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Turismo do Algarve analisa resposta a eventuais impactos do Brexit

A região em conjunto com os parceiros decidiu intensificar a promoção do destino no mercado emissor do Reino Unido.

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Turismo do Algarve analisa resposta a eventuais impactos do Brexit

A região em conjunto com os parceiros decidiu intensificar a promoção do destino no mercado emissor do Reino Unido.

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É indiscutível  a importância do mercado britânico para a região do Algarve. Prova disso são as receitas geradas pelos turistas do Reino Unido na região: 1500 milhões de euros de um total nacional de cerca de 2000 milhões. É neste sentido, que a Região de Turismo do Algarve (RTA) reuniu com os principais parceiros do sector turístico na região para, em conjunto, analisarem os desafios que se colocam ao Algarve com a saída do Reino Unido da União Europeia, o designado “Brexit”.
Desta reunião foi  unânime a posição de que o destino deve  criar medidas que visem enfrentar e responder a eventuais impactos futuros do “Brexit”. Assim, foi decidido que se deve reforçar, conjuntamente, a promoção do destino Algarve no mercado britânico, de forma a manter e consolidar a procura dos turistas oriundos do Reino Unido; tal como prosseguir a estratégia de diversificação dos mercados emissores, de modo a melhorar a complementaridade na procura da região.
Os intervenientes decidiram também intensificar as relações bilaterais com a comunidade britânica residente no Algarve, “com vista a reforçar a relação de confiança que é uma realidade desde que existe turismo no Algarve”.

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Cuba atravessa tempos difíceis, mas de confiança nos atributos do destino

“Tenho, pessoalmente, uma dívida para com o mercado português, porque ainda fazemos pouco e poderíamos contribuir muito mais”, reconheceu Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal, país que, nesta edição da BTL 2025, ostenta o título de “Destino Internacional Convidado”.

O seu grande potencial do mercado português voltou a ficar evidente em 2024 ao subir para o 11.º lugar, entre os primeiros 20 emissores para Cuba, com a chegada de 33.745 visitantes. Mais uma vez foi o único mercado europeu a crescer, tendo superado o recorde alcançado em 2019. Assim, em entrevista ao Publituris, Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal, dá conta de ações neste mercado considerado estratégico que visam a sua consolidação.

Qual é a importância do mercado português para Cuba?
Este mercado continua a ser estratégico para o país e a nossa intenção é continuar a fortalece-lo, por isso não podemos deixar de estar na BTL; porém, não basta que as quatro letras que dão nome à nossa ilha, ÚNICA como a define a sua campanha promocional, o abracem todos os anos à entrada do Pavilhão, mas é o momento ideal para Cuba ser o “Destino Internacional Convidado” da BTL 2025.

Promover o aumento do investimento estrangeiro, incentivar a exportação de serviços, continuar a fortalecer o marketing do destino, mostrando os seus pontos fortes e benefícios, bem como os produtos e serviços oferecidos aos viajantes que escolhem a ilha para as suas férias e a possibilidade de fechar novos negócios, é o nosso interesse na BTL 2025 junto do mercado português.

Como tem evoluído o mercado português nos últimos anos, e no ano passado?
Sempre achamos este mercado muito interessante, agradecido e que ama muito Cuba. Tenho, pessoalmente, uma dívida para com o mercado português porque ainda fazemos pouco e poderíamos contribuir muito mais.

O mercado português apresentou tendências positivas para o destino Cuba em 2023, estando entre os principais emissores de turistas para o arquipélago, sendo o único mercado europeu que está em crescimento. O seu grande potencial voltou a ficar evidente em 2024 ao subir para o 11.º lugar, entre os primeiros 20 emissores para Cuba, com a chegada de 33.745 visitantes, é mais uma vez o único mercado europeu que está a crescer e supera o recorde alcançado em 2019.

Qual tem sido a vossa promoção neste mercado, sabendo que não havendo voos diretos, apenas operações charters no verão?
Entre as ações que têm contribuído para estes resultados destaca-se a primeira edição da Bolsa Turística de Destinos Cuba 2024 realizada, em maio, em Albufeira, evento dedicado a profissionais do turismo com alcance internacional que reuniu diferentes atores do setor de Portugal e Espanha, com resultados muito positivos e onde a música cubana, a comida típica da região, as danças típicas e o calor do cubano, fizeram com que todos os que nos acompanhassem se apaixonassem. De salientar ainda o XIV Fórum Portugal/América Latina patrocinado pelo Instituto para a Promoção da América Latina e das Caraíbas (IPDAL), realizado em Lisboa em 2023 e no qual Cuba foi o país convidado.

Da mesma forma, após o estrondoso sucesso da I Macro Convenção Internacional do grupo DIT Gestión em 2023, os agentes associados tiveram mais uma vez a oportunidade de desfrutar de uma experiência única num destino tão impressionante como Cuba. Esta II Macro Convenção nada teve a ver com a homónima de 2023, e a agenda deste ano permitiu aos agentes explorar outras zonas emblemáticas da ilha. Tendo em conta que tanto Portugal como Espanha figuram na lista dos principais mercados emissores de turistas durante o verão, reuniram-se cerca de 300 operadores turísticos de ambos os mercados.

Um programa versátil aguardava os participantes, pois contemplou ações de aperfeiçoamento profissional especializado, formação de operadores turísticos e formação com os produtos turísticos que atualmente se comercializam no destino, visitas a locais de interesse em Holguín, e também em Santiago de Cuba e Guantánamo, bem como sessões de trabalho e workshops com fornecedores locais e demonstrações culinárias, entre outros; contribuindo assim para o estabelecimento de alianças, troca de ideias e experiências para a comercialização dos produtos turísticos do leste de Cuba, das suas belezas naturais e da sua impressionante cultura.

Novas rotas aéreas diretas de Lisboa para Cuba através das companhias aéreas Iberojet e World2Fly facilitaram a chegada de turistas portugueses a Varadero, principal estância turística do arquipélago caribenho, durante o verão de 2023 e em 2024 foram expandidas para destinos como Cayo Santa María e Jardines del Rey.

Entretanto, durante o resto do ano o acesso via Madrid é mantido com outras companhias aéreas como a Iberia e a AirEuropa, e a recém incorporada, AirChina.

 

Continua a ser uma tarefa pendente para mim e para o destino, conseguir uma ligação direta de Portugal a Havana através de um voo regular que ligue os dois países durante todo o ano, para isso continuaremos a insistir com a companhia aérea TAP

 

Previsão de 2,6 milhões de visitantes em 2025
De que forma Cuba tem vindo a explicar aos mercados, nomeadamente, o português, as dificuldades que o país tem atravessado?
O cenário de Cuba é muito diferente de outros destinos caribenhos, marcado pelo intensificado bloqueio económico, comercial e financeiro que nos é imposto pelos Estados Unidos; com novas medidas que dificultam o comércio internacional, a proibição de atividades de cruzeiros – de e para Cuba -, restrições de viagens para cidadãos norte-americanos, a inclusão injusta do nosso país na lista de países patrocinadores do terrorismo, a perseguição financeira e uma agressiva campanha mediática contra a ilha, constituem travões indiscutíveis para a economia cubana, e consequentemente, também para o turismo.

Como resultado da inclusão na lista de Patrocinadores Estatais do Terrorismo, um viajante que visita Cuba não é elegível para participar do Sistema Eletrónico de Autorização de Viagem (ESTA) e deve solicitar um visto para entrar nos Estados Unidos.

Em tempos tão difíceis, não só para Cuba, mas para o mundo, continuamos empenhados em desenvolver a nossa infraestrutura turística, oferecendo um produto turístico de excelência, próspero e sustentável; mostrar ao mundo as belezas inigualáveis desta ilha e a hospitalidade das suas gentes, um destino turístico excecional que oferece experiências únicas, repletas de história, cultura e tradição.

Para este ano, Cuba espera atingir 2,6 milhões de visitantes, valor que ultrapassará entre 11% e 12% o alcançado em 2024, e Portugal, enquanto mercado emissor, deve continuar a crescer, contribuindo para este valor.

No feedback com operadores turísticos, agências de viagens e cliente final, o atributo mais bem avaliado é a segurança do destino, que diferencia Cuba dos demais destinos da região caribenha, e continuará a ser uma força com a qual tocaremos todos os corações.

E para demonstrar que não há adversidade que pare, em novembro passado Cuba sediou o XV Congresso Internacional da Federação de Jornalistas e Escritores de Turismo (FEPET), que contou com a presença de 50 profissionais de informação turística das 140 filiadas e que tiveram a oportunidade de visitar destinos como Havana, Pinar del Río, Trinidad, Cienfuegos e Varadero. O papel da imprensa é fundamental para fazer brilhar esta indústria em Cuba.

O que é que Cuba, em termos de produtos turísticos, pretende oferecer ao mercado português para além de sol e praia?
Cuba como destino turístico tem múltiplos atrativos para oferecer ao visitante e nesta importante feira apresenta-se com uma rede hoteleira renovada com aderência às modernas tecnologias, respeito e preservação do meio ambiente, a economia circular, incorporando conceitos de reutilizar, reciclar, reduzir, num design de aproveitamento máximo de recursos; que no final de novembro já contava com 84.156 quartos, dos quais 74,4% são de 4 e 5 estrelas, e a presença na gestão hoteleira de 20 cadeias estrangeiras de reconhecimento internacional, das quais nove são espanholas, e a cadeia Vila Galé Hotéis, que iniciou no ano passado a gestão do seu primeiro hotel em Cuba, no complexo turístico Jardines del Rey.

Continuamos a trabalhar na diversificação da oferta turística, assente no desenho de experiências inovadoras em modalidades como o turismo de natureza e rural, o agroturismo e de aventura, o turismo cultural e histórico-patrimonial, acessível e inclusivo, a realização de eventos e incentivos, a organização de eventos com a comunidade LGBTI e o turismo de saúde, que têm um grande potencial de desenvolvimento do país, e que nos permitem mostrar Cuba como um destino diversificado e único, um destino que tem muito para oferecer para além das suas praias de reconhecimento internacional.

A oferta turística não hoteleira continua a fortalecer-se, estreitando ainda mais os nossos laços com as instituições culturais para a oferta do património cultural e arquitetónico cubano, para que não só constituam um complemento ao consolidado destino de sol e praia, mas também um motivo de viagem.

A captação de novas agências especializadas em eventos corporativos, organização de casamentos, turismo estudantil, turismo de bem-estar, trekking, eventos desportivos, academias de dança, programas gastronómicos, clubes de charutos, entre outros, num mercado como este com elevado potencial para desenvolver estas modalidades, será também o objetivo da delegação cubana nesta importante feira e fará parte dos nossos esforços para continuar a mostrar que também aspiramos a tornar-nos um destino preferencial na região latino-americana e nas Caraíbas, para o segmento MICE.

A expansão das ligações turísticas nos diferentes mercados com a inserção de novos operadores turísticos e agências de viagens, as ofertas do setor não estatal, os programas turísticos, combinados e de excursões e a renovação do produto “Circuito”, também continuam a distinguir-nos dos restantes destinos das Caraíbas.

Como é que Cuba se tem relacionado com a rede de distribuição turística em Portugal? E voos diretos, vai haver? A TA P é uma hipótese?
Agradecemos sempre aos operadores turísticos, agências de viagens, companhias aéreas, empresários, meios de comunicação e cadeias hoteleiras de Espanha e Portugal, todos eles nos acompanharam ao longo destes anos no compromisso com o turismo cubano, e também estarão connosco nestas jornadas de feira para lhes mostrar o que temos para oferecer, os principais atrativos, novidades e potencialidades do destino.

Continua a ser uma tarefa pendente para mim e para o destino, conseguir uma ligação direta de Portugal a Havana através de um voo regular que ligue os dois países durante todo o ano, para isso continuaremos a insistir com a companhia aérea TAP.

Proporcionar experiências autênticas
Quem procura Cuba a nível internacional? Que segmentos procuram?
Como sabemos, as preferências dos viajantes evoluem, adaptando-se às tendências emergentes e às novas formas de explorar o mundo. Neste âmbito foram identificadas as principais correntes que irão redefinir a forma como caminharemos através de uma abordagem baseada na sustentabilidade e na procura de experiências personalizadas, tendências que prometem transformar o turismo e oferecer opções inovadoras para cada tipo de viajante com um compromisso mais consciente, sustentável e tecnológico.

Os viajantes procurarão cada vez mais experiências autênticas, equilibrando conforto, bem-estar e um impacto positivo nos destinos que visitam, neste sentido o produto turístico cubano convida-os a viajar com propósito, responsabilidade, novas facilidades digitais para o viajante e ampla implantação de tecnologia.

O nosso portfólio inclui ofertas adaptadas para satisfazer todos os segmentos de clientes e mostrar aos visitantes a beleza e a diversidade de Cuba, um destino turístico que oferece experiências únicas e diferentes, cheias de história, cultura e tradição, num ambiente alegre rodeado de música e dança, o que nos permitirá alcançar o posicionamento como um destino líder para o turismo experiencial.

Hoje, mais do que nunca, a cultura é uma motivação para viajar e desfrutar do turismo musical e cultural, conhecendo os costumes e tradições locais. A cultura de Cuba é uma das suas características mais distintivas e um dos seus grandes potenciais. Múltiplas manifestações artísticas, figuras de renome mundial e espaços culturais fazem da maior das Antilhas uma das ilhas com maior diversidade cultural das Caraíbas.

À disposição dos visitantes temos uma extensa rede de emblemáticos teatros, catedrais, museus e galerias; centros noturnos e recreativos, onde poderá desfrutar das mais diversas manifestações culturais e ao mesmo tempo dançar ao ritmo de uma Cuba essencialmente dançante e sonora.

Cuba possui nove sítios declarados Património Cultural da Humanidade, incluindo cidades como Havana, Cienfuegos, Camagüey, Trinidad, Vale de Viñales, entre outras. Por outro lado, a ascensão da Inteligência Artificial e das redes sociais irão inspirar o planeamento das viagens, cerca de 40% dos viajantes afirmam que utilizarão a IA, e 47% continuarão a sua pesquisa através das redes sociais, portanto, a implementação de um plano de marketing que reforce a visibilidade do destino Cuba e o seu potencial de forma diversificada e responsável será estratégico.

A partir de agora iniciaremos ações que visam promover o verão, época em que mais de 76% dos viajantes portugueses continuam a preferir para as suas férias em destinos turísticos como o nosso que lhes oferecem pleno usufruto, um clima ótimo e um turismo cada vez mais sustentável e comprometido com o ambiente.

Como está a correr a campanha de promoção turística “ÚNICA”, que mostra a autenticidade do turismo cubano? O mercado internacional acredita no destino ou é preciso fazer mais?
Cuba tem o privilégio de que um dos valores mais lembrados pelos turistas é a “gentileza do seu povo” e é precisamente o valor intangível que queremos refletir na nossa campanha de promoção turística e que por sua vez convida a descobrir a ilha precisamente pela mão do seu povo, uma ilha que depois de visitá-la, os viajantes manterão para sempre uma marca indelével na sua memória. Cuba também, pelas suas características e peculiaridades, oferece uma gama de atributos que só podemos encontrar juntos neste país maravilhoso, as experiências, as aventuras, a sua natureza e as suas paisagens, a limpeza das suas praias e o ar puro que se respira são ÚNICOS. Durante os anos de 2023 e 2024, o destino recebeu diversos reconhecimentos internacionais.

Assim, no meio de importantes esforços para promover vínculos económico-comerciais com os diferentes mercados emissores a Cuba, chega a 43.ª edição da Feira Internacional de Turismo, FIT Cuba 2025.

Este evento profissional mais importante da indústria turística cubana, este ano acontecerá de 30 de abril a 3 de maio em Havana, no Complexo Morro – Cabaña, e será dedicado à República Popular da China como país convidado de honra, e exibirá como produto as tradições das Grandes Antilhas.

O eVisa para entrar em Cuba tem vindo a dar frutos?
Para facilitar a conectividade à Internet, contamos com a CubacelTur, uma linha telefónica temporária, com ciclo de vida de 30 dias, que pode ser comercializada por operadoras de turismo, agências de viagens, redes hoteleiras, mediante contratação em grupo, proporcionando ao cliente um estilo de vida bleisure.

Da mesma forma, no compromisso com a transformação digital do destino, outro passo importante foi a implementação gradual do visto eletrónico que vem sendo realizado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba desde 6 de maio de 2024. Esta medida vem substituindo gradualmente o cartão turístico e tem como objetivo facilitar o fluxo de visitantes estrangeiros ao nosso país.

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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“O que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional”

Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, lançou ideia do que será realizado no Alentejo e no Ribatejo para atrair mais turistas nacionais e, principalmente, internacionais. Depois de, em 2024, a região do Alentejo e Ribatejo ter o melhor ano turístico de sempre, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

A região do Alentejo e Ribatejo registou, em 2024, o melhor ano turístico de sempre. Embora existam mercados a cair, nomeadamente, o espanhol e francês, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, acredita que será possível recuperar, com a promoção e comunicação certa. Adepto de “melhor em menos mercados”, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo. Contudo, existem preocupações e, além da recuperação dos mercados emissores, é preciso olhar melhor para o ordenamento do território.

De acordo com os dados do INE, a região do Alentejo e Ribatejo registou crescimentos em termos de dormidas, hóspedes e receitas, correspondendo ao melhor ano turístico de sempre. A que é que se deveu este crescimento nestes três pilares?
Em primeiro lugar, diria que é um crescimento no contexto nacional. Todas as regiões cresceram e, portanto, há uma notoriedade que Portugal tem tido a todos os níveis fantástica. Por isso, o país está de parabéns e todas as regiões estão de parabéns.

No caso do Alentejo, tínhamos a noção que não íamos continuar a crescer na casa dos dois dígitos. Tínhamos crescido 11% em 2023, estamos ainda na trajetória do pós-pandemia e aterramos, numa aterragem suave, em 2024, com um crescimento acima do 4%.

No início de 2024 tinha noção que a taxa de crescimento não poderia ser igual à do ano anterior?
Tinha. Aliás, há declarações minhas ao longo do ano nesse sentido e estou muito ciente das dificuldades do ano e da resiliência do mercado nacional. Tivemos algumas dificuldades no mercado nacional nos meses de verão e, aliás, lançámos uma campanha no verão, uma espécie de uma campanha de hard-selling para tentar manter e reforçar os fluxos.

Felizmente crescemos mais nos meses de “shoulder season” e depois o ano acabou por ser favorável. Portanto, tinha essa noção que começou a ser clara relativamente a algum decréscimo no mercado espanhol, logo a partir do primeiro trimestre, e não mais conseguimos recuperá-lo. Aliás, é um objetivo, noutro contexto, para este ano e para os próximos.

Depois, as dificuldades do mercado nacional, apesar de já estarmos a sair da crise inflacionista e da pior altura do pico dos créditos à habitação. Mas o Alentejo não perdeu muito da sua clientela que ocupa um segmento de oferta alto, um segmento de oferta ligado mais ao luxo e, por isso é que, em 2024, mantivemos o terceiro lugar no pódio do destino com a receita por quarto ocupado (ADR) maior. À nossa frente só tivemos Lisboa e o Algarve, o que leva a concluir que o Alentejo continua a vender-se bem junto de mercados com maior poder aquisitivo. Contudo, temos de vender o destino para um espectro de mercado muito maior.

Em 2024, conseguimos crescer mais de 4% em cima dos 11% de 2023, crescemos 12% em proveitos, crescemos no ADR, crescemos no RevPar, decrescemos ligeiramente na ocupação. Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto.

A quebra nos meses de junho e julho poderá estar relacionada com a realização do Campeonato Europeu de Futebol e com os Jogos Olímpicos, dois grandes eventos que, obviamente, prenderam muito a atenção e podem ter desviado algum fluxo turístico.

Na questão do preço sabemos que, por exemplo, Espanha tem produtos hoteleiros muito competitivos. Aliás, comparava e via hotéis do mesmo grupo, no Algarve e no Alentejo e, em Portugal, tínhamos esses hotéis 30% mais caros.

Mas isso no Alentejo. E no Ribatejo?
Sabe que agora temos de olhar para os dados de forma distinta. Com a criação da nova NUT do Oeste e Vale do Tejo, os 11 concelhos da Lezíria do Tejo, que valiam na NUT II Alentejo cerca de 7%, já não estão lá. Quando olhamos para os dados das dormidas de 2024, temos de ter cuidado quando comparamos com os dados de 2023, porque nesse ano ainda estavam lá os do Ribatejo e que somaram 260 mil dormidas.

No Ribatejo crescemos 20 mil dormidas, em 2024, tivemos também o melhor ano turístico de sempre no Ribatejo e, claro, estamos muito satisfeitos.

Começámos a autonomizar o marketing do Ribatejo. Quando lançamos uma campanha, lançamos para o Alentejo e lançamos para o Ribatejo. Temos a preocupação de ter conteúdos específicos para o Ribatejo. Exemplo disso é que, na BTL vamos levar uma imagem diferente do Ribatejo.

A estratégia anterior penalizava o Ribatejo?
Acho que sim. Com a nossa última campanha do Ribatejo, no ano passado, descobrimos um Ribatejo sustentável, um Ribatejo verde, muito mais próximo do que são hoje as afinidades com os mercados. Temos o Paul do Boquilobona na Golegã, temos o EVOA na Companhia das Lezírias, temos excelentes troços de turismo em bicicleta. Assim, o que vamos levar este ano à BTL é um Ribatejo mais verde, mais sustentável. Claro que o produto e todas as gestões ligadas ao campino, ao turismo equestre estão lá, mas estão apresentados de outra maneira. Creio que isso é positivo para o Ribatejo. Temos de ligar a nossa comunicação àquilo que hoje os mercados pedem.

 

Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto

 

Mais americanos, menos espanhóis
Que nacionalidades contribuíram para estes resultados?
O mercado espanhol é o nosso primeiro mercado internacional. Contudo, tivemos uma redução de 12% nas dormidas e cerca de 2% nos hóspedes. É um assunto que me preocupa e vou, aliás, promover brevemente uma sessão com o Turismo Portugal, com a representação do Turismo Portugal em Madrid, para percebemos, de facto, a causa.

A minha visão, mas que tem de ser confirmada, é que já não estamos a oferecer aos espanhóis aquilo que hoje procuram.

Que é?
Um turismo de muita qualidade, gastronomia de primeira linha, a nossa restauração, conceitos diferentes, cycling, walking …

Mas a um preço mais reduzido?
Não necessariamente. Há mercado em Espanha que hoje pode comprar aquilo que o Alentejo tem para vender. Penso é que não nos estamos a posicionar da forma mais correta. Os entendidos sabem que existe um Alentejo diferente, um Alentejo mais aspiracional, mas esse Alentejo não está a chegar.

Então é uma questão de comunicação e promoção?
É uma questão de comunicação e promoção. Temos o produto, mas eles não estão a ver esse produto. Temos agora a oportunidade da melhoria da ligação ferroviária, com a alta velocidade que vai passar por Évora, Elvas, até a Espanha, e como sabe, somos um destino que não tem um aeroporto internacional, não temos essa vantagem como tem Lisboa, Porto ou o Algarve. O nosso aeroporto internacional é o da Portela, mas vamos ter uma ferrovia.

A questão da conectividade não é, portanto, só aérea?
Não. Como sabemos abandonámos a ferrovia em Portugal e agora regressámos. O primeiro troço de alta velocidade ligará Portugal a Espanha através deste eixo ferroviário que vai atravessar o Alentejo e que nasceu muito pela ligação ao Porto de Sines, mais numa lógica logística e de transporte de mercadorias, mas que também vai ter, ainda que publicamente, com uma pena minha, às vezes isto não é dito de uma forma muito clara, mas o ministro das Infraestruturasuras já teve a oportunidade de dizer que este eixo ferroviário será, também, de transporte de passageiros.

Agora temos de nos posicionar e perceber onde é ficarão as paragens, porque é muito importante, até porque sabemos que hoje existe muito mercado e que está a crescer a franja das pessoas que, se puderem viajar de comboio, viajam de comboio. Aliás, estamos a olhar para esse eixo ferroviário de entrada na região já para a Capital Europeia da Cultura de Évora, em 2027.

Depois, o mercado norte-americano, que já é o segundo mercado externo da região, subiu 16,5%, é dos maiores crescimentos. Aliás, a taxa de crescimento médio anual do mercado norte-americano, entre 2013 e 2023, no Alentejo é de 19%, a partir de uma base muito baixa, obviamente, mas cresceu para ser já o segundo internacional.

O terceiro mercado é o alemão. Trata-se de um mercado muito resiliente, com algumas dificuldades económicas no momento. A nossa agência de promoção turística criou relações muito sólidas com importantes operadores turísticos e o mercado alemão é muito fiel ao Alentejo.

Mas, por exemplo, o mercado norte-americano, quando vem ao Alentejo ou ao Ribatejo, vem especificamente para a região, ou é uma vista que faz numa passagem de Lisboa para o Algarve, ou de Porto para Lisboa?
Há muitos que já vêm mesmo para o Alentejo, mas há muito mercado norte-americano que vem através de Madrid. Aliás, há uma oportunidade que queremos explorar e que vem, recentemente, publicada num artigo do Financial Times, e que dá conta que existem muitos norte-americanos, nascidos em Cuba, na Colômbia, que estão a sair dos EUA e estão a comprar quarteirões de casas em Madrid.

Por isso, está a criar-se ali um público muito interessante, que, trabalhado com DMC locais, pode vir para o Alentejo, ou seja, trazer outro tipo de clientes que têm a nacionalidade norte-americana, mas que estão em Espanha.

Aliás, há, recentemente, uma reportagem da CNN que diz que os americanos estão loucos pelo Alentejo. E de repente o mercado norte-americano é o nosso segundo mercado externo, com um crescimento de 16,5% face ao ano passado.

 

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos

 

Os pilares turísticos
E em termos de sazonalidade, esta tem vindo a esbater-se?
Se me permite, há um aspeto que sentimos muito no nosso social listening, que é a questão do calor. Aliás, na BTL vamos ter um momento importante, já que estamos a procurar colocar mais natureza, criar mais frescura na nossa comunicação, seja pela Rota das Cascatas no Parque Natural da Serra de São Mamede, seja pelas praias fluviais do Alqueva. Estamos a reduzir a taxa de sazonalidade no interior, não estamos a consegui-lo no litoral de Sines para cima. Até porque temos dois litorais diferentes no Alentejo: o litoral a sul de Sines, que tem uma sazonalidade esbatida muito pela Rota Vicentina, que é um produto cuja época alta não é no verão, e depois temos uma sazonalidade mais marcada de Sines para cima, muito pela oferta turística de Tróia, que é muito sazonal. Aí temos uma estadia média maior, mas temos uma sazonalidade maior.

No Alentejo interior, estamos a reduzir a sazonalidade. No ano 2023 temos uma taxa de sazonalidade de 38%, está a reduzir cerca de 1,7 pontos percentuais ao ano. Isto está correlacionado com o aumento da internacionalização, porque, como sabemos, o mercado nacional são as famílias que têm as suas férias definidas no tempo: verão, escapadinhas, feriados. Portanto, estamos a reduzir a sazonalidade pelo crescimento dos mercados de longa distância. O mercado norte-americano, o mercado canadiano e/ou o brasileiro.

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos.

Hoje, andamos em Évora, o polo com maior oferta e procura, e vemos turismo todo o ano. Há 5 anos não era assim. O nosso desafio é alargar esse movimento a toda a região.

Temos de criar fatores de oferta e de conteúdos muito interessantes para o verão. Não podemos olhar para o verão como olhávamos e pensar, o verão está garantido. O verão não está garantido. Este ano vamos ter uma campanha para o verão a pensar em conteúdos ligados à cultura, à arte, à gastronomia, pensar em ter uma oferta turística noturna, trabalhar com a água à noite, com o dark sky.

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos. Vamos investir muito no apoio a festivais e, para além dos festivais que já existem e que apoiamos, vamos também lançar novas iniciativas, precisamos de ter conteúdos de grande qualidade que façam com que as pessoas venham ao Alentejo.

E que iniciativas são essas?
Lançámos um piloto no ano passado, na Malhadinha Nova, vamos querer fazer um festival a que chamaremos “Alentejo Music Series” em 4 ou 5 pontos da região, 4 ou 5 concertos no verão, em locais icónicos e emblemáticos da região que chamem público para vir à região e ficar.

Os pilares dos produtos turísticos estão criados: Enoturismo, gastronomia, natureza. Depois é criar subprodutos dentro desses pilares? É fácil criar produtos turísticos novos?
Sim para a primeira pergunta, não para a segunda. Sabe que no Alentejo não temos de inventar muito.

 

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos

 

Até porque se se inventar muito, depois, eventualmente, lá se vai a autenticidade? [
Sim, esse é o grande objetivo, não desgastar a autenticidade. Somos um destino com três, quatro grandes pilares. O que podemos ter é alguns subprodutos que possam enriquecer e diversificar o produto pilar.

Dou-lhe um exemplo, temos um produto que é o Enoturismo., estamos a procurar enriquecê-lo e diversificá-lo com o Olivoturismo. A maior parte dos produtores de vinho também produzem azeite. Introduzirmos o azeite na Rota dos Vinhos, ainda que depois possa ter um corpo próprio, é algo que valorizará o produto pilar e passa a oferecer algo novo.

Temos um programa ligado às Amendoeiras em flor, vamos, brevemente, ter o nosso guia do Turismo Industrial, iremos ter cinco passeios com o Cante Alentejano, vamos fazer um suplemento para o turismo náutico. Ora, são subprodutos que ajudam os operadores a diversificar, a enriquecer, a adornar aquilo que já existe. O turismo literário pode ganhar algum corpo, temos alguns DMC muito interessadas em criar um programa, mas é um produto que entrou muito na cultura, no vinho.

O segredo é ligar isto tudo?
O nosso papel, enquanto entidade pública, não é vender os produtos, o nosso papel é ajudar os departamentos de prospeção dos operadores turísticos, é acelerarmos, é adiantarmos o trabalho, é dizermos está aqui o turismo literário, o turismo náutico, o turismo industrial no Alentejo. É lançar estas propostas, cozer a oferta, sistematizar a oferta e comunicá-la e promovê-la.

Unir esforços em prol da promoção
E faz sentido uma ERT Alentejo-Ribatejo?
Repare, temos algumas excentricidades na nossa organização do Estado. Começo pela primeira, que é termos entidades regionais e agências regionais. Portugal não é um país reformista. O Governo de Durão Barroso tomou a decisão corajosa de dizer que não só os privados devem participar nas decisões da promoção dos destinos – que é uma coisa terrível em Portugal, mas está perfeitamente assimilada e aceite – como fez outra coisa, ainda antes de começar a falar das competências das regiões, que foi dizer que as regiões vão ter um papel, através da descentralização de competências do Turismo de Portugal para as agências regionais, mediante, claro, uma lógica e plano nacional.

Isso foi há 20 anos e o setor do turismo tem isso, hoje, perfeitamente assimilado e aceite. Quer dizer, os órgãos privados e os empresários já não olham para o lado público como entidades ausentes, desligadas das dinâmicas do produto, do turismo, da promoção.

O setor do turismo é um setor maduro, adulto, perfeitamente consciente e comprometido com aquilo que são os seus desafios, as suas alterações.

Mas é um setor que precisa de muitas reformas?
Reforma é uma expressão excessiva. Medidas, sim. Ora, faz sentido haver uma agência regional e uma entidade regional. Isso é uma confusão terrível.

 

Há uma linha estratégica coerente [no turismo], com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguida sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito

 

E confusão maior quando há pessoas diferentes à frente de uma e outra?
Pois, sim. Agora está tendencialmente a juntar-se, mas isso é uma circunstância e não deve ser essa circunstância a ditar essa unificação, porque as entidades têm as suas estruturas. Mas sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar, uma única entidade regional de turismo.

A questão do Alentejo-Ribatejo, não podemos ter uma entidade regional para gerir cada marca em Portugal. Eu posso, enquanto Entidade Regional de Turismo (ERT) que gere uma área regional, promover o Ribatejo como promovo o Alentejo, e até posso promover o Alqueva e posso promover o Litoral alentejano.

A prova é que hoje temos um marketing específico para o Ribatejo. É mais exigente e mais desafiante? Sim. Repare, podemos dizer que isto é uma empresa que tem várias marcas, tem vários produtos. O conceito que existe na Lei de 33, é Área Regional de Turismo e esta área regional de turismo é tutelada por uma Entidade Regional de Turismo. Esta ERT tem um território, mais ou menos do tamanho da Bélgica, com muito menos gente, que tem o Alentejo e que tem a Lezíria do Tejo.

São territórios que têm graus de desenvolvimento turístico completamente diferentes. O Ribatejo tem 280 mil dormidas, tem dois hotéis de 4 estrelas, não tem um hotel de 5 estrelas, não tem praticamente produto. Estamos a fazer um esforço enorme. Estive, recentemente, no Ribatejo a trabalhar com empresários ligados ao vinho para se ver soluções de financiamento para criar alojamento nas adegas. Porquê? Porque há procura, as pessoas chegam às herdades e às quintas do Ribatejo, gostavam de ficar a dormir, e não podem porque não há oferta. pois não há.

O turismo não é para o Ribatejo, ou não apareceu ao mesmo tempo para o Ribatejo com uma prioridade como apareceu para o Alentejo. Tal como o Alentejo não apareceu ao mesmo tempo que apareceu para o Algarve. O turismo no Algarve começou na década de 60 e o turismo no Alentejo começou na década de 90. E no Ribatejo terá começado há 10 anos. Entre três a cinco anos, a oferta turística da Lezíria do Tejo vai mais que duplicar. É baixa, é verdade, mas vai mais que duplicar.

Mas regressando à sua pergunta sobre a ERT Alentejo-Ribatejo, o que me parece fundamental é haver uma entidade que tenha as várias janelas: temos a estruturação da oferta, a engenharia do produto, a promoção interna, a animação, a promoção externa, a monitorização e temos de ter também uma mão forte na formação, nos recursos humanos. Isto tem de ser uma única entidade, que tem vários módulos, várias equipas, mas isto tem de ser um centro único de racionalidade e decisão. E que depois fala com o Turismo de Portugal.

 

Sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade (ERT + ARPTA) para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar

 

Essa estruturação que fez do setor do turismo pensa que ela vai, de alguma forma, aparecer na nova “Estratégia Turismo 2035”?
Não, creio que não. Acompanhei a preparação da “Estratégia Turismo 27” (ET27) e já podemos estabelecer um quadro, uma diferença entre os contextos temporais, sociológicos, comerciais, da preparação de uma e de outra. São radicalmente diferentes.

O tempo acelerou tanto nos últimos anos e não foi só a pandemia, mas muito também pela pandemia, que a ET27 foi a afirmação de Portugal como um grande destino turístico no plano internacional. É há que destacar o trabalho de grande qualidade que o Turismo de Portugal, enquanto instituição, e turismo de Portugal como um todo tem feito, beneficiando, também, de algo que, infelizmente, nem sempre acontece noutros setores da nossa governação, que é o de haver uma linha estratégica coerente, com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguido sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito.

A nova ET35 é uma estratégia de como é que o turismo pode ser o motor de transformação da sociedade portuguesa. Esta é a minha leitura, atenção, e isto não escrito em lado nenhum, mas de facto, como é que o turismo é hoje o motor de transformação da sociedade, como é que o turismo pode ser parte, talvez muito importante, em questões que têm a ver com a inclusão, com a sustentabilidade económica, ambiental e social, com um certo equilíbrio na sociedade portuguesa, na melhoria do rendimento, como é que o turismo pode ser, de facto, um fator de afirmação dos territórios do interior e das regiões.

A estratégia vai ser importante para nos sintonizarmos novamente todos com o que são os nossos desafios.

Não nos podemos esquecer que a ET27 foi um instrumento de política pública, deu muita coerência aos problemas de financiamento, aos sistemas de incentivos. As estratégias devem ser orientadoras, motivadoras e impulsionadoras, flexíveis e adaptáveis.

O Enoturismo é considerado um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo

Mas focou, igualmente, a importância dos recursos humanos. Regiões como o Alentejo ou Ribatejo poderão ter mais dificuldades na captação de recursos humanos para dar resposta a expectativas quantitativas e qualitativas por parte os visitantes?
Sim. Évora, por exemplo, é uma exceção porque há 12 ou 14 Expressos de Évora para Lisboa e já temos hoje muitos movimentos pendulares de mão-de-obra, de pessoas que residem em Lisboa e que estão a trabalhar em Évora.

Os problemas dos recursos humanos tiveram o seu pico logo a seguir à pandemia, têm vindo a ser suavizados. Nós começámos a fazer a Bolsa da Empregabilidade com a Associação Fórum Turismo no ano passado e temos percebido melhor o comportamento e as necessidades do mercado de trabalho, mas à medida que a oferta vai crescendo, e neste ano temos a previsão de abrir mais 10 hotéis no Alentejo, obviamente que a questão da contratação dos recursos humanos se vai agudizando e é sempre um assunto.

Temos uma situação de quase pleno emprego em Portugal, mas ainda há algumas oportunidades de contratação de recursos humanos para os nossos hotéis. Além disso, temos uma mão de obra migrante que hoje tem uma importância muito grande no aparelho produtivo de todo o turismo em Portugal, e o Alentejo não é exceção, e aí há algumas medidas de política pública interessantes, nomeadamente o programa “Integrar Turismo”. Isso permitirá resolver alguns problemas.

A questão do Alentejo é mais funda, mais estruturante, é um problema demográfico, ou seja, a região tem de definir e criar uma estratégia global de como é que se vai tornar atrativa. Já não é tanto um problema de como é que se fixam as pessoas que estão cá, mas sim como é que se atraem pessoas novas.

Temos a questão da atração e depois da formação das pessoas. Temos um problema, já que temos apenas uma escola de hotelaria e, aliás, fiz esse desafio para a nova “ET35”. Não podemos ser a única região que só tem uma escola de hotelaria. Claro que temos as escolas de Portimão, de Vila Real de Santo António e de Setúbal que apoiam o Alentejo, mas precisamos de criar um segundo pilar de formação na região.

Lançámos um desafio ao Turismo de Portugal e ao secretário de Estado, aceite de imediato, e estamos com um plano de formação para o eixo de luxo entre Troia e Melides, em que, na prática, fomos chamar o Turismo de Portugal e a Escola de Hotelaria de Setúbal, e estamos a preparar uma grande candidatura para um plano de formação de todo o Alentejo.

Mas, repare, atrair talento para o Alentejo implica uma política pública transversal, porque temos de criar soluções para a habitação, para a educação, para a saúde. Temos de ter a noção que não é uma ERT que vai conseguir mudar isso. O que vamos fazer é tentar criar algumas ações, algumas iniciativas que criem a ideia nos colaboradores, nos profissionais do turismo em Portugal que é bom vir trabalhar para o Alentejo.

Falou na ERT e na ARPTA, à qual é candidato à presidência, seguindo o exemplo de várias outras regiões, nomeadamente, Porto e Norte, Centro e Algarve. Esta união numa só pessoa, nas presidências da ERT e ARPTA, pode melhorar o desempenho do turismo no Alentejo e Ribatejo?
Eu olho para a ARPTA e para a decisão de me candidatar e penso assim, onde é que as minhas competências, experiência, podem ser úteis nesta fase de crescimento do turismo internacional no Alentejo? Porque, o que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional. E eu respondo: capacitar, dar mais músculo, dar mais poder de intervenção à ARPTA, aumentarmos o quadro de pessoal, termos mais gestores de produto, mais gestores de produto profissionais em produtos específicos e por mercados, diversificámos as nossas fontes de financiamento. Estamos a posicionar, por exemplo, para gerirmos o “Welcome Center” de Évora, que tem de estar pronto para a Capital Europeia da Cultura e onde poderemos vender toda a nossa oferta, podemos ter um painel interativo onde as pessoas compram as várias experiências, podemos ajudar na transformação digital das empresas.

Mas não se esgota em 2027?
Não, o “Welcome Center” fica e daí ter de ser pensado do ponto de vista dos seus conteúdos, para a Capital Europeia da Cultura, mas também numa perspectiva de legado.

Portanto, gestão unificada, integração de estratégia, hoje qualquer coisa que fazemos no Alentejo tem de ter a componente da internacionalização. Temos de capacitar a ARPTA, dar-lhe mais músculo, mais capacidade de intervenção, diversificar as fontes de receita, olhando numa lógica de médio prazo, a cinco anos, ou seja, perceber como é que o ganho da vinda de mais turistas internacionais reforça o financiamento da agência e o “Welcomo Center” em Évora é a grande oportunidade de o fazer.

Claro, há alguns ajustamentos que podemos fazer nos mercados, acho que devemos investir mais no mercado norte-americano, temos de olhar para o mercado espanhol de uma forma mais abrangente, mais cuidadosa.

Sou adepto de melhor em menos mercados. Não podemos brincar ao turismo.

E prestarmos contas. Se acabarmos um ano e fazemos um grande investimento num mercado e decresço nesse mercado, tenho de discutir isso. Temos de perceber melhor o que é que os empresários estão a fazer. Sei que quando decido a estratégia anual de marketing, tenho de ter em atenção o plano do Turismo de Portugal, tenho de ter em consideração as orientações macro dentro dos contratos trienais. Mas não posso definir a minha estratégia para a promoção internacional sem saber bem quais os mercados que os empresários andam a trabalhar

E há caminho para diversificar mercados ou, como diz, a aposta é “melhor em menos mercados”?
Os nossos mercados de proximidade estão a crescer menos. O mercado francês está a crescer menos, o mercado alemão, vamos ver, tem sido muito leal ao Alentejo, o mercado espanhol reduziu 12%, temos de trabalhar melhor o mercado brasileiro que está a decrescer não só no Alentejo, podemos trabalhá-lo melhor com o enoturismo. O Alentejo é, do ponto de vista da oferta enoturística, a melhor região do país, temos de nos consciencializar disso uma vez por todas e temos de estar mais seguros do poder desta aliança estratégica entre o vinho e turismo. Temos de fazer mais promoção no mercado norte-americano e temos, obrigatoriamente, de olhar para a Espanha.

Há mercados de oportunidade que o Turismo de Portugal está a lançar, mas que nunca serão mercados de grandes massas, pelo menos no imediato. Por isso, diria menos mercados, ou pelo menos, os mesmos mercados, mas melhor. Não sou muito adepto de uma diversificação, ou melhor, grande dispersão de mercados.

Atenção ao território
Quais são as lacunas do turismo em Portugal e, especificamente, no Alentejo e Ribatejo?
Para começar, não tenho aquela ideia de que as pessoas em Portugal não gostam do turismo, talvez por ter nascido no Algarve e ter convivido com o turismo desde muito novo.

 

 

Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas (…) não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios

 

Portanto, não se coloca a tal questão do “turismo a mais” que se ouve por aí?
Não, para mim isso é a espuma dos dias. Não vejo, hoje, no Alentejo, no país, esse sentimento de antiturismo. O país tem feito um progresso enorme, as cidades, as regiões, eu próprio também tenho algumas antipatias, não convivo bem com o tema da taxa turística …

Mas a existir taxa turística, não está a ser aplicada como e onde deveria ser aplicada?
Não sei, não conheço os casos, mas na minha visão do mundo, viajar e pagar por viajar é algo que não é compaginável.

Outra coisa é como é que os organismos que gerem destinos turísticos devem ter mais financiamento para gerir os problemas e os desafios que têm. Isso é outra coisa, mas como sabemos em Portugal, se o IVA turístico fosse entregue na totalidade pelo Estado aos municípios, a taxa turística como fonte de financiamento perdia total relevância.

O país está consciencializado da importância do turismo, temos uma boa administração, temos um Turismo de Portugal forte, temos os governos a apoiar o turismo, portanto estamos num bom caminho, e o turismo é o grande motor da nossa atividade económica.

A nível regional há alguns aspetos que me preocupam. Primeira preocupação: financiamento para a promoção internacional. Nós nunca tivemos tão poucos fundos europeus para apoiar o turismo como temos hoje. O Plano Regional Alentejo 2030, não priorizou o turismo em termos de alocação de fundos.

E é uma situação não recuperável?
É, mas é ver para querer. Claro que estamos a fazer um esforço enorme para nos desdobrarmos e procurarmos, como diz um amigo meu, se não podes entrar pela porta, tenta entrar pela janela. E descobrimos janelas.

Segunda preocupação, diferente, mas que pode retirar competitividade turística à região: a paisagem. Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas. Esta ideia de que o Alentejo é a região das monoculturas é, no mínimo, questionável. Já fomos a região da monocultura do trigo, agora somos a região da monocultura das centrais fotovoltaicas. É preciso equilíbrio, o caminho da transição energética é um caminho que o país tem de seguir e que está a seguir bem, mas não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios. E não nos iludamos, a paisagem continua a ser, e quando falamos com os operadores internacionais percebemos isso, o grande atributo do Alentejo. Naturalmente, que a paisagem muda, o Alqueva mudou radicalmente a paisagem do Alentejo, mas mudou para melhor, trouxe benefícios. Agora os turistas não vêm para os territórios ver florestas de vidro. O norte-americano gosta de ver as amendoeiras em flor no Alentejo, mas não gosta de ver florestas de vidro.

Olhe, uma boa ideia para a “Estratégia Turismo 2035”, criarmos áreas de aptidão turística. Temos de proteger os investimentos turísticos, proteger a integridade da paisagem. E aqui emerge o ordenamento do território. Temos de ter centrais, fotovoltaicas, claro que sim, temos de ter no Alentejo, óbvio, mas vamos escolher bem as localizações para não prejudicar o turismo, que é uma atividade que cada vez mais traz riqueza e emprego para as nossas comunidades e para o Alentejo.

Que Alentejo e Ribatejo vamos ter nos próximos cinco anos?
A região vai continuar a crescer.

Vão ter 10 novos hotéis a abrir em 2025?
Sim, novos hotéis, vamos ter mais hotéis na zona de Comparta e Melides, vamos ter um hotel em Viana do Alentejo ligado ao turismo industrial, começamos a ter alguns hotéis temáticos.

O investimento internacional já começa a olhar para o Alentejo e Ribatejo?
Claramente, para o Alentejo, com produtos que, alguns, serão geridos para marcas internacionais. Esta atração de investimento e de marcas internacionais já não é só para o eixo do litoral, tipicamente para aquele eixo entre Troia e Comporta. O destino vai crescer, vai afirmar o seu posicionamento de qualidade, o preço vai continuar a aumentar, temos esta preocupação de a região continuar a ser atrativa para todos os segmentos do mercado, temos de ter produtos para os vários clientes e a nossa estratégia de comunicação tem de ser uma estratégia que não pode perder isso de vista. Como dizia o Sérgio Palma Brito, temos de ter clientes para os Porsche, para os Mercedes, mas também para os Fiat ou para o Renault.

Hoje o investimento no turismo do Alentejo é por produtos premium e as pessoas sabem que o mercado olha para o Alentejo como um destino de muita qualidade.

Portanto, não se está a olhar para os Fiat ou para os Renault?
Claro que não, mas esse é o nosso papel. Hoje, os hotéis de 4 estrelas, que também são os hotéis que têm um RevPar e um ADR maior, já são preponderantes na nossa oferta. Mas ainda temos poucos hotéis de 5 estrelas. Ainda temos um espaço enorme de crescimento. Os investidores também olham cada vez mais para o Alentejo, porque o Douro tem muito pouco espaço, em razão da sua classificação como património da humanidade. Depois, Lisboa, Porto e o Algarve começam a ficar saturados. Não quer dizer que não continue a haver investimentos, mas o Alentejo é a zona, pela sua localização, de maior procura para investimento.

No Ribatejo vamos duplicar a oferta em três anos, isso é muito importante para o Ribatejo, e vamos ter de redirecionar um pouco o nosso marketing, vamos ter de crescer mais no mercado internacional.

Portanto, olho para o turismo de uma forma otimista e creio que 2025 vai ser um bom ano turístico, com taxas de crescimento muito na linha daquilo que foi 2024.

 

Sobre o autorVictor Jorge

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Meeting Brasil foi “sucesso” na primeira edição na Europa que incluiu o Porto

Evento reuniu mais de 200 profissionais do turismo em Madrid e no Porto, com a participação de profissionais do turismo, incluindo operadores, companhias aéreas e agências de viagens, além de 21 empresas brasileiras, entre destinos, produtos, atrativos e serviços turísticos.

A primeira edição europeia do Meeting Brasil “foi um sucesso absoluto”, realça a organização, que diz que cotectou o turismo brasileiro a dois dos principais mercados emissores do continente. Realizado em Madrid (6 de março) e Porto (10 de março), o evento contou com a com a participação mais de 200 profissionais do turismo, incluindo operadores turísticos, companhias aéreas e agências de viagens, além de 21 empresas brasileiras, entre destinos, produtos, atrativos e serviços turísticos.

Com uma programação estruturada para a geração de negócios e o fortalecimento de parcerias comerciais, o Meeting Brasil “consolidou-se como o principal evento focado em capacitações e promoção internacional de forma estratégica, oferecendo treinamentos especializados, rodadas de negócios e reuniões privadas (B2B), foi referido em nota de imprensa.

“A realização da primeira edição europeia do Meeting Brasil superou todas as expectativas. Recebemos um público qualificado e altamente interessado em ampliar conhecimentos e gerar negócios com o mercado brasileiro” destacou Jair Pasquini, diretor de negócios da Expan+, organizadora do evento, e reconhece que esta resposta positiva “reforça o potencial de crescimento do turismo brasileiro nesses mercados e confirma a importância de investir em ações de promoção, relacionamento e prospeção, visando a geração de novos negócios”.

A crescente procura por experiências autênticas e sustentáveis no turismo europeu reforça a posição do Brasil como um destino altamente atrativo. Segundo estudos recentes, cerca de 67% dos viajantes europeus afirmam priorizar destinos que ofereçam iniciativas de sustentabilidade e preservação ambiental. Com uma das maiores biodiversidades do mundo, o Brasil destaca-se nesse segmento, oferecendo experiências em ecoturismo, turismo de aventura e imersão cultural em comunidades tradicionais.

Entre os destaques do evento, estiveram as participações de destinos brasileiros como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, o consórcio Costa Verde & Mar (composto por 11 municípios do litoral norte de Santa Catarina) e a Rota Amazônicas Integradas – esta última representando o turismo sustentável da região Norte, com a presença de secretários de Estado do Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins. Os destinos brasileiros apresentaram os seus principais atrativos e diferenciais competitivos, promovendo experiências que vão de praias paradisíacas e cultura, ecoturismo, gastronomia e aventura. Também marcaram presença, como expositores, diversos hotéis, recetivos e atrativos turísticos das regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Os encontros em Madrid e Porto fortaleceram o relacionamento entre o Brasil e o trade turístico europeu e geraram oportunidades concretas de negócios, abrindo caminhos para o aumento do fluxo de turistas europeus ao Brasil, indicou a organização em nota de imprensa.

Com o sucesso da edição europeia, o Meeting Brasil já se prepara para a sua tradicional edição na América Latina, que acontecerá entre 4 a 13 de agosto, com eventos confirmados no Paraguai, Uruguai, Chile, Argentina e Colômbia.

“Seguiremos promovendo o Brasil com foco na capacitação dos profissionais do turismo global, ampliando as oportunidades de negócios e fortalecendo parcerias para a geração de novos negócios, até porque, como diz o velho ditado: ‘ninguém ama o que não conhece’”. concluiu Jair Pasquini.

 

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Mais de 55% dos turistas estrangeiros que visitam a Província de Huelva são portugueses

Portugal é o primeiro mercado internacional para a Província de Huelva, representando 56% de todos os turistas estrangeiros que visitam aquela região espanhola, revelaram ao Publituris, em Lisboa, Ana Delgado, deputada de Turismo, Mariam Gomez, gerente de promoção turística, e Luis Vasquez, coordenador da Agência Destino Huelva, durante um almoço de promoção do destino no nosso país.

A Província de Huelva, cuja capital, a cidade de Huelva, acolheu em outubro último, o 49º Congresso da APAVT, voltou a Lisboa para promover o destino, num almoço com jornalistas e com uma agenda repleta de contactos com o trade turístico e o público em geral, durante a BTL.

Ana Delgado, deputada de Turismo da Província de Huelva, Mariam Gomez, gerente de Turismo daquela região espanhola, e Luis Vasquez, coordenador da Agência Destino Huelva, deram conta aos jornalistas, num almoço que decorreu esta terça-feira, em Lisboa, que a proximidade com Portugal é um valor acrescentado que querem potenciar cada vez mais, já que Huelva tem uma panóplia de oferta turística para todos os públicos portugueses (famílias com crianças, grupos de amigos, jovens e terceira idade).

Com o mote “É o nosso momento, é o seu destino”, um filme promocional destaca os atrativos turísticos da Província de Huelva, que o Publituris visitou recentemente, na sequência da realização do 49º Congresso da APAVT. “Um destino muito especial pelas suas gentes, pelas suas praias (120kms de costa), 300 dias de sol, uma serra incrível, região que conquista com os seus vinhos e sua gastronomia, a cultura, a história, um grande património industrial e lugares únicos como a Gruta das Maravilhas, em Arecena, e as minas de Rio Tinto que podem ser percorridas num comboio a vapor, sem esquecer a natureza preservada cujo expoente máximo é o Parque Nacional Doñana , reserva da biosfera e património da humanidade”, foi referenciado no encontro com jornalistas. Mas há também uma província de experiências ativas, de práticas de desportos náuticos e ao ar livre, mas também de tradições milenares contadas nas romarias de El Rocio. Em português, o filme promocional destaca que “o nosso turismo tem um novo rumo, novas formas para os novos tempos”.

O turismo português é muito importante para Huelva, representando 56% de todos os estrangeiros que fazem férias naquela província espanhola. Sem revelar números de entradas, é o principal mercado emissor internacional, e justifica-se pela proximidade. Por isso, “estamos focados numa estratégia de promoção, não só no aeroporto de Faro, que é a grande porta de entrada para o destino, uma vez que a Província não tem aeroporto, mostrando que oferecemos muito mais do que sol a praia”, referiram os responsáveis ao Publituris.

No entanto, a maior parte dos turistas portugueses que fazem férias na Província de Huelva e devido à proximidade, vão de carro, reservam os hotéis diretamente, bem como todos os serviços, ou seja, não passam pelas agências de viagens. No entanto, após o congresso da APAVT e da famtrip que promoveu a agentes de viagens portugueses, a região espanhola pretende conhecer o retorno, “se estruturaram a sua oferta com produtos Huelva”, disseram os responsáveis ao Publituris, avançando que “o ideal é ter pacotes para vender”.

No entanto, salientaram, que tendo em conta que ainda não há tour operação organizada para a Província de Huelva, os responsáveis destacaram a importância de Tour10 na venda tanto de unidades hoteleiras, como também de experiências que se podem desfrutar no destino, que promete nova campanha e nova marca turística no verão.

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EUA estimam mais de 77 milhões de turistas internacionais este ano

O National Travel and Tourism Office (NTTO) prevê que cerca de 77,1 milhões de viajantes internacionais visitarão os Estados Unidos da América este ano, um aumento de 6,5% em relação a 2024. Dados agora divulgados fornecem uma visão ano a ano, desde 2019 e previsões até 2029.

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A estimativa é alta, com 85 milhões previstos para 2026 e 90,1 milhões de visitantes esperados para 2027, atingindo a meta de cinco anos definida pela Estratégia Nacional de Viagens e Turismo de 2022. Até 2029, espera-se que os EUA recebam quase 97 milhões de viajantes internacionais, destacando o crescimento e a recuperação de longo prazo no setor de viagens.

Noventa milhões de viajantes gastariam 279 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Espera-se que eventos globais significativos como o Campeonato do Mundo de Futebol de 2026, a ser realizada nos Estados Unidos, México e Canadá, e as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2028, sediadas em Los Angeles, aumentem os totais de visitantes do país.

De 2023 a 2024, as entradas internacionais subiram 9,1%, com 72,4 milhões de viajantes. Este ano não se espera que atinja o total pré-pandemia de 79,4 milhões. Os Estados Unidos levaram muito mais tempo para recuperar da pandemia do que os países europeus e grande parte do mundo.

Viajantes de alguns países, ou mercados de origem, têm visitado os Estados Unidos mais do que antes da pandemia, como a Índia e a Itália que cresceram, respetivamente, 552% desde 2020, e 7,5% o ano passado. A previsão é que em 2025, os mercados de origem que devem crescer incluem o México, Brasil e Canadá. No entanto, a US Travel Association alerta que as tarifas sobre o Canadá, que fizeram com que o país proibisse a venda de certos produtos americanos e promovesse o boicote ao turismo para os EUA, podem cair este ano.

O Reino Unido, a Austrália, a China, a Coreia do Sul e o Japão levarão mais tempo, com projeções de recuperação total até 2027 ou depois.

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“Projeto Açores – Turismo Todo o Ano em Todas as Ilhas” vai ser conhecido na BTL

A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, vai apresentar, esta quarta-feira, dia 12, na BTL, o “Projeto Açores – Turismo Todo o Ano em Todas as Ilhas”, às 16h00, no Pavilhão 1 da FIL – Feira Internacional de Lisboa, no stand 1AO1, da Visit Azores.

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A Visit Azores apresenta-se na edição deste ano da BTL – Better Tourism Lisbon, com uma promoção conjunta dos 19 municípios, mais de 30 associados e projetos que contribuem para a afirmação da região como referência mundial, procurando impor-se como um destino com oferta para todo o ano e em todas as ilhas do arquipélago.

Durante os quatro dias do evento, o destino mostrará toda a sua vasta e diversificada oferta, cimentando o seu estatuto como referência mundial no turismo de aventura e de natureza.

Entre as apresentações previstas contam-se, ainda, o Congresso da APECATE, o Azores Trails Fest, a candidatura das Ilhas do Triângulo a primeira Bio-região dos Açores, a Cidade Europeia do Vinho, Ponta Delgada Capital Nacional da Cultura e os festivais de verão.

 

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Albufeira inicia processo de certificação como destino turístico sustentável

Do programa dedicado aos profissionais do setor, a participação do Município de Albufeira na BTL destaca-se pela apresentação do processo de certificação como destino turístico sustentável, que vai ter lugar esta quarta-feira, dia 12 de março, às 11h30, no stand da RTA.

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O processo será conduzido com a assessoria do IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, entidade com vasta experiência na certificação de destinos sustentáveis como os Açores, Madeira e Guimarães, entre outros.

Para o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, “este é um compromisso inadiável”. José Carlos Rolo sublinha que “a certificação enquadra-se na estratégia municipal de desenvolvimento, promoção e captação de novos turistas 2030, que representa um pilar fundamental na construção de um modelo de turismo responsável e equilibrado, que garante a sustentabilidade ambiental, social, cultural e económica, consolidando Albufeira como um destino competitivo e preparado para o futuro”.

Albufeira vai estar representada no stand do Turismo do Algarve (1 A05), localizado no Pavilhão 1 e, simultaneamente, num novo stand próprio, criado em parceria com a APAL – Agência de Promoção de Albufeira (2B22), no Pavilhão 2.

No dia 13 (quinta-feira), às 11h00, no stand de Albufeira, realiza-se a apresentação “Tech Wave”, seguida da apresentação do balanço de 2024 e atividades programadas para 2025 da APAL acompanhadas de uma prova de Vinhos da Adega do Cantor. Na parte da tarde, no stand da RTA, decorre a apresentação “Cidade Europeia do Desporto 2026”.

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Funchal, Loulé e Torres Vedras são os concelhos com melhor performance de negócios no Carnaval

Segundo um relatório da REDUNIQ sobre os concelhos nacionais com melhor performance de negócios durante o Carnaval, houve um aumento de faturação de 7,1% nos negócios destinos nacionais onde estas celebrações são mais expressivas

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Funchal, Loulé e Torres Vedras foram, segundo uma análise da REDUNIQ, os concelhos nacionais com melhor performance de negócios durante o Carnaval, que este ano se celebrou entre 1 e 4 de março.

De acordo com este relatório, que analisou a evolução dos pagamentos registados por cartão na rede da REDUNIQ, durante o período do Carnaval, houve um aumento de faturação de 7,1% nos negócios dos 10 concelhos do país onde estas celebrações são mais expressivas, concretamente Alcobaça, Estarreja, Funchal -Madeira, Loulé, Macedo de Cavaleiros, Mealhada, Ovar, Sesimbra, Sines e Torres Vedras.

Foi na Mealhada e em Macedo de Cavaleiros que o crescimento da faturação atingiu os valores mais expressivos, registando-se subidas de 67,7% e 66,5%, respetivamente, com a REDUNIQ a sublinhar mesmo que a Mealhada foi mesmo onde se registou a maior evolução homóloga, com ao gasto médio por cartão a aumentar 26,7%, que chegou ao valor médio de 41,24 euros, enquanto o valor médio por compra cresceu 30,5%, para 31,78 euros.

“No entanto, foi em Macedo de Cavaleiros que se verificou o maior valor médio por compra (43,19€) do grupo. No que toca ao gasto médio por cartão, este concelho, que totalizou uma média de 48,13€ é ultrapassado, expressivamente, pela Madeira (80,31€) e por Loulé (72,40€)”, acrescenta a REDUNIQ.

Entre os 10 concelhos analisados, a REDUNIQ diz que a liderança vai para o Funchal, que representa uma fatia de 44% do total faturado entre os concelhos tidos em conta, sendo o pódio composto ainda por Loulé e Torres Vedras, com 24% e 13% do total, respetivamente, seguidos de Sesimbra com 7%.

Quanto a picos de faturação, outro dos tópicos analisados por este relatório, o destaque foi para Macedo de Cavaleiros, que “obteve um forte crescimento de 142,5% da sua faturação na terça-feira de Carnaval face ao dia homólogo de 2024”, seguindo-se a Mealhada, que assistiu a um crescimento homólogo de 91,7% da sua faturação no sábado de Carnaval, enquanto Sines cresceu 67,4% na faturação no domingo de Carnaval comparativamente a 2024.

Além destes, a REDUNIQ destaca também os crescimentos homólogos de 45,9% em Sesimbra e de 25,7% em Loulé, ambos no sábado, assim como de 35,9% em Estarreja e 34,9% em Torres Vedras, os dois no domingo, e ainda de 23,7% em Alcobaça na terça-feira.

Quanto a transações estrangeiras, o relatório da REDUNIQ concluiu que o Reino Unido, Alemanha, França, Países Baixos e Espanha configuram o top 5 de nacionalidades com maior número de cartões a serem utilizados nos negócios destas regiões.

“Em concreto, um terço dos cartões que transacionaram na Madeira neste período foram estrangeiros, sendo o Carnaval com mais turistas estrangeiros do país, e o destino onde os ingleses, alemães, franceses e holandeses mais transacionaram”, lê-se no comunicado divulgado, que coloca Loulé como o segundo Carnaval “mais popular entre os turistas estrangeiros, sendo aquele onde os turistas espanhóis mais transacionaram”.

Já o Carnaval mais “nacional” foi o de Estarreja, onde apenas 3,35% dos cartões que transacionaram nos negócios locais foram estrangeiros, refere ainda o relatório da REDUNIQ.

O relatório incluiu ainda uma análise por setores de atividade, permitindo perceber que “a variação mais expressiva se deu no concelho de Macedo de Cavaleiros”, onde os setores da restauração e das gasolineiras, que representam 44,46% e 34,29% da faturação registada, respetivamente, obtiveram um crescimento do seu peso face a 2024, nomeadamente de 5,83 pontos percentuais para a restauração e de 11,56 pontos percentuais para as gasolineiras.

Em Ovar e em Torres Vedras também houve uma subida homóloga do peso da restauração no total da faturação na ordem dos três pontos percentuais, especificamente 3,69% para a primeira e 3,27% para a segunda.

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Marrocos é destino de eleição para investidores no setor do turismo

Marrocos está a consolidar-se como um destino preferencial para investidores no setor de turismo, disse o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili.

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“Marrocos oferece perspectivas muito atraentes para investidores, graças à sua posição geográfica estratégica, ao seu ambiente económico resiliente e à sua política proativa em favor do investimento estrangeiro direto “, observa Pololikashvili, que comenta o relatório intitulado “Investir em Marrocos.

O Turismo da ONU destaca que a atratividade do país para investidores reflete-se no fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), que atingiram uma média de 3,5 mil milhões de dólares por ano nos últimos cinco anos, em todos os setores combinados. O turismo beneficiou de um investimento acumulado de 2,2 mil milhões de dólares entre 2014 e 2023, enquanto o desenvolvimento de infraestruturas hoteleiras mobilizou 2,6 mil milhões de dólares entre 2015 e 2024, especifica o relatório.

O Turismo da ONU realça que, em 2024, Marrocos recebeu 17,4 milhões de turistas, registando um aumento de 35% em relação a 2019. Essa dinâmica permitiu que o setor quase dobrasse a sua contribuição para o PIB, passando de 3,7% em 2020 para 7,3% em 2023. Nesse sentido, a Organização enfatiza que Marrocos destacou-se como o destino africano que registou o maior aumento nas receitas do turismo, com um crescimento de 43% face a 2019. Estas atingiram 10,5 mil milhões de dólares em 2023, um aumento de 28% em relação ao ano anterior.

Neste relatório, também a diretora Executiva do Turismo da ONU, Natalia Bayona, destaca a dinâmica económica do Marrocos, especificando que o Reino consolidou-se como a quinta potência da África em termos de PIB, com um crescimento médio de 2,5% na última década. Entre 2015 e 2024, Marrocos registou um crescimento médio de 2,5%, com previsões de 4% em 2025 e 3,6% em 2026, lembra o Turismo da ONU, para avançar que o controlo da inflação também fortalece a competitividade do país como um destino de investimento estável e atraente.

Referindo-se aos ativos que fazem do Marrocos um destino de escolha para investidores, o Turismo da ONU cita em particular a sua proximidade geográfica com a Europa, o acesso estratégico a um mercado de 2,5 mil milhões de consumidores, bem como o seu rico património cultural e natural.

Marrocos também tem outros grandes trunfos para o desenvolvimento do turismo: nove locais considerados Património Mundial da UNESCO, 11 parques nacionais, além de infraestrutura de primeira linha, incluindo 19 aeroportos, 27 portos comerciais e 2.000 quilómetros de estradas.

O organismo das Nações Unidas salienta que a capacidade de alojamento de Marrocos aumentou em mais de 60% desde 2012, contribuindo para o crescimento do setor. O investimento em turismo também é apoiado pela Companhia Marroquina de Engenharia de Turismo (SMIT), que apoia os líderes do projeto.

A Organização finalmente relembra o Roteiro para o Turismo 2023-2026, que define nove prioridades estratégicas destinadas a impulsionar o turismo internacional e nacional.

Entretanto, Marrocos confirma a sua atratividade turística no início de 2025, com um aumento notável nas receitas turísticas. De acordo com dados publicados recentemente pela Agência de Câmbio, o setor continua a ser uma importante fonte de divisas para a economia nacional. Em janeiro, as receitas do turismo atingiram 8,78 mil milhões de dirhams (MMDH), registando um aumento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2024, representando um ganho adicional de 808 milhões de dirhams.

Essa dinâmica positiva também é acompanhada por um aumento nos gastos com viagens, que aumentaram 23,8% num ano, atingindo 2,55 mil milhões de dirhams.

Este desenvolvimento reflete o dinamismo de um setor-chave para a economia marroquina, apoiado pela recuperação da procura turística e por políticas que visam fortalecer a atratividade do país. O aumento da receita é um indicador encorajador para os agentes do turismo, que veem esse desempenho como um sinal positivo para o resto do ano.

 

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Governo aprova resolução para reduzir impacto do ruído gerado pelo Aeroporto Humberto Delgado

Além da criação do Programa Menos Ruido, o Governo mandatou a ANAC e a NAV para “estudar medidas complementares que incluam restrições aos voos noturnos e a definição de rotas de descolagem alternativas, com o objetivo de minimizar o impacto sobre a população”.

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O Governo aprovou sexta-feira, 7 de março, uma resolução do Conselho de Ministros que prevê um “conjunto de medidas destinadas a reduzir o impacto do ruído gerado pelo Aeroporto Humberto Delgado (AHD)”.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, entre as medidas previstas está a criação do Programa Menos Ruído, que vai viabilizar “intervenções em fachadas, janelas e caixilharias de edifícios habitacionais situados em áreas sensíveis ao ruído” em Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira e Almada.

Este programa, acrescenta a informação divulgada, prevê um investimento global de 10 milhões de euros e vai ser financiado através do Fundo Ambiental, prevendo que a sua execução decorra em 2025 e 2026.

Além do Programa Menos Ruído, o Governo mandatou ainda a ANAC – Autoridade Nacional de Aviação Civil e a NAV – Navegação Aérea para “estudar medidas complementares que incluam restrições aos voos noturnos e a definição de rotas de descolagem alternativas, com o objetivo de minimizar o impacto sobre a população”.

Governo quer período sem voos entre as 01h00 e as 05h00

Posteriormente, o Ministério das Infraestruturas e Habitação veio explicar, em comunicado, que a execução do Programa Menos Ruído vai ficar “a cargo das Câmaras Municipais de Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira e Almada, que terão a responsabilidade de lançar os respetivos concursos para acesso aos apoios”.

“A distribuição do financiamento será feita de forma proporcional ao número de edifícios afetados em cada município, com base no mapeamento dos níveis de ruído a elaborar pela entidade gestora aeroportuária, em colaboração com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil”, lê-se no comunicado do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Já quanto às restrições à operação noturna no Aeroporto Humberto Delgado, que foram recomendadas pelo Grupo de Trabalho dos Voos Noturnos, cujo relatório final foi entregue em julho de 2022, o Governo pretende ver operacionalizadas três medidas, com destaque para a “imposição de um período sem slots (hard-curfew) entre a 01h00 e as 05h00”.

Além de um período noturno sem voos, o Governo quer também que existam “restrições à operação de aeronaves mais ruidosas entre as 23h00 e as 07h00”, assim como a “implementação de novos procedimentos aeronáuticos para redução do ruído” e a avaliação de “alternativas às atuais rotas de descolagem para norte no AHD,
com o objetivo de reduzir a população exposta a níveis elevados de ruído”.

“A implementação destas restrições será feita em estrito cumprimento de toda a legislação aplicável, nacional e europeia, e em estreita articulação com a Comissão Europeia”, explica o comunicado, que garante que o objetivo é “minimizar os impactos do ruído decorrentes da localização do Aeroporto Humberto Delgado numa zona de elevada densidade populacional, garantindo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, até à transição para Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete”.

 

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