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Turiscópio

Turiscópio| Ano novo com oferta renovada para turistas externos e internos

Turiscópio por Humberto Ferreira.

Humberto Ferreira
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Turiscópio por Humberto Ferreira.

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Sobre o turiscópio de 15 de Dezembro intitulado ‘Apreciar, organizar e promover as rotas de afectos turísticos’, recebi o seguinte comentário amigável: Então agora até os afectos do Presidente da República servem para atrair turistas?
Não foi com esse fim que pensei na rota portuguesa dos afectos, mas no facto de haver portugueses a praticar a hospitalidade semelhante à que o Presidente usa, no seu estilo próprio de contacto com as populações que visita com regularidade. Por outro lado, não noto nas campanhas turísticas a devida distinção do factor voluntarismo. na recepção de turistas pelos habitantes de cada localidade.
E num ano marcado por tragédias com fogos florestais e ondas indomáveis nas melhores e mais belas praias europeias, ainda não vi o governo debater e aprovar um programa de replaneamento florestal, que não permita a construção de habitações e fábricas em zonas florestais, e outro marcando as praias com sinalização e vigilância adequadas para a segurança de quem usa as praias. Além disso não basta ganharmos o título de melhores praias europeias, é preciso prepará-las como as mais seguras na Europa. O que não queremos é títulos de 500 mortes nas estradas, dezenas nas praias, e centenas em incêndios. Cabe às autarquias criar programas de incentivos para os habitantes de cada praia, pinhal ou zonas florestais e desportivas se unirem aos organizadores e concessionários de animação local, em zonas usadas para ralis e provas motorizadas, ou provas pedonais e desportos aéreos, visando ganhar títulos internacionais com maior segurança.
RENOVAR PORTUGAL – Hoje chamo a atenção: ainda não dei conta de um plano para reflorestar as zonas ardidas, mas, sim, que o governo está a repetir o erro de reconstruir as habitações destruídas pelo fogo junto das árvores que podem rebentar e crescer. Ora se o próprio Estado não conseguiu poupar a jóia do Pinhal de Leiria nem fogos estivais nas áreas florestais dos parques naturais e até no Parque Nacional de Peneda Gerês, porque teimam os governantes em permitir a reconstrução de habitações em zonas florestais sem vigilância e sem núcleos comunitários que cumpram a proibição de queimadas? E o afastamento de oficinas e fábricas, algumas com produtos altamente combustíveis, das zonas que devem ser altamente protegidas?
O exemplo do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ao deslocar-se junto das populações para tomar conhecimento dos seus problemas, também é incentivo para levar a cabo um planeamento rural e litoral mais defensivo e mais organizado e lucrativo, com áreas especializadas consoante as características naturais de cada município, e criando em simultâneo novos destinos com atracções turísticas, culturais, desportivas, e económicas. Mas, por favor, não construam mais habitações, oficinas, fábricas, nem estâncias de madeira junto de zonas com predominância de árvores.
OBRIGADO TV – Tenho visto os canais de TV aos fins de semana transmitir as festas tradicionais de vários municípios rurais, dando-nos a conhecer o entusiasmo das populações locais pela divulgação dos seus produtos, do seu artesanato, da sua música, e das suas paisagens com características invulgares. Um verdadeiro serviço público que a organização turística estabelecida não faz. Além disso vi novelas sobre o Douro e Porto, sobre Setúbal as suas praias e porto, sobre os Açores, sobre a Madeira, sobre o Algarve, e sobre Aveiro e Costa Nova, além de Lisboa, que merecem ser premiadas.
É verdade que a TV e a imprensa generalista abusam do espaço concedido ao futebol, acompanhando cada jogador no dia-a-dia, mas também ainda não vi nem académicos nem governantes distinguirem a relevância da TV à promoção dos nosso mais belos destinos regionais. Todos os países focam as suas capitais ou cidades principais (como os casos de Nova Iorque e Rio de Janeiro), mas Portugal tem que destacar 308 municípios com características de turismo receptivo, sejam monumentos, museus, praias, recintos desportivos, pistas, recintos, feiras, festas, eventos e diversos festivais, em cada cidade, vila, ou aldeia visitada por crescentes milhares de turistas estrangeiros e nacionais.
DIVERSIDADE – Precisa ser enquadrada nos costumes de cada zona. Em 15 de Dezembro passado mencionei os crescentes prémios internacionais conquistados em 2017, como o de melhor destino turístico mundial, além do crescente número de hotéis e hostels premiados, a juntar aos nossos monumentos, museus, restaurantes, esplanadas, feiras, lojas, salas de exposições, espetáculos, e eventos. Temos várias modalidades de turismo desportivo, de bem-estar e saúde, e programas desportivos e culturais, destacando o apoio aos turistas estrangeiros que circulam pelos nossos 308 municípios.
HOSPITALIDADE – Convém lembrar a hospitalidade portuguesa na promoção turística, fomentando destinos menos conhecidos com STORY TELLING, ou seja, por meio de estórias nas localidades, costumes locais, especialidades gastronómicas e festivas, relacionadas com artistas e desportistas. Foi isso que quis associar às rotas de afectos nas festas culturais, feiras, desportos, e artesanato. O STORY TELLING terá de ser difundido por cada comissão de festas, divulgando estórias sobre vultos, desportistas, etc.

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Sobre o autorHumberto Ferreira

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WTM 2022 – Future Stage. The Landscape of Travel in 2030 and Beyond

Speakers Left to Right

Fahd Hamidaddin, CEO, Saudi Tourism Authority

Peter Kruger, Member of the Executive Board, Chief Strategy Officer, TUI

Simon Calder, Travel Journalist & Broadcaster, The Independent.

Julia Simpson, President and CEO, World Travel & Tourism Council

Rohit Tawar, CEO Fast Future, Moderator

Meeting Industry

Turismo em 2030: Experiências, personalização, metaverso e biodiversidade

O objetivo era olhar para o que o setor das viagens e turismo será em 2030. As diferenças são assinaláveis e passam muito pelas experiências, mas também e, fundamentalmente, pelo digital e a exploração do metaverso. No fundo, quem não for digital e não proporcionar soluções neste campo, não existe.

Victor Jorge

Poderiam ser mais uns aspetos a ter em conta para o futuro do turismo. Do painel que fez uma antevisão de como será o turismo em 2030 – “The Landscape of Travel in 2030 and Beyond” – e onde participaram Julia Simpson, presidente e CEO do World Traval and Tourim Council (WTTC), Simon Calder, jornalista de turismo, Fahd Hamidaddin, CEO do Turismo da Arábia Saudita, e Peter Krüger, membro do Conselho de Administração e Chief Strategy Officer da TUI, houve uma certeza final: “a estratégia terá de ter sempre em mente a visão do cliente. E esse está em contante mudança”.

Cliente controlador
Mas comecemos pelo início. Para o responsável do Turismo da Arábia Saudita, “é preciso dar confiança e poder ao cliente e ir ao encontro do que ele/ela querem controlar”. Além disso, frisou, é a “facilidade, não complicar”. E deu um exemplo simples: “se nos conseguimos unir para salvar vidas e combater a COVID, há que manter essa união para responder às novas tendências no mundo das viagens e turismo”, destacando que, atualmente, “todo o viajante que sentir-se confortável e especial”.

Já Peter Krüger salientou a ligação entre “distribuição entre produto. As pessoas já não querem ir para um lugar 10 ou 15 dias e simplesmente ficar estendidos na praia. Querem mais. Querem o contacto com o local” e aí o executivo da TUI fez especial referência à “personalização” para a qual a “tecnologia é fulcral”. Certo é que para Krüger, a “massificação faz parte do passado, enquanto a preocupação com o local e com a sustentabilidade, nas suas várias formas, fazem parte do futuro”.

Julia Simpson, por sua vez, fez referência ao crescimento que o setor do turismo registou nos nove anos da COVID-19, destacando que “é essencial olhar para o que a geração que hoje tem 12 ou 15 anos querem e esperam. Esses são os turistas e viajantes do futuro e teremos de perceber como estamos a encarar as suas exigências, preocupações e necessidades”, admitindo que, “se não o fizermos, poderemos estar aqui para o ano a colocar esta questão, tal como o faremos nos anos posteriores”.

Sustentabilidade positiva
Na questão da sustentabilidade, a presidente e CEO do WTTC frisou que, atualmente, já não faz sentido falarmos de NET ZERO, já que “essa é uma realidade”, mas para o “NET POSITIVE”, ou seja, para o que “a descarbonização poderá e terá de trazer de positivo para o negócio, cliente e destino”.

Certo é que para a responsável do WTTC, “a procura já ultrapassou a oferta e isso é um problema”.

Mas se a questão da sustentabilidade foi aclarada por Julia Simpson através da positividade que terá de trazer ao setor, Hamidaddin também admitiu que “há muita gente a falar de sustentabilidade, mas pouca gente a atuar de forma positiva”, salientando que sustentabilidade também é “preservação”, salientando que, em breve, haverá testes a essas políticas e estratégias de sustentabilidade que, supostamente, estão a ser praticadas”.

Krüger, por sua vez, foi ao encontro do responsável do Turismo da Arábia Saudita, referindo que no dia em que a sustentabilidade “não é vista como um custo, mas como um investimento, aí teremos sucesso”.

SAF é a resposta imediata e duradoura
No que diz respeito ao negócio e o futuro do mesmo, o executivo da TUI recuperou o que Rohit Talwar referiu no início do WTM e deu um exemplo de uma unidade em Madrid. “Porque não podemos vender o mesmo quarto de hotel duas vezes: uma no físico e outra no virtual?”, esclarecendo que “para muitas pessoas, esta é será uma oferta que vai ao encontro das necessidades e expectativas, já que, eventualmente, não terão dinheiro para ir fisicamente a Madrid, mas nós fornecemos essa possibilidade. Isto é importante para o cliente”.

No que diz respeito às viagens Simon Calder admitiu que, nos próximos dois ou três anos, “não deveremos ver muitas alterações na forma como as pessoas viajam”, explicando que será natural ver uma eficiência cada vez maior nas aeronaves”. O jornalista, contudo, admitiu que, em 2030, teremos “aviões elétricos ou mesmo híbridos”, constatação que Julia Simpson contrariou, já que o hidrogénio ocupa quatro vezes mais espaço que o SAF (Sustainable Aviation Fuel).

Simpson sugeriu ainda que “tem de haver uma narrativa conjunta em todo o setor das viagens e turismo e não termos os hoteleiros a colocar as culpas das emissões na aviação”.

Quanto a novas formas de viajar e de turismo, Simon Calder esclareceu que os projetos de “supercomboios” como o “hyperloop” de Elon Musk ou de Richard Branson estão a registar um desinvestimento, embora reconheça que, no futuro, “mais pessoas viajarão de comboio na Europa”. Contudo, também salienta que, as exigências do futuro, ou seja, em 2030, irão trazer transportes “mais verdes e mais confortáveis”, mas que a urgência das pessoas em chegar ao destino poderão colocar esses aspetos em segundo plano.

No entanto, tudo se resume, novamente, à tecnologia e aí Peter Krüger salienta que essa tecnologia irá dar “mais poder ao cliente ao mesmo tempo que lhe dá acesso a mais informação”. E quem não a disponibilizar “não existe”, diz.

E Fahd Hamidaddin, CEO do Turismo da Arábia Saudita, terminou com uma simples constatação: “Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2029 vão acontecer na Arábia Saudita. Onde? Num local que ainda não existe, porque ainda está em construção e que só será possível graças à tecnologia, ao pensamento disruptivo e por acreditarmos que é possível”.

Sobre o autorVictor Jorge

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Publituris despede-se do seu mais antigo colaborador

Reconhecido apaixonado pelo mar, ensino e jornalismo,  Humberto Ferreira faleceu, esta terça-feira, 10 de novembro de 2020, em Lisboa, aos 88 anos.

Publituris

É com profundo pesar que o Publituris se despede do seu mais antigo colaborador e um reconhecido apaixonado pelo mar, ensino e jornalismo, Humberto Ferreira, que faleceu, esta terça-feira, 10 de novembro de 2020, em Lisboa, aos 88 anos.

Em 2017, convidado da rubrica Conversas à Mesa, o Humberto, como carinhosamente gostava de ser tratado, sem formalismos de senhor, revelava-nos que teve sorte na vida, pois “sempre fiz o que gostei”:

“Humberto Ferreira é colaborador do Publituris há 46 anos, quase tantos quantos tem o jornal, que comemora este mês o seu 49º aniversário. Aos 86 anos, assina todas as quinzenas a coluna Turiscópio, à excepção desta edição, onde é a figura central do Conversas à Mesa.

Relações Públicas, jornalista, professor e director, tantas vidas numa só vida feita de conhecimento e partilha. Nasceu em Lisboa em 1931. O pai, oficial da Marinha, separou-se e foi para Inglaterra, deixando Humberto Ferreira entregue às tias paternas. Mas por pouco tempo. Casado com uma inglesa, o pai regressou a Portugal. Ele, as tias e a mãe inglesa, como o próprio conta, chegaram a viver em Cabeço de Montachique, zona rural às portas de Lisboa. Teve duas irmãs que morreram ainda pequenas. Da infância recorda Cabeço de Montachique, e de regressar a Lisboa, para viver no Bairro América, entre Santa Apolónia e a Graça. Fez a escola primária no Campo de Santa Clara e depois foi estudar para o liceu Gil Vicente.

Terminado o liceu foi para Glasgow, na Escócia, onde o pai foi destacado novamente para uma missão. Tinha o sonho de seguir as pisadas do pai e ser oficial da marinha. Quem não gostou da ideia foi o próprio pai, que sabia ser uma vida difícil por significar muitas vezes estar longe da família.

Acabou por ir estudar Arquitectura Naval, em Glasgow. “Na altura era a segunda cidade do Reino Unido, com quase três milhões de habitantes e tinha 47 estaleiros de construção naval, a universidade era muito conhecida por esta indústria”, recorda.O curso durou quatro anos e foram “dos melhores anos da minha vida”. Estava com mais cinco portugueses. Ele foi o único que não casou lá.

Quando terminou os estudos, regressou a Portugal. O pai arranjou-lhe um emprego no antigo estaleiro da Argibay. “Estive nove meses no estaleiro, durante os quais antevi que Portugal não tinha condições para desenvolver a indústria de construção naval”. Desistiu e arranjou um emprego, em Outubro de 1955, na Agência de Navegação Pinto Basto, que só viria a deixar em Setembro de 1974, para abraçar então uma nova profissão como jornalista.

Na Pinto Basto, tratava dos navios de passageiro que chegassem a Lisboa. “Íamos a bordo, fazíamos o embarque e o desembarque de passageiros, falávamos com o comandante, e éramos Relações Públicas”, conta.

Quando em 1968, o Publituris foi fundado por Nuno Rocha e Belmiro Santos, já Humberto Ferreira fazia parte da equipa de comunicação da Pinto Basto. “Quando eles lançaram o jornal, uma das pessoas com quem falaram foi comigo em 1968. Nessa altura, já era casado, tinha uma filha e dava aulas no ISLA, ao mesmo tempo que trabalhava na Pinto Bastos. Convidaram-me para escrever no Publituris. Recusei por não ter tempo, mas passados dois anos, em 1970 aceitei colaborar”.

Carreira de jornalista
Nascido no Porto, o fundador do Publituris Nuno Rocha veio para Lisboa com a missão de abrir a delegação do jornal Norte Desportivo, que passou depois a ser a sede do Publituris, na Rua Marquês Saldanha, no Largo do Calhariz. “O Nuno Rocha era um indivíduo extraordinário. Depois de fundar o Publituris, começou a sonhar, a sonhar e quis fundar um semanário, o Tempo, que fez sombra ao Expresso”.

Nuno Rocha fundou o semanário Tempo em Maio de 1975 com outros dois sócios, um deles foi Vera Lagoa (que em 1976 fundou “O Diabo” e em 1979 o “Correio da Manhã”, juntamente com Vítor Direito). “O Nuno Rocha disse-me para ser chefe de redacção”, recorda. Humberto Ferreira aceitou o convite e foi chefe de redacção adjunto e também administrador entre 1975 a 1981, altura em que deixou o projecto.

Nesse período, manteve a colaboração com Publituris, mas pouco, já que a administração do semanário tomava-lhe muito tempo. No Publituris, ficou Belmiro Santos, “um tipo extraordinário e dedicado”, elogia.

Depois de deixar o semanário abraçou outro projecto, o jornal vespertino A Tarde, na Rua Marechal Saldanha também. Chegou a director da publicação e nunca deixou de colaborar com o Publituris. “As duas redacções estavam perto uma da outra. Quando saí do jornal, passava pelo Publituris todos os dias”.

Reformou-se oficialmente do ISLA em 1998, mas continuou a trabalhar no Publituris. Escrevia sobre aviação e sobre cruzeiros, conhecia quase todos os presidentes das companhias de aviação. “O Belmiro ao princípio não gostava de navios, então sempre que surgia um cruzeiro, dizia-me: Humberto está aqui um cruzeiro”. Criou amizades no Turismo: “O Mendes Leal era um dos amigos antigos, conheci-o na TAP, ele foi funcionário da TAP no aeroporto, depois é chegou a director de hotéis”.

Quando em 1999, o Publituris foi comprado, Belmiro Santos retirou-se, mas Humberto Ferreira manteve-se na equipa.

Família
Casou-se em 1957, com a filha de um colega do pai. Um ano depois nasceu a única filha do casal. Tem dois netos e duas bisnetas. Passou a fazer férias sempre em Sagres, de onde é originária a família da mulher. “Até os netos e as duas bisnetas adoram Sagres”, apesar do clima agreste. A neta Leonor é única que trabalha no Turismo, é events coordinator no Lisboa Marriott Hotel.

“A vela foi uma paixão, apesar de não ter praticado durante muito tempo. Comecei cedo, depois casei-me, mas arranjava sempre tempo para a Vala. Morava em Algés nessa altura e ia fazer Vela com amigos. Um dia, num Domingo, estava a chegar a Belém, vejo a minha mulher e a minha filha com três anos à minha espera. Chego todo molhado e digo assim: isto é que é uma vida, em vez de andar a passear ao domingo com a minha filha ando aqui”. Deixou a vela e passou a passear todos os Domingos com a filha. “Sou muito amigo do Carlos Pitta, ele tem um iate, e às vezes vou com ele”, conta.

Todos os dias Humberto Ferreira “perde duas a três horas no computador”, a pesquisar sobre turismo. “Não perco, ganho”, afirma. “Recebo muita formação, de maneira que é relativamente fácil e gosto. Sempre gostei daquilo que fiz. E assim, não custa nada fazer isto. Tive sorte, sempre fiz aquilo que gostei, sempre consegui alcançar lugares de destaque. Tenho tido uma sorte levada da breca. Fui para o ISLA, cheguei a director, fui para o Jornal Tarde, cheguei a director. Também tenho tido sorte com os amigos, sou uma pessoa conciliadora, não gosto de zaragatas e de zangas. Claro que também não gosto que me pisem os calos” confessa”.

O velório realiza-se esta quarta-feira, na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica, e o funeral na quinta-feira de manhã.

À sua filha e restante família assim como aos muitos amigos de longa data que partilharam inúmeras viagens, o Publituris expressa as suas condolências.

Especial 48º Aniversário: A minha paixão pelo Publituris“, por Humberto Ferreira.

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Turiscópio| A despedida de 48 anos no Publituris e 63 anos a promover portos portugueses…

Leia o último Turiscópio por Humberto Ferreira.

Publituris

Passei 48 anos a escrever para o PUBLITURIS, de 1970 até 2018, dividindo o tempo com outros compromissos: entre 1975 e 1981 no semanário TEMPO, onde fui um dos fundadores, seguiu-se o vespertino A TARDE entre 1982 e 1986, onde fui chefe de redacção e director; e entre 1968 e 1998 como docente e coordenador dos cursos de guias-intérpretes de informação turística e gestores de empresas turísticas no ISLA – Instituto Superior de Línguas, Administração e Turismo; além de repartir com amigos outras funções como consultor de empresas aéreas e marítimas estrangeiras a funcionar em Lisboa, e em associações de empresas turísticas nacionais analisando a evolução do turismo em Portugal e no exterior, tendo visitado os mais importantes destinos em cinco continentes aproveitando sempre para promover os trunfos do nosso Turismo. Foram experiências úteis publicadas no PUBLITURIS.
Quero aqui destacar os artigos de Vítor Neto, que desempenhou bastante bem as funções de Secretário de Estado do Turismo no governo de António Guterres. Desde então, Vítor Neto tem acompanhado a evolução do sector, não apenas no Algarve, onde gere não apenas a empresa familiar mas integrando a direcção de uma associação regional de empresas fornecedoras de hotéis e restaurantes fortes fluxos turísticos estrangeiros e nacionais. Na edição de 4 de Janeiro Vítor Neto assinou o artigo: «TURISMO Atenção à cota de europeus»: 60% das dormidas em Portugal em 2018 originaram de cinco países. E na página 7 encontramos as nacionalidades que mais frequentaram a nossa oferta turística: Reino Unido, Alemanha, Espanha e Países Baixos, pelo que teremos de atrair outros mercados para eventos culturais, desportivos, artístico-musicais acrescentando hóspedes do Benelux, Escandinávia, Itália, Rússia e Irlanda, por meio de planos bem concebidos pelos nossos especialistas.
em sei que estamos no Inverno, mas temos visto na TV quantos turistas do Norte da Europa não têm tomado banhos de água atlântica e sol nas nossas praias, lembrando que o prémio das melhores praias da Europa concedido na recente gala dos World Travel Awards precisam de ter uma prova quanto à modernização das praias com melhoria nos desportos e serviços procurados por banhistas e desportistas. O que tem demorado a ser apresentado dando a ideia que os concessionários das praias pensam que basta a titularidade do prémio, certamente por não terem observado as praias em Itália e na Grécia entre outros países concorrentes. Vítor Neto e eu temos avisado, cumprindo a nossa missão. E como ninguém responde às minhas sugestões, chegou o dia de dizer adeus aos leitores do PUBLITURIS.

Anteriores promoções históricas
Mas então o que fiz em prol do turismo receptivo? Em 1974 combinei com o sócio principal do operador nova-iorquino ETSIA, uma operação de voos 747.com cerca de 4500 bancários americanos para os hotéis do Estoril.
Tenho tentado ao longo destes 48 anos, embora sem o devido êxito, lembrar aos empresários e dirigentes das nossas associações regionais que organizam grandiosos e frequentes eventos para atraírem mais comerciantes e industriais estrangeiros interessados nos múltiplos produtos e equipamentos de férias em Portugal, sabendo-se como os turistas não resistem às compras nas deslocações fora das suas fronteiras.
Ando há vastos anos a avisar que por exemplo o portal Visit Portugal mais as cidades e zonas turísticas como Sintra, Estoril, Cascais, Ribatejo, Alentejo, Porto e Douro, etc. Ora valha-nos o Dr. Vítor Neto para nos facultar as percentagens das nacionalidades.
Da minha parte não me cansei de avisar os leitores que o Turismo cresce consoante o interesse de várias populações estrangeiras entre as quais as que praticam mais vindas a países amigos como Portugal, consoante o interesse pelos eventos que promovem. Mas nem os portais Visit Portugal dão o devido realce a tais eventos bem gostosos e bem organizados. Aproveito hoje para lembrar o êxito português na Eurovisão em 2017 e 2018, assim como os concursos dos melhores vinhos e pratos, doces, frutas, e refrigerantes. Aqui fica mais este apontamento quantas vezes ignorado? Espero que não faltem colaboradores que transmitam aos leitores os cartazes das zonas ou vilas mais turísticas e mais premiadas.
Por fim agradeço aos leitores a escolha do Publituris para acompanharem os eventos do Turismo em Portugal e as novas tendências da procura externa e interna. Com os meus votos pessoais para o crescimento de turistas nas nossas fronteiras, começando pela reorganização da fronteira no Aeroporto Humberto Delgado, baptizado com o nome de quem tive o prazer de comunicar no serviço militar que me coube desempenhar no Ministério da Defesa. Ao despedir-me destes 48 anos de experiência no Publituris e em visitas aos cinco continentes, nos mais avançados navios e aviões, resta-me afirmar que foi com muito gosto que lidei com os gestores mais conhecedores da evolução do turismo mundial, nem sempre bem aproveitada entre nós. Creio que os meus sucessores consigam transmitir as linhas mestras dos eventos que no exterior atraem mais turistas. Portugal e os empresários do sector bem merecem.

*Por Humberto Ferreira.
Artigo publicado na edição 1384 do Publituris.

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Turiscópio| Nas cidades com mais de um aeroporto os secundários sentem falta de passageiros directos

Leia o Turiscópio por Humberto Ferreira.

Todos sabemos que ocorrem acidentes nos aeroportos, mas há quem esconda esse factores negativos em debates públicos, alegando que a certificação das rotas de aproximação e levantamento de voo é suficiente e protege a protecção aérea por normas das autoridades europeias de segurança.
Ora os portugueses devem analisar com profundidade estas correntes opostas, depois do curioso programa de Fátima Campos Ferreira, na RTP 1 em 29 de Setembro. Em especial os que aprovam que haverá passageiros aéreos para Lisboa a ficar bem no Montijo, aproveitando mais um destino típico luso, adiando até a viagem por autocarro ou táxi até Lisboa, Estoril, ou Sintra. Apenas a boa vontade não chega , pois a maioria dos passageiros para Lisboa chegam com um programa a cumprir a partir de Lisboa onde têm alojamento reservado.
Para outros: as constantes aterragens no aeroporto de Lisboa são ainda mais perigosas do que no Montijo, próximo do parque Natural da Reserva de Aves no estuário do Tejo.
Lisboa de facto tem maior espaço construído e habitado bastante perto da rota de aproximação de voos para a capital.
Mas o Montijo está na linha de aproximação aérea da ponte sobre o Tejo, do Cristo Rei e da maior zona de aves na Zona conhecida pela população de flamingos e outras aves pesadas em deslocações constantes de alimentação. Assim, outros convidados sugeriram o afastamento das rotas de aproximação de pesadas aeronaves da Zona Protegida do Tejo.
E para os pilotos presentes no Prós e Contras o que lhes interessa sempre é o rigoroso trabalho do sistema mecânico em cada voo, desde que as rotas de aproximação sejam objecto de estudos mais frequentes e objectivos conferindo segurança em todos os voos incluindo junto da Zona Natural do Tejo.
POUCAS OPÇÕES – Neste Pró e Contras falou-se de vários estudos científicos e operacionais sobre esta matéria, tendo os especialistas convidados garantido que as rotas foram aprovadas pelo competente organismo europeu e pelas autoridades nacionais. No conjunto do programa fiquei com a ideia os oradores convidados ignoraram as questões negativas. E foi curioso ouvir autarcas mais interessados no crescimento populacional do Montijo e em geral da população da margem Sul, do que no afastamento de rotas de aproximação de grandes aeronaves comerciais tanto da Ponte sobre o Tejo como das zonas mais habitadas na margem sul, além da «estátua-torre» do Santuário do Cristo Rei na margem sul do Tejo, e com os aglomerados habitacionais desde Almada, Margueira, e Cova da Piedade, descurando o facto do Campo de Tiro de Alcochete ter mais espaço para a construção de pistas e das instalações necessárias ao segundo aeroporto da capital, apesar de ter o mesmo problema com as abundantes aves do Tejo.
Também não entendo como o Governo queira trocar a Base Aérea de Busca e Salvamento no Montijo para outro local. Em Sintra, por exemplo, funciona a Academia da FAP e em Tires o  aeroporto secundário de Lisboa para aviões privados. E não foi debatido o eventual aproveitamento da antiga base da OTA para Busca de Salvamento, apesar da urgência de uma base  quando as obras no Montijo aeroporto forem iniciadas.
Mas há quem prefira uma das ilhas da Lezíria do Tejo – uma das nossas maiores propriedades agrícolas de criação de equídeos e gado bovino. Não foi porém tratado o custo de construção e equipamento de uma nova Base Aérea de Busca e Salvamento. Nem se sabe se O Governo já encomendou o estudo da Zona Aérea da Grande Lisboa por peritos internacionais, antes de se comprometer com os habitantes no Montijo, que em vez de aviões de médio porte para busca e salvamento, vão passar a conviver diariamente com grandes jactos.
Cabe ao Ministério do Ambiente revelar como com dois aeroportos junto ao Tejo vai proteger a Reserva Natural do Estuário do Tejo e os bandos de aves? Pois sabe-se que uma opção política e privada se inclina para a pista do Montijo como  complemento da Portela, não obstante os inspectores do SEF controlarem a entrada e saída diária de 25 mil pessoas na Portela. E no Montijo? Quando em Lisboa os serviços de entrada e  saída de Portugal e de inspecção alfandegária estão a demorar demasiado o fluxo de chegadas e partidas. Como será possível no espaço no Montijo tratar semelhante fluxo de pessoas e bagagem?
E não foi debatido o eventual aproveitamento da antiga base da OTA para Busca de Salvamento, apesar da urgência de uma base  quando as obras do aeroporto forem iniciadas. Uma coisa é enviar grandes jactos de passageiros para a OTA, outra é enviar aeronaves para busca e salvamento.
A actual rede de bases da FAP usa pistas e instalações nas bases de  São Jacinto – Cortegaça em Aveiro; e Sintra. Creio que  em Beja poderia partilhar as pistas e Hangares com o Aeroporto que não tem tido voos civis. Outro erro governamental.
ACIDENTES – Ainda na véspera do programa caiu um avião moderno da Lion Air, companhia indonésia, ao largo da ilha de Java, causando a morte cerca de 200 pessoas. Ora a tripulação certamente também cumpriu as normas de segurança locais. E no Tejo num espaço aéreo com o maior conjunto de aves em crescimento? O Montijo não é perigoso? com a quantidade de aves protegidas a voar constantemente sobre zonas de protecção natural.
O Ministério do Ambiente que diga como vai proteger a Reserva Natural do Estuário do Tejo e os suas características aves?, Sabendo-se que a opção política e privada se inclina para a pista do Montijo como  complemento da Portela, não obstante os inspectores do SEF controlarem a entrada e saída de 25 mil pessoas por dia na Portela. Como será no Montijo?
Os serviços de entrada e inspecção alfandegária na Portela tornou-se numa demora do tempo em que não havia internet. Como será possível dotar o Montijo com tanta gente e bagagem, sem uma linha férrea de transbordo para o centro da capital? É indispensável e urgente a localização de uma nova base de busca e salvamento.
Sobre o autorHumberto Ferreira

Humberto Ferreira

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O mundo em mudança à volta do turismo contemporâneo de cariz europeu

Leia o Turiscópio por Humberto Ferreira.

Não sei se governantes, autarcas, e gestores das entidades regionais de turismo e de empresas que lideram os principais segmentos da nossa economia estão satisfeitos com as mudanças na divulgação da oferta e dos hábitos dos turistas estrangeiros e nacionais, pois o turismo está a transformar-se num caso de mudança social, vindo de uma área entre pessoas conhecidas nas agências de viagens, hotéis e unidades de alojamentos, incluindo restaurantes, e transportadoras como a TAP, Portugália, Sata, Euro Atlantic Airways, e Air Atlantis na aviação, e de autocarros de turismo, desde a AVIC no Minho à EVA no Algarve. O turismo foi uma fonte de conhecimentos pessoais que cresciam em amizades no século XX mas a revolução tecnológica em curso transforma o sector em vendas impessoais na internet. Cada dia que passa mais horas são absorvidas pela internet e smartphones. Será que estes aparelhos nos satisfazem mais do que as relações com amigos nas viagens e empresas com que nos familiarizamos? Acho que não.

TURISMO TECNOLÓGICO – Entre as mudanças destaco a quebra nos postos de turismo, quando sem o cumprimento de horários 9 às 17 obtém-se a toda a hora informações através de aplicações e smartphones. Mais um caso de redução de postos de trabalho. O americano Stephen Bailey acaba de revelar 20 aparelhos indispensáveis provenientes da revolução tecnológica, e que estão a mudar a vida social das populações ocidentais e orientais em países mais avançados. Não consegui decorar a lista completa de Stephen Bailey, editada pela CNN, sobre a roupa que se passou a usar e os instrumentos que a juventude não dispensa, com design adequado à nova vida social e comportamento profissional. Os 20 objectos interferem até na organização de eventos desportivos, culturais de diversão musical e gastronómica, incluindo feiras e viagens.

ÉPOCAS HISTÓRICAS – O meu gosto pelo jornalismo cresceu na década de 40, com o meu avô que lia diariamente o SÉCULO e ouvia as noticias na rádio sobre os combates entre aliados e nazis. Eu no cinema apreciava os documentários da guerra. Foi quando quis ser oficial da marinha ou jornalista. Passados 70 anos, tenho poucos amigos com smartphones e automóveis eléctricos, mas adaptei-me aos computadores portáteis e telemóveis simples, e pouco às ligações tecnológicas que são o mimo da nova geração. Estranho que haja funções electrónicas exigidas por operadoras de energia, transportes, e fornecedores de vários equipamentos, que obrigam milhões de pessoas a trocar SMS durante o horário de trabalho. E duvido que melhore a produtividade económica.

PORTAIS ELECTRÓNICOS – No anterior turiscópio avisei que para escrever cada turiscópio visitava os portais de promoção das autarquias e das entidades de turismo regional e nacional. Não consegui agora saber o que se passa em Junho no Turismo do Minho, Trás-os-Montes, Centro, e nas Áreas Metropolitanas de Porto e Lisboa, Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, assim como nos principais distritos com vocação turística, como a Serra de Estrela, aldeias históricas, e estuários fluviais, rias e albufeiras onde crescem desportos náuticos e visitantes em embarcações de turismo, a par da ligação entre as principais localidades fluviais. E, pelos vistos, não importa saber quantos jovens compram entradas nos festivais de música, nas maratonas e nos desfiles de Carnaval. Este desencontro não resulta da quebra de contacto nos postos de turismo?

DESTINOS DISTINTOS – As pessoas gostam de participar em festivais, desfiles, e festas populares ou de gala. Não me canso de escrever os nomes dos nossos mais belas recantos. Só lamento não saber se os alunos do secundário conhecem o mapa contemporâneo de Portugal turístico? Sem saber o valor dos eventos em Junho no Minho, Trás os Montes, Beiras, Costa de Prata, Serra da Estrela, Coimbra, Leiria, Fátima, Ribatejo, Alto e Médio Tejo, Litoral Oeste, desde a Nazaré a Cascais, Serras de Sintra e da Arrábida; Estuário e Porto de Lisboa (com onze municípios fluviais nas duas margens, mais a Capital e Área Metropolitana de Lisboa, na Península de Setúbal e Estuário do Sado. No Alentejo e Albufeira de Alqueva, e nas Costas Alentejana e Vicentina, nos Açores e Madeira? A cooperação entre órgãos do desporto e do turismo não tem sido suficiente para projectar no exterior a qualidade e datas dos nossos eventos náuticos e outros.

ESTAÇÕES NÁUTICAS – O projecto apresentado na BTL das estações náuticas nos estuários fluviais e nos portos está a demorar. É pena pois perdem-se assim fretamentos de veleiros e lanchas de turismo náutico-desportivo. Os portos dispõem de marinas e empresas especializadas na observação de golfinhos e outras espécies marinhas e o nosso património marítimo tem invulgar qualidade, não faltando praticantes em Portugal, Europa, e EUA que apreciam velejar na nossa costa. As notícias que encontrei limitam-se a repetir monumentos e sítios a visitar, ignorando eventos programados cada mês. Será que em Junho não há eventos programados em Portugal? Ao lidar com familiares jovens sei que a justificação forte para se viajar são eventos profissionais, desportivos, ou culturais. Por outro lado as progressivas características da hotéis, alojamentos-locais, restaurantes, redes de transportes, excursões e de animação cultural, artística, desportiva e típica devem ser bem definidas para garantir maiores frequências.

*Por Humberto Ferreira
Turiscópio publicado na edição de 8 de Junho do Publituris

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Turiscópio: ALL aboard to enjoy discovering Portugal-2018

All aboard is a call used by tourist guides when the group is made up of friends from the same region or city. Now tourist programs main binding obligation is […]

All aboard is a call used by tourist guides when the group is made up of friends from the same region or city. Now tourist programs main binding obligation is saving costs, and meeting people from different countries or languages happens daily. English is still the most used language for travelling. My experience comes from writing the first and following issues of Publituris International magazine in the Summer 1973 for the main International Travel Trade Fairs in London, Berlin, Paris, Milano, and USA.

For others: All aboard means all going out to the same parties, shows, and games. Lisbon for instance had this year 23 residential quarters competing for Saint Anthony’s Marches, taking place every year on the evening of June 12. Each group has 40 or 50 dancers and singers acting down Liberty Avenue, our main boulevard fitted with a new paving as some of the dancers and singers take off their shoes, even if they march on their feet from the round-about in Marquis of Pombal down to Rossio and Black Horse Square, where there are now frequent TV shows and popular musical parties as it is quite near Saint Anthony’s parties in Alfama, Bairro Alto, São Paulo-Santos, Madragoa-Estrela, and Alcântara. But Lisbon people also dance and sing in Belém-Ajuda, Monsanto, or Algés, which share such partys with Oeiras municipality on its beaches, nautical clubs, marina, parks, hotels restaurants, and sites for TV shows.

I was born in Lisbon and as the only child in the family I played with neighbors in Algés and in the local beaches, also swimming in Sport Algés e Dáfundo, the local club which celebrated 107 years in 2018, still being a centenary sports brewer for good swimmers and yachts’ skippers and crew.

HISTORY AND GEOGRAPHY – Lisbon is now the capital of a 10 million country developed from a dream in 1112 by Afonso, the young son of Count Henry of Burgundy and countess Theresa of Aragon, daughter of King Afonso the 6th king of Leon and Castille or Castellon. This family felt as lords with a first lady of the whole north of the Iberia Peninsula along French and Castellon Northern borders. At the time there was no Spain nor Portugal. But there was a great territory bathed by The Biscay Sea in its northern shores, from Santander and Bilbau to Finisterre in Galicia bathed by the Atlantic Ocean in the West, with the ports of La Coruña, Tuy, and Vigo. Afonso soon saw the future would be to conquer the territory south of Burgundy, which was already occupied by muslin armies, and become King of Portugal. And he succeeded.

PORTUGAL – While Burgundy was a strategic territory along the Northern Iberia Peninsula with very important means for its nobility with high quality wines produced in those lands, young Afonso from July to October 1147 conquered Santarém and Lisbon, and was recognized as the leader of the Treaty of Independence with the right to rule the new country which earlier he had drawn in a map in Guimarães, and sent to the Pope in Rome who approved his plan.

A COUNTRY BY THE SON OF A COUNT – Afonso’s ability for arms and fights, matched perfectly with his dream to become the king of a new country along the whole Atlantic Coast from Minho to Algarve. Thus he went on scaring the muslin armies which had occupied castles and villages from Algarve to Minho. As his plan grew as a lot of armed followers joined his next expeditions to the south, and with the population behind he conquered two strategic towns in Santarém and Lisbon, as well as the government of a new country, with the help of crusaders in a stop at the port of Lisbon. Afonso sent muslin armies back to Northern Africa.

In 2018 we may follow expeditions by sea & overland, by renting a car in Lisbon or Algarve, or a yacht in Oeiras, passing Saint Julian’s lighthouse and sail up the Tagus to Santarém. After, I suggest an easy drive to Lisbon’s Eastern Park of Nations, a new residential and business district of Lisbon since 1998. Dont miss a visit to the Aquarium and marina, or its shopping center Vasco da Gama, plus the Orient railway station with long distance national and international trains, or local and long distance buses. For entertainment try the show at the Lisbon Casino, or the Altice Arena for musical shows, or for the next international summit.

SEVENTY YEARS AGO – When I was a school kid, that place was named Olivais and Cabo Ruivo, and I used to go there with my father to admire the great clipper seaplanes from England and USA. What I suggest today is recalling there in photos our first international airport for seaplanes.

DISCOVER TAGUS SECRETS – About 20 kilometres westwards there stands the city districts of Belém and Algés, along the northern bank of Tagus River. These residential districts lie at the western end of Lisbon city, featuring the Tower of Belém and the Monastery of Jerónimos, both built by order of King Manuel First during the early decades of 1500 with the valuable means brought by Vasco da Gama from India. This King contracted Diogo de Boitaca, then one of the best French architects for these and other Lisbon architectural jewels.

Any reader may take one of the city tours available to admire the Monastery, 300 meters long. To visit it by yourself there is a cellular app to avoid long waiting files. I also suggest visiting the old Navy Aguarium in Dáfundo, and the gardens towards Algés, or the National Football Stadium westwards along the Jamor Valley. Our main cups are played there next to the new Football City, but Lisbon has other good football fields, and Belém riverside holds sailing clubs and cruising yachts. Feel like a TV star sailing on a yacht in one of the best and larger european ports.

Sobre o autorHumberto Ferreira

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Turiscópio: Contar histórias para atrair mais turistas e valorizar entidades de turismo

Leia o Turiscópio por Humberto Ferreira.

Quando escrevo o Turiscópio visito os portais das oito entidades regionais de turismo: Visit Portugal no Porto e Norte (1), Centro (2), Area Metropolitana de Lisboa (3), Alentejo (4) e Ribatejo (5), Algarve (6), Açores (7) e Madeira (8). Mas fico sem saber que eventos merecem ser visitados por nacionais e estrangeiros nos nossos mais belos destinos culturais, desportivos e comerciais. Ora visite Portugal diverge da atracção de férias e falta quem conte histórias sobre terras e pessoas, que também não é tarefa do meu agrado. Mas também não é com a repetição de dados de cada destino sem novidades, que se atraem turistas num sector dinâmico que exige a constante renovação da oferta, contra a concorrência que conta histórias sobre cidades e sobre os vultos que lá passam férias, incluindo as estrelas que vivem em Portugal. Hoje tento duas vias: uma parte em inglês visando esclarecer hóspedes estrangeiros sobre alguns eventos e costumes, e o texto em português; os dois idiomas com que fui criado.

1 – STORY TELLING: Portugal is open for travellers, holidaymakers, tourists, and short-time visitors, and every month there are special events. In JANUARY there are great sales after Xmas; in FEBRUARY there are carnival parades from North to South; in MARCH or APRIL enjoy Easter celebrations with food and sweet delights. In MAY enjoy celebrations in Fátima Shrine, which repeat monthly until OCTOBER 13. In JUNE enjoy Lisbon’s parties, and most sports leagues are ending tournaments.In JULY and AUGUST students, and employees enjoy their beach or country holidays, with most towns and villages holding colourful local festivities. In AUGUST and SEPTEMBER the last holidaymakers return home, and the schools reopen. In OCTOBER there are church gatherings all over the country, with parties and local fairs attracting families to their birth-places. In NOVEMBER families open their own wine for St. Martin’s Eve on the 11th.It is a great party tasting the new wine. Next comes DECEMBER with Xmas shopping and parties giving out Xmas offers for families and friends. And in the New Year we wish a Happy New Year to family members and close friends joining their parties. This is the story of every happy year, the Portuguese also assess every year by good or poor weather.

DESPORTIVO E CULTURA – Voltando ao português, a matéria-prima da nossa oferta concentra-se em 308 municípios, cuja maioria dispõe de meios de alojamento local e estabelecimentos hoteleiros, a par de restaurantes, cafés, esplanadas, e transportes rodoviários ou ferroviários, enquanto os municípios litorais e fluviais também dispõem de linhas de ferries locais, indispensáveis nos maiores rios com estuários, rias e marinas bastantes visitadas por turistas, desportistas, e armadores.

PORTOS – Temos a maior rede de portos atlânticos, numa tentativa para divulgar notícias agradáveis. Há muitos europeus interessados nas obras em portos. Quando era jovem havia o costume de perguntar a amigos os portos conhecidos e o nome de navios das principais potências navais, além dos nomes das estações ferroviárias e dos rios adjacentes ao Tejo e Douro. Temos 26 portos com navios diferentes, desde Caminha, Viana do Castelo, Leixões, Douro, Aveiro com a ria de Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Ericeira, Cascais, Lisboa com o estuário do Tejo (um dos maiores e melhores portos europeus), Setúbal, Sines, até Sagres, Lagos, Portimão, Faro-Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António; além dos portos insulares nos Açores: em Ponta Delgada, Horta no Faial, e Praia da Vitória na Terceira; e na Madeira: Funchal e Porto Santo. Cada um com histórias curiosas sobre navios e tripulantes, lembrando as histórias quando entrei no Turismo em 1955, como agente de navegação e viagens, conhecendo portos concorrentes: Southampton, Liverpool, Glasgow, Havre, Amesterdão, Antuérpia, Hamburgo, Copenhaga. Gotemburgo, Oslo, Helsínquia, e mais a sul: Veneza, Trieste, Dubrovnik, Pireu, Istambul, Alexandria, Tânger, Palermo, Nápoles, e Génova, etc. E quem não conhece estórias sobre portos no Mediterrâneo, Egeu, etc.

PRIORIDADES – Um aviso: Não basta construir novos terminais marítimos, aéreos, ou ferroviários, para recebermos mais turistas. É preciso por exemplo rebocar os pavimentos das ruas e dos passeios em Lisboa e outras cidades face à concorrência das cidades europeias que atraem milhões de turistas com grandes eventos. E é preciso melhorar a sinalética para peões e automobilistas.

DOS PAQUETES AOS CRUZEIROS, FERRIES e JACTOS – O primeiro jacto comercial foi o Comet britânico que voou entre 1949 e 1954. Teve dois acidentes graves e foi retirado de serviço, sendo substituído pelo Boeing 707 seguido do B747 e 787-Dreamliner, e pelos A380 e A350 da Airbus. Entrei no turismo em 1955 quando os jactos substituíram muitos paquetes nas viagens intereuropeias e intercontinentais. Mas os armadores não deixaram de construir navios e as linhas marítimas funcionaram até aos anos 70/80, quando os paquetes foram transformados em navios de cruzeiro. De tal modo que, em 2018, há uma centena de navios de cruzeiro encomendados a estaleiros asiáticos e europeus.

TRANSPORTES E TURISMO – Temos oito entidades regionais e associações de hotelaria, restauração, alojamentos locais, e de transportes turísticos, mais associações de empresas de animação turística e geral. Mas não conheço o registo de municípios turísticos. O Turismo hoje é um fenómeno mundial imparável, apesar da miséria e conflitos em alguns países. E a sua promoção faz-se à escala mundial como tarefa constante.

Sobre o autorHumberto Ferreira

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Turiscópio: A experiência portuguesa entre os primeiros empreendedores do Turismo europeu

Para assinalar 50 anos de publicação ininterrupta do quinzenário de turismo Publituris desde 1968 escrevi três textos sobre a evolução do turismo em Portugal e descobri a vasta experiência dos nossos antepassados nas actividades que ainda movimentam e modernizam o turismo internacional.

Para assinalar 50 anos de publicação ininterrupta do quinzenário de turismo Publituris desde 1968 escrevi três textos sobre a evolução do turismo em Portugal e descobri a vasta experiência dos nossos antepassados nas actividades que ainda movimentam e modernizam o turismo internacional. Por exemplo acabam de ser divulgadas as tendências do turismo para uma nova fase a iniciar em 2030, enquadrando viagens e turismo num sector mais smart: vocábulo tecnológico que define a vida nas próximas décadas com base em instrumentos e aplicações tecnológicas bem diferentes da minha experiência mista, entre um ambiente cultural e informativo avançado pelo cinema, teatro, literatura, e televisão, e que apoiou bastante a vontade de viajar da minha geração através de diferentes e avançados meios aéreos, terrestres, e marítimos, prevendo-se que serão transformados no futuro com trocas em tertúlias experimentais e universitárias de novos instrumentos mais portáteis e acessíveis.

 Onde acabo de ler que o Turismo Smart vai ser mais competitivo e sustentável com 17 eixos ainda não revelados, excepto as tarifas aéreas secretas através de apps-celulares.

Ora francamente o que me levou a apreciar mais o turismo desde 1955 foi a organização das empresas aéreas filiadas na IATA com regras fixas e abrangendo todos os países. Não gosto de segredos. Mas nos últimos anos algumas empresas deixaram de cumprir as normas.

DO FUTURO PRÓXIMO À ANTIGA ELEGÃNCIA – Aqui divulgo as datas dos primeiros empresários de viagens e de hotéis e iniciativas turísticas, no comércio, cultura e desporto, onde muitos portugueses colaboraram e encontraram bons negócios com ingleses, franceses, espanhóis, e outros europeus mais experientes.

1764 – Abre em Sintra o Hotel Lawrence e um dos primeiros hóspedes é Lord Byron, que ali escreveu parte de Childe Harold, uma das suas obras mais conhecidas. Este hotel ainda funciona.

1771 – O comerciante Domingos Pinto Basto abriu no Porto uma agência de navegação e viagens. Terá visto pelos contactos com ingleses que os navios que iam ao Douro carregar vinho eram agenciados por empresas que facilitavam as relações entre o comandante e as autoridades locais, além de servirem os produtores e fabricantes do Douro que viajavam para se inteirarem das novidades em Inglaterra, França e outros países mais avançados. Portanto a agência Pinto Basto no Porto prestava assistência aos navios e comandantes e vendia viagens aos clientes portugueses e estrangeiros residentes.

1830 – A empresa marítima inglesa P & O (Peninsular e Orienta)l abre a linha de Inglaterra para portos peninsulares com destaque para o Douro e Lisboa, onde já operava a agência Pinto Basto. O Douro tinha a vantagem das exportações de vinhos e outros produtos, além da ligação de aristocratas e de negociantes entre o Norte de Portugal e a comunidade britânica. Mas em 1837 expandiu a sua acção para o Mediterrâneo e os portos espanhóis passaram a beneficiar de escalas e negócios, embora o Douro continuasse a ser uma linha lucrativa para mercadorias e passageiros.

1884 – Organiza-se a primeira volta de Portugal à vela, da qual não existe informação suficiente, mas admite-se uma estreita colaboração com residentes ingleses no Douro, Cascais, Algarve. e Madeira, e um evento com interesse turístico. Trata-se de um evento apreciado na maioria dos clubes náuticos internacionais, se ganhar um patrocinador como a Volvo, etc.

1889 – Fausto Figueiredo cria a Estoril Sol para gerir o recente ramal ferroviário Cascais-Pedrouços, incluído no projecto de valorização de vilegiatura residencial na zona Estoril-Cascais. E em 1923 cria a Sociedade Estoril e a Estoril Plage com projectos de animação turística, desportiva e cultural com a marca Costa do Sol. O Estoril foi o primeiro destino luso a comemorar 100 anos de turismo e desportos activos, entre os quais se destaca o Clube  o Estoril Praia

1902 – A família Pinto Basto funda o CIF – Club Internacional de Futebol no alto de Belém, introduzindo torneios internacionais de para turistas. Este clube continua a promover torneios de ténis para vários escalões etários.

1903 – É fundado o Automóvel Clube de Portugal com grande impacto nas relações entre automobilistas de outros países e da inscrição de pilotos portugueses em provas internacionais. O ACP já teve intervenção no turismo europeu, que foi impulsionado no século passado pelos clubes automóveis e ferroviários, dois grupos europeus abertos a viajar e praticar as modalidade de turismo que iam sendo promovidas na Europa. Em Portugal foram as revistas do ACP e a Gazeta dos Caminhos de Ferro, esta dirigida por Leonildo de Mendonça, que lançaram os eventos de turismo mais populares e frequentados. Com destaque para o Clube Naval de Cascais que mantém fortes laços com a Confederação Internacional de Vela em Inglaterra, e com várias classes de veleiros internacionais, e os organizadores da America Cup nos Estados Unidos, que vêm sempre treinar em Cascais.

1936 – AERO PORTUGUESA –  O empresário António Medeiros de Almeida, importador dos automóveis britânicos Morris, fundou a empresa aérea que lançou a rota Lisboa-Tânger, a qual foi destacada no filme Casablanca de 1941. interpretado por  Humfrey Gobart e Ingrid Bergman. A empresa foi mais tarde absorvida pela TAP. O comandante João Júdice de Vasconcelos foi o responsável técnico deste investimento de António Medeiros de Almeida, três anos antes do início do segundo conflito mundial mas cuja repercussão se prolongou até ao renascer do turismo europeu após  1945, demonstrando até à actualidade a exigência promocional do turismo. Aliás a promoção turística portuguesa com maior impacto internacional, nestes 50 anos, continua a ser a canção Abril em Portugal no filme Capas Negras.

VOCAÇÃO LUSA – Outra curiosidade é o facto de ao longo da vida ter encontrado nos cinco continentes  destacados empresários portugueses em muitas áreas de negócios, talvez poucos no turismo, a não ser restauração e alimentação. Positiva porém é a experiência que passa de pais para filhos e de empresários para estagiários na maioria das áreas, em especial no turismo, onde o mercado exige alojamentos, animação e transportes de alta qualidade e segurança.

Por isso nestes três textos divulgo algumas qualidades e novidades do antigo e actual investimento luso, colocando Portugal em certas actividades entre os primeiros exploradores desta agradável actividade económica que tem crescido com a aviação, cruzeiros, eventos culturais, desportivos, e profissionais pelos cinco continentes, pelo que importa avaliar o perfil mais indicado e mais apreciado pelos estrangeiros que repetem as suas visitas a Portugal, certos da nossa experiência e simpatia.

Sobre o autorHumberto Ferreira

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Turiscópio: As principais vantagens de Portugal no Turismo

Venho apontar os trunfos de um dos melhores países de férias na Europa, com belos destinos e atracções desportivas e artísticas, juntando ainda compras e diversões, e acrescentando um pouco da nossa história com países aliados.

Venho apontar os trunfos de um dos melhores países de férias na Europa,  com belos destinos e atracções desportivas e artísticas, juntando ainda compras e diversões, e acrescentando  um pouco da nossa história com países aliados.

Creio que fica esclarecida em parte a origem dos nossos trunfos e revelo que experiência sem simpatia de pouco vale.

DIGNIFICAR A MEMÓRIA – A nossa experiência colectiva veio e ficou desde 1764 quando abriu o Hotel Lawrence em Sintra, a agência Abreu em 1840 no Porto, e o comboio  Sud-Express entre Paris e Lisboa inaugurado em 1887, sem esquecer os paquetes ingleses da P &O, Royal Mail, e Union Castle que visitavam regularmente desde 1830 os portos de Lisboa, Funchal, Douro, etc.

Mas não são apenas histórias tão antigas que valorizam o nosso turismo, antes a epopeia dos paquetes que traziam malas de correio, que a coroa e os armadores ingleses da P&O montaram entre 1830 e 1939 para portos da Península Ibérica, com destaque para Lisboa, Funchal, e Douro.

Ora a partir do final do segundo conflito mundial, a aviação tomou conta da expedição e entrega postal. Lembro que 58 anos depois a P&O vendeu, em 2003, os navios de cruzeiros e a marca ao grupo Carnival Cruises nos EUA, cujos navios continuam a visitar Lisboa, Funchal, Ponta Delgada, etc. Já a Union Castle e a Royal Mail decidiram desistir das operações face à expansão dos grandes jactos para passageiros e mercadorias.

TRUNFOS CONTEMPORÂNEOS – O que nos falta em Portugal repetir ao mercado mundial é que temos alguns dos melhores hotéis do mundo; alguns dos melhores restaurantes Michelin; e algumas das melhores praias da Europa e do mundo.

Temos lojas antigas e modernas de alta categoria e compras variadas e irresistíveis. Entre as quais se destacam: cavalos lusitanos, entre os melhores do mundo.

Também temos as melhores feiras e provas equestres do mundo, além das melhores colecções de coches em Belém e Vila Viçosa.

VOCAÇÃO NÁUTICA Temos as maiores ondas de surf do mundo na Nazaré. Surf-fests em Peniche, Ericeira, Sudoeste, Póvoa, Caparica, etc todos no topo de diversos escalões internacionais.

Vilamoura é uma das melhores marinas do mundo, e Cascais tem um dos melhores campos de regatas para as classes dragões, stars e veleiros das séries da America Cup; recebemos regatas como a Volvo Ocean Race, a Tall Ships Race, e vários campeonatos europeus e mundiais de vela, canoagem, etc. E vamos abrir estações náuticas nos principais estuários e portos.

E não podemos deixar de realçar a melhor fábrica de caiaques Nelo de competição, e a pista do centro de canoagem em Vila do Conde, atraindo crescente número de atletas olímpicos nacionais e estrangeiros.

BOM ENTRETENIMENTO –   Temos alguns dos melhores festivais de músicas do mundo, o NosAlive, o Rock in Rio in Lisboa, o FMM em Sines, e tantos outros; e temos alguns dos melhores terminais de cruzeiros mundiais em Leixões, Lisboa, Ponta Delgada, etc. Assim como excelentes universidades procuradas por estudantes Erasmus.

A ROTA DA FÉ Além destes trunfos temos o mais visitado Santuário Católico em Fátima, e os de Braga, Lamego, Vila Viçosa, e belas catedrais e romarias.

Falta-nos articular a promoção turística interna e externa com os organizadores e patrocinadores destes eventos e facilitar nos portais Visit Portugal, Visit Lisboa, Visit Porto, etc., cada com calendário anual com o programa de cada época e em cada uma das sete regiões turísticas, dando nomes concretos em vez de apenas a denominação geográfica: Norte, Oeste, Centro, Sul, ou Interior.

GEOGRAFIA Uma referência visando projectar as praias de Peniche e Viana do Castelo, que acabam de ser classificadas pelo diário britânico The Guardian  como duas das melhores praias do Sul da Europa. Aqui também há que esclarecer que Viana do Castelo fica na ponta Norte da costa portuguesa próximo da fronteira com Espanha, E Peniche fica junto do Cabo Mondego; enquanto o Algarve é que fica no Sul da Europa. Os portugueses estão entre os melhores alunos de geografia e os melhores viajantes.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

Raquel Relvas Neto

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Turiscópio: O cinquentenário de Publituris e a importância de Lisboa como preferência de cruzeiristas internacionais

Turiscópio por Humberto Ferreira.

Nas últimas semanas a cerimónia dos 50 anos do Publituris não me saem da cabeça, marcada em parte pelo texto que escrevi no anterior Turiscópio intitulado «50 anos a valorizar E divulgar as maravilhas paisagísticas, culturais e turísticas de Portugal» e da colaboração que dedico ao Publituris. Por outro lado, na minha geração era costume trabalhar-se toda a vida numa empresa, mas eu com família inglesa e tendo estudado e vivido no Reino Unido, não segui esse costume. Perante este cinquentenário relembrei as nove empresas britânicas e portuguesas onde colaborei desde 1949, com acesso a experiências diferentes entre estaleiros navais, agência de navegação representando nove grandes armadores internacionais.
Depois leccionei nas primeiras escolas superiores e profissionais de Turismo; e, como jornalista de 1955 a 1998, em três editoras de imprensa, incluindo o Publituris e outras duas editoras de jornais generalistas.
Esta variada experiência ajudou-me e a primeira recompensa recebida foi de um texto em inglês sobre o programa de renovação da nossa marinha mercante entre 1945 e 1961. Uma parte dos 56 navios construídos foram em estaleiros britânicos, e o diário Glasgow Herald estava interessado neste tema.
ESPECIALIZAÇÃO INTERNACIONAL – A primeira viagem foi em 1947 de Lisboa a Liverpool, a bordo de um navio britânico. Oito anos depois entrei na Pinto Basto como agente de navegação, onde durante 19 anos trabalhei para os seguintes armadores: ITALIAN LINE – nos mais belos paquetes da época, na linha entre Trieste, Veneza, Palermo e Nápoles, Málaga e Lisboa, para Halifax e Nova Iorque. Conheci excelentes armadores, destacando Umberto Nordio, que presidiu depois à Alitalia; e trabalhei nos paquetes: Vulcania, Saturnia, Conte Biancamano, Cristoforo Colombo, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raffaello, e Augustus e Giulio Cesare, estes ligavam Génova, Nápoles e Lisboa ao Rio de Janeiro, Santos, Montevidéu e Buenos Aires.
AMERICAN EXPORT LINES – A bordo dos paquetes Independence, Constitution, Atlantic, etc. e do primeiro paquete nuclear Savannah. Estes navios já faziam itinerários de cruzeiros internacionais, escalando Lisboa com frequência.
UNION CASTLE LINE – Foi a companhia com o primeiro navio dedicado a cruzeiros, o REINA DEL MAR vinha a Lisboa de 15 em 15 dias em cruzeiros para a Madeira, Canárias e Açores, por vezes às Baleares; mantendo a linha de Inglaterra para a África do Sul, com escalas na Madeira e algumas em Lisboa, lembro os navios Windsor Castle, Edinburgh Castle, Capetown Castle, etc.
ORIENT LINE – Na linha Reino Unido-Austrália com os navios britânicos Orcades e Oronsay, que vinham a Lisboa, e o Oriana veio na viagem inaugural com o congresso da ABTA, voltando em viagens seguintes.
ROYAL MAIL LINES – A empresa inglesa com a mais antiga linha para a América do Sul com escalas frequentes em Vigo, Lisboa, e Funchal, os seus navios mais conhecidos foram o Andes, Alcântara, Amazon, e a classe HIGHLAND: Princess, Monarch, Chieftain, e Brigade; LLOYD TRIESTINO – a linha italiana para a Austrália cujos navios Marconi e Galileo foram em 1979 deslocados para a rota Itália-América do Sul com itinerários de cruzeiros.
DFDS – Companhia dinamarquesa com linhas de mercadorias em cargueiros e ferries para passageiros e automóveis entre a Escandinávia e portos do Reino Unido e Benelux, com a experiência em 1970 das linhas Génova-Málaga-Tânger, e Brindisi-Patras, esta entre a Itália e a Grécia, com os navios Dana Corona e Dana Sirena, que transportavam passageiros com automóveis, em simultâneo com programas de cruzeiro.
P&O – NORMANDY FERRIES – Em finais da década de 60, o grupo britânico P&Orient Lines lançou a popular linha semanal de ferries Southampton-Lisboa-Tânger ou Casablanca, com os navios Leopard, Dragon, e Eagle, numa parceria francesa e inglesa que o grupo P&O pretendeu alargar à Sociedade Geral (do grupo CUF), que não aceitou, pois a sua frota de cargueiros foi ampliada para passageiros na rota Continente-Guiné-Bissau. Uma oportunidade perdida para a nossa internacionalização em cruzeiros europeus, que italianos e espanhóis continuam a dominar.
MELHOR DESTINO EUROPEU – O EAGLE trazia semanalmente para Lisboa cerca de 500 passageiros e mais de uma centena de automóveis, e o percurso Lisboa-Marrocos-Lisboa era programado como curto cruzeiro mais dois dias seguintes na volta a Southampton de britânicos e franceses, com ligação em Le Havre nos navios da mesma empresa. Foi uma linha semanal de grande sucesso, desativada devido ao PREC. Aliás, nos meses seguintes os navios estrangeiros desistiram de Lisboa, até ao novo surto de cruzeiros no século XXI, quando Lisboa ganhou o título de melhor porto e destino turístico para visitas de cruzeiristas. Os paquetes nas escalas em Lisboa entre 1955 e 1975 desembarcavam e embarcavam centenas de passageiros, enquanto nos navios de cruzeiros o movimento reduzia-se às visitas organizadas para os cruzeiristas embarcados no porto de partida e chegada.
OPORTUNIDADE – O cinquentenário do Publituris permite-me escrever sobre a evolução do Turismo. Espero que seja útil para quem queira saber além da importância e dinamismo dos «automóveis clubes europeus» e da categoria do SudExpress, tendo Lisboa sido preferida a Madrid em 1880 devido às frequentes escalas de paquetes estrangeiros em Lisboa. Falta-me escrever sobre as pessoas com quem trabalhei e com quem aprendi muito.

Sobre o autorHumberto Ferreira

Humberto Ferreira

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