Aeroportos portugueses acima da média europeia
Se Abril foi um mês oásis no árido deserto que tem sido 2009 para a aviação civil, Maio veio recolocar os números no vermelho. Passado o efeito “Páscoa”, os […]
João Luz
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Se Abril foi um mês oásis no árido deserto que tem sido 2009 para a aviação civil, Maio veio recolocar os números no vermelho. Passado o efeito “Páscoa”, os aeroportos e as companhias de aviação voltaram a bater no fundo, naquele que já foi considerado pelo CEO da IATA como o ano horribilis para o transporte aéreo. Ainda assim, Portugal não ficou muito mal na fotografia. De acordo com o relatório da Conselho Internacional de Aeroportos Europeus (ACI Europe), a média da quebra de tráfego nos aeroportos europeus foi de 9,1%. Valor superior à quebra nos aeroportos portugueses, à excepção do Aeroporto de Faro. O instituto internacional agrupa os complexos aeroportuários em escalões segundo a dimensão do tráfego que recebem. A Portela, que se encontra no grupo 2, por ter entre 10 milhões e 25 milhões de passageiros por ano, registou no mês de Maio uma quebra de 6,1%, que contrasta com a descida de 10,5% da média do mesmo escalão. A explicação para esta queda não tão acentuada torna-se simples face à explicação de Gavin Eccles, especialista em aviação civil. “O Aeroporto de Lisboa é dos mais pequenos do grupo 2, e dos que estão menos dependentes do tráfego corporate e hub-and-spoke”. Além disso “a Portela tem um mercado de low cost, na ordem dos 20%, que não sofreu tanto neste ano”. No que diz respeito ao aeroportos Sá Carneiro e do Funchal, que pertencem ao escalão dos que recebem menos de cinco milhões de passageiros por ano, o mês de Maio representou quebras de tráfego de 6,3% e 6,4%, respectivamente. Números, que sendo equivalentes e negativos, não chegaram à média do grupo que se situou nos 9,2%.
O consultor da Neoturis, Gavin Eccles, considera que a queda suave do tráfego no Aeroporto Sá Carneiro se deve às companhias que o dominam. “Como a TAP e Ryanair estão com bons resultados, e não competem entre si, o Porto consegue boa performance”, esclarece o especial. Claro que o reverso da medalha pode acontecer, caso os resultados da TAP e Ryanair se invertam. Outro factor é o papel essencial do Porto nos voos domésticos para Lisboa.
Gavin salienta ainda que a maioria dos aeroportos do grupo 4 são dominados por low costs, e que o Porto beneficia por ter o esquema ideal: Uma companhia de bandeira com papel dominante, e uma low cost com bons resultados. No Funchal, a queda abaixo da média europeia fica em parte a dever-se ao enorme peso dos voos domésticos do continente. Um aeroporto do grupo 4, normalmente não tem este peso com voos domésticos através de uma companhia de bandeira. Outra razão prende-se com a grande quantidade de charters, principalmente ingleses, que chegam à Madeira através de Boeing 757 que leva 220 passageiros. O que contrasta com o paradigma dos aeroportos do grupo 4, que recebem em norma aparelhos A319, ou B737 com capacidade para 170 passageiros. Portanto, a capacidade tem aqui um papel importante.
Agrupado entre os aeroportos que recebem de cinco a dez milhões de passageiros, Faro portou-se mal, com uma queda de 10,6%, num grupo que caiu em média 8,9%. O que se compreende, se tivermos em conta que o aeroporto algarvio depende em grande parte de companhias low costs que voam de países que estão a sofrer com a crise, principalmente Inglaterra e Alemanha. Basta olharmos para o tráfego anual de Faro: dos 5,4 milhões de passageiros, 3,7 milhões chegam em low costs, e 1,2 milhões em voos charter. Uma esmagadora fatia do bolo. Como estes dois mercados estão em baixa, o tráfego no aeroporto ressente-se. Aqui Faro surge como o oposto do que se pratica no aeroporto Sá Carneiro. No Algarve não há o mercado europeu, nem doméstico da TAP. Acresce que nos aeroportos do Grupo 3 as ligações domésticas têm um peso importante, assim como o tráfego out-bound… pois Faro é, quase, exclusivamente in-bound.