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Monumentos de Sintra com mais de um milhão de visitas no 1º semestre

O primeiro semestre de 2016 trouxe mais de um milhão de visitas aos parques e monumentos públicos em Sintra. Um aumento de 14 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado.

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Monumentos de Sintra com mais de um milhão de visitas no 1º semestre

O primeiro semestre de 2016 trouxe mais de um milhão de visitas aos parques e monumentos públicos em Sintra. Um aumento de 14 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado.

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O primeiro semestre de 2016 trouxe mais de um milhão de visitas aos parques e monumentos públicos em Sintra. Um aumento de 14 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado.

O Parque e o Palácio Nacional da Pena registou o maior número de entradas: 529 mil. Este valor corresponde a um aumento na ordem dos 19 por cento. Já O Palácio Nacional de Sintra, com 257 mil visitas, registou um crescimento de 12 pontos percentuais, seguido do Palácio dos Mouros com quase 10 pontos e do Parque e Palácio de Monserrate e do Convento dos Capuchos, ambos com 7 por cento.

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Portugal no Top 20 para viver e trabalhar, diz ranking da Henley&Partners

Num ranking mundial, Portugal surge entre os 20 melhores destinos para viver e trabalhar.

De acordo com o ranking realizado pela Henley & Partners, Portugal surge em 16.º lugar entre os melhores destinos para viver e trabalhar.

Com uma pontuação global de 56% (de 0 a 100), Portugal só fica abaixo da média no “potencial de rendimento” (41%) e “educação premium” (44%), atingindo, no entanto, 92% no item “mobilidade económica”.

No primeiro lugar, surge a Suíça, com um score global de 84%, seguindo-se nos 2.º e 3.º lugar Singapura e os EUA, respetivamente com 79% e 78%.

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Rui Ventura é o novo presidente da Turismo Centro de Portugal

Num ato eleitoral que contou com o voto de 149 associados, representando 93,7% dos 159 elementos do colégio eleitoral, Rui Ventura foi eleito presidente da Turismo Centro de Portugal com 57,72% dos votos.

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A Assembleia Geral Extraordinária Eleitoral da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) elegeu esta quinta-feira, 27 de março, Rui Ventura como novo presidente da Comissão Executiva desta entidade, para um mandato que termina em 2028.

O ato eleitoral com os votos de 149 associados, que representaram 93,7% dos 159 elementos do colégio eleitoral.

Apresentaram-se dois candidatos à presidência da Comissão Executiva. Rui Ventura, até agora presidente da Câmara Municipal de Pinhel, obteve 86 votos (57,72%) e Walter Chicharro, deputado na Assembleia da República e anterior presidente da Câmara Municipal da Nazaré, obteve 60 votos (40,27%), registando-se três 3 votos brancos.

Recorde-se que este ato eleitoral teve como único propósito eleger o presidente da Comissão Executiva da Turismo Centro de Portugal, lugar que se encontrava vago desde dezembro de 2024, pelo falecimento de Raul Almeida. Os restantes órgãos sociais da TCP, eleitos em julho de 2023, mantêm-se inalterados.

Depois de conhecidos os resultados, Rui Ventura enalteceu a participação, salientando que as duas candidaturas “mantiveram a elevação que esta entidade regional sempre teve, com um espírito de união que lhe é reconhecido”.

“É meu propósito que estejamos sempre juntos, quer os municípios, quer os privados, com quem tenho aprendido muito nas últimas semanas”, concluindo que “fui bem recebido, colhi ideias e recolhi o sentimento de cada um dos setores desta entidade. Acredito que esta região de turismo vai ter mais futuro ainda”.

Após a Assembleia Geral Extraordinária, seguiu-se uma Assembleia Geral Ordinária, que teve como principais pontos da ordem de trabalhos a apresentação do Relatório de Atividades e do Relatório de Gestão e Prestação de Contas de 2024, que foram aprovados por unanimidade.

Nascido a 26 de agosto de 1971, em Pinhel, onde reside, o percurso Rui Ventura tem sido maioritariamente marcado pela sua envolvência na política e no associativismo cultural e desportivo.

É funcionário autárquico, tendo assumido o cargo de presidente da Câmara Municipal de Pinhel em 2013, para o qual foi eleito após ter sido Adjunto, vereador e vice-presidente do anterior presidente da Câmara. Foi presidente do Conselho de Administração da Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira (2016-2020) e vice-presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (2018-2020). É vice-presidente da Associação Territórios do Côa e presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira.
Os órgãos sociais da TCP, para o período 2023-2028, são:

Comissão Executiva:
Presidente: Rui Ventura
Vice-Presidente: Anabela Freitas
Jorge Sampaio
Elsa Marçal
Luís Albuquerque

Mesa da Assembleia Geral:
Presidente: Francisco Rolo (TCP – Associação para a Promoção do Turismo na Região Centro de Portugal)
Secretário da Mesa: Vítor Pereira (Câmara Municipal da Covilhã)

Conselho de Marketing:
Presidente: Jorge Almeida “Loureiro” (Hotel Avenida)
Luís Tadeu Marques (ADIRAM – Associação Aldeias de Montanha)
Carlos Ascensão (Aldeias Históricas de Portugal)
Laura Rodrigues (Câmara Municipal de Torres Vedras)
Rodolfo Baldaia de Queirós (Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior)
Jorge Costa (Empreendimentos Turísticos Montebelo)
António Marques Vidal (APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos)

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Lisboa, Roma e Porto lideram preferências dos franceses para férias de primavera

Um estudo realizado pelo KAYAK.fr em parceria com a Ipsos revela os destinos preferidos dos viajantes franceses na primavera. Lisboa, Roma e Porto estão na liderança.

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Com a chegada da primavera, muitos franceses estão a planear as suas viagens para aproveitar o clima agradável. Um estudo realizado pelo KAYAK.fr, em parceria com a Ipsos, empresa de estudos de mercado, destaca as principais tendências em viagens na primavera francesa.

De acordo com dados de comparação de viagens, as capitais e grandes cidades europeias continuam a ser as mais populares. Lisboa, Roma e Porto lideram o ranking, seguidas de perto por três cidades espanholas:  Barcelona, ​​Madrid e Sevilha.

O clima desempenha um papel fundamental na escolha dos destinos: 27% dos franceses preferem o clima ensolarado. Além disso, a facilidade de acesso é um fator determinante: 21% procuram estadias com tempo de viagem de até duas horas para otimizar seu tempo no local.

Os viajantes franceses estão atentos aos seus gastos: 65% planeiam um orçamento inferior a 500 euros por pessoa, enquanto as preferências vão para estadias curtas, mas intensas, com 48% a optar por escapadas de três a quatro dias, e 45% a optar por de uma semana ou mais.

Ainda de acordo com o site de comparação de viagens, os franceses procuram, acima de tudo, reconectar-se com a natureza: a caminhada é a atividade preferida (33%). A gastronomia também desempenha um papel importante, com 48% dos viajantes interessados ​​em especialidades locais. Por fim, a exploração urbana, incluindo visitas a museus e compras, atrai uma parcela significativa de turistas franceses.

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Turismo de Portugal lança novos apoios à inovação no setor

O Turismo de Portugal acaba de aprovar dois regulamentos de apoio a programas de inovação no âmbito do Programa FIT 2.0 – Fostering Innovation in Tourism.

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Um dos regulamentos aprovados tem a ver com o apoio a programas de aceleração que dispõe de 500 mil euros para financiar iniciativas que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes áreas prioritárias: agências de viagens e operadores turísticos, alojamento, experiência seamless, gastronomia, inteligência artificial e transição verde.

Já o de apoio a programas de inovação aberta conta com 600 mil euros para programas focados em aeroportos, agências de viagens e operadores turísticos, alojamento, experiência seamless, mobilidade e transição verde.

O Turismo de Portugal revela que as candidaturas estão abertas até 24 de abril e devem ser submetidas exclusivamente na plataforma eletrónica do SGPI – Si​stema de Gestão de Projetos​ de Investimento, disponível em investimento.turismodeportugal.pt. Podem concorrer entidades que tenham assinado, ou venham a assinar até à data-limite, um protocolo de colaboração com o Turismo de Portugal.

Refira-se que o Programa FIT 2.0, integrado na estratégia do Instituto, é desenvolvido em parceria com uma rede de incubadoras nacionais e visa fortalecer o ecossistema de inovação no turismo, impulsionando a competitividade do setor.

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“Amendoal em Flor” é nova experiência turística no Alentejo

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, em parceria com a Associação de Promoção de Frutos Secos – Portugal Nuts, promove uma nova experiência turística no destino centrada na beleza e riqueza do “Amendoal em Flor”, um património agrícola que ocupa mais de 25 mil hectares na região.

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A apresentação da iniciativa contou com a participação de tour-operadores e DMC nacionais (Iag7viajes, Inatel, SoulTours, Mtsglobe, Saltyhill, Haveawineday e Caminhos da Natureza), proporcionando-lhes um contacto direto com esta paisagem singular e com os seus produtos associados, nomeadamente a vinha e olival.

Para o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, “a região “tem um património natural e cultural único, e a floração dos amendoais é um dos espetáculos mais belos da nossa paisagem mediterrânica”, acentuando que, com esta iniciativa, “pretendemos proporcionar uma experiência diferenciadora, onde o turismo de natureza se alia à riqueza gastronómica e vinícola da região, dando a conhecer a autenticidade do nosso território.”

Segundo Nuno Russo, diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos – Portugal Nuts, “As amendoeiras em flor são um produto turístico, desde há muito tempo, no Algarve e norte do país, contudo o Alentejo oferece uma extensão de paisagem como nenhuma outra região, pois o Alqueva é a maior região produtora de amêndoa do país, e a floração dos amendoais dos associados da Portugal Nuts, embora de curta duração, oferecem uma paisagem única, que pinta o Alentejo de branco, num verdadeiro espetáculo de cor”.

O programa incluiu visitas guiadas a propriedades emblemáticas do Alentejo, atuais e futuros associados da Portugal Nuts, onde os participantes tiveram a oportunidade de contemplar as amendoeiras em plena floração e vivenciar experiências enogastronómicas únicas. Com mais de 25 mil hectares de amendoais integrados no mosaico paisagístico do Alentejo, esta iniciativa reforça a aposta no turismo de experiências na natureza e na valorização dos produtos locais.

O itinerário teve início no Lagar da Casa Relvas, onde os participantes foram recebidos para uma visita e uma prova enogastronómica com amêndoas. Seguiu-se a deslocação para a Herdade da Mingorra, onde teve lugar a visita aos amendoais em flor, assim como uma visita à adega e à cave. A experiência culminou com uma prova de vinhos e um almoço regional junto à adega.

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Tunísia vai incluir circuito turístico de Manouba no da cidade de Tunes

A introdução da cidade de Manouba (norte da Tunísia) no circuito turístico e cultural de Tunes, integrando o Museu do Bardo e uma passagem pelos seus principais locais, como o Palácio Kobbet Enhas, o Palácio das Rosas e a Vila de Artesanato de Denden, foi anunciada durante uma cerimónia de lançamento de uma campanha publicitária nacional voltada para os mercados turísticos europeus.

O ministro do Turismo da Tunísia, Sofiane Tekaya, indicou, na ocasião, que seu departamento vai introduzir o circuito turístico da província de Manouba no da cidade de Tunes. “Todos os recursos logísticos serão mobilizados para conscientizar as agências de viagens e todas as partes interessadas no setor sobre a importância de promover ainda mais os ativos da região, os seus monumentos históricos e a vila de artesanato de Denden.”

Por sua vez, o governador de Manouba, Mahmoud Chouaïb, destacou que a primeira etapa da implementação deste projeto inicia-se já no próximo mês de abril, e acrescentou que a integração de outros componentes do circuito turístico de Manouba no circuito turístico da capital tunisina será o tema da segunda fase deste projeto.

De acordo com a imprensa local, o projeto do circuito turístico de Manouba, cuja implementação está suspensa há vários anos, é muito aguardado pelos habitantes da região, dado o património material e imaterial e o potencial cultural da região, incluindo, entre outros, o Palácio Kobbet Enhas, o museu militar no Palácio das Rosas, o sítio arqueológico de Sidi Ghrib, a barragem de Al Aroussia em El Battan, os aquedutos romanos de Oued Ellil, além dos recursos naturais da região.

Sobre o autorCarolina Morgado

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Novo catamarã é “passo natural na expansão da Timeless”

A nova embarcação da Timeless vai operar no rio Tejo, em Lisboa, tem capacidade para oito passageiros e conta com assinatura gastronómica da chef Justa Nobre.

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A Timeless, a empresa de turismo de luxo que desenvolve e organiza transferes privados e experiências de luxo personalizadas, adquiriu o catamarã TML Sailing que vai permitir oferecer “experiências de luxo inesquecíveis” e que marca “um passo natural na expansão” da empresa.

“A TML Sailing marca um passo natural na expansão da Timeless, reforçando o nosso compromisso em oferecer experiências exclusivas. Com esta nova aposta, elevamos a nossa oferta, permitindo que os nossos clientes descubram Lisboa a partir de uma nova perspetiva, com o mesmo nível de excelência e personalização que define a nossa marca”, afirma Nuno Costa, CEO da Timeless.

A nova embarcação da Timeless vai operar no rio Tejo, em Lisboa, e conta com a assinatura gastronómica da chef Justa Nobre, que “promete os ingredientes locais mais frescos e uma mistura de sabores arrojados, com elegância e requinte”.

A bordo, os clientes podem também usufruir de um chef privado, que convida a “mergulhar no mundo da gastronomia tradicional portuguesa” e com hipótese de  “participar na criação de uma verdadeira obra de arte culinária”.

“Esta experiência tem a duração de 3 horas, com capacidade para oito clientes com almoço ou jantar e o pack de bebidas essenciais”, refere a Timeless, num comunicado enviado à imprensa.

O catamarã da Timeless conta também com  Sommelier a bordo, que fará a seleção das melhores opções portuguesas e permitirá uma experiência única com uma prova de seis vinhos, enquanto os clientes navegam ao largo da capital.

Brunch a bordo, confecionado com as melhores iguarias; um passeio ao pôr do sol pelo rio Tejo ou ainda uma noite de cinema a bordo, com jantar incluído, e a exibição de um filme, sem faltarem as pipocas, são outras das atividades que a Timeless disponibiliza no novo catamarã.

“Além destes serviços, os clientes poderão ainda usufruir do catamarã da TML Sailing numa ótica corporativa, nomeadamente, através da sua utilização para reuniões ou encontros empresariais”, indica ainda a Timeless.

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Maioria dos portugueses prefere regressar a destinos que já visitou, diz eDreams

Segundo um estudo da eDreams, 64% dos portugueses preferem regressar a destinos que já visitaram, uma vez que já conhecem os locais e encontram sempre algo novo para descobrir, sendo que apenas 36% preferem descobrir novos locais.

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A eDreams apurou que 64% dos portugueses preferem regressar a destinos que já visitaram, uma vez que já conhecem os locais e encontram sempre algo novo para descobrir, sendo que apenas 36% preferem descobrir novos locais.

O estudo da eDreams, que analisou as preferências dos portugueses quando toca a escolher destinos de viagem, concluiu que são os mais velhos que estão mais interessados em descobrir novos destinos (37%), enquanto apenas 26% dos jovens entre os 18 e os 24 anos de idade admitem procurar novos destinos para as próximas férias.

A eDreams apurou ainda que 53% dos portugueses estão também interessados em explorar destinos populares ou locais mais secretos e menos visitados, com 26% a preferir destinos menos concorridos, enquanto 20% preferem destinos populares.

Também aqui são os maiores de 65 anos que preferem visitar locais mais desconhecidos (30%), enquanto os jovens dos 18 aos 24 anos de idade apresentam uma “clara tendência para destinos populares (31%)”.

Já os fatores que influenciam a escolha do destino mantêm-se idênticos, com o preço e a acessibilidade dos destinos menos explorados a somarem 32% das respostas, seguindo-se a possibilidade de explorar algo único e menos movimentado (31%).

“Independentemente do tipo de destino escolhido, uma coisa é certa: viajar continua a ser uma das experiências mais valorizadas pelos portugueses”, conclui a eDreams, no comunicado divulgado esta terça-feira, 25 de março.

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Inscrições abertas para o Prémio Destino de Turismo Cultural Sustentável 2025

Pelo oitavo ano consecutivo, a ETC continua a sua parceria com a Rede Europeia de Turismo Cultural (ECTN), a Europa Nostra e a Rede de Regiões Europeias para o Turismo Competitivo e Sustentável (NECSTouR) para incentivar o desenvolvimento de práticas sustentáveis de turismo cultural em destinos europeus.

O tema da edição deste ano do Prémio Destino de Turismo Cultural Sustentável é “Experiências do Visitante e Autenticidade para Destinos de Turismo Cultural Sustentáveis, Inteligentes e Resilientes”.

As inscrições estão abertas a todos os destinos turísticos da Europa, autoridades nacionais, regionais e locais, conselhos e associações de turismo, organizações de gestão de destinos, museus, centros de interpretação, rotas culturais, festivais e ONG culturais, e decorrem até ao próximo dia 15 de maior. Os vencedores serão anunciados numa cerimónia que terá lugar à margem da 18ª Conferência Internacional de Turismo Cultural, organizado pela ECTN de 1 a 4 de outubro de 2025 em Sibiu (Romênia).

Os candidatos são convidados a apresentar resultados sobre turismo cultural sustentável, numa das cinco categorias: Resiliência em destinos turísticos culturais sustentáveis , incluindo património natural, transição verde e ação climática; Turismo enogastronómico baseado na preservação do património eno-culinário, incluindo experiências autênticas; Digitalização em aspetos de património cultural e criatividade do turismo inteligente, melhorando as experiências dos visitantes; Produtos turísticos temáticos transnacionais envolvendo cultura e património, incluindo rotas culturais europeias e redes de marcas do património europeu, iniciativas de turismo transfronteiriço e multidestino envolvendo pelo menos dois países; Serviços de turismo cultural para todos, visitantes e moradores, incluindo turismo cultural autêntico e sustentável para a geração mais jovem.

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“Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”

Ministro do Turismo da Grécia, entre 2019 e 2021, Harry Theoharis apresenta-se como candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism), juntamente com outras cinco personalidades. Em entrevista ao Publituris, Harry Theoharis admite que a experiência que viveu durante os anos da pandemia funcionará como um “espelho” do que poderá e deverá fazer à frente da organização que, segundo o próprio, “tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”.

Victor Jorge

Candidato a substituir o atual secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, o grego Harry Theoharis, quer que “os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância do Turismo da ONU [UN Tourism]”. Para tal, referiu ao Publituris, “é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros”. No que diz respeito à problemática dos recursos humanos, o candidato admite que “não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta”. Já quanto à tecnologia e, mais concretamente, à Inteligência Artificial, o engenheiro de software de formação salienta que, “utilizando-a, pode remover a incerteza”. Relativamente ao excesso de turismo, admite que a “Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism”.

É candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism). Qual é a sua visão global para o turismo no mundo, especialmente depois de sairmos de uma pandemia e com o turismo e as viagens a registarem uma recuperação?

O que vemos, se olharmos para o panorama global, é uma comunidade que tem de lidar com várias forças externas. Forças como a instabilidade geopolítica, guerras que interrompem, claro, o turismo.

Temos, após a COVID, um problema agudo de pessoal, de recursos humanos. Existem ainda problemas relacionados com garantias de que os benefícios do turismo chegam aos níveis mais baixos da sociedade e que todos recebam uma parte justa no setor turístico e para que, ao viajar, o dinheiro gasto pelos turistas chegue também à comunidade local, e não fique apenas fora do país ou limitado às grandes empresas.

Assim, enfrentamos desafios que vêm do passado, bem como novos desafios que parecem ser moldados por eventos inesperados. Além disso, há que contar, igualmente, com as mudanças de longo prazo, relacionadas com o digital, o ambiente, os imperativos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que moldam o nosso pensamento e que, cada vez mais, devem moldar as nossas ações nos anos vindouros.

Mas há que relembrar, também os desafios da resiliência que ainda nos assombram. Talvez porque avançámos muito lentamente na transição que precisávamos de fazer. Agora, vemos um risco crescente de colapso das comunidades, cheias, incêndios, entre outros desastres.

E, como resultado, precisamos de mobilizar financiamento e redes de apoio para reativar as comunidades e os negócios.

Mas aprendemos alguma coisa com a pandemia?
Sim, que não conseguimos fazer isto sozinhos, que temos de nos unir. A menos que nos unamos, não conseguiremos crescer.

Mas quem tem de se unir? O setor público e o privado? Dentro do país, dentro de continentes, entre continentes?
Bem, tudo o que mencionou. São apenas diferentes dimensões de unidade. No que diz respeito ao Turismo da ONU (UN Tourism), temos de unir os Estados-Membros, perceber as economias de escala e os benefícios da cooperação em oposição aos benefícios da concorrência, e temos de enfatizar isso. Precisamos de unir o setor privado e o público.

Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar.

Porque estão interligados.
Sim, podem estar e deveriam estar. Ou seja, se não estão, porque não é necessário, tudo bem. Mas quando surge o risco e se concretiza, quando o inimigo está à porta, temos de nos unir e enfrentá-lo. Estou certo de que enfrentaremos problemas semelhantes no futuro. Por isso, precisamos, pelo menos, de encontrar modos de discutir, concordar e cooperar e tê-los prontos para quando for necessário.

Mas trata-se de uma questão de dinheiro ou apoio financeiro?
O apoio financeiro é um dos aspetos, claro. Durante a COVID, a Grécia, por exemplo, apoiou as Pequenas e Médias Empresas (PME), pagou os salários dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, não permitiu que as empresas despedissem.

Agora, isso pode ser criticado por alguns, mas quando reabrimos, essas empresas – desde os aeroportos até às PME – não estavam à procura de funcionários como outros países. Assim, quando viajava para Atenas, tínhamos pessoas a trabalhar no turismo, nos hotéis, nos aeroportos. Estavam de prevenção e não podiam ser despedidos, por isso foram retomados imediatamente, ao contrário do que aconteceu, por exemplo em Schiphol [aeroporto de Amsterdão] ou Heathrow [aeroporto de Londres]. E esta foi uma das razões pelas quais a Grécia recuperou muito mais rapidamente do que outros países.

Portanto, uma das coisas que precisamos de fazer é perceber que tivemos uma grande “experiência natural” com a COVID e que muitos países usaram modelos diferentes. Vamos avaliar o que funciona melhor e o que funciona pior para formar o nosso pensamento e visão. Além disso, precisamos de cooperar com a academia que nos poderá ajudar enormemente.

 

Precisamos de unir o setor privado e o público. Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar

 

Antes de abordar pontos sobre comunidades locais e tecnologia, a sustentabilidade também é uma grande preocupação para o turismo. Que políticas específicas propõe para promover mais sustentabilidade ou práticas sustentáveis no setor do turismo?
Temos de cooperar com a academia, os praticantes, os consultores, os implementadores no terreno, e com os Estados-Membros para encontrar as melhores práticas. Precisamos de criar centros de conhecimento específicos e hubs de excelência e, em torno desses hubs, desenvolver um ecossistema de pessoas que copiem e adaptem os modelos bem-sucedidos, os transformem em produtos, porque precisam de os vender.

Precisamos de convencer um hoteleiro de que, se implementar práticas sustentáveis em todos os aspetos, terá algo a ganhar.

Mas é preciso agir. Ou seja, menos teoria e mais prática?
Exatamente. E, para isso, precisamos de disponibilizar às empresas os meios para beneficiarem financeiramente desta transição e deixar de fazer o que temos vindo a fazer que é dar prémios, dizer que este é melhor, aquele é pior. Chegámos ao momento de ganhar escala, de copiar e transferir conhecimento e know-how. No fundo agir e como disse deixar a teoria e passar à prática.

Falando de ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança), um grande fator na sustentabilidade é o transporte.
Sim, claro. É fundamental.

Então concordará que, por exemplo, no que diz ao transporte aéreo, existe um problema. Todos querem ser sustentáveis, ou pelo menos, mostrar que cumprem as regras da sustentabilidade, mas depois as companhias aéreas são confrontadas com a realidade de não conseguirem porque não há SAF?
Pois viajar sem transportes é impossível. De facto, precisamos de cooperar com instituições multilaterais. Estamos numa fase em que o SAF (combustível sustentável para aviação) pode ser viável se as políticas públicas o permitirem. Se criarmos um mercado, ele encontrará formas de ser eficiente e, eventualmente, tornar-se-á mais eficiente do que o atual regime. Isso exige políticas públicas que incentivem investimentos em infraestrutura para atingir essas metas a médio e longo prazo.

Então, como é que se cria o mercado?
Bem, estabelece-se uma obrigação e determina-se que 1%, 5%, 10% do combustível tem de ser SAF. A partir do momento que se define que dentro de 10 anos, uma certa percentagem do combustível tem de ser SAF, posso investir numa refinaria para que, dentro de 10 anos, consiga fornecer o necessário.

Cria-se a infraestrutura para isso. Assim que essa infraestrutura está pronta, tenho clientes garantidos pela política pública.

Portanto, nesse sentido, este é um campo que não se pode enfrentar sozinho. Terá de haver, obrigatoriamente, uma colaboração e cooperação entre a IATA, a ICAO, a UE e outras instituições, para que se possa discutir as implicações e perceber como introduzir essas iniciativas.

E quanto ao papel da tecnologia, da digitalização e da Inteligência Artificial (IA), que agora estão a transformar todos os setores, incluindo o turismo?
Bem, sou engenheiro de software de formação e trabalhei como tal durante 20 anos no setor privado antes de “acidentes” me levarem para a política. Por isso, gosto muito dessa área e tento ser um pensador positivo.

Na verdade, implementámos uma das melhores utilizações de IA durante a COVID na Grécia. Usámos a IA para direcionar os nossos testes. O que fizemos foi o seguinte: os viajantes tinham de preencher um formulário digital no dia anterior à sua viagem, indicando o meio de transporte – avião, carro, barco, etc. Com base nas respostas do formulário e nos dados públicos do país de origem, como as taxas de positividade, decidíamos se seriam testados ou não. Recebiam um código QR que indicava se estavam “verdes” [não precisavam de teste] ou “vermelhos” [precisavam de teste] e conseguimos ultrapassar esse desafio enorme. Entender as tendências dos países dois dias antes de as vermos refletidas nos dados públicos foi fulcral para não sermos confrontados com realidades difíceis vividos por outros países.

Ou seja, usámos a IA de uma forma muito positiva para permitir que o turismo existisse. Começámos em 2020 e conseguimos abrir o turismo nesse ano porque tínhamos confiança suficiente para convencer o nosso Primeiro-Ministro de que seria seguro fazê-lo.

Mas isso foi em 2020. Agora estamos em 2025 e temos de olhar para o futuro.
Olhando para o futuro, vejo muitas coisas a acontecer. A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana.

Mas pode também reduzir postos de trabalho?
É verdade, esse é o lado negativo da questão. Mas deixe-me ser mais específico. A IA não vai reduzir o número de pessoas que trabalham, por exemplo, num spa, mas pode reduzir o número de agentes de viagens, porque basta dizer o que se pretende, e a IA cria um itinerário, reserva os bilhetes e apresenta opções personalizadas ao máximo – seja para crianças, seja para outra necessidade específica.

No entanto, existe um risco. Atualmente, o turismo beneficia tanto os países de origem como os de destino. Os países de origem têm agentes de viagens que trabalham para levar turistas da Dinamarca para a Grécia, Itália, França, Espanha ou Portugal. Por outro lado, países como a Grécia, França ou Espanha têm trabalhadores na indústria do turismo para receber esses viajantes.

O que acontece se a maioria das pessoas que perde o emprego for dos países de origem? Esses países podem, além de perder divisas, deixar de beneficiar económica ou fiscalmente com o turismo. Nesse caso, corremos o risco de que esses países fiquem hostis à ideia de promover o turismo, pois já não veem vantagens.

 

A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana

 

E nos destinos?
Os destinos são muito mais imunes, porque a natureza do produto tem um toque pessoal.

A IA ou a robótica, que até pode ser utilizada, como a Internet of Things, poderá até substituir um empregado de mesa para nos trazer o prato à mesa, mas a IA não substituirá o chef, o sommelier, os profissionais de um spa. Ou seja, tudo o que são funções onde o toque humano, a personalização, são relevantes, estarão mais imunes.

A inclusão e a diversidade são também grandes questões no setor do turismo?
Bem, depende de onde estamos. Europa e EUA têm agora um grande diferencial nesse ponto.

Mas sim, são questões que estão a tornar-se cada vez mais importantes para o turismo.

Então quais as estratégias que propõe para estes aspetos?
Mais uma vez, penso que o Turismo da ONU (UN Tourism) precisa de ser um repositório de ideias. O que precisamos de fazer é observar os modelos dos diferentes países e analisar o quão bem-sucedidos são em garantir que a riqueza criada pela indústria do turismo – o valor do produto turístico – chegue aos níveis mais baixos das comunidades.

Com isso em mente, precisamos de avaliar o que funciona e o que não funciona, em todas as suas dimensões, os lucros, os salários, tudo.

Prefiro falar das coisas positivas e não das negativas em relação aos países. Por exemplo, na Grécia, temos uma oferta turística que vem de algumas grandes empresas, mas na sua grande maioria vem de PME. Como resultado, os habitantes das ilhas, por exemplo, onde estão essas PME, sentem os benefícios do turismo. Se fosse apenas um setor controlado por grandes empresas, seria necessário encontrar outra forma de abordar as preocupações.

E quanto ao overtourism? Como é que os diversos destinos podem e devem lidar com esta questão? Ou antes de mais, é mesmo uma questão?
É uma questão simples que merece uma resposta simples: sim.

Contudo, existem dois aspetos nessa questão. Um é o das filas intermináveis, demasiadas pessoas, esperas para visitar um museu, um local cultural, simplesmente passear numa cidade ou vila. Isto é algo que já existia no passado, não é novo. Pode ser gerido melhor ou pior, e às vezes fazemos isso bem, outras vezes nem tanto. Mas não penso que isto tenha mudado significativamente.

Existem ferramentas para minimizar esses efeitos, mas é preciso utilizá-las e utilizá-las bem. Podemos usar proibições administrativas diretas, podemos aplicar taxas, podemos investir em infraestruturas. Mas uma coisa é certa, hoje temos várias ferramentas para gerir melhor os fluxos e os destinos.

O que acho que mudou realmente nos últimos meses e anos, especialmente após a COVID, é que, com o advento do Alojamento Local, o mercado imobiliário estreitou a sua ligação ao mercado turístico. Antes, eram mercados desconectados. Tinha-se um terreno e decidia-se: construo um hotel ou casas? Se fossem casas, eram casas. Se fosse um hotel, era um hotel. Agora, pode-se ter um apartamento no centro de Atenas e escolher: alugo-o a longo prazo (para habitação) ou alugo-o a curto prazo para Alojamento Local? Neste último caso, pode mudar-se essa escolha várias vezes ao longo do ano. O mercado da habitação é social e politicamente sensível, e afeta questões que muitos países regulam.

Penso que esta mudança recente fez com que as pessoas começassem a ver o produto turístico e os turistas como rivais da população local. E precisamos de encontrar formas de resolver isso.

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las.

Se não se falar do problema, não se pode resolver?
Não, e o problema é que será resolvido por outros que não pertencentes ao setor do turismo. Isto porque qualquer Governo não vai esperar pela ONU Turismo para fazer alguma coisa ou esperar por qualquer sugestão ou conselho. E isto acontecerá na Grécia, em França, Portugal, onde também já existe este problema, ou outro qualquer destino confrontado com esta realidade.

Há que agir para que o turismo seja algo presente e relevante ou um problema, mas a solução irá surgir. Por isso, é melhor que os decisores do turismo se tornem relevantes nesta solução e que evitem passar muito tempo com manobras de “tentativa e erro” até que encontrem uma solução.

 

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las

 

Há pouco abordou outra questão problemática que está relacionada com o emprego e os recursos humanos. Todos sabemos que a pandemia retirou pessoas ao turismo que, em muitos casos, não regressarão. Como atrair essas pessoas que saíram e novas pessoas para o turismo? Melhores salários, melhores condições de trabalho?
Bem, em parte está a dar a resposta, mas há muito mais a considerar. Uma das coisas fundamentais a fazer é olhar um pouco para trás e perceber que não demos as melhores condições às pessoas que trabalhavam no turismo. É um facto, temos de reconhecê-lo e não escondê-lo.

Não tenho dados para me pronunciar sobre Portugal, mas de certeza aconteceu o mesmo que no meu país [Grécia], em Espanha, Itália ou França.

Em segundo lugar, é preciso encontrar formas de resolver esta questão e rapidamente. Até porque sabemos que esta questão está intimamente ligada ao problema da imigração.

É difícil encontrar pessoas nos próprios países para trabalhar no setor e isso estrangula os negócios que, no fim, se viram para outros países para colmatar essas lacunas de pessoal.

Depois temos o problema grave de todas estas questões se misturarem ao nível da discussão política, na maioria das vezes, de forma incorreta. Por isso, precisamos de encontrar soluções inovadoras. Tenho algumas ideias que, neste momento, ainda não estou em condições de partilhar, uma vez que precisamos de desenvolvê-las e necessitam de uma abordagem cuidada, mas efetiva, com os Estados-Membros.

O que posso dizer é que precisamos de delinear planos de carreira para os mais jovens em muitas regiões do mundo para que possam ter sucesso no turismo no seu próprio país em vez de se verem obrigados a emigrar para outros países. Além disso, é preciso controlar e gerir a migração das pessoas para encontrar melhores condições em destinos desenvolvidos.

Uma coisa é fazê-lo em destinos emergentes, outra é fazê-lo em destinos consolidados e maduros. Assim, penso que não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta.

E como é que a sua experiência como ministro do Turismo da Grécia moldou a sua abordagem para liderar a ONU Turismo? Quais lições de carreira aplicaria na nova função?
Fui um ministro muito ativo, por isso, compreendo como é que as coisas funcionam. Fui ministro do Turismo entre 2019 e 2021 e a experiência que tive durante esses anos, principalmente, durante as dificuldades e desafios da pandemia funcionam como um “espelho” do que poderei fazer no Turismo da ONU.

Além disso, liderei a Comissão da ONU Turismo para a Europa e renovei a posição do meu país no Conselho Executivo. As discussões sobre a Carta dos Direitos dos Turistas estavam bloqueadas até que pedi para liderar as discussões. E foram desbloqueadas e finalmente chegámos a uma solução comum e a um acordo entre todos os países.

Como presidente dessa Comissão, fiz parte do comité de crise da COVID, pedi a criação de um comité técnico de crise para a COVID e tracei um plano para encontrar soluções. O certificado digital e todas as iniciativas que tivemos na Europa também foram apoiadas pelo trabalho do LabCom.

Portanto, vi como as funcionam e penso que tenho uma boa ideia do como devem funcionar. Em segundo lugar, tenho uma grande experiência em reformas no meu país, fui chefe da administração fiscal e consegui levar a cabo um processo de reformas, tornando-a independente do Ministério das Finanças durante os anos mais difíceis da Troika, de modo a transformá-la, digitalizá-la e torná-la mais eficiente de modo a combater a evasão fiscal.

O que quero dizer com isto é que tenho uma grande experiência na gestão de crises.

Finalmente, trabalhei com diversas instituições do setor público, trabalhei com o universo privado durante 20 anos, em pequenas start-ups, grandes empresas, em Londres. Por isso, toda esta experiência acumulada servirá e será posta em prática para reformar a organização [UN Tourism].

 

O principal indicador de sucesso (KPI) é que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU]

 

É essa a grande questão: reformar o Turismo da ONU?
Sim, sem dúvida. O Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante.

Nestes três aspetos, é preciso desenvolver muito trabalho. Fundamentalmente, é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros.

A organização não deve existir apenas para sua própria existência, mas pelo valor que cria para os membros.

Se for eleito, que indicadores-chave de sucesso gostaria de ver avaliados, por exemplo, no final do primeiro mandato?
A esperança é que, no final do primeiro mandato, vejamos todos os 160 Estados-Membros mais envolvidos, que todos eles se candidatem a integrar o Conselho Executivo, que todos queiram fazer parte desta organização. Penso que esse será o principal indicador de sucesso (KPI): que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU].

Para isso, o primeiro passo é a transparência. É necessário que haja capacidade de voto. Sou político, tenho de responder às críticas dos meus eleitores. Eles votaram e uma das coisas que querem saber é se o dinheiro – o dinheiro deles – que damos à ONU Turismo está a ser bem gasto e a produzir resultados. Caso contrário, não vale a pena o investimento, mais vale sair da organização. Não acredito que seja esse o caso [o de existirem Estados-Membros que queiram sair], mas tenho de ser capaz de explicar isto tudo com números aos meus eleitores e aos países-membros que apoiam a próxima liderança do Turismo da ONU.

A mensagem que quero deixar é que acredito que, em pouco tempo, podemos reconstruir uma organização da qual nos orgulhamos e estou comprometido em concretizar isso. Acredito que não haverá um único país, entre os Estados-Membros, que não concorde que é isto que querem: fazer parte de uma organização de que se orgulham. E estou disposto a dedicar a minha resistência, a minha energia, a minha capacidade intelectual e todas as minhas competências para concretizar esse sonho, porque acredito nele.

Nota: Os candidatos oficialmente proclamados são Muhammad Adam, do Gana; Shaikha Al Nowais, dos Emirados Árabes Unidos; Habib Ammar, da Tunísia; Gloria Guevara, do México; Harry Theoharis, da Grécia; e o atual secretário-geral, Zurab Pololikashvili, da Geórgia.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

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