostels premiados, a juntar aos nossos monumentos, museus, restaurantes, esplanadas, feiras, lojas, salas de exposições, espetáculos, e eventos. Temos várias modalidades de turismo desportivo, de bem-estar e saúde, e programas desportivos e culturais, destacando o apoio aos turistas estrangeiros que circulam pelos nossos 308 municípios.
HOSPITALIDADE – Convém lembrar a hospitalidade portuguesa na promoção turística, fomentando destinos menos conhecidos com STORY TELLING, ou seja, por meio de estórias nas localidades, costumes locais, especialidades gastronómicas e festivas, relacionadas com artistas e desportistas. Foi isso que quis associar às rotas de afectos nas festas culturais, feiras, desportos, e artesanato. O STORY TELLING terá de ser difundido por cada comissão de festas, divulgando estórias sobre vultos, desportistas, etc.