Dez desafios: Um repto
Leia a opinião de Vera Gouveia Barros, economista, na edição 1320, de 24 de Junho, do Jornal Publituris.
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O destino Portugal está na moda e o turismo tem tido lugar de honra no espaço público. Trata-se da principal exportação do país e o sector tem tido um desempenho que se destaca na economia portuguesa. Se em tempos se pôde ouvir a um Ministro português que “o turismo é a prostituição de um país”, actualmente a actividade merece do Governo documentos estratégicos. O mais recente, denominado Estratégia Turismo 2027 e aberto a consulta pública em Maio, elenca dez desafios para a próxima década.
Em parte, o turismo não se distingue dos demais sectores. Isto é, vários dos problemas que se lhe apontam são comuns a toda a economia. Por isso, promover o emprego e a qualificação, estimular a inovação e o empreendedorismo, reduzir as disparidades regionais, simplificar a legislação e garantir recursos financeiros são desafios cuja identificação não surpreende. Algumas palavras sobre a coesão. Claramente as regiões não têm igual vocação turística, mas creio ser pacífico afirmar que há potencial inexplorado. Num país que, mesmo à escala europeia, é pequeno, parece fácil juntar dois dias de enoturismo no Douro à visita cultural ao Porto. Principalmente quando existe uma boa rede rodoviária. Com o bónus de aumentar a estada média. A grande diversidade de produtos turísticos condensada num território exíguo é, no meu entender, um dos factores diferenciadores da nossa oferta. A missão do Estado passa por promovê-la com coerência, pondo os vários agentes (Turismo de Portugal, entidades regionais, municípios, privados, etc.) a dialogar sem o tão típico paroquialismo.
O turismo tem, todavia, também características muito próprias. Uma delas é o facto de o produto não poder ser levado ao consumidor, é este que tem de ser trazido àquele. Sobre isto a Estratégia Turismo 2027 refere a necessidade de chegar a novos mercados, como a China e a Austrália, e de perceber como os fazer cá chegar. Naturalmente, diversificar é uma estratégia sensata. No entanto, Portugal é, ainda, um destino irrelevante para aqueles que são os nossos principais clientes (exceptue-se a Espanha). Julgo, pois, que deveríamos olhar primeiramente para estes mercados. O que nos leva a um outro desafio, o de conhecer a procura. Concordo em absoluto que é fundamental saber mais: estudar quem nos visita e, sobretudo, perceber quem não nos escolhe e porquê. Se o fizermos bem, será mais fácil responder com sucesso aos restantes três desafios: crescer em valor, combater a sazonalidade e assegurar a sustentabilidade.