Nuno Carvalho “Onde está o Pokemon e o Mannequin?”
Leia a opinião por Nuno Carvalho, ClickandPlay Studio.
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Conheça as 5 tendências do digital que não vão falhar nos próximos anos.
Estávamos a 6 Julho de 2016 quando o fenómeno de realidade aumentada Pokémon foi mostrado ao mundo, poucos dias depois (13 de Julho) o número de utilizadores diários já ultrapassava os 28,5 milhões. A euforia foi a que todos sabemos, avenidas congestionadas, estabelecimentos invadidos, pessoas curvadas a caminhar pelas ruas de smartphone na mão em busca do bicharoco. A loucura estava instalada e os acionistas da Nintendo esfregavam as mãos com um ganho de mais de 120% nas ações.
No entanto, em poucos meses, a euforia acabava e no início de 2017 os quase 30 milhões de utilizadores transformaram-se em apenas cinco milhões. Mas já quase a terminar 2016 outro fenómeno borbulhava na ‘net’, o famoso Mannequin Challenge, um truque de filmagem em vídeo que transformava o comum dos mortais num manequim congelado. Futebolistas, políticos, músicos, empresários… enfim todo o planeta estava rendido à brincadeira e, claro, mais um vez, em poucos meses a moda também passou. Outros mais “one hit wonder” do digital vão aparecendo, Pokémons e Mannequin´s são os “Despacito” do digital, aquecem-nos a alma durante uns meses e depois já nem os podemos ver ou ouvir.
Há uma lição a reter, todo este êxito só prova que o digital está implantado em todo o mundo como nunca e não pode haver dúvidas sobre isso. Por essa razão é importante termos consciência de onde vale a pena focar a nossa atenção e ver quais são as reais tendências do mercado digital, para saber apostar nas áreas certas e assim acrescentar valor ao seu negócio.
5 TENDÊNCIAS DO DIGITAL
1 – MOBILE, MOBILE, MOBILE – O uso de smartphones lidera o crescimento no tempo de utilização de Media Digital. De 2013 até 2016 o uso de smartphone cresceu 99%, no entanto, o uso de desktop diminuiu 8%. Nos 100 sites mais vistos nos EUA, a visualização em mobile é 2,4 vezes maior do que em desktop e o tempo médio de utilização de smartphone é de 2h51 minutos por dia. Ecrãs maiores é igual a melhor visibilidade para as marcas, desde Fevereiro de 2015 que os smartphones com mais de 4,5 polegadas de ecrã lideram o mercado. Portanto, seja o que quer que venha a fazer no digital, primeiro certifique-se que funciona muito bem no mobile e só depois no desktop.
2 – CROSS PLATFORM – Em 2016, os americanos nas idades entre os 18-34 anos gastaram 30 mil milhões de horas no Digital contra 19,1 na TV tradicional. Mesmo nas idades entre 35-54 anos o digital vence com 27,4 mil milhões versus 26,6 em TV. Se tem um budget para gastar numa campanha de media e se o seu público é jovem/adulto não tenha dúvidas em favorecer o meio digital, ainda por cima vai poder medir muito melhor os resultados da campanha.
3 – MEDIA TRADICIONAL VS MEDIA DIGITAL – Em 2016, o NewYorkTimes cresceu 36% no digital quando comparado com 2015 e o The Washington Post 40%.
Não há como dar a volta, aconteceu o mesmo na música por volta de 2005, o átomo foi trocado pelo bit. Jornais, revistas, TVs, tudo vai ser digital e não vale a pena falar do cheiro do papel, do toque, etc… ouvi a mesma história com os CDs e o Vinil e hoje é o que se sabe.
4 – MOBILE VIDEO – Snapchat, a aplicação de excelência de vídeo mobile, era a 18ª app, em 2015, a ser usada nos smartphones, em finais de 2016 já estava na 9ª posição. No Youtube 70% dos vídeos são vistos em mobile. O Facebook e o Instagram estão a apostar tudo em melhorar a experiência vídeo nas suas aplicações para mobile. Vlogers fazem vídeos diários recorrendo a um smartphone, captam e publicam no momento. Grandes players fabricantes de câmaras de vídeo estão a poucos meses de lançar câmaras que se ligam diretamente à internet. Viu este verão alguém a dançar sozinho e a fazer caretas para a câmara de um smartphone? Se viu não pense que estava doente, estava apenas a fazer um vídeo selfie para “postar” no Instagram.
5 – O ECOMMERCE ESTÁ A CRESCER PELO MCOMMERCE – Utilizadores estão cada vez mais confortáveis no uso de smartphones para efectuar compras. No início de 2010 apenas 1,8% comprava online no seu smartphone, no final de 2016 esse número já é de 20,8%. A confiança está a aumentar no mobile, portanto, mais uma vez, se tem uma loja online aposte em garantir que também funciona em smartphones, mais tarde ou mais cedo é ai que vão estar todos os seus clientes.
CONCLUSÃO: O mobile está a atingir a fase madura com penetração nos países evoluídos a aproximar-se dos 100%, altura para o comércio online, o digital video, as apps, crescerem sem medos. O digital media está em todas as plataformas. Desktop e mobile estão a convergir com a TV da sala de estar, a mesma campanha de media vai começar a ser vista em várias plataformas permitindo medir e comparar melhor que nunca e assim definir a estratégia de marketing mais adequada. Finalmente, estamos a assistir à verdadeira convergência. Veja-se o caso do Netflix, pode começar a ver um episódio de uma série no portátil, depois continuar a ver no smartphone durante a viagem de comboio ao final do dia e mais tarde terminar o episódio na smart TV da sala de casa. A experiência foi sempre a mesma, só mudou o tamanho do ecrã. Acredite, o digital não é o futuro, é o presente. As formas criativas de mostrar a sua marca, produto ou serviço não vão mudar muito. O meio, a técnica de medição e a eficácia é que mudarão radicalmente. O ‘Despacito’ em 1999 teria os mesmos acordes e a mesma letra e venderia, se calhar, em Portugal 150 mil CDs, agora em 2017 vende poucos CDs mas já tem 3,5 mil milhões de visualizações no Youtube, sim 3,5 mil milhões! “Pasito a pasito, suave suavecito” o digital veio mesmo para ficar.
*Por Nuno Carvalho, ClickandPlay Studio.
Artigo de opinião publicado na edição impressa do Publituris de 1 de Setembro.